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APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR

Princípio de legalidade / Princípio da Reserva Legal / Princípio da Anterioridade

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

Lei supressiva de incriminação / Abolitio criminis

Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória
irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.

Traduz-se no termo latim utilizado para decretar a abolição do crime, ou seja, quando
nova lei penal descriminaliza fato que a lei anterior considerava como crime. Neste sentido,
a lei passada é revogada e o fato típico, então, passa a constituir fato atípico. Como, por
exemplo, os antigos crimes de adultério, rapto consensual e sedução.

Retroatividade de lei mais benigna /

§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se


retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença condenatória
irrecorrível.

Bisonho! Este caso é bem interessante para entendermos a questão da retroatividade


da lei penal. A lei não retroage para prejudicar a pessoa. Nunca. Esse é um princípio
básico de democracia.

Imaginemos o seguinte cenário: hoje você compra uma bicicleta. Amanhã o Congresso
aprova uma lei dizendo que comprar bicicleta é um crime. Óbvio que seria injusto você
ser punido por aquele novo crime, já que quando você agiu aquela ação ainda não era
considerada um crime. Ou seja, a nova lei não retroage para prejudicar a pessoa.

Outro exemplo: homicídio é apenado com uma pena máxima de 20 anos. Você
mata alguém hoje. Amanhã o Congresso aprova uma lei aumentando a pena máxima
para 40 anos. Depois de amanhã começa seu julgamento. Você será julgado com
base na lei antiga, ou seja, você será condenado a, no máximo, 20 anos. A lei,
novamente, não retroagirá para prejudicá-lo.

Por outro lado, a lei retroage para beneficiar uma pessoa. Se o caso acima fosse inverso,
ou seja, a nova lei previsse uma pena menor, você seria julgado pela nova lei.

Não confunda!!! Retroatividade de lei mais benigna X Lei supressiva de incriminação / Abolitio
criminis
Retroatividade de lei mais benigna - Não aboliu o CRIME APENAS tem a PENA É MAIS BENÉFICA.
Lei supressiva de incriminação / Abolitio criminis - Aboliu o crime !

Apuração da maior benignidade

§ 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser
consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.

Medidas de segurança

Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença,


prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.

Lei excepcional ou temporária

Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua


duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.

lei excepcional: é aquela promulgada para atender a condições extraordinárias ou anormais da vida de uma
comunidade, tais como, epidemia, guerra civil, revoluções, calamidade públicas etc.”
Lei temporária: vigência previamente fixada pelo legislador. Este determina que a lei terá vigência até certa
data”.

Tempo do crime (DATA)

Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda


que outro seja o do resultado.

A teria adotada é a teoria da ATIVIDADE e NÃO DO resultado.

Lugar do crime (LOCAL)

Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade


criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se
praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida.

Preste ATENÇÃO BISONHO !!!!! Aqui adotamos DUAS Teorias !!!!!


L - (lugar do crime)
U - (teoria da ubiquidade nos
Crimes comissivos) A - (teoria
da atividade nos Crimes
omissivos)

Territorialidade, Extraterritorialidade

Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido, no todo ou emparte no território nacional, ou foradêle, ainda
que,neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça
estrangeira.

Lei Penal Militar – Crime Praticado no Brasil:

Aplicação da lei penal militar brasileira ao crime cometido, no todo ou em parte, no território
nacional. A territorialidade está vinculada à própria soberania, onde a lei penal militar brasileira é
aplicada no Brasil, qualquer que seja o agente ou vítima (nacional ou estrangeiro).

Atenção tem exceção: No caso de Convenções, tratados e regras de direito internacional.

Exemplo: Diplomata

Lei Penal Militar – Crime Praticado fora do Brasil:

O Brasil adota essa possibilidade em face do reconhecimento do Princípio da Defesa. O Princípio da


Defesa relaciona-se ao Princípio da Soberania. Diz que a lei penal militar brasileira deve ser aplicada
sempre que algum bem jurídico brasileiro for violado, qualquer que seja o agente ou vítima do
crime e qualquer que seja o lugar do crime. Aqui vai mais uma particularidade do direito penal
militar. A lei penal militar brasileira é aplicada nesse caso, pois as tropas brasileiras podem
transitar em território estrangeiro em situação de guerra.

Território nacional por extensão

§ 1° Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do território nacional as
aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob comando militar ou
militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que de
propriedade privada.
Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros

§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de aeronaves ou navios
estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administração militar, e o crime atente contra as instituições
militares.

Requisitos para Aplicação Contra aeronaves:

1. Sujeito à administração militar Brasileira;

2. Crime atente contra as instituições militares Brasileira;

Conceito de navio
§ 3º Para efeito da aplicação dêste Código, considera-se navio tôda embarcação sob comando militar.

Pena cumprida noestrangeiro

Art.8° A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES MILITARES

Os crimes militares são classificados em crimes propriamente militares e impropriamente militares,


onde a classificação doutrinária simplifica de forma objetiva que crime propriamente militar
éaquelequesomenteomilitarpodecometer(deserção,por exemplo),bemcomooutrostipos
penais,comooscrimesprevistosnoart.163doCódigo Penal Militar – CPM (Recusa de Obediência) já
que ao civil não caberia tal enquadramento, otipoprevistonoart.175doCPM(Praticarviolência
contrainferior),ouocrimedoart.195 (abandonodeposto),poisocivilnãoteriacomopraticartais
delitos,massomenteomilitar da ativa.

Já ocrimeimpropriamente militar éaquelequeo civiltambém podecometer,quandotal conduta


é prevista no ordenamento militar castrense (CPM), e decorrente da aplicabilidade do art. 9º do
CPM , podendo inclusive um crime militar ser praticado por civil.

Sim, um civil também pode praticar um crime militar. Quando, por exemplo, invade uma instalação
militar e comete odelito de furto ou roubo de um armamento, fica sujeito ao processo penal na Justiça
Militar Castrense (desde que o crime seja contra as Forças Armadas), e lá será processado e julgado.
e Praticados por militares.

FIQUE LIGADOOOOOOO !!

ANTES DE INICIAR O TÓPICO SEGUINTE !!! Primeiramente devemos deixar , BEM claro,
límpido e transparente que, TODA VEZ QUE O CÓDIGO PENAL MILITAR SE REFERIR A
“QUALQUER PESSOA” COMO SENDO SUJEITO ATIVO, ESTAMOS FALANDO DE CRIMES
COMETIDOS CONTRA AS FORÇAS ARMADAS - FEDERAIS DA UNIÃO!!! (“Forças Armadas
Federais da União” é um mega pleonasmo redundante, repetitivo, abusivo e
excêntrico! Sim eu sei! Mas agora ninguém terá desculpa se errar isso na prova!!)

O CIVIL NUNCA SERÁ SUJEITO ATIVO DE CRIME CONTRA INSTITUIÇÕES MILITARES ESTADUAIS
(PM e BM), POIS, CONTRA INSTITUIÇÕES MILITARES ESTADUAIS APENAS, SOMENTE,
EXCLUSIVAMENTE PODE SER SUJEITO ATIVO OS MILITARES!!!

Exemplo: João Folgado da Silva adentra de maneira clandestina em um quartel da PM e


furta um notebook. Ele é preso em flagrante. Resultado: Crime comum e será julgado na
Justiça comum.

Durante as investigações descobre-se que a sentinela do quartel, Cabo PM José Bandido


na Rua, participou diretamente do crime concedendo informações e auxiliando na entrada
e na fuga de João Folgado da Silva. Resultado: João folgado da Silva responderá na Justiça
comum por crime comum e o Cb PM José Bandido na Rua responderá por crime militar na
Justiça Militar.

Exemplo 02 : O mesmo exemplo, porém ao invés de um quartel da PM, o fato se dá em


um quartel da Aeronáutica. Neste caso, não há nenhuma dúvida que ambos (tanto o
civil quanto o militar) serão processados e julgados na Justiça Militar pelo cometimento
de crime militar
DEFINIÇÃO DE CRIME MILITAR EM TEMPO DE PAZ

CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ


Os crimes de que trata
este Código, quando
definidos de modo Qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
diverso na lei penal
comum, ou nela não
previstos, qualquer que
seja o agente, salvo
disposição especial;
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra
II – Os crimes militar na mesma situação ou assemelhado;
previstos neste
Código e os b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar
previstos na sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou
legislação penal, reformado, ou assemelhado, ou civil;
quando
praticados: c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do
(Redação dada pela lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou
Lei nº 13.491, de reformado, ou civil;
2017)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra
militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o


patrimônio sob a administração militar, ou a ordem
administrativa militar;
Os crimes praticados
por militar da reserva,
ou reformado, ou por a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra
civil, contra as a ordem administrativa militar;
instituições militares:
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em
situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de
Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função
inerente ao seu cargo;

c)contra militar em formatura, ou durante o período de


prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,
acampamento, acantonamento ou manobras;

d)ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra


militar em função de natureza militar, ou no desempenho de
serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública,
administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para
aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por
militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.

§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por
militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da
União, se praticados no contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)

I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da


República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)

II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo


que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)

III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou


de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da
Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais: (Incluído pela Lei nº
13.491, de 2017)

a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica;


(Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)

b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pela Lei nº 13.491, de


2017)

c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal Militar; e


(Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)

d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Incluída pela Lei nº 13.491,
de 2017)

O BIZU É O SEGUINTE BISONHO, COM ALTERAÇÃO DO CÓDIGO PENAL MILITAR EM 2017, SE O


MILITAR EM REGRA, COMETER UM CRIME DOLOSO CONTRA VIDA DE UM CIVIL, RESPONDERÁ
PERANTE O TRIBUNAL DO JÚRI (JUSTIÇA COMUM), ISSO É O QUE PREVÊ O PARÁGRAFO 1º DO ART.
9º.
PORÉM, SE CRIME DOLOSO CONTRA VIDA DE UM CIVIL FOR PRATICADO POR UM MILITAR DAS
FORÇAS ARMADAS (ATENÇÃO ESSA REGRA NÃO SE APLICA AOS MILITARES ESTADUAIS APENAS
MILITARES FEDERAIS) NO CONTEXTO DE OPERAÇÃO MILITAR PREVISTA NO PARÁGRAFO 2º DO
ART.9º, O MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS RESPONDERÁ PERANTE A JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO.

MILITAR ESTADUAL QUE COMETER CRIME CONTRA VIDA DE CIVIL SEMPRE RESPONDERÁ NO
TRIBUNAL DO JURI (JUSTIÇA COMUM)!

CURIOSIDADESS !!!

acantonamento ou manobras ?

barracas etc. ///


Acantonamento é um acampamento, porém ao invés de se levar barracas, etc, aproveita-se instalações já
existentes no local, tais como prédios, etc. – isso não cai em prova, foi colocado aqui apenas como
curiosidade mesmo, caso alguém a tenha.
CRIMES MILITARES EM TEMPO DE GUERRA

Comentário: O Código Penal Militar divide os crimes em Crimes em tempo de paz e Crimes em tempo
de Guerra previsto nos artigos 355 ao 385.
Exemplo de Crime em Tempo de Guerra:

Traição
Art. 355. Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas fôrças
armadas de nação em guerra contra o Brasil:

Como é Declarado o Tempo de Guerra?

Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a
declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização
se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a
cessação das hostilidades.

Fique Ligado! Tempo de Guerra é de competência privativa do Presidente da República,


com autorização do Congresso Nacional, ou referendado por ele, declarar guerra.

CRIMES EM TEMPO DE GUERRA

Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:

I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra; II - os crimes militares

previstos para o tempo de paz;

Comentário: Bisonho, Quando O Militar está em guerra, além de respeitar os crimes previstos
para o tempo de Paz devesse respeitar os Crimes previstos para o tempo de Guerra.

III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei
penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:

a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;


b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a
eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a
segurança externa do País ou podem expô-la a perigo;

IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste
Código, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território
estrangeiro, militarmente ocupado.

Comentário: Bisonho! Quando estamos em tempo de guerra qualquer crime que você
cometer seja ele
previsto somente na legislação comum ou com dupla previsão (lei comum e CPM) é
considerado crime
militar. Claro, para que seja considerado crime militar, o crime tem que ser praticado em pág.
território 2

militarmente ocupado ou em zona de efetivas operações militares.

Militares estrangeiros
Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas fôrças armadas,
ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o disposto em tratados ou
convenções internacionais.

Equiparação a militar da ativa


Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-se ao
militar em situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar.

Militar da reserva ou reformado


Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilidades e prerrogativas
do pôsto ou graduação, para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou
contra ele é praticado crime militar.

Comentário: As prerrogativas que são mantidas por força do art. 13 na maior parte das vezes vezes
estão relacionadas ao foro de julgamento e a outros aspectos processuais.
Defeito de incorporação
Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal militar, salvo
se alegado ou conhecido antes da prática do crime.

Comentário: Mesmo havendo defeito no ato de incorporação, o militar que se encontra de


fato em situação de atividade, não é excluído da aplicação da lei penal militar, salvo se o
defeito é alegado ou conhecido antes da prática do crime.

Contagem de prazo
Art. 16. No cômputo dos prazos inclui-se o dia do começo. Contam-se os dias, os meses e
os anos pelo calendário comum.

Legislação especial. Salário-mínimo


Art. 17. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei penal
militar especial, se esta não dispõe de modo diverso. Para os efeitos penais, salário
mínimo é o maior mensal vigente no país, ao tempo da sentença.

Crimes praticados em prejuízo de país aliado


Art. 18. Ficam sujeitos às disposições deste Código os crimes praticados em prejuízo de
país em guerra contra país inimigo do Brasil:
I - se o crime é praticado por brasileiro;
II - se o crime é praticado no território nacional, ou em território estrangeiro, militarmente
ocupado por
fôrça brasileira, qualquer que seja o agente.

Comentário: O objetivo da norma é proteger a nação aliada, mesmo que o agente seja nacional.
Infrações disciplinares
Art. 19. Este Código não compreende as infrações dos regulamentos disciplinares.

Infração disciplinar não é conduta penal, mas sim ilícito administrativo. É interessante
também que você saiba que no Direito Penal Militar também não há contravenções penais.
No Direito Penal Militar não há mais pena de multa, e também não há contravenções
penais.

Crimes praticados em tempo de guerra


Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-se
as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento de 1/3.
FIQUE LIGADO !!! Já vimos no art. 10 que um crime pode não ser previsto como praticado em
tempo de guerra, mas ainda assim ser aplicada a legislação relativa a esse período especial. É
nestes casos que se aplica o aumento de pena previsto no art. 20. Aos crimes previstos a partir
do art. 355 do CPM, não se aplica o aumento de pena do art. 20, Blz?

Assemelhado
Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da Marinha,
do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em virtude de
lei ou regulamento.

Comentário: A princípio, a figura do assemelhado não mais existe no âmbito da Justiça


Militar da União. Hoje seguem a lei 8112. Os funcionários públicos civis que prestam
serviços nas organizações militares, a seu turno, não estão sujeitos à disciplina militar e,

QUESTÃO SOBRE O TEMA


A figura do assemelhado se encontra prevista nos artigos 9° e 21 do Código Penal Militar, como o servidor de Ministério
militar submetido a preceito de disciplina militar. Diante de tal previsão, é possível afirmar que

devem ser considerados assemelhados os membros do Ministério Público Militar da União.


devem ser considerados assemelhados os médicos, dentistas e veterinários que estejam cumprindo serviço militar.
devem ser considerados assemelhados os civis prestadores de serviço às Forças Armadas.
devem ser considerados assemelhados, em tempo de guerra, os policiais militares e os membros dos corpos de bombeiros.
não há mais no sistema jurídico brasileiro, em tempo de paz, a figura do assemelhado.

GAB: E

portanto, não podem ser considerados assemelhados a fim de aplicação da lei penal
militar.
Pessoa considerada militar
Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que,
em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às fôrças armadas, para nelas servir em
posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.

Comentário: Os Policiais Militares e Bombeiros são considerados militares dos Estados, na


forma definida pela Constituição no artigo 42. Mas, no tocante à competência da Justiça
Militar da União, são considerados civis.

Equiparação a comandante
Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda
autoridade com função de direção.

Comentário: Tal equiparação se dá em casos em que determinada pessoa, militar ou


funcionário civil vinculado a unidade militar, venha assumir algum cargo de direção ou
chefia nas organizações militares, como por exemplo, Diretor de Pesquisas do Centro
Tecnológico de Marinha.

Conceito de superior
Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto
ou graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.

Comentário: afasta qualquer dúvida a respeito da hierarquia quando se tem dois militares
ocupando o mesmo posto ou graduação, mas um deles exerce autoridade sobre o outro.

Crime praticado em presença do inimigo


Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em zona de
efetivas operações militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.

Comentário: Art. 365. fugir o militar, ou incitar à fuga, em presença do


inimigo: Pena – morte, grau máximo; reclusão, de 20 (vinte) anos, grau
mínimo.

Referência a "brasileiro" ou "nacional"


Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a "brasileiro" ou "nacional", compreende as
pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do Brasil.
Estrangeiros
Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal militar, são considerados estrangeiros os
apátridas e os brasileiros que perderam a nacionalidade.

Os que se compreendem, como funcionários da Justiça Militar


Art. 27. Quando este Código se refere a funcionários, compreende, para efeito da sua
aplicação, os juízes, os representantes do Ministério Público, os funcionários e auxiliares
da Justiça Militar.

Casos de prevalência do Código Penal Militar


Art. 28. Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as instituições militares,
definidos neste Código, excluem os da mesma natureza definidos em outras leis.
Comentário: perdeu o valor pois temos a lei segurança nacional !!!SSS

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