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SUMÁRIO
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Dessa forma, o licenciamento ambiental deve ser compreendido como o processo administrativo no
decorrer ou ao final do qual a licença ambiental poderá ou não ser concedida. Cada etapa deve terminar com a
concessão da licença correspondente, de maneira que as licenças ambientais servem para formalizar que até
aquela etapa o proponente da atividade cumpriu o que foi determinado pela legislação ambiental e pela
Administração Pública.
Ao falar em licença ambiental, referimo-nos ao ato final de cada etapa do licenciamento ambiental,
que é o ato de concessão do pedido feito ao Poder Público. Não se deve confundir o licenciamento com a
licença, já que aquele é o processo administrativo por meio do qual se verificam as condições de concessão
desta, e esta é o ato administrativo que concede o direito de exercer a atividade.
OBS: Com a vigência da Lei Complementar 140/11 passou-se a utilizar um conceito mais simples do
que é licenciamento ambiental. Os dois conceitos são válidos. A diferença é que o conceito da lei complementar
é mais simplificado.
ERRADO. A Mpv 809, de 01 de dezembro de 2017, incluiu um Art. 14-A na Lei 11.516/07 com o seguinte teor:
Fica o Instituto Chico Mendes autorizado a selecionar instituição financeira oficial, dispensada a licitação, para
criar e administrar fundo privado a ser integralizado com recursos oriundos da compensação ambiental de que
trata o art. 36 da Lei nº 9.985, de 2000, destinados às unidades de conservação instituídas pela União”. Dessa
forma, atualmente já existe um fundo com essa finalidade, sendo que a instituição financeira oficial selecionada
será responsável pela execução, direta ou indireta, e pela gestão centralizada dos recursos de compensação
ambiental destinados às unidades de conservação instituídas pela União.
É inconstitucional a legislação estadual que, flexibilizando exigência legal para o desenvolvimento de atividade
potencialmente poluidora, cria modalidade mais simplificada de licenciamento ambiental. É inconstitucional lei
estadual que regulamenta aspectos da atividade garimpeira, nomeadamente, ao estabelecer conceitos a ela
relacionados, delimitar áreas para seu exercício e autorizar o uso de azougue (mercúrio) em determinadas
condições. STF. Plenário. ADI 6672/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/9/2021 (Info 1029).
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*(Atualizado em 24/07/2022). É inconstitucional a concessão automática de licença ambiental no sistema
responsável pela integração (Redesim) para o funcionamento de empresas que exerçam atividades de risco
médio nos termos da classificação estabelecida em ato do Poder Público. O licenciamento ambiental dispõe de
base constitucional e não pode ser suprimido, ainda que de forma indireta, por lei. Também não pode ser
simplificado a ponto de ser esvaziado, salvo se a norma que o excepcionar apresentar outro instrumento apto a
assegurar a proteção ao meio ambiente com igual ou maior qualidade. Nesse contexto, a simplificação do
procedimento pelo argumento da desburocratização e desenvolvimento econômico, com controle apenas
posterior, configura retrocesso inconstitucional, pois afasta os princípios da prevenção e da precaução
ambiental. A automaticidade, por sua vez, contraria norma específica sobre o licenciamento ambiental, segundo
a qual as atividades econômicas potencial ou efetivamente causadoras de impacto ambiental estão sujeitas ao
controle estatal. Não possui fundamento constitucional válido a vedação da coleta adicional, pelos órgãos
competentes, de dados que não tenham sido disponibilizados na Redesim previamente ou no ato do protocolo
do pedido de licenciamento. STF. Plenário. ADI 6808/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/4/2022 (Info
1052).
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
Parágrafo único – As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo
com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
A primeira delas é a licença prévia (LP) que aprova um projeto reconhecendo sua viabilidade
ambiental e sua localização.
É a primeira licença que será concedida pelo órgão ambiental ao empreendedor que, a partir daí,
deverá cumprir exigências para poder conseguir a próxima licença (condicionantes). A segunda modalidade é a
licença de instalação (LI). O seu conteúdo é liberar a implantação do empreendimento. Ele pode ser construído,
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sem que possa entrar em funcionamento. Encerrada a construção e cumpridas todas as condicionantes, o
empreendedor pedirá a licença de operação (LO).
A licença ambiental necessariamente possuirá prazo de validade, que irá variar conforme a
modalidade de licença, podendo ser prorrogada de acordo com fundamentação adequada.
A licença prévia tem prazo de validade de até cinco anos (#DESPENCAEMPROVA), não podendo ter
lapso de tempo inferior ao necessário para a elaboração dos programas técnicos, ao passo que a licença de
instalação não poderá ter validade superior a seis anos. Já os prazos da licença de operação variarão entre
quatro e dez anos, a critério do órgão ambiental, sendo que a sua renovação deverá ser requerida com a
antecedência mínima de 120 dias de seu vencimento, ficando automaticamente renovada até a manifestação do
ente licenciante.3
Outra característica dessas licenças ambientais é que tais concessões pressupõem a realização de um
estudo de impacto ambiental.
Deve-se relembrar, mais uma vez, a inexistência do direito adquirido a poluir, razão pela qual a licença
é considerada rebus sic stantibus. Vejamos as principais hipóteses de revisibilidade da licença ambiental:
Estabelece uma espécie de sustação ou de sobrestamento de atividade até que
ocorra a adequação à legislação ambiental ou às condicionantes ambientais
Suspensão impostas pelo órgão ambiental.
A Suspensão é hipótese de retirada temporária.
A Anulação, Cassação e Revogação são hipóteses de retirada definitiva.
Ocorre nos casos de omissão ou falsa descrição de informações relevantes que
Anulação servirem para fundamentar a expedição da licença. Assim, pode-se dizer que se
trata de irregularidade na concessão da licença, que desconsiderou os preceitos
legais.
Cassação Trata-se de irregularidade posterior à concessão da licença ambiental, em razão
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#DESPENCAEMPROVA
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do pelo descumprimento das condicionantes ou da legislação ambiental
Revogação Superveniência de graves riscos para o meio ambiente e para a saúde pública.
#APROFUNDAMENTO
Licença simplificada
Como vimos, a regra no licenciamento ambiental é que cada licença ambiental seja expedida ao final
de cada etapa do processo administrativo, visto que cada tipo de licença se propõe a finalidades específicas, ou
seja, primeiro é concedida a licença prévia, depois a licença de instalação e por fim a licença de operação.
Com relação às atividades de menor porte ou de menor potencial ofensivo, o órgão ambiental poderá
estabelecer um procedimento simplificado para essas atividades independentemente da fase em que se
encontrarem, tendo em vista o §2° do art. 12 da Resolução n. 237/97 do CONAMA prever que “Poderão ser
estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial de
impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente”.
#RESUMO #COLANATESTA
É concedida na fase preliminar do projeto, estabelecendo a sua
Licença Prévia – LP viabilidade ambiental e os requisitos a serem atendidos nas próximas
fases.
Possui prazo de validade de até 05 (cinco) anos.
Licença de Instalação – LI Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade.
Possui prazo de validade de até 06 (seis) anos.
Autoriza que o empreendimento ou atividade seja finalmente colocado
Licença de Operação – LO em prática.
Possui prazo de validade que varia entre 04 (quatro) e 10 (dez) anos.
Licença Simplificada Autoriza o funcionamento de atividades e empreendimentos de pequeno
potencial de impacto ambiental em uma única etapa.
#LINKSMENTAIS
Podemos resumir as principais características da licença ambiental em:
a) Diferentes modalidades;
b) Prazos de validade diferenciados;
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c) Atividades potencialmente poluidoras pressupõem prévio Estudo de Impacto Ambiental;
d) Não incorporam o patrimônio jurídico do outorgado.
Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação dos
processos de licenciamento.
§ 3o O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica emissão
tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva
referida no art. 15.
Art. 14, § 4o A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120
(cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este
automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de
licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve
desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a
União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos.
Determinado ente político, como apontado acima, só pode licenciar se tiver um órgão capacitado e um
conselho do meio ambiente. Apesar de afirmar-se que ambos são necessários, a lei, em todos os incisos
menciona a presença de um ou outro.
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico,
científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da
atribuição nos termos desta Lei Complementar.
#RESUMO
No inciso XIV do art. 7º da LC 140/2011 foram listadas as competências federais, que são
desenvolvidas através do IBAMA. No art. 9º, também em seu inciso XIV, foram listadas as competências para o
licenciamento municipal. Quanto aos estados, temos uma competência residual. O que não for de competência
federal ou municipal será licenciado pelos estados. O Distrito Federal, como lhe é comum, acumula as
competências estaduais e municipais. Feita esta introdução, passemos à análise específica dos casos de
competências. É interessante sempre buscar a lógica para os casos definidores de competência, já que o rol de
critérios e de atividades é muito extenso e de difícil memorização.
São os casos de petróleo. Questões relacionadas ao mar envolvem a soberania, colocando em jogo o
interesse e a própria segurança nacional. Sabemos que os recursos da plataforma continental são de
propriedade da União (Sabemos? Não esquece!), fator a mais para se concluir que as competências neste caso
realmente são dela. Portanto, nesse caso insere-se não somente o critério da segurança nacional, como também
o da propriedade federal.
Aqui foi adotado o critério da dominialidade dos bens públicos federais já que as terras indígenas são
bens públicos afetados ao usufruto vitalício dos índios. Até mesmo eles precisarão de licenciamento ambiental
quando forem realizar atividades que possam causar impactos ambientais.
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Ressalta-se mais uma vez a importância da leitura do texto da Lei.
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realizada naquele local. O critério é outro, fixado em outro artigo, analisado infra. Ela foge à regra geral, pois ela
é a unidade de conservação mais frequente no Brasil.
Empreendimentos dessa natureza poderão ter seus licenciamentos dispensados conforme parte final
do dispositivo, mas, sendo este necessário, será feito pelo IBAMA.
O critério aqui, assim como no da alínea anterior, é o da segurança nacional. A competência material
para lidar com material nuclear é da União.
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão
Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou
empreendimento;
Este dispositivo traz uma hipótese aberta, de forma que, no futuro, poderemos ter outras
competências federais além dessas elencadas no inciso h. A comissão tripartite nacional pode propor à
Presidência da República que, através de um decreto, preveja outros casos de competência federal
considerando o porte, o potencial poluidor e a natureza da atividade ou do empreendimento.
Não custa lembrar que, somente aqueles municípios dotados de órgãos devidamente estruturados e
capacitados para o licenciamento, e que contem com um conselho municipal do meio ambiente (a lei fala em
“ou”) poderão realizar a atividade de licenciamento. Vamos as suas hipóteses:
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar,
promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos
respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e
natureza da atividade; ou
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Esta primeira hipótese de competência municipal leva em consideração o critério do impacto
ambiental. São aqueles empreendimentos cujos impactos ambientais não ultrapassem as fronteiras do
município de forma que, possuindo este órgão ambiental capacitado, bem como conselho municipal do meio
ambiente, ele será competente para realizar o licenciamento, desde que haja a avaliação do conselho municipal.
Novidade trazida por esta lei foi a avaliação que deve ser feita por estes conselhos, de acordo com o critério de
porte, potencial poluidor e natureza da atividade, para declarar se o órgão é capacitado ou não para
determinado licenciamento.
Aqui, deve ser feita a mesma observação que foi apontada acima para a União.
*(Atualizado em 25/09/2022) Cabe aos municípios promover o licenciamento ambiental das atividades ou
empreendimentos que possam causar impacto ambiental de âmbito local. Tese fixada: “É inconstitucional
interpretação do art. 264 da Constituição do Estado do Ceará de que decorra a supressão da competência dos
Municípios para regular e executar o licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos de impacto
local.” STF, ADI 2142/CE, relator Min. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 24.6.2022. Info 1.060.
Como sendo uma entidade federativa híbrida, contará com competências estaduais e municipais. Vide
art. 10:
Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8º e 9º.
Essas são as unidades de conservação mais comuns espalhadas pelo território brasileiro, não se
adotando para elas o critério da entidade instituidora. Os critérios adotados para elas são alguns daqueles que
já foram vistos como se verifica no art. 12 da Lei Complementar 140/11:
Pode-se perceber que essa competência é problemática, pois, imagine um empreendimento em APA
que causará impacto local e que seja localizado em mar territorial, teremos, em um só caso, misturados dois
critérios, não informando a lei qual deles prevalece, sendo este um caso passível de discussão na prática.
De acordo com o Supremo, não poderá, o Poder Judiciário, entrar na questão da viabilidade da licença
ambiental, no seu MÉRITO. Esse caso chegou ao STF quando da discussão das obras de transposição do Rio São
Francisco:
Se não é possível considerar o projeto como inviável do ponto de vista ambiental, ausente nesta fase
processual qualquer violação de norma constitucional ou legal, potente para o deferimento da cautela
pretendida, a opção por esse projeto escapa inteiramente do âmbito desta Suprema Corte. Dizer sim ou não à
transposição não compete ao Juiz, que se limita a examinar os aspectos normativos, no caso, para proteger o
meio ambiente. 6. Agravos regimentais desprovidos. (ACO-MC-AgR 876).
DIPLOMA DISPOSITIVO
Constituição Federal Artigo nº 225
Lei nº 6.938 Artigo nº 10
Resolução 237 – CONAMA Leitura Integral
LC 140/2011 Art. 1 ao 17
3. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA