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GT 7 - Desafio 5: Detalhamento do licenciamento ambiental da obra civil estudada.

O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo onde poderá ser concedida a


licença ambiental pelo órgão responsável tanto no âmbito federal estadual ou municipal para
autorizar uma determinada atividade que será executada por uma pessoa física ou jurídica.
Essa licença visa manter a qualidade do ambiente, mesmo que a atividade executada seja
poluidora ou potencialmente poluidora. Geralmente ele é dividido em três etapas.
Os licenciamentos ambientais de mineração no município de Parauapebas encontrados no site
do IBAMA, foram 6 processos. Todas as licenças expostas foram concedidas pelo IBAMA,
pois ele é o órgão executor do licenciamento ambiental de competência da União. A Lei
Complementar nº 140/11, art.
Figura 1: Licenças encontradas no site do IBAMA.

Fonte: Autores.

Como se pode ver na figura 1, as licenças ambientais concedidas ao empreendimento foram:


Licença prévia - LP: Essa licença é concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade
ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas
próximas fases de sua implementação.
Para a licença prévia ser concedida é necessário ter o Termo de referência - TR aprovado, é
ele que indica as diretrizes metodológicas que devem ser seguidas para a elaboração do Estudo
de Impacto Ambiental, que é exigido do empreendedor para que o órgão licenciador possa
avaliar a viabilidade ambiental de um empreendimento durante a fase de licenciamento. Após
isso, o EIA/RIMA - Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental e
RAS – Relatório ambiental simplificado Ambos são documentos que tem como objetivo
oferecer elementos para a análise da viabilidade ambiental de empreendimentos ou atividades
consideradas potencial ou efetivamente causadoras de degradação do meio ambiente. Após
isso, ocorre as Audiências públicas- AP que é um instrumento fundamental do processo de
licenciamento ambiental, cuja finalidade é apresentar os resultados dos estudos ambientais,
dirimir duvidas e recolher críticas e sugestões dos presentes. Por último, é emitido a Analise
final – AF que é o documento que determina que as condições estão certas para se iniciar a
licença de instalação.
Licença de instalação - LI: Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo
com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as
medidas de controle ambiental e demais condicionantes.
Para a licença de instalação ser concedida, se faz necessário ter primeiramente um Projeto
Básico Ambiental - PBA, que é um documento que traça todas as ações e os programas de
gerenciamento das questões ambientais de uma obra. Após isso, o Plano de Controle
Ambiental – PCA é feito e tem como foco de propor as medidas mitigatórias e de controle
ambiental que o empreendedor deverá adotar para mitigar os impactos negativos e potencializar
os impactos positivos decorrentes da instalação ou operação do empreendimento. Por último,
é emitido a Analise fina – AF que é o documento que determina que as condições estão certas
para se iniciar a licença de operação.
Licença de operação - LO: Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, com as
medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
Em relação as datas de emissão das licenças, foi possível notar que as licenças emitidas não
seguem o processo habitual de
Em relação a data de emissão das licenças, foi possível notar que apenas uma segue o processo
corretor de emissão.
Para a Extração de jazidas de areia, a emissão da primeira licença de Operação ocorreu em
11/10/2002. O processo contem 174 documentos, incluindo licenças de instalação, operação,
renovação e prorrogação das licenças, parecer técnico, relatório de vistoria, etc. O último
documento anexado ao processo ocorreu em 28/12/2021 sendo uma renovação de autorização
de captura, coleta e transporte de material biológico.
Para a Extração de jazidas de granito, a emissão da primeira licença de operação tem a data
de 17/07/2003 e é a única licença encontrada. O processo contém 15 documentos anexados,
incluindo licença de operação, renovação e solicitação de licenças e parecer técnico.
Para a Mineração de cobre e ouro - Igarapé Bahia, a emissão da licença de operação ocorreu
em 31/10/2008 e a licença de instalação em 18/07/2019. O processo contém 15 documentos
anexados, incluindo as licenças citadas, o termo de referência, notas informativas, parecer
técnicos e renovações de licenças.
Para a Mineração de ferro na Flora de Carajás, a emissão da primeira licença de operação
se deu em 11/10/2002, já a primeira licença de instalação foi em 06/09/2004, o termo de
referência foi emitido em 31/10/2007. processo contem 174 documentos, incluindo licenças de
instalação, operação, renovação e prorrogação das licenças, parecer técnico, relatório de
vistoria, etc. O último documento anexado ao processo ocorreu em 28/12/2021 sendo uma
renovação de autorização de captura, coleta e transporte de material biológico.
Para a Mineração de manganês da Mina do Azul, a emissão da primeira licença se da em
11/10/2002, já a primeira licença de instalação em 11/09/2005, o termo de referência em
31/10/2007. O processo contém 35 documentos incluindo os já citados e renovação e
solicitação de licenças e parecer técnico.
Para o Projeto de Lavra da Mina Mina N5S, na lista, foi a única na qual se deu o processo
correto, pois o termo de referência foi em 17/03/2009, a licença previa em 17/05/2011 e a
licença de operação em 24/01/2012.
As condições ambientais têm por objetivo obrigar o empreendedor a fazer compensações ou
executar ações que protejam o meio ambiente, previnam ou mitiguem possíveis externalidades
negativas e potencializem os impactos positivos. Além dos impactos ambientais, incluem-se
nesse caso outros danos que possam ser atribuídos direta ou indiretamente ao empreendimento.
As condições estabelecem requisitos técnicos para garantir a viabilidade ambiental do
empreendimento.
De acordo com a IN 7, de 5 de novembro de 2014 (MMA, 2014), o cumprimento das condições
apresentadas nos processos de licenciamento deve ser observado pelos órgãos gestores das
unidades de conservação e um relatório enviado ao órgão licenciador, sempre que o
empreendimento ou atividade for dentro de uma UC.
O empreendedor precisa enviar o relatório de cumprimento das condições ambientais ao órgão
licenciador dentro do prazo estabelecido na licença ou autorização. Essa medida é obrigatória
para obter autorização para executar a fase seguinte do seu empreendimento ou prosseguir com
a próxima etapa do licenciamento. O órgão licenciador, por outro lado, tem a atribuição de
verificar e fiscalizar o cumprimento das condicionantes ambientais das licenças que emitiu.
As condicionantes ambientais são construídas a partir de documentos apresentados pelo próprio
empreendedor e dados que os órgãos licenciadores ou gestores já possuam. Dentre os
documentos podem ser citados: os EIA, Planos Básicos Ambientais (PBA) e estudos
complementares, que muitas vezes são requisitados pelos órgãos ambientais a fim de preencher
lacunas de informações dos outros documentos.
Apesar da importância da elaboração desses subsídios para análise dos órgãos ambientais, nem
sempre a elaboração é feita da forma mais completa possível ou confiável (SÁNCHEZ, 2007).
Este fato pode gerar uma análise técnica equivocada e a emissão das condições ineficientes ou
desnecessárias.
Outro problema observado é a repetição e reaproveitamento de condicionantes ambientais que
foram impostas em outros casos de licenciamento, sem provas de que foram eficientes no
primeiro uso. Como consequência, pode ocorrer a aplicação excessiva de condicionantes que
acabam acarretando uma prática recorrente e vão se acumulando com o tempo.
Filho et al. (2014) faz uma avaliação da efetividade do instrumento de avaliação de impacto
nos processos de licenciamento. Em suas conclusões ele limitou as contribuições do EIA à
identificação de potenciais medidas de minimização e de gestão ambiental necessárias que se
tornam condicionantes da licença prévia (LP) exigidas para a implantação e operação. Ou seja,
existe uma larga margem para melhoria na abordagem da avaliação de impacto que possam
abarcar outros aspectos, além da simples elaboração de medidas mitigadoras nas
condicionantes.
Quanto aos resultados acerca das condicionantes avaliadas no trabalho, Filho et al. (2014)
aponta que o acompanhamento das condicionantes fica restrito aos principais aspectos
biofísicos considerados pelo EIA, não sendo aferidos assim os benefícios sociais, por exemplo.
Ele também afirma que há pouca ênfase em propor medidas para impedir externalidades
negativas, em compensação são apresentadas medidas para mitigar tais externalidades. A
mitigação deve ser uma opção para quando não for possível atender o princípio da prevenção,
porém o impacto deve ser impedido sempre que possível.
Outro aspecto interessante apresentado por Filho et al. (2014) é o fato de as condicionantes
ambientais frequentemente incluírem pedidos de estudos complementares, indicando que os
EIA previamente apresentados não dispõe de informações suficientes para a avaliação de
impacto completa. Portanto, uma das funções importantes das condicionantes nos processos de
licenciamento, em etapas prévias à operação, é a de permitir a solicitação de informações
complementares.
Após mais de três décadas do estabelecimento do licenciamento ambiental no país, nota-se a
necessidade de uma avaliação da sua aplicação de forma a se apontar caminhos para o seu
aprimoramento. Percebe-se que pouca ou nenhuma atenção vem sendo dada à avaliação da real
efetividade desse instrumento na gestão ambiental. (FILHO e MARINHO, 2014).
A proporção das condicionantes relacionadas a impactos encontradas nas licenças e ALA
representam uma informação importante e esperada para o processo de priorização na forma
de lidar com os impactos. Em primeiro lugar aparecem as medidas de monitoramento, ou seja,
é feito o acompanhamento de atividades e atributos que possam causar alguma degradação ao
meio para que eles sejam mantidos sob controle. Em segundo lugar estão as protetivas, impõem
que o impacto não aconteça sobre um certo atributo. Em seguida as de mitigação, para que,
caso o impacto não possa ser impedido, sejam adotadas medidas que o reduzam ao mínimo
possível. Por fim, as condicionantes de recuperação e compensatórias. Elas indicam que, se um
impacto não pode ser impedido ou mitigado, então deve ser compensado ou recuperado. A
ordem em que essas condicionantes aparecem é um bom sinal para a avaliação de impacto e
para o próprio licenciamento. Esta condição representa um indicador de que vem sendo dada
prioridade para que os impactos não ocorram ou sejam mitigados antes de serem compensados
ou recuperados. Em outras palavras, a preocupação dos órgãos ambientais para esse processo
mostrou-se coerente no sentido de prevenir antes de remediar.

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