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Estudos de Conflitos Ambientais: Impactos
Ambientais e de Vizinhança
Estudos de Conflitos Ambientais: Impactos Ambientais e de
Vizinhança
Autoria: Profa. Dra. Ana Beatriz Perriello Leme
Como citar este documento: LEME, Ana Beatriz Perriello. Estudos de Conflitos Ambientais: Impactos Am-
bientais e de Vizinhança. Valinhos: 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Conceitos, Origens e Difusão da Avaliação de Impacto Ambiental 05
Assista a suas aulas 22
Unidade 2: Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos 29
Assista a suas aulas 47
Unidade 3: Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental 55
Assista a suas aulas 70
Unidade 4: Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais 77
Assista a suas aulas 92
2/184
Estudos de Conflitos Ambientais: Impactos Ambientais e de
Vizinhança
Autoria: Profa. Dra. Ana Beatriz Perriello Leme
Como citar este documento: LEME, Ana Beatriz Perriello. Estudos de Conflitos Ambientais: Impactos Am-
bientais e de Vizinhança. Valinhos: 2016.
Sumário
Unidade 5: A Execução, os Indicadores e o Monitoramento no Processo de Avaliação de Impacto
99
Ambiental
Assista a suas aulas 113
Unidade 6: Comunicação dos Resultados e Participação Pública no EIA/RIMA 121
Assista a suas aulas 137
Unidade 7: O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica
144
e suas Implicâncias
Assista a suas aulas 158
Unidade 8: O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade 165
Assista a suas aulas 177
3
3/184
Apresentação da Disciplina
Objetivos
5/184
1. Introdução
18/184
Considerações Finais
19/184
Referências
______. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA
no 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação
de impacto ambiental. Diário oficial de União, 17 fev. 1986. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23>. Acesso em: 5 set. 2016.
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Manual para elaboração de estudos
para licenciamento com avaliação de impacto ambiental. p. 1-13, maio 2014.
Aula 1 - Tema: Conceitos, Origens e Difusão da Aula 1 - Tema: Conceitos, Origens e Difusão da
Avaliação de Impacto Ambiental. Bloco I Avaliação de Impacto Ambiental. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
e33583dfdd09c0963c793aff3692fefd>. 1d/46cc89117a225764148b3c85591a289d>.
22/184
Questão 1
1. A AIA é uma poderosa ferramenta para __________ e __________ os
efeitos negativos da implementação de um empreendimento.
a) Remediar e resolver.
b) Prevenir e antecipar.
c) Fiscalizar e punir.
d) Antecipar e restaurar.
e) Reabilitar e revitalizar.
23/184
Questão 2
2. O termo Avaliação de Impacto Ambiental surgiu de outro termo que o
antecedia. AIA foi precedido por qual dos seguintes termos?
a) Poluição, pois quando há um impacto ambiental ele está vinculado diretamente a um episó-
dio de poluição.
b) Degradação ambiental, pois sempre um impacto ambiental gera uma degradação ambien-
tal.
c) Sustentabilidade, pois somente após entender o que seria sustentável pode-se determinar a
dimensão do que seria impacto ambiental.
d) Poluição, pois a AIA não explicava a complexidade dos problemas ambientais.
e) Sustentabilidade, pois tudo que é sustentável não gera impacto ambiental.
24/184
Questão 3
3. A degradação ambiental advém de fontes:
a) Antrópicas.
b) Ambientais.
c) Ambientais e antrópicas.
d) Difusas.
e) Pontuais.
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Questão 4
4. A AIA é usada para apoiar a tomada de decisão sobre a __________ de
um projeto, fornecendo as informações sobre as prováveis consequências
da instalação deste projeto.
a) Autorização.
b) Sustentabilidade.
c) Recuperação.
d) Viabilidade econômica.
e) Degradação ambiental.
26/184
Questão 5
5. O primeiro grande evento mundial, organizado pela ONU, sobre ques-
tões ambientais foi:
27/184
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: A.
Objetivos
30/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
nimo de componentes que definem como serão executadas certas tarefas obrigatórias. Assim,
não se trata do processo americano, europeu ou brasileiro, mas de um processo universal, essen-
cialmente muito semelhante.
Atualmente, a AIA é um instrumento da política pública ambiental que pode ser utilizado nos
mais diversos setores, entre eles: nas grandes obras e projetos de engenharia, em planos, pro-
gramas e políticas públicas e, também, nos impactos de produção, consumo e descarte de bens
e serviços. Porém, a AIA sozinha não é a solução para todas as deficiências de planejamento e/ou
brechas legais que permitem, consentem e facilitam a degradação ambiental.
31/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
e não apenas apontar os impactos de cada
Link projeto e julgar se estes são aceitáveis ou
não. Vale ressaltar que, após a aprovação de
Conheça o Sistema Nacional de Unidades de Con- um projeto, certos compromissos assumi-
servação da Natureza. Disponível em: <http:// dos pelos empreendedores e delineados no
www.mma.gov.br/estruturas/240/_publica- Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deverão
cao/240_publicacao05072011052536.pdf>. ser cumpridos no programa de gestão am-
Acesso em: 9 abr. 2017. biental.
Assim, para que um processo de avaliação Desta forma, as implicações que uma ava-
de impacto ambiental seja bem sucedido, é liação de impacto ambiental tem sobre um
essencial que as pessoas envolvidas na sua projeto ajudam na melhoria, na concepção,
produção e elaboração compreendam as no planejamento e na decisão dos projetos,
implicações que a AIA terá sobre um proje- além de serem usadas como um instrumen-
to e, além disso, estejam dispostas a traba- to de negociação social e de gestão ambien-
lhar de modo interdisciplinar no intuito de tal do futuro empreendimento. Podemos ci-
incentivar os proponentes a conceberem os tar como implicações os seguintes itens: 1)
projetos ambientalmente menos agressivos Retirada de projetos inviáveis; 2) Legitima-
e formular alternativas de menor impacto, ção de projetos viáveis; 3) Seleção de me-
32/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
lhores alternativas quanto à localização; 4)
Reformulação de planos e projetos; 5) Re-
definição de objetivos e responsabilidades
dos proponentes (ORTOLANO; SHEPHERD,
1995, p.26).
De maneira geral, o estudo de impacto am-
biental (EIA) está dividido em três etapas
principais: 1) A etapa inicial; 2) A etapa de
análise detalhada e 3) A etapa pós-aprova-
ção, no caso da decisão ter sido favorável à
implantação do projeto. Dentro de cada uma
das três etapas de um EIA (inicial, detalhada
e pós-operação), alguns componentes bá-
sicos devem ser apresentados, que corres-
pondem às tarefas a serem realizadas e que
formarão, ao final, a avaliação de impacto
ambiental. Esses componentes estão orga-
nizados e apresentados na Tabela 1.
33/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
Tabela 1. Etapas de um estudo de impacto ambiental e principais componentes realizados em cada etapa
Assim, neste módulo abordaremos as etapas iniciais e nos módulos seguintes a etapa de análise
detalhada e a etapa de pós-aprovação. Sendo que as etapas iniciais têm a função de determinar
se será necessário avaliar detalhadamente os impactos ambientais do empreendimento e, em
caso positivo, definir o alcance e a profundidade dos estudos necessários. Como em qualquer
processo, a próxima etapa dependerá da anterior, assim, para que o EIA seja cumprido satisfato-
34/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
riamente, todas essas etapas serão impor- informando todos os dados do empreende-
tantes e devem ser apresentadas dentro de dor, da empresa e do projeto. Dados como a
algumas normas específicas. localização e as características técnicas do
projeto não podem ser negligenciados nessa
etapa, e a descrição poderá também incluir
Link informações sobre o consumo de recursos
Leia mais sobre Área de Proteção Ambiental. Dis- naturais ou sobre a modificação de recursos
ponível em: <http://uc.socioambiental.org/ ambientais ou culturais significativos.
uso-sustent%C3%A1vel/%C3%A1rea-de-
Muitas iniciativas têm baixo potencial de
-prote%C3%A7%C3%A3o-ambiental>. Aces-
causar impactos ambientais relevantes, en-
so em 9 abr. 2017.
quanto outras serão capazes de causar pro-
Apresentação da proposta: Qualquer em- fundas e duradouras modificações. A avalia-
presa, seja pública e/ou privada, ou qual- ção prévia dos impactos somente será reali-
quer outra organização, poderá apresentar zada para as iniciativas que tenham poten-
uma proposta de implementação de uma cial de impacto significativo. As informações
nova operação, que deverá ser apresentada fornecidas nesse momento serão utilizadas
para sua análise e aprovação. Assim, deve- para a triagem e devem ser suficientes para
-se descrever a iniciativa em linhas gerais, embasar a tomada de decisões nessa etapa.
35/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
Para saber mais
Licenciamento Ambiental. As atividades no Brasil que utilizam recursos ambientais ou que possam de-
gradar a qualidade ambiental devem obter previamente uma autorização governamental, sem a qual não
podem nem ser construídas. Tal autorização é conhecida como licença ambiental e são exigidas a qual-
quer empreendimento. Em alguns casos, quando houver o potencial de ocorrência de impactos ambien-
tais significativos, a autoridade governamental exigirá a apresentação de um estudo de impacto ambien-
tal, assim, não serão todos os tipos de empreendimentos que terão que passar por um EIA detalhado. O
processo de licenciamento ambiental é realizado em três fases: 1) Fase de planejamento - Licença Prévia
(LP); 2) Fase de implantação – Licença de Instalação (LI) e 3) Fase de operação - Licença de Operação (LO)
(Resoluções Conama 237/97).
Triagem: Nesta etapa, são avaliados todos os possíveis tipos de impacto ambiental que o projeto
proposto poderá causar e são classificados os impactos com baixo potencial e os com alto po-
tencial (impactos ambientais significativos) de causarem alterações ambientais. Trata-se então
de selecionar entre todas as ações humanas as que serão impactantes e as que serão irrelevan-
tes. Assim, nesta etapa, avalia-se se o empreendimento necessitará de um estudo de impacto
ambiental (EIA) para obter sua licença, ou se não será necessário este estudo. Todo projeto que
36/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
cause um ou mais impactos significativos controle. Os critérios básicos de enqua-
deverá passar por um EIA. dramento podem ser: listas positivas, listas
Porém, existem impactos que são difíceis de negativas, critérios de cortes, localização
serem mensurados como relevantes ou não, do empreendimento, recursos ambientais
ou então ficam em um campo intermediá- ambientalmente afetados. Por exemplo, um
rio no qual não são claras as consequências projeto de irrigação que demandará grande
que podem advir de determinada ação, ca- quantidade de água, se o local tem gran-
sos em que um estudo simplificado é neces- de disponibilidade de água, tal projeto não
sário para enquadrá-los em uma das cate- afetará tanto o ambiente, porém, se essa re-
gorias. gião tiver baixa disponibilidade hídrica, isso
será um impacto ambiental significativo.
Desta forma, a triagem resulta em um en-
quadramento do projeto, usualmente em
uma das três categorias: A) São necessários
estudos aprofundados; B) Não são neces-
sários estudos aprofundados; ou C) Existe
dúvida sobre o potencial de causar impac-
tos significativos ou sobre as medidas de
37/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
Para saber mais
No Brasil, a triagem é feita por meio de quatro relatórios, são eles: 1) Relatório Ambiental Simplificado
(RAS) ou Estudo Ambiental Simplificado (EAS) - Aplicável aos projetos considerados de impacto ambien-
tal muito pequeno e não significativo, mas que pode servir de base para a exigência de um RAP, se o órgão
ambiental considerar necessário estudos ambientais mais aprofundados. 2) Relatório Ambiental Prelimi-
nar (RAP) - Sua análise poderá levar a três caminhos: indeferimento do pedido de licença, exigência de
apresentação de EIA e Rima, ou dispensa de apresentação de EIA e Rima; 3) Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) - Avalia sistematicamente as consequências consideradas efetiva ou potencialmente causadoras
de significativa degradação do meio ambiente bem como propõe medidas mitigadoras ou compensató-
rias com vistas a sua implantação e 4) Relatório de Controle Ambiental (RCA) – Acompanha e monitora o
empreendimento, atestando o cumprimento das exigências constantes da Licença Prévia e da Licença de
Instalação (Resoluções SMA 42/1994, 54/2004, 49/2014).
40/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
Glossário
Baixo potencial impactante: é quando os impactos ambientais encontrados em um projeto
são irrelevantes ou têm medidas amplamente conhecidas de controle dos impactos. Se regras
gerais bastam para controlar satisfatoriamente os impactos de uma atividade, então AIA pouco
ou nada terá para contribuir para essa decisão.
Abrangência: entende-se por alternativas tecnológicas e de localização de um projeto no le-
vantamento de diagnóstico ambiental.
Alcance: entende-se pelo nível de detalhamento de cada levantamento e as correspondentes
análises, podendo também ser encontrado o termo profundidade.
41/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
?
Questão
para
reflexão
42/184
Considerações Finais (1/2)
43/184
Considerações Finais (2/2)
• Entre os componentes das etapas iniciais temos: 1) Apresentação da
proposta – descreve em linhas gerais a proposta inicial; 2) Triagem
– avaliação de todos os possíveis impactos gerados pelo empreendi-
mento e verificação de impactos significativos e 3) Determinação do
escopo do EIA - definição prévia dos objetivos do estudo, sua abran-
gência e seu alcance.
44/184
Referências
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONA-
MA no 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a aval-
iação de impacto ambiental. Diário oficial de União – 17 fev. 1986. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23>. Acesso em: 5 set. 2016.
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Manual para elaboração de estudos
para licenciamento com avaliação de impacto ambiental. p. 14-16, maio 2014.
CHRISTENSEN, P.; KORNOV, L.; NIELSEN, E. H. EIA as Regulation: Does it Work? Journal of Envi-
ronment Planning and Management, v. 48, n. 3, p.393-412, maio 2005.
ORTOLANO, L; SHEPHERD, A. Environmental impact assessmet: challenges and opportunities.
Impact Assessment, v. 13, n. 1, p.3-30, 1995.
SÁNCHEZ, C. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de Tex-
tos, 2. ed., p.102-179, 2013.
SÃO PAULO. Secretária do Meio Ambiente, Sistema Ambiental Paulista - Consema. Resolução
SMA no 42, de 29 de dezembro de 1994. Dispõe sobre a tramitação de estudos de impacto am-
biental. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/1994_Res_
SMA_42.pdf>. Acesso em: 8 set. 2016.
45/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
______. Secretária do Meio Ambiente, Sistema Ambiental Paulista - Consema. Resolução SMA no
54, de 30 de novembro de 2004. Dispõe sobre os procedimentos para licenciamento ambiental.
Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/2004_Res_SMA_54.
pdf>. Acesso em: 8 set. 2016.
______. Secretária do Meio Ambiente, Sistema Ambiental Paulista - Consema. Resolução SMA no
49, de 28 de maio de 2014. Dispõe sobre os procedimentos para licenciamento ambiental com
avaliação de impacto ambiental. Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/legislacao/res-
olucoes-sma/resolucao-sma-49-2014/>. Acesso em: 8 set. 2016.
46/184 Unidade 2 • Os Processos: Avaliação, Identificação e Previsão de Impacto Ambiental e seus Objetivos
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: Os Processos: Avaliação, Iden- Aula 2 - Tema: Os Processos: Avaliação, Iden-
tificação e Previsão de Impactos Ambientais e tificação e Previsão de Impactos Ambientais e
deus Objetivos. Bloco I deus Objetivos. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
f6e56fec309bdb8acea81b5184c5f00e>. 1d/534cc7209cefb3d33d99b148404036d2>.
47/184
Questão 1
1. A avaliação de impacto ambiental é organizada na forma de um/uma:
a) Impacto ambiental;
b) Equação probabilística;
c) Esquema matemático;
d) Processo;
e) Recuperação de área degrada.
48/184
Questão 2
2. O objetivo principal de uma AIA é:
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Questão 3
3. As pessoas envolvidas na produção e elaboração da AIA devem:
50/184
Questão 4
4. O estudo de impacto ambiental (EIA) está dividido em três etapas princi-
pais, organizadas sequencialmente. São elas:
51/184
Questão 5
5. É na etapa de ___________ que se determina a necessidade de elabora-
ção de um EIA.
a) Apresentação de proposta;
b) Triagem;
c) Determinação de escopo;
d) Consulta pública;
e) Análise técnica.
52/184
Gabarito
1. Resposta: D. 3. Resposta: A.
53/184
Gabarito
5. Resposta: B.
54/184
Unidade 3
Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental
Objetivos
55/184
1. Introdução
Como já descrito, a AIA é organizada na for- deve estar imaginando que trata-se de um
ma de um processo de avaliação de impac- dos módulos mais importantes da disciplina
to ambiental. Sendo assim, contém diversas - e de fato você está certo. Porém, todos os
etapas. No tema 2, começamos essa abor- demais módulos também são importantes,
dagem definindo quais seriam as etapas ini- pois, como a AIA é um processo, para que
ciais do processo, entre elas a apresentação ela seja executada com precisão e respon-
da proposta, a triagem e a determinação do sabilidade, ela necessitará de um bom de-
escopo. senvolvimento em todas as suas etapas.
Desta forma, neste módulo iremos estudar O EIA, por ser o documento principal, nor-
um dos itens que compõem a análise deta- malmente consome mais tempo e recur-
lhada, que é a elaboração de um estudo de sos e estabelece as bases para a análise da
impacto ambiental, e nos módulos seguin- viabilidade ambiental do empreendimento.
tes veremos os outros processos que se en- A equipe envolvida em sua preparação de-
quadram na análise detalhada e também verá ser composta de modo interdisciplinar,
nas etapas pós-aprovação. visando determinar a extensão e a intensi-
Sendo o enfoque deste módulo a elabora- dade dos impactos ambientais que poderá
ção de um estudo de impacto ambiental, e causar e, se necessário, propor modifica-
este, a atividade central de uma AIA, você ções no projeto, de forma a reduzir ou, se
56/184 Unidade 3 • Etapas do Planejamento e da Elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental
possível, eliminar os impactos negativos. Como os relatórios que descrevem os resultados des-
ses estudos costumam ser bastante técnicos, é usual preparar um resumo escrito em linguagem
simplificada e destinado a comunicar as principais características do empreendimento e seus
impactos a todos os interessados, o que é previsto por lei e denominado Rima.
Um estudo de impacto ambiental pode ser dividido em três fases principais, sendo elas: (1) Pla-
nejamento do estudo; (2) Identificação, previsão e classificação de impactos e (3) Diagnóstico
dos impactos encontrados e estudo base. Ao final, este estudo auxiliará na tomada de decisão a
respeito da viabilidade da obra, verificará a necessidade de medidas mitigadoras e/ou compen-
66/184
Considerações Finais (2/2)
• Na elaboração do EIA poderão ser aceitos alguns impactos, desde que haja
alguma medida para reduzi-los (medidas mitigadoras) ou compensá-los
(medidas compensatórias);
• Nesta etapa, também são fornecidas informações necessárias para a defini-
ção de programas de gestão ambiental.
67/184
Referências
______. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA
no 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação
de impacto ambiental. Diário oficial de União, 17 fev. 1986. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23>. Acesso em: 5 set. 2016.
______. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA
no 6, de 16 de setembro de 1987. Dispõe sobre o licenciamento ambiental em obras do setor de
geração de energia elétrica. Diário oficial de União, 22 out. 1987. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=57>. Acesso em: 23 set. 2016.
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Manual para elaboração de estudos
para licenciamento com avaliação de impacto ambiental. maio 2014.
SÁNCHEZ, C. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de Tex-
tos, 2. ed., p.181-288, 2013.
SÃO PAULO. Secretária do Meio Ambiente, Sistema Ambiental Paulista - Consema. Resolução
SMA no 42, de 29 de dezembro de 1994. Dispõe sobre a tramitação de estudos de impacto am-
biental. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/1994_Res_
SMA_42.pdf>. Acesso em: 8 set. 2016.
70/184
Questão 1
1. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna em:
71/184
Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta o principal objetivo do EIA.
72/184
Questão 3
3. Um EIA pode ser dividido em três fases principais. Assinale a alternativa que
apresenta a primeira delas.
a) Planejamento do estudo.
b) Classificação dos impactos.
c) Diagnóstico dos impactos.
d) Identificação de impactos.
e) Previsão de impactos.
73/184
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Alguns impactos significativos poderão ser
aceitos, desde que:
74/184
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta com relação ao que deve ser o EIA.
75/184
Gabarito
1. Resposta: C. das mitigadoras) e/ou compensados (medi-
das compensatórias).
O estudo de impacto ambiental é a principal
atividade para uma avaliação de impactos 5. Resposta: E.
ambientais.
O EIA deve ser uma descrição técnica e críti-
2. Resposta: B. ca do local e da vizinhança.
3. Resposta: A.
4. Resposta: B.
Alguns impactos significativos poderão ser
aceitos, desde que sejam reduzidos (medi-
76/184
Unidade 4
Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
Objetivos
77/184
1. Introdução
78/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
to, analisa-se devidamente seus impactos e municação dos resultados. Além das con-
propõe-se medidas mitigadoras capazes de sultas aos termos de referência, o órgão
atenuar suficientemente os impactos signi- fiscalizador poderá, também, fazer visitas a
ficativos e negativos. Os analistas preocu- empreendimentos semelhantes e ao local
pam-se mais com os aspectos técnicos dos de construção do empreendimento.
estudos, como o grau de detalhamento do
diagnóstico ambiental, os métodos utiliza-
dos para a previsão da magnitude dos im-
Link
Assuntos relacionados a mudança do clima, de-
pactos e a adequação das medidas mitiga-
sastres e conflitos, manejo de ecossistemas e
doras propostas.
governança ambiental são discutidos no site de
Para a análise, o corpo técnico compara os UNEP. Disponível em: <http://web.unep.org/
termos de referência com o que foi apre- pnuma-no-brasil>. Acesso em: 9 abr. 2017.
sentado dentro do estudo. Os termos de
referência podem ser divididos em quatro Um EIA torna-se quase que sem utilidade
partes: (1) Descrição do projeto; (2) Identi- quando é somente descritivo e pouco ana-
ficação e avaliação de impactos-chave; (3) lítico e quando defende apenas os pontos/
Considerações de alternativas e medidas impactos positivos do empreendimento.
mitigadoras ou compensatórias e (4) Co- Desta forma, o corpo técnico poderá elen-
79/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
car algumas falhas que podem ter ocorrido Um estudo de impacto ambiental consi-
no momento do estudo, entre elas: perce- derado satisfatório deverá apresentar um
ber que alternativas foram negligenciadas, equilíbrio entre diagnóstico, prognóstico e
medidas mitigadoras apresentadas são ge- projetos factíveis, uma atenuação dos im-
néricas, planos de monitoramento são su- pactos adversos e uma valorização dos im-
perficiais, houve carência de procedimentos pactos benéficos, além de ter as qualidades
técnicos para prever impactos, os impactos de um bom relatório técnico, e ele deverá
não permitem uma avaliação conclusiva, se adequar às expectativas do órgão fiscali-
não teve a valorização das pessoas (popula- zador. Muitas pessoas e/ou órgãos poderão
ções foram consideradas como facilmente participar do processo de análise, porém no
deslocáveis), falta de menção a alternativas
Brasil a decisão final sobre a viabilidade ou
locacionais, previsões subestimadas, im-
não de um projeto ficará a critério de um
precisão na área atingida e na área de in-
colegiado, que terá como base principal o
fluência, entre outras. Parte dos problemas
parecer técnico elaborado com as conside-
que podem ser observados nos EIA vem de
falhas no próprio estudo, porém estas fa- rações públicas e técnicas.
lhas também podem advir de outras partes Após a análise técnica e a aprovação do li-
do processo, como dos projetos mal elabo- cenciamento ambiental de um empreendi-
rados e de uma triagem ineficiente. mento, começamos a nos preocupar com a
80/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
etapa pós-aprovação de um projeto. Essa critos no EIA, o que é grave em termos de
etapa é a maior em termos de tempo dentro impactos ambientais, pois os impactos pre-
de uma AIA e deverá durar por toda a vida vistos terão chance de serem diferentes dos
útil do empreendimento e, até mesmo, após impactos reais, causando uma dificuldade
o seu fechamento. Para isso, são implemen- para a correta implantação de medidas mi-
tados processos de acompanhamento e os tigadoras.
planos de gestão ambiental e desativação. O processo de acompanhamento inclui fis-
Etapa de acompanhamento: Após a apro- calização, supervisão e/ou auditoria. Por
vação de um projeto, devemos verificar se isso, muitas vezes é chamado de processo de
ele está sendo executado de acordo com o auditoria ambiental e é dividido em três par-
proposto. Assim, a aprovação de um EIA não tes principais: (1) Monitoramento, podendo
significa que a AIA está encerrada. Desta se fazer uso dos indicadores ambientais, (2)
forma, durante o acompanhamento serão Supervisão e (3) Análise da documentação,
avaliados os compromissos assumidos, com que deverá ser arquivada e conter todas as
o objetivo de garantir a proteção ambiental. informações sobre os indicadores ambien-
Esta etapa é necessária, pois foi percebido tais monitorados.
que os projetos que são de fato implemen-
tados são muito diferentes daqueles des-
81/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
validar as provas documentais e produzir e
Para saber mais divulgar um parecer técnico. Durante o pro-
cesso de auditoria ambiental o mais comum
Auditoria ambiental. Para o acompanhamento
é ter comissões mistas, formadas pelos fun-
utilizam-se ferramentas de gestão ambiental,
cionários da empresa e também por funcio-
monitoramento e auditoria. O processo de audi-
nários do órgão licenciador. Para ajudar no
toria ambiental é previsto pela ISO 19.011/2002,
processo de acompanhamento, podem ser
que dispõe das diretrizes para auditorias de siste-
utilizadas ferramentas de gestão e monito-
ma de gestão da qualidade e/ou ambiental.
ramento ambiental.
A responsabilidade pelo processo de acom-
panhamento é partilhada entre o empreen-
dedor e o órgão governamental fiscaliza- Link
dor. São funções do empreendedor: cum- Confira os conceitos, histórico, classificação e
prir as leis, observar as condições da licença objetivos da auditoria. Disponível em: <http://
ambiental, implantar os planos de ação e www.habitare.org.br/pdf/publicacoes/ar-
guardar todas as provas documentais. São quivos/24.pdf>. Acesso em: 9 abr. 2017.
funções do agente do governo: fiscalizar as
exigências, impor sanções se necessário,
82/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
Monitoramento e gestão ambiental: aplicáveis e, por conseguinte, alertar para a
Além das auditorias ambientais, durante necessidade de ajustes e correções. Porém,
toda a implantação, operação e desativa- ele pode servir também para contribuir com
ção do empreendimento, este deverá ser o desenvolvimento sustentável, vindo a ser
acompanhado de medidas visando reduzir, o diferencial entre um projeto tradicional
eliminar ou compensar os impactos nega- e um projeto inovador. Este plano pode ser
tivos e potencializar os positivos, conhe- composto por: plano de monitoramento,
cidos como planos de monitoramento e medidas mitigadoras, medidas compensa-
gestão ambiental. Assim, gestão ambien- tórias ou de recuperação, medidas de valo-
tal pode ser definida como um conjunto de rização de impactos benéficos, e utiliza in-
medidas técnicas e gerenciais que visam dicadores ambientais. A AIA prevê o uso da
que o empreendimento esteja em confor- gestão após a aprovação do projeto como
midade com a legislação, minimizando os uma etapa de acompanhamento.
riscos ambientais. Pode ser que em algum momento do mate-
O plano de gestão ambiental deverá permi- rial você se pergunte se as medidas mitiga-
tir confirmar ou não as previsões feitas no doras propostas no EIA de fato funcionam.
estudo de impacto ambiental, verificar se E a resposta é: só poderemos saber se elas
o empreendimento atende aos requisitos foram eficientes, se houver um monitora-
83/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
mento após a implantação da operação, pois, sem um monitoramento e uma avaliação, é im-
possível saber se elas darão certo, uma vez que são os erros e acertos observados nessa etapa
que tornam as medidas mais ou menos eficazes. Assim, para monitorarmos e gerirmos ade-
quadamente o empreendimento, são usadas boas práticas de gestão ambiental, conhecidas
como benchmarking, ou balizamento, e também podemos utilizar o ISO 14.000 para nos ajudar
no processo.
Alguns impactos podem ser previstos, mas sua ocorrência de fato é incerta, dessa forma, no
EIA são inclusas algumas medidas voltadas a esses impactos. Utilizam-se duas estratégias de
gerenciamento principais: 1) O plano de gerenciamento de risco e/ou 2) Plano de atendimento
a emergências (ISO 14.001). Nesta etapa, não é necessário um grande detalhamento, mas este
deve ser suficiente para a prevenção dos riscos possíveis.
84/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
eficiência das medidas mitigadoras propos-
Link tas e compensando de maneira mais ade-
quada todos os danos ambientais.
Confira o Sistema de Gestão Ambiental conforme
ABNT NBR ISSO 14001. Disponível em: <http:// Mas como poderíamos aplicar as medi-
www.abnt.org.br/certificacao/tipos/siste- das compensatórias? Como compensar um
mas#faqnoanchor>. Acesso em: 9 abr. 2017. dano ambiental? A compensação deve ser
aplicada no intuito de compensar os danos
causados naquela área. Assim, por exemplo,
Quando houver uma emergência, seja ela
se houver a perda de alguns hectares de flo-
de qualquer natureza, em uma operação, a
resta, poderíamos compensá-los pela con-
capacitação humana será o diferencial. Por
servação, recuperação ou geração de uma
isso, em todas as empresas há exigências
área equivalente ou maior, em outra região
da presença de trabalhadores brigadistas,
próxima, com equivalência de habitat. Ou
que passam por treinamentos, para evita-
seja, a área a ser compensada tem que ser
rem e auxiliarem em um momento de risco,
proporcional à área degradada.
sempre com o intuito de envolver toda a co-
munidade, evitando assim a ocorrência de Apesar de parecer simples, as medidas
alguns impactos ou também aumentando a compensatórias adotadas começam a ficar
complicadas quando envolvem manejo de
85/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
pessoas, pois uma indenização monetária fechamento do empreendimento. E deve
é a medida mais adotada, mas nem sem- apresentar em cada uma dessas etapas os
pre é a mais justa e necessária à população. parâmetros a serem monitorados, a local-
Muitas vezes uma medida compensatória ização das estações de coleta, a periodici-
é proposta, como a geração de empregos, dade de amostragem, a forma de coleta e
porém os empregos gerados requerem uma análise das amostras. Sempre monitoran-
formação específica que não abrange as do indicadores físicos, biológicos, sociais e
pessoas da comunidade diretamente afe- econômicos da região.
tada. Assim, deveríamos propor planos de Ainda que bem estruturado, o plano de
capacitação de pessoal local, o que con- gestão ambiental pode não ter o sucesso
tribuiria positivamente no desenvolvimen- esperado. Isso ocorre pela dificuldade da sua
to sustentável da região. correta aplicação, que tem que ser bem con-
De modo geral, o plano de monitoramento duzida e não pode depender apenas de pes-
se dá em três fases principais: 1) Pré-op- soas, e sim de toda a instituição. Assim, este
eracional, que é durante o estudo base; 2) plano deve ser incluso nas atividades da em-
Operacional, que é depois da conclusão do presa e, se possível, serem institucionaliza-
EIA, costuma ser a maior parte, e 3) Pós-op- dos para resistirem à troca de pessoal. Todas
eracional, que seria na desativação e/ou as pessoas envolvidas em um programa de
86/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
gestão ambiental devem ter um bom conhe-
cimento do histórico de planejamento ambi-
ental e do plano de gestão atual.
O plano de gestão ambiental é apresentado
em um capítulo específico no EIA. Neste es-
tudo, deverão ser apontadas ao menos uma
medida de gestão para cada impacto signif-
icativo, e o grande desafio percebido é ga-
rantir recursos financeiros e humanos para
aplicar, com sucesso, as medidas mitigado-
ras resultantes do processo de avaliação.
87/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
Glossário
Termos de referência: são extensas listas de verificação, com critérios de pontuação, utilizadas
pelos órgãos licenciadores para avaliar a qualidade de um EIA.
Medidas mitigadoras: são medidas que viabilizam condições alternativas para prevenir, corri-
gir, compensar e potencializar os impactos ambientais positivos, reduzindo o risco de impactos
ambientais negativos.
Medidas compensatórias: São medidas utilizadas quando é impossível mitigar o impacto (re-
duzir o impacto). Dessa forma, são aplicadas no intuito de compensar os danos causados na
área, podendo ser feitas na região impactada ou fora dela.
88/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
?
Questão
para
reflexão
90/184
Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 19.011, Diretrizes para auditorias de
sistemas de gestão da qualidade e/ou ambiental, nov. 2002. Disponível em: <https://qualidade-
online.files.wordpress.com/2009/12/iso19011.pdf>. Acesso em: 4 out. 2016.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 14.000, Sistema de gestão ambiental,
1996. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/certificacao/tipos/sistemas#faqnoanchor>. Aces-
so em: 4 out. 2016.
SÁNCHEZ, C. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de Tex-
tos, 2. ed., p.379-531, 2013.
91/184 Unidade 4 • Plano de Gestão Ambiental e a Análise Técnica dos Estudos Ambientais
Assista a suas aulas
Aula 4 - Tema: O Plano de Gestão Ambiental e Aula 4 - Tema: O Plano de Gestão Ambiental e
Análise Técnica dos Estudos Ambientais. Bloco I Análise Técnica dos Estudos Ambientais. Bloco
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ II
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
1d/3bec9ee8213a1e95bf2ae77ead578c81>. pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
b262b3744882c1a1c33c939f797afbdd>.
92/184
Questão 1
1. Assinale a alternativa que indica em qual das etapas de uma AIA ocorre a
análise técnica do EIA.
93/184
Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta quem é o principal avaliador da
qualidade de um EIA no Brasil.
94/184
Questão 3
3. Assinale a alternativa que apresenta de quem é a responsabilidade pelo
acompanhamento do empreendimento.
95/184
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. O monitoramento e a gestão ambiental
permitem, principalmente:
96/184
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Quando prevemos um impacto, mas não
temos certeza da sua ocorrência, quais estratégias gerenciais podem ser
adotadas?
97/184
Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: C.
Objetivos
99/184
1. Introdução
Mas a utilização dos indicadores vai além do EIA, uma vez que eles também podem ser monito-
rados e utilizados na etapa de gestão ambiental, como vimos no tema 4 deste material.
Você já foi ao mercado, gastou sua verba da semana, fez o seu pla-
nejamento e está monitorando adequadamente os itens de sua
dispensa. Porém, é feriado e um grande amigo seu, que há tem-
pos não aparece, decide lhe fazer uma cordial visita para que você
conheça sua nova amiga. E agora reflita: Você se preveniu para
gerenciar esse risco? Você conhece algum mercado aberto no fe-
riado? Você tem alguma verba que possa gastar? Bom, você não
quer que a primeira impressão da amiga do seu amigo seja ruim.
Quais as perguntas “o que aconteceria se...” você poderia formular
para estar prevenido e organizado contra riscos como este?
109/184
Considerações Finais (1/2)
110/184
Considerações Finais (2/2)
111/184
Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 31.000, Gestão de risco – Princípios
e diretrizes, 2009. Disponível em: <http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=57190>.
Acesso em: 10 out. 2016.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONA-
MA no 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a ava-
liação de impacto ambiental. Diário oficial de União, 17 fev. 1986. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23>. Acesso em: 5 set. 2016.
SÁNCHEZ, C. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de Tex-
tos, 2. ed., p.289-378, 2013.
Aula 5 - Tema: A Execução, Indicadores e Moni- Aula 5 - Tema: A Execução, Indicadores e Moni-
toramento no Processo de Avaliação de Impac- toramento no Processo de Avaliação de Impacto
to Ambiental. Bloco I Ambiental. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
f17ec11566c5923b4e4b6bd44797fd5f>. 1d/975c94c3e4d718e3d3a93ddc1c2f3c9f>.
113/184
Questão 1
1. Assinale a alternativa que apresenta o que é um indicador ambiental.
114/184
Questão 2
2. Assinale a alternativa que identifica qual dos métodos de previsão de
impacto descritos a seguir é o menos transparente, reprodutível e repre-
sentativo.
a) Modelagem matemática.
b) Comparação e extrapolação.
c) Experimentos em laboratório.
d) Modelos computacionais.
e) Julgamento de especialistas.
115/184
Questão 3
3. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
116/184
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Um impacto, com certeza, será significa-
tivo se:
117/184
Questão 5
5. Assinale a alternativa que identifica a primeira etapa de uma avaliação
de risco.
a) Identificar os riscos.
b) Identificar os perigos.
c) Analisar as consequências de cada ação.
d) Propor medidas de gerenciamento de risco.
e) Propor ações de emergência.
118/184
Gabarito
1. Resposta: A. 3. Resposta: B.
120/184
Unidade 6
Comunicação dos Resultados e Participação Pública no EIA/RIMA
Objetivos
121/184
1. Introdução
Em todos os temas até agora, falamos so- lido por técnicos, mas também pela popu-
bre alguma etapa do processo de avaliação lação ampla e geral. Assim, com certeza, o
de impacto ambiental (AIA) e neste tema relatório não poderá ser escrito apenas em
encerraremos esse assunto. Aprendere- linguagem técnica, tão pouco apenas em
mos como deverá ser feita a comunicação linguagem jornalística, mas, sim, ter car-
de uma AIA, como é o processo de consul- acterísticas dos dois tipos de texto, pois o
ta pública e como ele poderá influenciar na público leitor é heterogêneo, englobando
tomada de decisão sobre a viabilidade de políticos, jornalistas, advogados, consul-
um empreendimento. tores, militantes e cidadãos.
Para podermos comunicar os resultados
obtidos no estudo de impactos ambien-
tais, devemos escrevê-los na forma de um
relatório, para o qual damos o nome de
relatório de impacto ambiental (RIMA).
Porém, antes de escrevermos esse relatório,
ou melhor, antes de escrever qualquer coisa,
temos que pensar quem será nosso público
leitor. Desta forma, sabe-se que o RIMA será
122/184 Unidade 6 • Comunicação dos Resultados e Participação Pública no EIA/RIMA
Para saber mais
Quem lê um RIMA? Os leitores de um Rima são heterogêneos e poderiam ser divididos e classificados em
cinco grupos distintos, a saber: 1) Analista técnico – são pessoas que pertencem ao órgão licenciador e
que estão em busca de detalhes técnicos em profundidade, para que seja possível fazer uma avaliação
criteriosa do EIA; 2) Grupo social – são as organizações não governamentais (ONG), que estarão focadas
em projetos polêmicos em sua área de atuação e provavelmente estarão preocupadas com apenas um
aspecto do EIA; 3) Público – será a população geral e ampla, direta ou indiretamente afetada pelo em-
preendimento, que tem como maior preocupação as modificações que ocorrerão em sua vida cotidiana;
4) Administrador – são os dirigentes dos órgãos licenciadores, cujo foco é verificar se o empreendimento
atenderá a todos os aspectos legais necessários; 5) Políticos – verificam se o empreendimento se adequa
aos seus interesses e quais são as suas implicações (SÁNCHEZ, 2013, p.422).a
2. Características - RIMA
O RIMA deverá ser um facilitador da discussão pública dos resultados do EIA, assim uma frase
mal colocada ou uma leitura desatenta poderá causar grandes prejuízos ao processo de AIA, pois
poderá gerar uma aprovação mais trabalhosa e cheia de questionamentos. Dessa forma, segun-
O público não tem o poder de decidir sobre a viabilidade ou não de um projeto, ou seja, essa não
é uma etapa decisória da AIA, mas ela fornecerá ao órgão licenciador um caminho coletivo para o
bem comum. Entre as críticas sobre esse processo, temos que ela ocorre muito tarde no proces-
so de AIA, ou seja, depois que o estudo já foi concluído e será encaminhado para licenciamento,
128/184 Unidade 6 • Comunicação dos Resultados e Participação Pública no EIA/RIMA
sendo que poderia ocorrer diversas vezes e
em diversas etapas. Poucas pessoas de fato Link
leem o RIMA e estão suficientemente infor- Terminal Fluvial de Granéis Sólidos da Cargill
madas para debater sobre o assunto, e hoje Agrícola. Disponível em: <http://www.cargill.
percebemos o surgimento de um grupo de com.br/wcm/groups/public/@csf/@brazil/
especialistas em audiências que opinam so- documents/document/cargill_brasil_rima.
bre tudo indiscriminadamente. Além disso, pdf>. Acesso em: 9 abr. 2017.
poucos sabem, mas o EIA e o RIMA têm que
estar disponíveis com antecedência e fácil
Resumidamente, esse é um processo que
acesso aos cidadãos, e, além disso, qualquer
envolve múltiplas partes, questões múlti-
cidadão poderá pleitear verba para assesso-
plas, e as soluções também devem seguir
ria técnica e transporte se necessário, tudo
esse caminho, para que a contribuição seja
com custas previamente fixadas.
efetiva. Além disso, requer-se algum con-
hecimento técnico e por isso existe um aux-
ílio financeiro para esses casos, para que
o acesso ao EIA e ao RIMA sejam amplos e
igualitários. As decisões finais não devem
envolver questões afetivas e juízos de valor.
129/184 Unidade 6 • Comunicação dos Resultados e Participação Pública no EIA/RIMA
Elas devem ser racionais e visar à sustent- teve grande oposição popular na cidade de
abilidade, por isso, não é o público que toma Paulínia, fazendo com que mudassem de
a decisão final sobre a aprovação de um cidade, para Mogi Mirim. Mas, apesar de
empreendimento. De maneira geral, essa grandes esforços da CESP, até mesmo de
é uma etapa que tem um caráter político, levar os vereadores da cidade para visitar-
porém não deve virar politicagem (interess- em uma usina similar no Japão, a população
es individuais), mas mostrar que o cidadão continuou não aceitando a proposta, e com
pode sim ser ativo nesse processo. isso a CESP acabou desistindo do projeto,
Um exemplo onde a participação pública foi que não foi implantado.
decisória no processo de AIA foi o caso da
Companhia Energética de São Paulo (CESP) 3. Tomada de Decisão
em 1990, em que foi enviado um projeto
Ao longo do processo de avaliação de im-
de construção de uma usina termoelétrica,
pactos ambientais, várias decisões são
com o resíduo de uma refinaria de petróleo
tomadas por vários protagonistas, mas a
como combustível, e após o estudo técni-
decisão final sobre a aprovação ou não cab-
co percebeu-se que os impactos gerados
erá ao órgão licenciador. Esse órgão varia
seriam pequenos e derivariam apenas da
em cada jurisdição, podendo ser uma auto-
queima do combustível, porém o projeto
130/184 Unidade 6 • Comunicação dos Resultados e Participação Pública no EIA/RIMA
ridade ambiental regional, federal, um co-
legiado, um conselho, que verificará a via-
bilidade do empreendimento. No Brasil, o
modelo de decisão colegiado, por meio de
um conselho com participação da socie-
dade civil, é muito empregado, sendo que
esses colegiados são subordinados à auto-
ridade ambiental.
Para isso, serão consideradas, além das in-
formações técnicas do EIA e do RIMA, as
questões de ordem econômica, política
e social, e três tipos de decisão são pos-
síveis: 1) Não autorizar o empreendimen-
to, 2) Aprová-lo incondicionalmente ou 3)
Aprová-lo com restrições, podendo ser so-
licitadas modificações ou a complemen-
tação dos estudos apresentados.
134/184
Considerações Finais (2/2)
• Na AIA várias decisões são tomadas, mas a decisão final deverá ser racional
e sustentável, por isso, não é o público que toma essa decisão, e sim o órgão
licenciador, que poderá aprovar ou não um empreendimento.
135/184
Referências
BRASIL. Lei no 10.650, de 14 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesso público aos dados e infor-
mações existentes os órgãos e entidades integrantes do Sisnama. Diário oficial de União, 17
abr. 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.650.htm>. Aces-
so em: 13 out. 2016.
______. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA
no 9, de 3 de dezembro de 1987. Dispõe sobre a realização de audiência pública no processo de
licenciamento ambiental. Diário oficial de União, 5 jul. 1990. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=60>. Acesso em: 13 out. 2016. (com status vigente e
em revisão)
SÁNCHEZ, C. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de Tex-
tos, 2. ed., p.419-510, 2013.
WEISS, E. H. An unreadeble EIS is an environmental hazard. The environmental professional. 11,
p. 236-240, 1989.
Aula 6 - Tema: Comunicação dos Resultados e Aula 6 - Tema: Comunicação dos Resultados e
Participação Pública no EIA/Rima. Bloco I Participação Pública no EIA/Rima. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/db-
03f7deba1064753bf47898095a3a7f54>. 537d3c8733a5b86e344ac05dc311ad>.
137/184
Questão 1
1. Assinale a alternativa que contempla como é feita a comunicação de uma
AIA.
138/184
Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta quem tem interesse em um EIA/
RIMA.
a) Toda a sociedade.
b) Juristas.
c) Organizações não governamentais.
d) Políticos.
e) Analistas técnicos.
139/184
Questão 3
3. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.
Segundo o CONAMA nº 9/87, todo processo de AIA deverá ter no mínimo ___________:
a) Um plebiscito.
b) Uma audiência pública.
c) Uma passeata.
d) Um abaixo-assinado.
e) Uma eleição.
140/184
Questão 4
4. As decisões finais de uma AIA devem envolver:
a) Questões afetivas.
b) Juízos de valor.
c) Apenas questões ambientais.
d) Apenas questões sociais.
e) Sustentabilidade.
141/184
Questão 5
5. Quem deverá tomar a decisão final a respeito de uma AIA?
142/184
Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: E.
A comunicação de uma AIA é feita através de As decisões finais não devem envolver ques-
um relatório de impacto ambiental (RIMA). tões afetivas e juízos de valor, mas ser racio-
nais e pensar na sustentabilidade.
2. Resposta: A.
5. Resposta: E.
Toda a sociedade tem ou deveria ter inte-
resse em um EIA/RIMA, pois estes são ins- A decisão final a respeito de uma AIA é to-
trumentos que possibilitam a participação mada pelo órgão licenciador, no caso do
social de forma ampla nas questões am- Brasil, um colegiado subordinado à autori-
bientais. dade ambiental.
3. Resposta: B.
143/184
Unidade 7
O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas
Implicâncias
Objetivos
144/184
1. Introdução
Mudando um pouco de assunto, mas ain- ma viário, saturação da infraestrutura,
da na mesma vertente de avaliar impactos como redes de esgotos e de drenagem de
ambientais, neste tema falaremos sobre o águas pluviais, alterações microclimáticas
impacto de vizinhança. O termo impacto de derivadas de zonas de sombreamento e com
vizinhança é recente, ainda pouco difundi- falta de ventilação, aumento da frequência
do, e surge junto com o Estatuto da Cidade e intensidade de inundações devido à im-
(Lei Federal nº 10.257/2001), sendo usado permeabilização do solo.
para descrever impactos locais em áreas
urbanas, ou seja, seu foco é na cidade, em Atualmente, temos alguns planos diretores
áreas já urbanizadas que sofrerão alguma e leis de zoneamento nas cidades, que são
modificação. instrumentos bem difundidos da política ur-
bana. Porém, eles não se mostram suficien-
Essas modificações podem ocorrer no meio tes para fazer a mediação entre os interess-
físico, biótico, socioeconômico e no próprio es privados dos empreendedores e o direito
ser humano, podendo ser intervenções à qualidade urbana daqueles que moram ou
civis, agrícolas, de urbanização, miner- transitam em seu entorno. Assim, enten-
ação, entre outras. Quando ocorre qualquer dendo que os limites desses planos e outros
tipo de modificação dentro de uma cidade, instrumentos de gestão ambiental não são
essa poderá causar a sobrecarga do siste-
145/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
suficientes, urbanistas e outros profission- 2. Estudo de Impacto de Vizi-
ais propuseram uma modalidade específica nhança
de avaliação de impacto ambiental adap-
tada aos empreendimentos e impactos ur- O maior objetivo de se fazer um estudo de
banos, o Estudo de Impacto de Vizinhança impacto de vizinhança (EIV) é não deixar que
(EIV). ocorra uma expansão acelerada e desor-
ganizada das cidades, degradando o meio
ambiental natural e cultural da população.
Esse conceito foi adotado pelo Estatuto da
Link Cidade, que conferiu ao EIV um conteúdo
Diferenças entre EIV e EIA. Disponível em: <ht- muito próximo ao de um EIA, guardadas as
tps://www.masterambiental.com.br/noti- devidas proporções, sendo dedicados ao EIV
cias/eiv/qual-a-diferenca-de-um-estudo- três artigos desse estatuto.
-de-impacto-de-vizinhanca-e-um-estudo-
-de-impacto-ambiental/>. Acesso em: 9 abr.
2017.
146/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
fazer um EIA, ele estará, automaticamente,
Para saber mais dispensado de fazer um EIV. Porém, quando
um EIA não for obrigatório, mas há possib-
O EIV só começou a ser feito após o Estatuto da
lidade de o empreendimento causar algum
Cidade? A resposta é não. Anteriormente, alguns
impacto ambiental ou socioeconômico na
municípios já haviam incorporado exigências si-
região, poderá ser solicitado um estudo de
milares às suas leis, como São Paulo, que já tinha
impacto de vizinhança.
uma lei (Lei Orgânica de São Paulo, 1990) que fa-
zia exigência de um relatório de impacto de vizi-
nhança (Rivi), dependendo da modalidade do em-
preendimento, da área a ser construída e do uso,
Link
O site da prefeitura de Santo André, por exemplo,
industrial, institucional, comercial ou residencial
disponibiliza Estudos de Impacto de Vizinhança.
do solo.
Disponível em: <http://www2.santoandre.sp.
Os impactos de vizinhança são impactos gov.br/index.php/eiv-estudo-de-impacto-
locais, em áreas urbanas, e o seu estudo, -de-vizinhanca>. Acesso em: 9 abr. 2017.
apesar de semelhante ao EIA quanto aval-
iação, difere significativamente nos objeti- Assim, um EIV é feito em projetos habita-
vos. Quando um empreendimento tem que cionais, institucionais ou comerciais, públi-
147/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
cos ou privados, em áreas urbanas direta ou dores antigos. Agora imagine que haja uma
indiretamente afetadas com o objetivo de proposta de construção de uma casa notur-
buscar a sustentabilidade do meio urbano, na nesse bairro, imagine como o modo de
analisando os impactos nas atividades ur- vida dessas pessoas seria alterado. Ou en-
banas em âmbito municipal em defesa dos tão, imagine a construção de um grande su-
interesses coletivos. Entre os impactos que permercado, que demandará mão de obra
podemos observar estão a poluição sonora majoritariamente feminina, sem haver nen-
e visual, as alterações no trânsito da região, huma escola ou creche na região. São dois
a carência de espaços verdes, as áreas de casos em que ou os projetos são inviáveis
lazer para a comunidade, a alteração do re- ou precisam de medidas mitigadoras para
gime de segurança, a falta de serviços de que possam ser executados, por isso então
educação próximos ao empreendimento, fazer um estudo de impacto de vizinhança.
as deficiências em termos de transporte e Além desses, cemitérios, aterros sanitári-
saúde. Assim, verifica-se a compatibilidade os e terminais rodoviários são necessários
do empreendimento com a área onde será à toda a população, porém repudiados em
construído. qualquer lugar, assim deverá haver um con-
Por exemplo, pense em um bairro paca- senso entre a população e a prefeitura para
to, distante do centro, com casas e mora- a negociação de obras desse tipo.
148/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
Para saber mais
Impactos na cidade. Os impactos de uma cidade têm as mesmas características dos impactos previstos
em um EIA, porém são urbanos, por exemplo: 1) Impacto positivo (aumento do número de empregos na
região) versus negativo (danos ao comercio local); 2) Impacto direto (aumento da poluição atmosférica
devido ao aumento de tráfego na região) versus indireto (aumento populacional na região); 3) Impacto
curto prazo (aumento de ruído devido a obras de engenharia civil que terão prazo para terminar) versus
longo prazo (erosão devido ao desmatamento); 4) Impacto reversível (construção de obras com produ-
ção de poeira) versus irreversível (perda de área verde); 5) Impacto temporário (ruídos gerados na fase de
construção de um empreendimento) versus permanente (aumento do tráfego).
A maior parte dos estudos de impacto de vizinhança feitos atualmente é destinada aos esta-
belecimentos de grande porte que, com certeza, farão grande modificações no meio urbano.
O intuito de se realizar um EIV em um caso assim, é que o patrimônio histórico, arquitetônico,
paisagístico, ambiental e cultural da cidade seja conservado e defendido. Desta forma, é pos-
sível preservar conjuntos tombados, como é o caso da cidade de São Paulo, que não permite que
sejam feitas obras, sem considerar uma distância mínima de 300 metros do conjunto tombado.
Além disso, é necessário verificar se o local em torno do empreendimento não terá o risco de for-
149/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
mar um cinturão de pobreza, visto que essa de hospitais, verificando assim quais serão
é uma prática comum no Brasil, especial- os ônus e os bônus da instalação do em-
mente se observarmos casos reais. preendimento pra a população vizinha ou
Além disso, o EIV busca uma ocupação con- diretamente afetada.
sciente e organizada do solo, sem deixar de
lado a expansão urbana, procurando aliar Link
crescimento com bem-estar coletivo, quan- Apresentação de um EIV de um empreendimen-
do possível. Algumas restrições deverão ser to. Disponível em: <http://www.riodasostras.
observadas, dentro do município, entre elas rj.gov.br/download/estudos/completo-eiv-
se haverá alguma alteração da carga de im- -assembleia-de-deus.pdf>. Acesso em: 9 abr.
postos sobre as propriedades ao entorno de 2017.
uma grande obra, o código de obras e edi-
ficações municipal, que determina as cotas Como já dito, o EIV é um método simi-
de altura e afastamento de um empreendi- lar, porém mais simples do que o EIA. Uma
mento em relação às vias públicas, o código grande diferença entre os dois é que em
de postura da cidade, que determina, por um EIA é necessário haver um corpo técni-
exemplo, que após as 22 horas deverá haver co multidisciplinar de especialistas, já no
silêncio em áreas residenciais ou próximas EIV não há manifestação quanto a autoria
150/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
do estudo, podendo ele ser feito tanto por ca e, assim como na AIA, prevê audiências
uma equipe técnica, como por apenas uma públicas e a participação popular na gestão
pessoa. Geralmente, o profissional que atua da cidade (autogestão participativa). Além
em um estudo como este tem sua formação disso, a lei fornece ao município a prerroga-
em áreas como arquitetura e urbanismo, tiva de determinar quais empreendimentos
engenharia civil ou engenharia ambiental, são passíveis de EIV, sempre avaliando o ta-
podendo também ser formado em áreas manho da vizinhança, os impactos gerados,
correlatas. positivos e negativos, quais as alternativas
As medidas mitigadoras e compensatórias de localização e de fluxo de energia, pessoas
propostas deverão englobar todo o mu- e substâncias, sendo obrigatória em todos
nicípio, como postos de trabalho, recolhi- os municípios brasileiros.
mento de impostos, e não devem excluir a
ideia de sustentabilidade, tendo assim que
fornecer ou contribuir para o acesso à cul-
tura, para uma ocupação territorial justa,
para a aceitação social, especialmente da
população diretamente afetada. Por isso,
o Estatuto da Cidade é uma lei democráti-
151/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
Para saber mais
Dois casos reais. O primeiro caso é o do Shopping Pátio Higienópolis em 1999, que foi projetado para ser
construído em uma área privilegiada de São Paulo. Os moradores não foram a favor da obra, pois haveria
uma sobrecarga viária e uma descaracterização arquitetônica da região. Ao final das discussões, o em-
preendedor se comprometeu a manter as áreas verdes, diminuir o número de vagas em estacionamento
e também o tamanho da obra, assim como instalar semáforos e restaurar dois casarões vizinhos. Porém,
em 2010 o shopping sofreu uma ampliação à revelia da legislação, não obtendo licença de funcionamen-
to, e a briga com os vizinhos prossegue, pois eles alegam que houve o abandono dos casarões vizinhos,
que sofreram com a deterioração. O segundo caso, é um exemplo de abuso da sociedade civil, em que a
sociedade dos amigos do bairro de Alto de Pinheiro (São Paulo) protestou contra a obra de um conjunto
de edifícios, alegando popularização da região. Devido às pressões populares, o empreendedor decidiu
reduzir o número de unidades, aumentar a metragem, evitando baixar a qualidade dos moradores do
bairro (SAMPAIO, 2005, p.44).
152/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
Glossário
Alterações microclimáticas: são alterações que poderão ocorrer no regime de ventilação e de
disponibilidade solar (sombreamento) em uma determinada área.
Cinturão de pobreza: aglomeração de pessoas com baixos recursos financeiros, conhecidos
também como favelas.
Conjuntos tombados: são áreas que são registradas como tendo valor para uma comunidade,
protegendo-as por meio de legislação específica.
Impermeabilização do solo: quando construímos algo sob o solo, esse solo não terá mais ca-
pacidade de drenar as águas das chuvas (pluviais) e, com isso, podem causar o aumento da fre-
quência e da intensidade de inundações na região.
Prerrogativa: é um privilégio, uma regalia.
Saturação da infraestrutura: significa que as redes de água, esgoto e de drenagem de águas
pluviais estarão trabalhando em suas condições limites, podendo a qualquer momento serem
sobrecarregadas e colapsarem.
Sobrecarga do sistema viário: aumento do fluxo de veículos em determinada região, causando
episódios de tráfego intenso e possíveis congestionamentos.
153/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
?
Questão
para
reflexão
A maior parte dos estudos de impacto de vizinhança feitos atual-
mente é destinada aos estabelecimentos de grande porte, como é
o caso dos shoppings centers. Vamos pensar nos impactos de uma
obra como essa? Começamos pelos impactos econômicos: imagi-
ne como o comércio local seria afetado? O impacto social: como a
população reagiria a esse empreendimento? O impacto urbanístico:
como ficarão o visual, o sombreamento, a ventilação para as casas
próximas? O impacto de infraestrutura: temos rede de água e esgoto
suficiente? O impacto no meio urbano: como o sistema viário com-
portaria o aumento do fluxo de carros? Seria necessária a construção
de mais vias públicas? Seria necessária a instalação de semáforos? O
impacto ambiental: qual é a taxa de área verde retirada? Como ficará
a permeabilidade do solo após a construção?
154/184
Considerações Finais (1/2)
155/184
Considerações Finais (2/2)
156/184
Referências
BRASIL. Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto da Cidade – Regulamenta os arts. 182 e
183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providên-
cias. Diário oficial de União, 11 jul. 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 13 out. 2016.
157/184 Unidade 7 • O Estudo de Impacto Ambiental de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza Jurídica e suas Implicâncias
Assista a suas aulas
Aula 7 - Tema: O Estudo de Impacto Ambiental Aula 7 - Tema: O Estudo de Impacto Ambiental
de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza de Vizinhança: Conceitos, Histórico, Natureza
Jurídica e suas Implicações. Bloco I Jurídica e suas Implicações. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
bd7727e81f1c0851b882facff76fc30b>. e3f8098014871b23f325380a0f21b4ae>.
158/184
Questão 1
1. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.
159/184
Questão 2
2. Assinale a alternativa correta. No que um EIV é igual a um EIA?
a) Na sua abrangência.
b) Na necessidade de realização.
c) No seu corpo técnico.
d) Nos objetivos.
e) Na sua estrutura de avaliação.
160/184
Questão 3
3. Quando o EIA for obrigatório a um empreendimento, o EIV será:
a) Também obrigatório.
b) Necessário, dependendo do tamanho da obra.
c) Necessário, dependendo dos impactos da obra.
d) Poderá ser solicitado pelo município.
e) Desnecessário.
161/184
Questão 4
4. Assinale a alternativa que apresenta o maior objetivo de um EIV.
162/184
Questão 5
5. Assinale a alternativa que apresenta o impacto devido ao aumento do
nível de ruído pelo aumento de tráfego na região.
a) Positivo.
b) Direto.
c) Curto prazo.
d) Irreversível.
e) Temporário.
163/184
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: C.
Objetivos
165/184
1. Introdução
No tema anterior, vimos e pudemos perce- Um dos grandes problemas que observa-
ber que o estudo de impacto de vizinhan- mos é o fato de o homem não se sentir per-
ça (EIV) é uma das formas que, atualmente, tencente ao meio ambiente. O próprio sig-
podemos utilizar para conquistar a susten- nificado da palavra ambiente ajuda-nos a
tabilidade em uma cidade. Pois com o EIV as cometermos esse erro, pois seria ao redor,
pessoas têm a oportunidade de opinar se lugar em torno do homem, e nós associa-
querem e como querem o empreendimen- mos indevidamente esse conceito à fau-
to. Além disso, com esse estudo, é possível na e à flora. No entanto, segundo a Lei nº
pensar e ser mais assertivo na escolha dos 6.938/81, ambiente compreende tudo, coi-
empreendimentos e de sua localização. As- sas vivas e não vivas que afetam o ecossis-
sim, pode-se ter uma gestão participativa e tema e a sua vida.
ambientalmente responsável dentro de um Sendo assim, sabendo que dentro do con-
contexto urbano pré-existente. ceito ecossistêmico o homem é a espécie
Desta forma, como o EIV pode ser utilizado engenheira mais bem-sucedida, temos o fu-
para alcançar sustentabilidade, neste mó- turo da biosfera e dos humanos totalmente
dulo vamos aprender um pouco sobre o que relacionado. Sabemos que a natureza é nos-
seria a sustentabilidade e como ela poderia sa maior fornecedora de bens, responsável
ser aplicada no contexto urbano.
166/184 Unidade 8 • O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade
pelo serviço de regulação e manutenção da
vida, fornecedora de serviços básicos e cul-
turais. E se a relação entre o que utilizamos
da natureza e o que oferecemos em troca Para saber mais
não tiver um saldo positivo ou, ao menos, Relação homem versus ambiente. A relação entre
equilibrado, estaremos em breve, como já homem e meio ambiente foi bruscamente alte-
podemos observar, nos confrontando com rada, especialmente após a Revolução Industrial.
episódios de degradação e esgotamento Exemplo disso são: a grande alteração da distri-
dos recursos naturais, gerando poluição. buição e extinção de um grande número de espé-
cies animais e vegetais; o consumo desenfreado de
combustíveis fósseis, em apenas algumas décadas,
que levaram milhares de anos para serem produzi-
dos; algumas alterações atmosféricas e climáticas,
como o buraco na camada de ozônio, as chuvas
ácidas, o efeito estufa, a alteração nos níveis de
CO2 e o aumento na temperatura mundial.
167/184 Unidade 8 • O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade
2. Relação do homem e meio
ambiente Link
O site do Instituto EKOS Brasil fornece informa-
Quando falamos em degradação ambien- ções relacionadas a remediação, investimento
tal, estamos falando de uma degradação da impacto, energia renovável, entre outros. Dispo-
qualidade do meio ambiente, modificando nível em: <http://ekosbrasil.org/energia-re-
as propriedades físicas e químicas dos ele- novavel.html>. Acesso em: 9 abr. 2017.
mentos naturais de tal forma que possam
perder suas propriedades de uso, lembran-
do que o agente de degradação é sempre Porém, quando o ambiente sofre uma de-
o ser humano e que qualquer degradação gradação ambiental, é possível sim que o ser
ambiental gerará um impacto ambiental humano, a partir de ações de recuperação e
negativo. manutenção, consiga restaurar o equilíbrio
ao meio. A recuperação ambiental é assim,
um conjunto de medidas que visam à apli-
cação de técnicas de manejo a fim de tor-
nar um ambiente degradado apto para um
novo uso produtivo, desde que sustentável.
168/184 Unidade 8 • O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade
Diferentes variantes de recuperação de áreas degradadas podem ser observadas na Tabela 2.
Tabela 2. Tipos de recuperação de áreas degradadas e ações tomadas em cada um dos tipos de recuperação
O mundo já observou três grandes revoluções no modo de vida humano, entre elas a revolução
religiosa, a da agricultura e a industrial. Nesse contexto, é possível refletir que atualmente esta-
mos vivendo uma quarta revolução no modo de vida no planeta, a revolução sustentável, pois já
entendemos que do jeito que está não pode ficar e temos que agir imediatamente, o que já é e
será um grande desafio científico, político e social.
169/184 Unidade 8 • O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade
Link Para saber mais
O Instituto Pólis é uma ONG de atuação nacional Ecologia Industrial. Essa é uma ideia nova, que
e internacional na construção de cidades sus- ainda deve ser aprimorada, mas tem o intuito de
tentáveis. Disponível em: <www.polis.org.br>. mudar o pano de fundo econômico da tomada
Acesso em: 9 abr. 2017. de decisão e colocar as questões ambientais e de
sustentabilidade em destaque, melhorando tam-
Assim, foi a partir de 1970 que a ideia de bém a política, a planificação e a gestão das cida-
ecologia e sustentabilidade começou a ga- des, influenciando no comportamento individual
nhar força no mundo. Neste contexto, tive- e no desenvolvimento de tecnologias respeitosas
mos as duas maiores conferências a respei- ao ambiente (tecnologias verdes).
to do meio ambiente: 1) UNCHE, em Esto-
colmo no ano de 1972. e 2) ECO-92, no Rio Mas será que conseguiremos gerir o mun-
de Janeiro em 1992, mostrando que as con- do de maneira sustentável e responsável? A
venções e as leis caminham para que pos- resposta é sim. Já dispomos de tecnologias,
samos atingir a sustentabilidade nas cida- como a energia solar, que pode ser melho-
des. Foi neste intuito que surgiu a ideia da rada e difundida, métodos de tratamento
AIA, do EIA e do EIV. da água do mar, que devem ser otimizados,
170/184 Unidade 8 • O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade
para se tornarem acessíveis, temos uma es- para as gerações futuras, buscando o equi-
trutura que pode ser implementada para a líbrio do que precisamos da natureza e do
agricultura sustentável, reciclando os ele- que oferecemos em troca.
mentos do solo e utilizando pesticidas na- Assim, pode-se dizer que existem três gran-
turais. des personagens que poderão fazer a di-
ferença em nosso estilo de vida e torná-lo
Link mais sustentável, a saber: o cidadão, o pro-
fissional e o governo. O cidadão poderá con-
Convém verificar as notícias disponibilizadas pelo
tribuir economizando recursos e utilizando-
Ministério do Meio Ambiente. Disponível em:
-os de maneira mais consciente, podendo
<http://www.mma.gov.br/cidades-susten-
praticar os três Rs, que são reduzir, reciclar e
taveis>. Acesso em: 9 abr. 2017.
reutilizar e, além disso, buscar informações,
Porém, vale lembrar que sustentabilidade novas tecnologias e conscientizar as pesso-
não envolve apenas o meio ambiente, ela as menos esclarecidas. O profissional, es-
também está relacionada à economia, à pecialmente o que atua na área ambiental,
educação e à cultura. A ideia é ter o desen- poderá adequar as empresas às legislações
volvimento de vários setores, sem que es- ambientais, mostrar os benefícios de gerir
tes agridam o meio ambiente, preservando um negócio ambientalmente responsável,
171/184 Unidade 8 • O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade
além de desenvolver novas tecnologias menos poluentes. Já o governo deverá criar políticas pú-
blicas de conscientização e redução do consumo de bens primários, investir em infraestrutura,
melhorando o saneamento básico, por exemplo, além de incentivar as empresas a gerirem negó-
cios ambientalmente responsáveis.
Para saber mais
Saneamento básico. Segundo a Lei nº 11.445/2007, o saneamento básico é um conjunto de medidas que
visam preservar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e melhorar a qua-
lidade de vida da população. Ele inclui abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana,
drenagem urbana, manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais. Poucas pessoas sabem, mas ele é es-
sencial para que um país seja considerado desenvolvido, e o Brasil ainda tem muita carência nessa área e
esta seria uma das formas de alcançar a sustentabilidade nas cidades.
172/184 Unidade 8 • O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade
Glossário
Bens primários: são bens como água, energia, combustíveis, entre outros.
Conceito ecossistêmico: conceito de fluxos de energia dentro de um ecossistema, ou seja, uma
pequena parte da biosfera.
Drenagem urbana: captação das águas das chuvas no meio urbano.
Espécie engenheira: espécie que age sobre o ambiente, alterando-o e transformando-o.
173/184 Unidade 8 • O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade
?
Questão
para
reflexão
175/184
Referências
BARBAUT, R. Ecologia Geral: Estrutura e funcionamento da biosfera. Paris, 6.ed. Petrópolis: Edi-
tora Vozes, 2011.
BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente,
seus mecanismos de formulações e aplicação e dá outras providências. Diário oficial de União,
2 set. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em:
5 set. 2016.
______. Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico. Diário oficial de União, 8 jan. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cciv-
il_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 13 out. 2016.
176/184 Unidade 8 • O Estudo de Impacto de Vizinhança como Meio de Alcançar a Sustentabilidade na Cidade
Assista a suas aulas
Aula 8 - Tema: O Estudo de Impacto de Vizi- Aula 8 - Tema: O Estudo de Impacto de Vizi-
nhança como Meio de Alcançar a Sustentabili- nhança como Meio de Alcançar a Sustentabili-
dade. Bloco I dade. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
d67365b01f42e31b5192354636370606>. 91347fc4b6cfafbb951358c6c10b2ac7>.
177/184
Questão 1
1. Segundo a Lei nº 6.938/81, ambiente compreende:
178/184
Questão 2
2. Para restaurar o equilíbrio ao meio, são usadas medidas de recupera-
ção. Entre as alternativas, escolha a que expressa a ideia de revitalização.
179/184
Questão 3
3. Atualmente, podemos estar passando por uma quarta revolução, que
seria na:
a) Agricultura.
b) Religião.
c) Indústria.
d) Área rural.
e) Sustentabilidade.
180/184
Questão 4
4. Sustentabilidade envolve questões:
a) Apenas ambientais.
b) Ambientais, econômicas, sociais e culturais.
c) Apenas ambientais e sociais.
d) Apenas ambientais e econômicas.
e) Apenas econômicas e sociais.
181/184
Questão 5
5. Qual das atitudes sustentáveis a seguir pode ser praticada apenas pelo
governo?
182/184
Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: B.
Segundo a Lei nº 6.938/81, ambiente com- Sustentabilidade é um tema amplo, que en-
preende tudo, coisas vivas e não vivas que globa questões ambientais, econômicas,
afetem o ecossistema e a sua vida. sociais e culturais, sempre pensando no que
precisamos da natureza e o que oferecere-
2. Resposta: E. mos em troca.
3. Resposta: E.
Podemos estar começando uma quarta re-
volução, que seria na sustentabilidade.
183/184