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Índice
Resumo............................................................................................................................III
1.0 Introdução....................................................................................................................4
1.1 Objectivos:...................................................................................................................5
4.0 Conclusão..................................................................................................................13
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Resumo
III 3
1.0 Introdução
4
1.1 Objectivos:
Metodologia
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2.0 Gestão de Recursos Naturais
O conceito de recursos naturais adoptado neste trabalho é o de Brito (2006, p. 72), pois
define que: “recursos são elementos de que o homem se vale para satisfazer suas
necessidades. Os recursos naturais são aqueles que se originam sem qualquer
intervenção humana”. É possível ainda fazer distinções quanto à definição de recursos
naturais próprios de um Estado, os compartilháveis entre Estados e os que são
patrimônio comum da humanidade.
Assim, ainda de acordo com Brito (2006, p. 74), a natureza constitutiva dos recursos
naturais é que vai determinar se o recurso será compartilhado ou não, mas pode-se
elencar os recursos naturais compartilháveis como: “as espécies de animais marinhos
migratórios, a atmosfera, os rios e lagos internacionais, as águas subterrâneas, os
reservatórios de gás, petróleo e energia geotérmica” (BARBERIS, 1979, p. 148 apud
BRITO, 2006, p. 74).
De acordo com Fonseca (1992 apud SENHORAS; MOREIRA; VITTE, 2009, p.3), “em
concordância com a definição de recursos naturais anteriormente adoptada, adiciona a
classificação dos recursos renováveis e não renováveis, em função de suas capacidades
ou não de esgotamento”. A definição de recursos naturais ainda abarca uma gama
abrangente de componentes, tais como: recursos minerais, compostos por minérios;
recursos biológicos, formados por fauna e flora; recursos ambientais, integrados pelo ar,
pela água e pelo solo; e recursos incidentes, compostos pela radiação solar, pelos ventos
e pelas correntes oceânicas. Senhoras, Moreira e Vitte (2009, p. 3) ressaltam que a
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característica natural dos recursos adquire um perfil geopolítico quando espaços de
atração da intervenção humana para exploração sistemática. Em plano global de
escassez de recursos naturais, estes recursos convertem-se em elemento geopolítico de
poder internacional, motivando disputas e conflitos que ocorrem nos âmbitos político,
econômico e/ou militar.
Assim, ainda pontuam os atores, o recurso natural passa a ser estratégico quanto
se torna escasso e/ou é potencialmente essencial para o desenvolvimento das
atividades econômicas, já que: “o componente conflitivo da geopolítica dos
recursos naturais acontece em função da assimetria natural de sua dotação,
quando em alguns territórios há abundância e em outra escassez” (SENHO-
RAS; MORREIRA; VITTE, 2009, p. 3).
2.2 Contextualização da Gestão de Recursos Naturais
Moçambique é um dos bons exemplos dos países Africanos que têm desenvolvido
metodologias de delimitação das comunidades rurais e tem estado a implementar com
sucesso a sua reforma da lei de terra.
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Conferência de Berlim onde o continente africano foi divido para melhor ocupar
e governar[ CITATION MAT11 \l 1046 ].
Este ambiente tem criado tendência de implantação de uma relação de cima para
baixo nos projectos e programas privados desenhados a nível nacional sem a
participação verdadeira das pessoas no local. Estas características muitas vezes
não são compatíveis para assegurarem a construção duma parceria genuína,
ficando a população rural sem espaço para decidir sobre o seu próprio futuro em
condições favoráveis para ela. Aliás o direito público comunitário consagrado
na legislação sobre terras, artigo 13 ponto 3, relativo à Consulta Comunitária, se
não ignorada, é deficiente1.
Em Moçambique a terra é propriedade do Estado e não pode ser vendida, ou por
qualquer outra forma, alienada, hipotecada ou penhorada. Como meio universal de
criação de riqueza e de bem-estar social, o uso e aproveitamento da terra é direito de
todo povo moçambicano.
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Resolução do Conselho de Ministros nº 10/95, de 17 de Outubro, aprova a Política Nacional de
Terras
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intervenção do Estado na resolução dos mesmos, inclusive através dos tribunais. No
entanto, é evidente a inacção do Estado e a protecção dos interesses dos grandes
investimentos em detrimento dos direitos das comunidades locais, apesar de todas as
salvaguardas na Política Nacional de Terra (PNT) e na legislação em vigor.
Defende-se que o Estado prioriza o sector privado na atribuição de terra, que tem
ocupado lugares-chave na agricultura empresarial, onde se apoia a economia rural,
relegando os camponeses e as comunidades locais, em geral, para o papel de
fornecedores de mão-de- obra a baixo custo e um meio de acesso à terra, recursos
naturais e excedente da produção agrícola.
Sentimos a aqui que a prioridade do Estado na atribuição de terra tem sido a favor do
investimento e em detrimento das necessidades do povo, o que contraria, sobremaneira,
os princípios estabelecidos na legislação de terra.
Será o povo uma prioridade no acesso à terra? A resposta a esta questão é negativa. O
povo não é uma prioridade e não tem acesso privilegiado à terra, podendo isto ser
verificado a partir de alguns casos práticos. A Portucel, por exemplo, é uma das
empresas, de capital estrangeiro (pertence ao Grupo Navigator e com financiamento
Corporação Financeira Internacional – IFC, do Grupo Banco Mundial), que se dedica ao
plantio de eucalipto em larga escala para produção de papel e derivados. A Portucel tem
actualmente vários títulos de DUAT para uma área total de terra de 356 000 hectares
localizados nas províncias de Zambézia e de Manica, que obteve no período de 1 ano de
forma bastante problemática.
A empresa, por sua vez, através de inúmeras promessas de vida melhor, de acesso a
emprego, reabilitação de escolas, estradas e fontanárias e outras tantas promessas,
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Regulamento Sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental; Lei n0 19/97, de 1 de Outubro -
Lei de Terra; Resolução do Conselho de Ministros nº 10/95, de 17 de Outubro, aprova a Política Nacional
de Terras.
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estabeleceu contratos individuais de cedência de terra com as famílias afectadas, um
documento sem qualquer enquadramento legal e que mostra claramente que esta terra é
cedida em troca de prioridade de emprego.
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4.0 Conclusão
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5.0 Referência bibliográfica
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