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Licenciamento Ambiental

Frederico de Souza, Heverton de Souza, Isaque Gôlo, Maria Fernanda, Matheus Rinaldi, e
Miguel Wagner.

Ciências do Ambiente
Engenharia da Computação
O que é o licenciamento ambiental?

O licenciamento ambiental é um processo regulatório e legal pelo qual um


empreendimento, projeto ou atividade que possa causar impactos ao meio ambiente deve
passar antes de ser autorizado a operar. Ele envolve a avaliação dos potenciais impactos
ambientais, sociais e econômicos da atividade proposta, bem como a definição de medidas
mitigadoras e compensatórias para minimizar esses impactos.

O objetivo principal do licenciamento ambiental é garantir que o desenvolvimento


econômico e as atividades humanas ocorram de forma sustentável, considerando os aspectos
ambientais e sociais.

A importância do licenciamento

Ele desempenha um papel fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável


e na proteção do meio ambiente. Sua importância pode ser destacada em diversos aspectos:

Preservação do Meio Ambiente: O licenciamento ajuda a identificar e avaliar os


impactos ambientais de projetos e atividades antes que eles sejam executados. Isso permite a
implementação de medidas preventivas, mitigadoras e compensatórias para minimizar danos
aos ecossistemas, recursos naturais e biodiversidade.

Controle de Poluição: O processo de licenciamento estabelece padrões ambientais que


os empreendimentos devem atender para obter as licenças. Isso ajuda a controlar a emissão
de poluentes, a gestão adequada de resíduos e outros aspectos que poderiam causar danos à
qualidade do ar, da água e do solo.

Participação da Sociedade: O licenciamento muitas vezes envolve consultas públicas,


permitindo que a população afetada participe do processo de tomada de decisões. Isso garante
que os interesses e preocupações da comunidade sejam considerados e pode levar a decisões
mais informadas e equilibradas.
Prevenção de Conflitos: Ao envolver as partes interessadas e a comunidade local
desde as fases iniciais, o licenciamento pode ajudar a evitar conflitos entre os
empreendedores, autoridades reguladoras e a população, reduzindo potencialmente a
oposição ao projeto no futuro.

Desenvolvimento Sustentável: O licenciamento ambiental contribui para a integração


do desenvolvimento econômico com a proteção ambiental. Isso promove a criação de
projetos e atividades que sejam viáveis tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental,
evitando impactos irreversíveis no longo prazo.

Cumprimento Legal: O licenciamento é um requisito legal em muitos países e


jurisdições. Empreendimentos que operam sem as devidas licenças estão sujeitos a
penalidades e multas, incentivando a conformidade com as regulamentações ambientais.

Transparência e Responsabilidade: O processo de licenciamento exige que os


empreendedores forneçam informações detalhadas sobre seus projetos, permitindo uma
análise criteriosa por parte das autoridades. Isso ajuda a garantir a transparência e a
responsabilidade na execução das atividades.

Em resumo, o licenciamento ambiental é uma ferramenta essencial para equilibrar o


desenvolvimento econômico com a conservação do meio ambiente e a qualidade de vida das
comunidades. Ele assegura que os projetos sejam planejados, implementados e monitorados
de maneira a minimizar os impactos negativos e a promover um futuro mais sustentável.

Licença ambiental

A licença ambiental é o documento oficial emitido pelas autoridades ambientais que


autoriza a realização de uma atividade ou empreendimento, após a análise do processo de
licenciamento. Ela especifica as condições, restrições e obrigações que o empreendedor deve
cumprir para garantir que os impactos ambientais sejam minimizados. Existem diferentes
tipos de licenças ambientais, cada uma correspondendo a uma fase do projeto: a Licença
Prévia (LP) autoriza a viabilidade ambiental do projeto; a Licença de Instalação (LI) permite
o início das obras e construções; e a Licença de Operação (LO) autoriza o funcionamento
regular da atividade após as medidas de mitigação serem implementadas.

lei 6938/81

Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da
Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui
o Cadastro de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)

DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,
condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio


ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo
em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a


proteção dos recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)


IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da


comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem


física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio


ambiente;

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta


ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,


direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os


estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
(Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)

A Lei nº 6.938/81, conhecida como a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, é um


marco na legislação ambiental brasileira. Ela estabelece diretrizes e instrumentos para a
proteção, preservação e recuperação do meio ambiente, promovendo o desenvolvimento
sustentável. Alguns pontos-chave da lei incluem:

Princípios Fundamentais: A lei estabelece princípios como o uso racional dos recursos
naturais, a preservação da diversidade biológica, a prevenção e controle da poluição e a
participação da sociedade na gestão ambiental.
Licenciamento Ambiental: A lei define o licenciamento ambiental como um processo
obrigatório para atividades potencialmente poluidoras, exigindo avaliação prévia dos
impactos ambientais e a definição de medidas de controle e mitigação.
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA): Ela
estabelece a necessidade de estudos técnicos para avaliar os impactos ambientais de projetos,
como infraestrutura e empreendimentos industriais, e a apresentação de relatórios acessíveis à
população.
Zoneamento Ambiental: A lei introduz o conceito de zoneamento ambiental,
dividindo o território em áreas com diferentes restrições e normas de uso para melhor gestão
dos recursos naturais.
Cadastro Técnico Federal (CTF): O CTF é instituído como um registro de atividades e
empreendimentos potencialmente poluidores, permitindo o controle e monitoramento eficaz.
Responsabilidade Civil por Danos Ambientais: A lei estabelece a responsabilidade
objetiva por danos causados ao meio ambiente, requerendo a reparação integral dos danos
causados.
Inventário de Resíduos Sólidos: A lei prevê a elaboração de inventários de resíduos
sólidos, contribuindo para uma gestão mais adequada dos resíduos gerados.
Compensação Ambiental: Ela introduz a noção de que empreendimentos causadores
de significativo impacto ambiental devem adotar medidas de compensação, como a criação
ou manutenção de unidades de conservação.
Educação Ambiental: A lei destaca a importância da educação ambiental como
instrumento para conscientização e engajamento da sociedade na conservação ambiental.

A Lei 6.938/81 serve como base para a gestão ambiental no Brasil, visando equilibrar
o desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente e a qualidade de vida das
presentes e futuras gerações.

Dispensa de Licenciamento Ambiental (DLA)

A Dispensa de Licenciamento Ambiental (DLA) é um procedimento pelo qual


atividades ou empreendimentos são isentos do processo tradicional de licenciamento
ambiental devido às suas características e baixo potencial de impacto ambiental. Essa
dispensa é concedida quando a atividade não apresenta riscos significativos para o meio
ambiente e não exige uma análise detalhada.

A DLA baseia-se em critérios pré-estabelecidos pelas autoridades ambientais,


considerando fatores como o porte da atividade, o potencial poluidor/degradador, a
localização e outros aspectos relevantes. Geralmente, as atividades de pequeno porte e que
não envolvem processos industriais complexos são candidatas à dispensa de licenciamento.

No entanto, é importante observar que a dispensa de licenciamento não significa que


essas atividades estão isentas de qualquer controle ambiental. Elas ainda devem cumprir as
normas ambientais vigentes e podem estar sujeitas a fiscalizações para garantir que não haja
desrespeito ao meio ambiente.

Em resumo, a Dispensa de Licenciamento Ambiental é um mecanismo que simplifica


o processo regulatório para atividades de baixo impacto ambiental, focando os recursos das
autoridades ambientais em atividades que realmente requerem uma avaliação mais detalhada
e rigorosa.

Licença prévia (LP)

A Licença Prévia (LP) é um documento emitido durante a fase preliminar do


planejamento de um empreendimento, atividade ou obra que envolve aspectos ambientais.
Essa licença atesta a viabilidade ambiental do projeto, considerando o local escolhido e as
diretrizes normativas existentes. É o primeiro passo no processo de licenciamento ambiental e
aprova a localização e concepção do empreendimento. A LP é concedida após análise de
estudos ambientais, como o Estudo Ambiental Simplificado (EAS), e verificações para
assegurar que o projeto não cause danos significativos ao meio ambiente. Sua obtenção é
fundamental para garantir que a construção ou atividade planejada seja compatível com as
questões ambientais e regulamentares, proporcionando a base para as próximas fases do
licenciamento.

Licença de instalação (LI)


A Licença de Instalação (LI) é um documento emitido após a Licença Prévia (LP)
durante o processo de licenciamento ambiental. A LI autoriza a instalação do
empreendimento, atividade ou obra de acordo com os planos e especificações previamente
aprovados. É o passo seguinte à LP e permite que o projeto comece a ser construído. Para
solicitar a LI, o interessado geralmente preenche um formulário específico e apresenta os
projetos detalhados da instalação. A LI é emitida depois de verificar que os planos estão de
acordo com as regras e os aspectos ambientais. Isso assegura que a construção seja realizada
conforme o planejado, garantindo a minimização dos impactos ambientais durante a
instalação do empreendimento.

Licença de Operação (LO)

A Licença de Operação (LO) é um documento emitido após a fase de construção e


instalação do empreendimento, atividade ou obra, e é a última etapa do processo de
licenciamento ambiental. A LO autoriza o início das operações regulares do projeto,
verificando se todas as medidas e condições determinadas nas fases anteriores foram
cumpridas. Ela assegura que o empreendimento está em conformidade com as normas
ambientais e que não representa riscos significativos ao meio ambiente ou à saúde pública. A
obtenção da LO é fundamental para garantir que a atividade possa operar de maneira segura e
sustentável. É importante mencionar que a LO pode estar associada a compromissos
contínuos de monitoramento e reporte, visando a avaliar o impacto ambiental ao longo do
tempo.

Casos de Licenciamento Ambiental:

Construção de uma Usina Hidrelétrica: Uma empresa deseja construir uma usina
hidrelétrica em uma região próxima a um rio. O licenciamento ambiental envolve a avaliação
dos impactos na fauna e flora, bem como nos recursos hídricos da área. O projeto precisa
garantir que medidas de mitigação, como a construção de passagens para peixes e a
preservação de áreas de mata ciliar, sejam implementadas para minimizar os impactos
ambientais.

Ampliação de uma Indústria Química: Uma indústria química existente planeja


expandir suas operações. O processo de licenciamento ambiental envolve a análise dos
potenciais riscos à qualidade do ar, do solo e da água, além do gerenciamento adequado de
resíduos químicos. Medidas de controle de poluição, como a instalação de sistemas de
tratamento de efluentes e a implementação de tecnologias mais limpas, podem ser exigidas.

Construção de um Aeroporto Internacional: A construção de um grande aeroporto


requer um licenciamento ambiental detalhado. Isso inclui avaliações de ruído, poluição do ar
devido ao tráfego aéreo e possíveis impactos nas comunidades locais. Medidas de mitigação
podem envolver a implementação de procedimentos de pouso e decolagem que reduzam o
ruído, bem como a adoção de tecnologias mais eficientes em termos de energia.

Exploração de Mineração em Área Natural: Uma empresa planeja iniciar a exploração


de mineração em uma área natural. O licenciamento ambiental requer uma avaliação dos
impactos na paisagem, na biodiversidade e na qualidade do solo e da água. Pode ser
necessário o desenvolvimento de planos de recuperação da área após a exploração, incluindo
o reflorestamento e a reabilitação do solo.

Construção de um Parque Eólico:A instalação de um parque eólico para geração de


energia limpa também exige licenciamento. Os estudos ambientais incluem análises dos
impactos visuais, eólicos e de infraestrutura. Medidas de mitigação podem incluir a seleção
de locais de instalação que causem menor impacto visual e a proteção de espécies de aves
migratórias.

Órgãos Responsáveis pelo Licenciamento Ambiental

Construção de uma Usina Hidrelétrica: No caso de projetos de energia hidrelétrica, o


licenciamento ambiental é geralmente supervisionado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em nível federal. Além disso, em nível
estadual, as secretarias de meio ambiente dos estados também podem estar envolvidas no
processo.

Ampliação de uma Indústria Química: O licenciamento ambiental para indústrias


químicas é tipicamente coordenado pelas agências de meio ambiente estaduais. O IBAMA
também pode ter um papel em projetos que possuam impacto significativo em âmbito
nacional.

Construção de um Aeroporto Internacional: Grandes projetos de infraestrutura como


aeroportos podem envolver tanto o IBAMA a nível federal quanto as agências estaduais de
meio ambiente, dependendo da escala e dos possíveis impactos.

Exploração de Mineração em Área Natural: O licenciamento ambiental para projetos


de mineração é conduzido principalmente pelas secretarias de meio ambiente dos estados,
mas o IBAMA pode se envolver quando o projeto tiver dimensões nacionais.

Construção de um Parque Eólico: Projetos de energia eólica geralmente passam por


licenciamento ambiental a nível estadual, com a supervisão das secretarias de meio ambiente
dos estados. O IBAMA pode estar envolvido se houver considerações de impacto nacional.

Atividades que precisam de licenciamento ambiental:

Indústrias e Empreendimentos: Indústrias pesadas têm potencial para gerar uma


variedade de resíduos e poluentes que podem afetar o ar, a água e o solo. O licenciamento
nesse contexto exige a adoção de tecnologias de controle de poluição, gestão adequada de
resíduos e planos de emergência em caso de acidentes. Ex: Refinaria.

Construção Civil: A construção civil frequentemente envolve desmatamento,


movimentação de terra e geração de resíduos. O licenciamento aqui pode incluir a obrigação
de recuperar áreas degradadas, adotar práticas de construção sustentáveis e gerenciar
adequadamente os resíduos. Ex: Um grande projeto de construção de um complexo
habitacional.

Agricultura e Pecuária: O licenciamento para atividades agrícolas e pecuárias pode


envolver a regulação do uso de agrotóxicos, a preservação de áreas de vegetação nativa,
práticas de irrigação responsáveis e a gestão de resíduos orgânicos. Ex: Fazenda de produção
intensiva de peixes.

Mineração: O licenciamento para atividades de mineração busca minimizar os


impactos da extração de recursos naturais, exigindo medidas de recuperação do ambiente
afetado e a gestão apropriada dos rejeitos gerados. Ex: Mina de carvão.

Infraestrutura: O licenciamento de projetos de infraestrutura como barragens,


represas, sistemas de abastecimento de água e esgoto, envolve a avaliação dos possíveis
impactos nos ecossistemas aquáticos, exigindo medidas de mitigação e monitoramento.

Atividades de Turismo: O licenciamento para o turismo em áreas naturais visa


garantir a preservação dessas áreas, com a implementação de trilhas bem planejadas, regras
de visitação e medidas para evitar a poluição. Ex: Um parque nacional popular entre os
turistas.

Exploração de Recursos Naturais: Nesse contexto, o licenciamento busca equilibrar a


extração de recursos com a conservação do meio ambiente, requerendo medidas de
restauração e reabilitação das áreas impactadas. Ex: Mineração de ouro.

Agroindústrias: Além das regulamentações agrícolas, as agroindústrias precisam


seguir diretrizes para a gestão de resíduos, controle de poluição e eficiência no uso de
recursos. Ex: Usina de processamento de alimentos

Atividades Portuárias e Marítimas: Construção de um porto, o licenciamento


abordaria os impactos sobre os ecossistemas costeiros, medidas para evitar a erosão das
praias, planos de controle da poluição do mar e estratégias para minimizar o impacto sobre a
fauna marinha.

Tratamento de Resíduos: O licenciamento do tratamento de resíduos visa evitar a


contaminação do solo e da água, exigindo medidas para o tratamento adequado e a disposição
responsável dos resíduos. Ex: Uma usina de incineração de resíduos.

Atividades de Energia: No caso de uma usina termelétrica a carvão, o licenciamento


envolveria medidas para captura e armazenamento de carbono, sistemas de tratamento de
resíduos tóxicos e tecnologias para reduzir a emissão de poluentes atmosféricos.

Atividades de Transporte: Grandes projetos de transporte são licenciados levando em


consideração os impactos no ecossistema, qualidade do ar e ruído, com foco em medidas de
mitigação e planejamento adequado. Ex: Construção de uma rodovia.

Em todos esses casos, o processo de licenciamento ambiental envolve avaliação técnica,


consulta pública e exigências específicas para garantir que as atividades ocorram de maneira
responsável, minimizando os impactos negativos ao meio ambiente e à comunidade.
Critérios

Os critérios utilizados no processo de licenciamento ambiental são diretrizes, padrões


e requisitos estabelecidos pelas autoridades ambientais para avaliar e aprovar projetos ou
atividades que possam ter impactos no meio ambiente. Esses critérios são fundamentais para
garantir que as atividades sejam conduzidas de maneira ambientalmente responsável,
minimizando os danos e promovendo a sustentabilidade.

Os critérios podem variar de acordo com o tipo de atividade, a localização geográfica


e as características do ambiente afetado. Geralmente, os critérios abrangem aspectos como
impactos ambientais, sociais e econômicos. Aqui estão alguns exemplos de critérios que
podem ser considerados no licenciamento ambiental:

Estudos de Impacto Ambiental (EIA): Muitas atividades exigem um EIA, que é um


estudo detalhado que avalia os possíveis impactos da atividade no ambiente. Os critérios aqui
podem incluir a qualidade da análise dos impactos, a identificação de medidas de mitigação e
a consideração das alternativas possíveis.

Tecnologias de Controle: Os projetos industriais, por exemplo, podem ter critérios


específicos relacionados às tecnologias de controle de poluição adotadas. Isso inclui a
eficiência dos sistemas de tratamento de efluentes e emissões atmosféricas.

Conservação da Biodiversidade: Para atividades em áreas de importância ecológica,


critérios podem ser estabelecidos para proteger a biodiversidade, incluindo a preservação de
habitats e a minimização da perturbação de espécies.

Gestão de Resíduos: Critérios relacionados à gestão de resíduos podem abordar a


disposição adequada de resíduos sólidos e líquidos, incluindo a prevenção da contaminação
do solo e da água.

Uso de Recursos Hídricos: Para atividades que envolvem o uso da água, critérios
podem incluir o uso eficiente dos recursos hídricos e a prevenção da contaminação da água.

Recuperação de Áreas Degradadas: Projetos que envolvem a degradação do solo ou de


habitats naturais podem ter critérios relacionados à recuperação dessas áreas após a conclusão
da atividade.

Participação Pública: Critérios de participação pública podem ser estabelecidos para


garantir que as comunidades afetadas tenham a oportunidade de expressar suas preocupações
e contribuições durante o processo de licenciamento.
Saúde Pública: Atividades que possam afetar a saúde pública podem ter critérios
relacionados à prevenção da contaminação do ar, da água potável e do solo.

Planos de Monitoramento: Critérios podem exigir a implementação de planos de


monitoramento ambiental contínuo para garantir que os impactos sejam controlados e
mitigados ao longo do tempo.

Alternativas Tecnológicas: Para projetos industriais, critérios podem considerar a


viabilidade de tecnologias alternativas que tenham menor impacto ambiental.

Planejamento Urbano: Em projetos de urbanização, critérios podem abordar o


zoneamento adequado, a preservação de áreas verdes e a integração com o planejamento
urbano local.

É importante ressaltar que os critérios podem variar de acordo com as leis e


regulamentos ambientais de cada país ou região. Eles são definidos com base em
conhecimentos científicos, considerações ambientais, sociais e econômicas, bem como as
características específicas de cada projeto ou atividade. O licenciamento ambiental, portanto,
visa garantir que as atividades humanas sejam realizadas de maneira equilibrada,
promovendo o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente.

Etapas para obtenção da licença ambiental

Para obtenção do licenciamento de empreendimento ou atividade potencialmente


poluidores, o interessado deverá dirigir sua solicitação ao órgão ambiental competente para
emitir a licença, podendo esse ser o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), os órgãos de meio ambiente dos estados e do Distrito Federal
(Oemas) ou os órgãos municipais de meio ambiente (Ommas). Cada modalidade de licença
estará sujeita a receber um prazo diferente, dependendo do órgão, em função das
peculiaridades da atividade ou empreendimento. Assim como para a possível formulação de
exigências complementares. Contudo, deve se observar o prazo máximo de seis meses a
contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento. Com
exceção aos casos em que houver Estudo de Impacto Ambiental – EIA e Relatório de
Impacto Ambiental - Rima e/ou audiência pública, quando o prazo aumenta para doze meses.
1ª - Identificação do órgão ambiental e consulta

Primeiro, identificar o órgão ambiental responsável pela concessão de licenças na sua


região. A tarefa de licenciar é, em regra, dos estados, cabendo ao Ibama uma atuação
supletiva. Portanto, não cabe ao órgão federal rever ou suplementar a licença ambiental
concedida pelos estados. Ao Ibama também foi dada pelo dispositivo legal competência
originária para licenciar atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito
nacional ou regional.

Em seguida, entrar em contato com esse órgão para obter informações detalhadas
sobre os requisitos específicos do processo de licenciamento para o tipo de empreendimento
ou atividade.

2ª - Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

Dependendo da escala e natureza do projeto, será necessário a preparação de um


Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Esse estudo analisa os possíveis impactos do projeto no
meio ambiente e propõe medidas de mitigação. Geralmente, projetos de grande porte e que
possam ter impactos significativos exigem um EIA.

3ª - Apresentação dos Documentos

O empreendedor deverá requerer formalmente a licença e apresentar os estudos,


documentos e projetos definidos inicialmente. Nessa fase ainda não é apresentado o projeto
básico, que somente será elaborado após expedida a licença prévia. O pedido de
licenciamento deverá ser publicado em jornal oficial do ente federativo e em periódico
regional ou local de grande circulação.

Após receber a solicitação de licença e a documentação pertinente, o órgão ambiental


analisará o processo e realizará, se necessário, vistoria técnica no local onde será implantado
o empreendimento. O órgão ambiental poderá solicitar esclarecimentos e complementações
das informações prestadas uma única vez, cabendo reiteração do pedido, caso aqueles não
tenham sido satisfatórios. O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e
complementações formuladas pelo órgão ambiental, dentro do prazo máximo de quatro
meses, a contar do recebimento da respectiva notificação.

4ª - Consulta Pública

Em muitos casos, especialmente para projetos de grande porte, é necessária a


realização de uma consulta pública. Quando a comunidade é chamada a avaliar os impactos
ambientais e sociais do empreendimento e as medidas mitigadoras de cada um deles. Isso
permite que a comunidade local e outras partes interessadas expressem suas opiniões e
preocupações em relação ao projeto.

5ª - Emissão da Licença Prévia

Finalizada a análise, o órgão licenciador emite parecer técnico conclusivo e, quando


couber, parecer jurídico, decidindo pelo deferimento ou indeferimento do pedido de licença,
dando-se a devida publicidade. O órgão ambiental deverá emitir parecer técnico conclusivo
que exprima de forma clara suas conclusões e propostas de encaminhamento bem como sua
opinião sobre a viabilidade ambiental do empreendimento.

Ao expedir a licença prévia, o órgão ambiental estabelecerá as medidas mitigadoras


que devem ser contempladas no projeto de implantação. O cumprimento dessas medidas é
condição para se solicitar e obter a licença de instalação. Após pagamento e retirada da
licença prévia, o empreendedor deve publicar informativo comunicando a concessão no
diário oficial da esfera de governo que licenciou e em jornal de grande circulação.

6ª - Elaboração do projeto básico

De posse da LP, o próximo passo do empreendedor é elaborar o projeto básico do


empreendimento. O projeto básico é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com
nível de precisão adequado para caracterizar a obra, o serviço, o complexo de obras ou o
complexo de serviços objeto da licitação. Ele é elaborado com base nas indicações dos
estudos técnicos preliminares, de forma a assegurar a viabilidade técnica e o adequado
tratamento do impacto ambiental do empreendimento. O projeto deve possibilitar a avaliação
do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.
7ª - Licença de instalação

A solicitação da licença de instalação deverá ser dirigida ao mesmo órgão ambiental


que emitiu a licença prévia. Quando da solicitação da licença de instalação, o empreendedor
deve:
● comprovar o cumprimento das condicionantes estabelecidas na licença prévia;
● apresentar os planos, programas e projetos ambientais detalhados e respectivos
cronogramas de implementação;
● apresentar o detalhamento das partes dos projetos de engenharia que tenham relação
com questões ambientais.

Os planos, programas e projetos ambientais detalhados serão objeto de análise técnica


no órgão ambiental, com manifestação, se for o caso, de órgãos ambientais de outras esferas
de governo. Após essa análise, é elaborado parecer técnico com posicionamento a favor ou
contra a concessão da licença de instalação. Concluída a análise, o empreendedor efetua o
pagamento do valor cobrado pela licença, recebe-a e publica anúncio de sua concessão no
diário oficial da esfera de governo que concedeu a licença e em periódico de grande
circulação na região onde se instalará o empreendimento.

8ª - Licença de operação

Ao requerer a licença de operação, o empreendedor deve comprovar junto ao mesmo


órgão ambiental que concedeu as licenças prévia e de instalação:
● A implantação de todos os programas ambientais que deveriam ter sido executados
durante a vigência da licença de instalação;
● A execução do cronograma físico-financeiro do projeto de compensação ambiental;
● O cumprimento de todas as condicionantes estabelecidas quando da concessão da
licença de instalação.

Caso esteja pendente alguma condicionante da licença prévia, sua implementação


também deverá ser comprovada nessa oportunidade. Após requerer a licença de operação, e
antes da sua obtenção, o interessado poderá realizar testes pré-operacionais exclusivamente
após autorização do órgão ambiental. Com base nos documentos, projetos e estudos
solicitados ao empreendedor, em pareceres de outros órgãos ambientais porventura
consultados e em vistoria técnica no local do empreendimento, o órgão elabora parecer
técnico sobre a possibilidade da concessão da licença de operação. Em caso favorável, o
interessado deve efetuar o pagamento da licença e providenciar a publicação de comunicado
a respeito do fato no diário oficial da esfera de governo que licenciou e em jornal regional ou
local de grande circulação.

O processo pode variar muito de acordo com a localização geográfica e a legislação


vigente. Portanto, é fundamental contato com o órgão ambiental local para obter orientações
precisas sobre como proceder no seu caso específico. Em alguns casos, pode ser útil contratar
consultores especializados em questões ambientais para garantir que todos os requisitos
sejam atendidos de maneira adequada.

Custo do Licenciamento Ambiental

Os valores despendidos para a elaboração dos estudos ambientais e a contratação de


empresa especializada para interagir com o órgão ambiental variam de acordo com os fatores
envolvidos, com o tamanho e a localização do empreendimento e com a magnitude dos seus
impactos. O pagamento de taxas de emissão de licença ambiental envolve dois componentes
de custo: o valor da licença e o custo da análise. O primeiro é uma taxa cobrada pela emissão
da licença ambiental. O segundo é o valor que o órgão ambiental cobra pela análise dos
estudos ambientais necessários para fundamentar a decisão de emitir a licença pleiteada.

Importante destacar que o pagamento é feito para cada uma das licenças ambientais
(LP, LI e LO) e respectivas renovações. Assim, para receber a LP, paga-se pela sua emissão e
pela análise dos estudos que nortearam a decisão do órgão ambiental para a outorga dessa
licença, quais sejam, o EIA, o Rima e outros estudos exigidos pelo órgão ambiental. Na LI, o
valor cobrado por ela refere-se ao valor exigido pela análise dos planos e programas
ambientais detalhados, apresentados pelo empreendedor quando da solicitação da LI, e outros
documentos porventura requeridos pelo órgão ambiental. Na LO, paga-se o valor da licença e
o valor devido ao órgão ambiental pela análise do relatório de implementação dos programas
ambientais e demais documentos apresentados quando da solicitação desta licença. O custo
da análise dos documentos necessários para a obtenção da licença ambiental inclui as
despesas com viagens para fins de vistoria do empreendimento (diárias e passagens) e os
custos da análise propriamente dita, que considera os salários e os respectivos encargos da
equipe do órgão responsável, no período em que durar a análise dos estudos ambientais.

O valor de cada licença, a depender do potencial poluidor e/ ou porte do


empreendimento, é fixo para cada um dos tipos de licença ambiental (LP, LI, LO), em função
da categoria em que o empreendimento se enquadra na classificação do órgão ambiental. A
título de ilustração, o Ibama disponibiliza em seu sítio o valor cobrado pelas licenças, que
dependerá do tipo de licença e do tamanho do empreendimento (pequeno, médio, grande).

Outro custo presente no licenciamento refere-se à compensação ambiental. Como


alguns impactos não são possíveis de serem mitigados, entre eles a perda da biodiversidade e
de áreas representativas do patrimônio cultural, histórico e arqueológico, o ordenamento
jurídico que regula o licenciamento estabeleceu a possibilidade da compensação ambiental.
Nesse sentido, a compensação ambiental passou a ser obrigatória para empreendimentos
causadores de significativo impacto ambiental, sendo empregada para compensar os efeitos
de impactos não mitigáveis ocorridos quando da implantação de empreendimentos e
identificados no processo de licenciamento ambiental. Estes recursos são destinados às
Unidades de Conservação do grupo de proteção integral. A escolha de unidades de
conservação a serem beneficiadas será definida pelo órgão ambiental licenciador,
considerando as propostas apresentadas no EIA/Rima e ouvido o empreendedor, podendo,
inclusive, ser contemplada a criação de novas unidades de conservação. O valor da
compensação ambiental será sempre igual ou superior a 0,5% do custo total previsto para a
implantação do empreendimento.
Referências Bibliográficas

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/qual-a-diferenca-entre-licenca-ambiental-e-licen
ciamento-ambiental-e-quais-as-atividades-que-sao-isentas-do-licenciamento-ambiental/42470
1895#:~:text=A%20licen%C3%A7a%20ambiental%20%C3%A9%20um,potencialmente%2
0perigosa%20ao%20meio%20ambiente

https://intertox.com.br/o-que-e-licenciamento-ambiental/#:~:text=O%20Certificado%
20de%20Dispensa%20da,atividade%20naquela%20unidade%20em%20quest%C3%A3o

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