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DO CRIME

PARTE II

RODRIGO GOMES
@RODRIGO37GOMES
Banca: FGV Órgão: Senado Federal Prova: Consultor Legislativo
Age com dolo eventual ou indireto a pessoa que

A- prevê que o resultado típico pode ser uma consequência de seu comportamento, porém
lhe é indiferente se ela se realizará ou não.
B- comete um crime consciente de que haverá resultados indesejáveis, mas que são
decorrência natural da forma de execução escolhida para alcançar o seu objetivo.
C- instigado por terceiro a um comportamento reprovável, comete um crime por
imprudência.
D- reconhece a possibilidade de causar o resultado típico e decide prosseguir na execução
porque confia sinceramente que isso não acontecerá.
E- se vale intencionalmente de terceiro inocente, que executa o crime sem saber o que faz.
GAB: A

Dolo eventual - Apesar de o sujeito não desejar o resultado danoso, prevê e aceita a
possibilidade do resultado.

Culpa consciente - O agente prevê a possibilidade do resultado danoso, mas acredita


sinceramente que não irá acontecer.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TCE-TO Prova: Analista Técnico – Direito

No tocante aos institutos da tentativa e consumação, desistência voluntária, arrependimento eficaz,


arrependimento posterior e crime impossível, é correto afirmar que o agente:

A- que, após iniciar os atos de execução, voluntariamente, impede que o resultado se produza,
responderá pelo resultado pretendido inicialmente;
B- que, por ato voluntário, repara o dano causado, em crime praticado com violência à pessoa, até o
recebimento da denúncia ou da queixa, terá a pena reduzida de 1/3 a 2/3;
C- que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução, só responde pelos atos até então praticados;
D- responde pela tentativa, nos crimes culposos, ao não observar o dever de cuidado a que estava
obrigado;
E- não responde pela tentativa, quando, por ineficácia relativa do meio, é impossível consumar-se o crime.
GAB: C

A-art. 15, CP: responde pelos atos já praticados;

B- art. 16, CP: sem violência ou grave ameaça;

C- art. 15 CP; O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou


impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

D- não se admite tentativa EM CRIMES CULPOSOS

E- Crime impossível, é necessário que haja a absoluta impropriedade do objeto ou


absoluta ineficácia do meio (teoria objetiva temperada). Se for relativa, responderá
por tentativa;
ESTUDO DO ERRO
● ESSENCIAL: É o que recai sobre elemento essencial ou fundamental do tipo que sem esses elementos o
crime não existe, ou seja, desconhece o tipo penal. Ex: Caminhoneiro x Tráfico

● ACIDENTAL:É o que recai sobre elementos acessórios que não fazem desaparecer o crime divididos em:

ERRO SOBRE OBJETO: Agente confunde o objeto material atingindo outro que não o desejado .
Responderá pelo delito considerando-se o objeto material efetivamente atingido.Ex: Quer furtar um
celular e furta um relógio

ERRO SUCESSIVO/ABERRATIO CAUSAE:Erro do agente no tocante ao meio de execução por ele


utilizado que efetivamente atingiu o resultado criminoso.Ex:Atira contra vítima que para se salvar se
joga ao mar e morre por afogamento.
CUIDADO:
SOBRE A PESSOA X SOBRE A EXECUÇÃO
ERRO SOBRE A PESSOA( ABERRATIO IN PERSONA): Ocorre quando por
semelhança física o agente se engana sobre a pessoa que queria atingir. Atentar
para vítima virtual ( vítima não está no local)

ERRO SOBRE A EXECUÇÃO ( ABERRATIO ICTUS):O agente atinge pessoa


diversa da pretendida que se for unidade simples será considerado como se
tivesse atingido a vítima visada; sendo unidade complexa responderá de forma
exasperada.( vítima no local)
Aberratio Criminis

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução
do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o
fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a
regra do art. 70 deste Código ( concurso formal)

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois


ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis
ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um
sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação
ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos,
consoante o disposto no artigo anterior.
Aberratio Criminis
ERRO DO TIPO X ERRO DE PROIBIÇÃO
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO
ERRO SOBRE O FATO SOBRE A EXISTÊNCIA DE LEI OU SEUS
LIMITES
Art. 20 - O erro sobre elemento
Art. 21 - O desconhecimento da
constitutivo do tipo legal de crime exclui lei é inescusável. O erro sobre a
o dolo, mas permite a punição por crime ilicitude do fato, se inevitável,
culposo, se previsto em lei isenta de pena; se evitável,
poderá diminuí-la de um sexto a
um terço.
INVENCÍVEL/ EXCLUI A POT.CONS.DA ILICITUDE
ESCUSÁVEL LOGO, a culpabilidade
EXCLUI DOLO E CULPA. Ex: Caçador x fazendeiro

VENCÍVEL/ REDUZ A PENA DE 1/6 A 1/3


INESCUSÁVEL
EXCLUI O DOLO E PERMANCE A CULPA SE PREVISTO EM LEI
ERRO DE PROIBIÇÃO
DIRETO E INDIRETO
ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO
Forma tradicional do Erro de Excede os limites de uma
Proibição caracterizada pela justificação, ou seja, tem a
errada compreensão sobre a convicção de que está autorizado
a praticar a conduta. Logo,
ilicitude do fato. o erro recai sobre a norma
permissiva da qual o agente
pensa que sua conduta é lícita
Ex: Estrangeiro quando usa
drogas que não são Ex:Legítima defesa da honra.
permitidas no Brasil
Descriminantes putativas
Art.20,§ 1º CP- É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não
há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime
culposo

Trata-se de modalidade de erro que recai:

- a) Sobre os pressupostos fáticos de uma causa de justificação.


- b) Sobre a existência de uma excludente de ilicitude.
- c) Quanto aos limites de uma excludente de ilicitude.
ILICITUDE
Embora alguns autores utilizem a expressão “ ANTIJURIDICIDADE” O Código Penal adota ILICITUDE.

Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou
no exercício regular de direito.

Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
1-ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual*, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio*, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se.

ATENÇÃO:

- NÃO se admite diante de um perigo PASSADO ou FUTURO.Assim como,


quando a agressão ao bem jurídico já ocorreu;
- A conduta não pode ter elemento subjetivo de crime.
1.1-INEXISTÊNCIA DE DEVER LEGAL
DE INVOCAR O PERIGO
Não pode alegar EN quem tem o dever legal de enfrentar o perigo, assim o Policial
não poderá alegar.Todavia, não se exige atos de heroísmos que podem levem a um
suicídio dos profissionais de segurança.Ex: Guarda-Vidas com 2 vítimas.Previsão legal:

Art.24§ 1º CP- Não pode alegar estado de necessidade


quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá


ser reduzida de um a dois terços.
1.2-ESPÉCIES DE EN

PRÓPRIO Quando o bem jurídico preservado pertence ao próprio agente.

DE O bem preservado pertence a outra pessoa, mas esse bem jurídico deve
ser INDISPONÍVEL.Ex: a VIDA.Sendo disponível, caberá a própria pessoa

TERCEIRO defendê-lo, mas esse titular pode solicitar alguém para defendê-lo

RECÍPROCO Existência de um conflito de bens jurídicos que pelo menos DUAS


PESSOAS estão em EN. Ex: Tábua da salvação

REAL Quando estão efetivamente presentes os requisitos do EN.

Ocorre quando NÃO estão presentes os requisitos do EN, MAS O

PUTATIVO AGENTE ACREDITA VEEMENTEMENTE QUE ELES ESTÃO


PRESENTES.Ex: Náufrago em águas rasas.

Aplica-se a questão do ERRO inescusável ou escusável.


ESTADO DE NECESSIDADE
AGRESSIVO X ABERRANTE

Quando é sacrificado o bem jurídico de um terceiro inocente que não


causou a situação de perigo. Ex: Pessoa que desvia de um carro e
atropela alguém na calçada.
AGRESSIVO Embora exclua a responsabilidade PENAL, continua a responsabilidade
CIVIL podendo caber ação de regresso.

Diante de uma situação de perigo e para preservar o bem jurídico o


ABERRANTE agente por ERRO NA EXECUÇÃO atinge pessoa diversa ou o
resultado é diverso.Ex: Tiro em cão raivoso que acaba acertando uma
pessoa. Persiste o EN.
2- LEGÍTIMA DEFESA
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários*, repele injusta agressão,
atual ou iminente*, a direito seu ou de outrem.

Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o
agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de
crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

ATENÇÃO:
- O Uso moderado é o Disponível no momento;
- A agressão injusta é de uma conduta humana;
- Inimputáveis: é cabível LD, pois podem agir voluntariamente e de forma lícita, embora não serem passíveis de culpa.
- Deve se ter cuidado para o elemento subjetivo da conduta não ser crime. Ex: Forçar a LD.
- DUELO: Não é Legítima Defesa e sim Induzimento ao suicídio.
- Não cabe LD PRETÉRITA OU FUTURA.
2.2-ESPÉCIES DE LEGITIMA DEFESA

PRÓPRIA Quando a vítima da injusta agressão é o próprio agente

DE Quando a vítima da injusta agressão é outra pessoa.

TERCEIRO

REAL É quando efetivamente e existe a injusta agressão

Quando não existe injusta agressão, mas por ERRO ou má apreciação sobre a
PUTATIVA situação fática o agente acredita que exista.Ex1:PM que foi ameaçado e se depara
com o ameaçador que leva mão à cintura.
Aplica-se a questão do ERRO de tipo escusável ou inescusável.
É a que decorre da REAÇÃO contra o EXCESSO.Ex: Fulano cospe em
Beltrano para humilhar a honra.Beltrano saca da arma efetua disparos em
SUCESSIVA Fulano que reage ao excesso e também efetua disparos.Fulano está em
legítima defesa.Ele começou, mas Beltrano entrou em excesso.

PERMANENTE Ocorre quando o perigo é constante.Ex: Preso jurado de morte por companheiro
de cela.

Ocorre quando para repelir a injusta agressão o agente erra o alvo atingindo
ABERRANTE pessoa diversa da pretendida, ou seja, ocorre Erro na Execução.Considera-se
atingido a pessoa diversa da pretendida, ou seja, no caso o agressor.
DIFERENÇAS ENTRE
ESTADO DE NECESSIDADE E LEGÍTIMA DEFESA
ESTADO DE NECESSIDADE LEGÍTIMA DEFESA
Há conflito entre bens jurídicos. Há INJUSTA AGRESSÃO a um bem jurídico..

Bem jurídico está sofrendo EXPOSIÇÃO AO PERIGO Bem jurídico está sofrendo AGRESSÃO.

Agressão pode vir de HUMANO, ANIMAL ou NATUREZA. Agressão é HUMANA.

A preservação do bem jurídico é por ATAQUE. A preservação do bem jurídico é por DEFESA.
3-ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
E EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
-O agente pratica um fato típico em cumprimento a um -É atuação do agente conforme um direito que está
dever previsto em lei estando acobertado por essa previsto em lei ou diante de um direito subjetivo, pois
excludente. esse “direito” é entendido em sentido amplo.
-Eventuais terceiros envolvidos em uma ação também
estarão acobertados por essa excludente -Ex: Atleta de MMA que vem a agredir o outro não
-Não é exclusivo de Servidores Públicos, pois comete crime, pois ambos estão se submetendo a
particulares também podem agir ECDL. uma prática desportiva que permite a conduta

-ATENÇÃO:
Ex: PM que diante de alguma ocorrência tenha que Caso o mesmo atleta descumpra as regras, ex: pisar
imobilizar uma pessoa, mas acaba lesionando-a. na cabeça , e causar-lhe lesões, poderá responder
pelo crime que cometer naquele momento.
Ex: Advogado que sega a dar depoimento sobre
algum fato que teve ciência em razão da profissão

ATENÇÃO: PM que revida uma injusta agressão de


arma de fogo age em LD e não ECDL.
4- Consentimento do ofendido
Não está previsto no CP expressamente como causa de exclusão da ilicitude, mas a doutrina pode, a depender do caso,
considerar causa supralegal de exclusão da ilicitude ou da tipicidade.

EXCLUSÃO DA TIPICIDADE ( ATIPIFICANTE) EXCLUSÃO DA ILICITUDE (JUSTIFICANTE)

-O DISSENSO ( não-consentimento) É ELEMENTAR DO CRIME. -O DISSENSO ( não-consentimento) NÃO É ELEMENTAR DO


CRIME.
-Ex: Relação sexual com violência e constrangimento diante da
anuência da outra parte. Será atípico, pois não houve o -Ex: ‘RACHA”Manobras de carros de forma arriscada que acaba
“constrangimento”( sadomasoquismo) lesionando um dos participantes.

REQUISITOS:
Consentimento deve ser válido;
Bem jurídico deve ser próprio e disponível( vida é indisponível e o interesse público se sobrepões ao particular);
Consentimento deve ser prévio ou concomitante à conduta
Banca: FCC Órgão: MPE-PB Prova: Promotor de Justiça Substituto

O erro sobre elementos do tipo, previsto no artigo 20 do Código Penal,

A- exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
B- sempre isenta o agente de pena.
C- não isenta o agente de pena, mas esta será diminuída de um sexto a um terço.
D- não tem relevância na punição do agente, pois o desconhecimento da lei é
inescusável.
E- se inevitável, isenta o agente de pena; se evitável, poderá diminuir a pena de um
sexto a um terço.
GAB: A

ARTIGO 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o


dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Banca: FCC Órgão: TJ-MA Prova: Oficial de Justiça
Acerca do que dispõe o Código Penal sobre as excludentes de ilicitude,
A- não haverá legítima defesa se o direito em perigo for de outra pessoa.
B- ao agir em legítima defesa, o agente só responderá pelo excesso doloso, e
não pelo culposo.
C- é possível a alegação de estado de necessidade ainda que o agente tenha o
dever legal de enfrentar o perigo.
D- somente é reconhecida, no direito penal brasileiro, a legítima defesa
putativa, não sendo admissível a invocação de estado de necessidade
putativo.
E- no estado de necessidade, embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
GAB: E

a) É permitida a ação em legítima defesa de terceiro.

b) Responderá pelo excesso doloso e culposo.

c) Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

d) É reconhecido também o estado de necessidade putativo - Se trata da hipótese do agente


que supõe estar diante de um perigo atual quando na verdade não está. Espécie de erro de
fato.

E) Art. 24, § 2º, CP.


Bons estudos!

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