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EVOLUCIONISMO CULTURAL:

Tylor, Morgan e Frazer.

Prof. Elson Junior

Santo Antônio de Pádua, março de 2020


Edward Tylor (1832-
(1832-1917)

• Edward Tylor (1832-1917) Tylor lançando-se no


debate da época no qual as diferenças entre os
homens deveriam ser explicadas pela diferença de
local de origem (determinismo geográfico) ou de raça
(determinismo biológico), posiciona-se contra estes,
porque assume teoricamente o evolucionismo como
explicação da variabilidade (de grau) da Cultura, bem
como a origem única do homem, o monogenismo,
afirmando que:
• para o presente propósito, parece tanto possível
quanto desejável eliminar considerações de variedades
hereditárias, ou raças humanas, e tratar a humanidade
como homogênea em natureza, embora situada em
diferentes graus de civilização.
• Considerava a humanidade um todo em crescimento
através dos tempos, indo da infância à maturidade,
estando os povos primitivos situados no estágio infantil.

• Atribuía aos antropólogos a tarefa de estabelecer, de


modo geral, uma escala da civilização, colocando as
nações europeias em um extremo da série social e, na
outra, as nações selvagens.

• Achava que as instituições humanas eram


distintamente estratificadas, tal como as diferentes
camadas da terra, que se sucedem em séries uniformes
por todo o globo, independentemente das raças ou da
linguagem.
• Tylor procurou das um cunho cientifico à Antropologia,
usando o que chamou de “aritmética social”, ou seja,
a disposição dos costumes em tabelas para ver como
se relacionavam. Por isso pode ser considerado o
fundador do método comparativo.

• A comparação deve ser feita entre elementos da


cultura (armas; mitos, ritos e cerimônias), pois “um
primeiro passo no estudo da civilização é dissecá-la em
detalhes e, em seguida, classificá-los em seus grupos
apropriados”.

• Tylor afirma que a comparação deveria ser entre


“raças que se encontram em torno do mesmo grau de
civilização”, não sendo levado em consideração a “o
tempo histórico e local geográfico.
• O elemento que o ajudaria a traçar o curso da
evolução seria as “sobrevivências”, pois como seriam
“processos, costumes, opiniões que, por força do hábito,
continuaram a existir num novo estado de sociedade
diferente daquele no qual tiveram sua origem”, seriam
evidências, “provas e exemplos de uma condição mais
antiga de cultura que evoluiu em uma mais recente”.
Lewis Morgan (1818-
(1818-1881) Estados Unidos

Morgan apresentou a tese evolucionista na introdução


de seu livro Ancient Society (1877).

Para ele, é incontestável que parte da família humana


viveu em estado de selvageria, outras em estado de
barbárie e outras, ainda, em estado de civilização,
sendo também inegável que essas três condições
distintas estavam ligadas umas às outras por uma
sequência do progresso natural (ver quadro a seguir).
• Quando organizadas e comparadas tendem a mostrar
a origem única da humanidade, a semelhança de
desejos humanos em um mesmo estágio de avanço e a
uniformidade das operações da mente humana em
condições similares de sociedade.

• Lewis Morgan debruçou-se sobre o parentesco na


tentativa de compreender os estágios de evolução
cultural do homem. Morgan percebia que o parentesco é
um elemento universal, estando presente em todas as
culturas, porém, de formas diversas.
James Frazer (1854-1941)

• Frazer pesquisou a noção de “magia” entre os nativos


com um determinado objetivo de pesquisa, que foi
Perceber que a magia faz parte de uma etapa do
desenvolvimento humano que é superada pela religião e,
por fim, pela ciência.

• "O ramo de ouro" é uma obra onde o autor faz um


estudo comparativo dos mitos e do folclore de várias
sociedades, e levanta a tese de que o pensamento
humano evoluiu de um estágio mágico para outro
religioso, e daí para um nível científico.
Unidade psíquica da espécie humana
• A grande questão que tomava conta do debate
antropológico e sobre os quais os antropólogos
buscavam respostas era:
Como pode haver uma grande diversidade cultural
entre os povos se há uma origem comum?

• A solução a esta questão é a existência de uma


evolução, isto é, haveria um caminho a ser trilhado por
todas as sociedades, numa trajetória vista como
obrigatória, unilinear e ascendente, partindo do estágio
“selvagem”, passando pela barbárie até chegar à
civilização.

• A partir desse pressuposto, os antropólogos deveriam


estudar os povos antigos ou a cultura primitiva para
traçar essa trajetória.
Postulados básicos da teoria
evolucionista da cultura

• Sucessão unilinear: Existência de um fio singular


ou evolução unilinear através de toda a história
cultural; mesmo havendo, em determinado momento,
degeneração, a tendência geral era sempre
ascendente.

• Significa que diferentes grupos humanos partiram,


em tempos remotos, de uma condição geral de
carência de cultura e, devido à unidade da mente
humana e à consequente resposta similar a estímulos
externos e internos, evoluíram em todas as partes
aproximadamente do mesmo modo, parecidos.
• A história cultural encontra, portanto, “raízes em uma
unidade psíquica pela qual todos os grupos humanos
teriam supostamente o mesmo potencial de
desenvolvimento evolucionário, embora alguns
estivessem mais adiantados do que outros devido ao
clima, ao solo e outros fatores”.

• Método comparativo.

• Sobrevivência: vestígios através dos quais se poderia,


num trabalho semelhante ao de um detetive, reconstituir o
curso da evolução cultural humana.
Aspectos negativos e positivos

• Aspectos negativos:

 Não consideração do fator tempo e espaço.

 Emprego indiscriminado do método


comparativo/falta de rigor teórico.

 Conceito de sobrevivência, que teria retardado o


trabalho de campo.
• Aspectos positivos

 Contribuições teóricas como: análise da realidade


social e conhecimento de diferentes sociedades, para o
entendimento geral da humanidade.

 Primeiros a empregar o conceito de cultura e a livrar


este conceito de sua primitiva confusão com o de raça.

 Enriqueceram o vocabulário com a introdução de


termos como: exogamia e endogamia, magia
simpática, totemismo, clã, tribo, e tantos outros.

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