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Licenciamento ambiental

Procedimento administrativo que visa evitar ou


mitigar os danos provocados por obras ou
atividades efetiva ou potencialmente degradadoras
do meio ambiente.

1. Conceito

A Resolução Conama n° 237/97 define licença ambiental como sendo:


"ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental
que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou
jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos
ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental".

Ressalta-se que a licença ambiental é ato discricionário,


diferenciando-se da licença administrativa que constitui ato
vinculado. 

2. Obras sujeitas a licenciamento ambiental

Estão sujeitas a licenciamento os empreendimentos e as atividades


utilizadoras de recursos ambientais que sejam consideradas efetiva
ou potencialmente poluidoras, ou capazes de causar degradação
ambiental (art. 2º da Resolução Conama n° 237/97).

O anexo 1 da referida Resolução contém atividades sujeitas a


licenciamento. Ex.: Extração e tratamento de minerais, indústria
metalúrgica, transmissão de energia elétrica etc. 

3. RAIAS – Relatório de Ausência de Impacto Ambiental

Ao analisar a Constituição Federal, no que tange à matéria ambiental


(art. 225 da CF), conclui-se que há uma presunção relativa de que
toda atividade é causadora de impacto ao meio ambiente, razão pela
qual é necessário que o proponente do projeto, no início do
licenciamento, apresente ao órgão público licenciador, o Relatório de
Ausência de Impacto Ambiental, que será analisado e servirá de base
para que se determine se a atividade é causadora de significativo
impacto ambiental. Se for, será necessária a execução do EIA/RIMA.
Se não for, o empreendedor poderá requerer a licença prévia.

O art. 3° da Resolução Conama n° 237/97 traz o rol das atividades


que estão sujeitas ao licenciamento ambiental, porém não vincula o
licenciamento à realização do EIA/RIMA. Portanto, verifica-se que
uma atividade que passará pelo procedimento de licenciamento
ambiental poderá ou não ter o respaldo do EIA/RIMA, tendo em vista
que o referido dispositivo não estabelece para as atividades elencadas
(Anexo I) qualquer presunção de potencialidade de causarem
significativa degradação ambiental.

4. EIA/RIMA – Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de


Impacto Ambiental

É um estudo mais elaborado e complexo, exigido para aquelas


atividades consideradas capazes de causar significativo impacto
ambiental, ou seja, dentre as atividades sujeita a licenciamento
ambiental existem aquelas que causam degradação ambiental e
aquelas que causam significativa degradação ambiental, sendo que
nestas será necessária a elaboração do EIA/RIMA para saber se a
obra poderá ou não ser realizada (art. 3º da Resolução Conama n°
237/97).

O EIA é um estudo científico, com linguagem técnica, elaborado por


uma equipe multidisciplinar (profissionais legalmente habilitados –
art. 11 da Resolução Conama n° 237/97), que deve conter uma
análise dos impactos ambientais que o empreendimento irá causar,
bem como as medidas mitigadoras desses impactos.

RIMA é um relatório de impacto ambiental que tem por finalidade


tornar compreensível o conteúdo do EIA, por meio de uma linguagem
clara, simples e objetiva, para que o público tenha acesso. 
5. Audiência Pública

É uma forma de participação popular que tem por finalidade recolher


críticas e sugestões da população com relação à instalação da
atividade local e que irá ajudar o órgão licenciador a formar seu
convencimento da aprovação ou não do projeto submetido ao
licenciamento.

A audiência pública não é obrigatória. No entanto, caso seja


requerida e não seja realizada, a licença concedida será inválida.

Haverá audiência pública nos seguintes casos: 

a) quando o órgão competente para concessão da licença julgar


necessário;

b) requerimento por 50 ou mais cidadãos;

c) solicitação pelo Ministério Público. 

6. Julgamento do EIA/RIMA

Não havendo audiência pública, o órgão ambiental competente irá


julgar direto o EIA/RIMA após sua entrega. Havendo audiência
pública, o EIA/RIMA será julgado após sua realização. 

7. Aprovação do projeto

Uma vez aprovado o RAIS ou o EIA/RIMA, o órgão licenciador


competente, a requerimento do empreendedor, estará autorizado a
outorgar as demais licenças (prévia, de instalação e de operação –
art. 8° da Resolução Conama n° 237/97).

Contudo, é facultado ao órgão licenciador solicitar, em qualquer fase


do licenciamento, a realização de estudos ambientais
complementares quando julgar necessários. 

8. Etapas do licenciamento
8.1 Licença prévia (LP)

É concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento


ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua
implementação.

Seu prazo de validade não pode ser superior a 5 (cinco) anos (art.
18, I, da Resolução Conama n° 237/97). 

8.2 Licença de instalação (LI)

Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com


as especificações constantes dos planos, programas e projetos
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes, da qual constituem motivo determinante.

Seu prazo de validade não pode ser superior a 6 (seis) anos (art. 18,
II, da Resolução Conama n. 237/97). 

8.3 Licença de operação (LO)

Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a


verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças
anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes
determinados para a operação.

Seu prazo de validade será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no


máximo, 10 (dez) anos (art. 18, III, da Resolução Conama n.
237/97).

Por fim, frise-se que para que haja a concessão das licenças é
necessário o efetivo cumprimento do que consta das licenças
anteriores, ou seja, para se conceder a LI é necessário que se tenha
cumprido tudo o que determina a LP e assim sucessivamente. 

Obs.: Este roteiro traz uma visão geral do procedimento de


licenciamento ambiental, pois dependendo da obra a ser realizada,
poderá ocorrer certas peculiaridades não abrangidas por este. Pode
ocorrer também dos Estados aumentarem as modalidades e etapas
do licenciamento, adicionando maiores exigências do que aquelas
previstas na regra geral (na qual foi baseada este roteiro).

Referência bibliográfica

FIORILLO. Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental


Brasileiro. 7ª Edição. Editora Saraiva, 2006.

Passo a passo ilustrado

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