debate da época no qual as diferenças entre os homens deveriam ser explicadas pela diferença de local de origem (determinismo geográfico) ou de raça (determinismo biológico), posiciona-se contra estes, porque assume teoricamente o evolucionismo como explicação da variabilidade (de grau) da Cultura, bem como a origem única do homem, o monogenismo, afirmando que: • para o presente propósito, parece tanto possível quanto desejável eliminar considerações de variedades hereditárias, ou raças humanas, e tratar a humanidade como homogênea em natureza, embora situada em diferentes graus de civilização. • Considerava a humanidade um todo em crescimento através dos tempos, indo da infância à maturidade, estando os povos primitivos situados no estágio infantil.
• Atribuía aos antropólogos a tarefa de estabelecer, de
modo geral, uma escala da civilização, colocando as nações europeias em um extremo da série social e, na outra, as nações selvagens.
• Achava que as instituições humanas eram
distintamente estratificadas, tal como as diferentes camadas da terra, que se sucedem em séries uniformes por todo o globo, independentemente das raças ou da linguagem. • Tylor procurou das um cunho cientifico à Antropologia, usando o que chamou de “aritmética social”, ou seja, a disposição dos costumes em tabelas para ver como se relacionavam. Por isso pode ser considerado o fundador do método comparativo.
• A comparação deve ser feita entre elementos da
cultura (armas; mitos, ritos e cerimônias), pois “um primeiro passo no estudo da civilização é dissecá-la em detalhes e, em seguida, classificá-los em seus grupos apropriados”.
• Tylor afirma que a comparação deveria ser entre
“raças que se encontram em torno do mesmo grau de civilização”, não sendo levado em consideração a “o tempo histórico e local geográfico. • O elemento que o ajudaria a traçar o curso da evolução seria as “sobrevivências”, pois como seriam “processos, costumes, opiniões que, por força do hábito, continuaram a existir num novo estado de sociedade diferente daquele no qual tiveram sua origem”, seriam evidências, “provas e exemplos de uma condição mais antiga de cultura que evoluiu em uma mais recente”. Lewis Morgan (1818- (1818-1881) Estados Unidos
Morgan apresentou a tese evolucionista na introdução
de seu livro Ancient Society (1877).
Para ele, é incontestável que parte da família humana
viveu em estado de selvageria, outras em estado de barbárie e outras, ainda, em estado de civilização, sendo também inegável que essas três condições distintas estavam ligadas umas às outras por uma sequência do progresso natural (ver quadro a seguir). • Quando organizadas e comparadas tendem a mostrar a origem única da humanidade, a semelhança de desejos humanos em um mesmo estágio de avanço e a uniformidade das operações da mente humana em condições similares de sociedade.
• Lewis Morgan debruçou-se sobre o parentesco na
tentativa de compreender os estágios de evolução cultural do homem. Morgan percebia que o parentesco é um elemento universal, estando presente em todas as culturas, porém, de formas diversas. James Frazer (1854-1941)
• Frazer pesquisou a noção de “magia” entre os nativos
com um determinado objetivo de pesquisa, que foi Perceber que a magia faz parte de uma etapa do desenvolvimento humano que é superada pela religião e, por fim, pela ciência.
• "O ramo de ouro" é uma obra onde o autor faz um
estudo comparativo dos mitos e do folclore de várias sociedades, e levanta a tese de que o pensamento humano evoluiu de um estágio mágico para outro religioso, e daí para um nível científico. Unidade psíquica da espécie humana • A grande questão que tomava conta do debate antropológico e sobre os quais os antropólogos buscavam respostas era: Como pode haver uma grande diversidade cultural entre os povos se há uma origem comum?
• A solução a esta questão é a existência de uma
evolução, isto é, haveria um caminho a ser trilhado por todas as sociedades, numa trajetória vista como obrigatória, unilinear e ascendente, partindo do estágio “selvagem”, passando pela barbárie até chegar à civilização.
• A partir desse pressuposto, os antropólogos deveriam
estudar os povos antigos ou a cultura primitiva para traçar essa trajetória. Postulados básicos da teoria evolucionista da cultura
• Sucessão unilinear: Existência de um fio singular
ou evolução unilinear através de toda a história cultural; mesmo havendo, em determinado momento, degeneração, a tendência geral era sempre ascendente.
• Significa que diferentes grupos humanos partiram,
em tempos remotos, de uma condição geral de carência de cultura e, devido à unidade da mente humana e à consequente resposta similar a estímulos externos e internos, evoluíram em todas as partes aproximadamente do mesmo modo, parecidos. • A história cultural encontra, portanto, “raízes em uma unidade psíquica pela qual todos os grupos humanos teriam supostamente o mesmo potencial de desenvolvimento evolucionário, embora alguns estivessem mais adiantados do que outros devido ao clima, ao solo e outros fatores”.
• Método comparativo.
• Sobrevivência: vestígios através dos quais se poderia,
num trabalho semelhante ao de um detetive, reconstituir o curso da evolução cultural humana. Aspectos negativos e positivos
• Aspectos negativos:
Não consideração do fator tempo e espaço.
Emprego indiscriminado do método
comparativo/falta de rigor teórico.
Conceito de sobrevivência, que teria retardado o
trabalho de campo. • Aspectos positivos
Contribuições teóricas como: análise da realidade
social e conhecimento de diferentes sociedades, para o entendimento geral da humanidade.
Primeiros a empregar o conceito de cultura e a livrar
este conceito de sua primitiva confusão com o de raça.
Enriqueceram o vocabulário com a introdução de
termos como: exogamia e endogamia, magia simpática, totemismo, clã, tribo, e tantos outros.