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REVISÃO DE DIREITO

PENAL
ERRO DE TIPO x ERRO DE PROIBIÇÃO

Erro sobre elementos do tipo

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei.

(…)

Erro de proibição

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta
de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
ERRO DE TIPO x ERRO DE PROIBIÇÃO

Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Estupro de vulnerável

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

.
ERRO DE TIPO x ERRO DE PROIBIÇÃO

DESCONHECIMENTO DA LEI x ERRO DE PROIBIÇÃO

O agente sabe que é proibido, tão O agente não sabe que o


somente desconhece a lei. comportamento é proibido.
CP: Será condenado, fazendo jus a Exclusão da culpabilidade
.
mera atenuante genérica.
Ou
LCP: poderá autorizar o perdão judicial.
Causa de diminuição de pena.
ERRO DE TIPO ACIDENTAL

Erro quanto a pessoa x Erro na execução

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se previsto em lei.
(...)
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram,
neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria
praticar o crime.
.

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a
pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste código. no caso de ser também atingida a
pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste código.
QUESTÃO 1

O erro acidental não afasta o dolo do agente, podendo ocorrer em algumas situações. Sobre o
tema, assinale a alternativa correta:

A) Ocorre erro sobre o objeto quando o autor, ao tentar matar o inimigo, por erro na pontaria mata
outra pessoa.

B) Acontece erro sobre a pessoa quando o autor, ao tentar causar dano, atira uma pedra contra uma
loja, e por erro atinge uma pessoa.

C) Mãe que, a fim de cuidar do machucado de seu filho, aplica sobre o ferimento ácido, pensando
tratar-se de pomada cicatrizante, age em erro de proibição.

D) O erro relativo à pessoa, sendo acidental, não isenta de pena, não se considerando na apreciação
do fato concreto as condições e qualidades da vítima real, e sim as daquela que o agente pretendia
atingir.
QUESTÃO 2

João, a pedido de um colega, está transportando uma caixa com cápsulas que acredita ser de
remédios, sem ter conhecimento que, na verdade, continham Cloridrato de Cocaína em seu
interior. Por outro lado, Luiz, estrangeiro, transporta em seu veículo 50g de maconha, pois
acreditava que poderia ter pequena quantidade do material em sua posse para fins medicinais.
Ambos foram abordados por policiais e, diante da apreensão das drogas, denunciados pela
prática do crime de tráfico de entorpecentes. Considerando apenas as informações narradas,
você como advogado(a) deverá alegar em favor dos clientes, respectivamente, a ocorrência de:

A) erro de tipo, nos dois casos.

B) erro de proibição, nos dois casos.

C) erro de tipo e erro de proibição.

D) erro de proibição e erro de tipo.


CONCURSO FORMAL PRÓPRIO x
CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO

Concurso formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos
ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
QUESTÃO 3

Juarez, tomado de ódio e com intuito de matar, efetuou disparo de arma de fogo contra
Benedito, atingindo-o mortalmente. O projétil transfixou-lhe o coração e, acidentalmente,
atingiu o filho deste, Luizinho, que estava atrás, na mesma linha de tiro, ocasionando-lhe a
morte. Sabendo que Juarez visualizou previamente todo o cenário criminoso, o mesmo
responderá por:

A) um homicídio doloso e um homicídio culposo, em concurso formal.

B) dois homicídios dolosos, em concurso formal.

C) crime único de homicídio doloso, em virtude da unidade de desígnio.

D) dois homicídios dolosos, em concurso material.


QUESTÃO 4

Otelo objetiva matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida que esta havia feito em seu favor. Para
tanto, desfere projétil de arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a bala atravessa o
corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago, que passava pelo local, causando-lhe lesões corporais.
Considerando-se que Otelo praticou crime de homicídio doloso qualificado em relação a Desdêmona e,
por tal crime, recebeu pena de 12 anos de reclusão, bem como que praticou crime de lesão corporal leve
em relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de reclusão, é correto afirmar que:

A) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até a metade.

B) o juiz deverá somar as penas.

C) é caso de concurso formal homogêneo.

D) é caso de concurso formal impróprio.


CRIME OMISSIVO PRÓPRIO x CRIME
OMISSIVO IMPRÓPRIO
CRIME OMISSIVO PRÓPRIO x CRIME
OMISSIVO IMPRÓPRIO

Omissão de Socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.


Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza
grave, e triplicada, se resulta a
morte.
CRIME OMISSIVO PRÓPRIO x CRIME
OMISSIVO IMPRÓPRIO
Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
(…)

Relevância da omissão

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
QUESTÃO 5

Artur, após subtrair aparelho celular no interior de um mercado, foi detido por populares que o
amarraram em um poste de iluminação. Acabou agredido violentamente por Valdemar, vítima da
subtração, que se valeu de uma barra de ferro encontrada na rua. Alice tentou intervir, porém foi
ameaçada por Valdemar. Ato contínuo, Alice, verificando a grave situação, correu até um posto da
Polícia Militar e relatou o fato ao soldado Pereira, que se recusou a ir até o local, alegando que a
situação deveria ser resolvida unicamente pelos envolvidos. Francisco, segurança particular do
mercado, gravou a agressão e postou as imagens em rede social com a seguinte legenda: "Aí mano,
em primeira mão: outro pra vala". Artur morreu em decorrência de trauma craniano.

A) Pereira poderá ser indiciado pela prática de crime omissivo impróprio.


B) Pereira poderá ser indiciado pela prática de crime omissivo próprio.
C) Francisco poderá ser indiciado pela prática de crime comissivo por omissão.
D) Alice poderá ser indiciada pela prática de crime omissivo próprio.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA x
ARREPENDIMENTO EFICAZ x
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA x
ARREPENDIMENTO EFICAZ x
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena
será reduzida de um a dois terços.
QUESTÃO 6
Leandro desferiu cinco facadas contra o tórax de Régis, com intenção de matá-lo, executando,
assim, o plano que havia elaborado. No entanto, ao sair do local, mudou de ideia e resolveu
socorrer Leandro, levando-o ao hospital e evitando que ele falecesse. Diante dessa situação, a
ação de Leandro caracteriza:

A) desistência voluntária, pois, já tendo ultimado o processo de execução do crime, desenvolveu


voluntariamente nova atividade, impedindo a produção do resultado.

B) arrependimento posterior, pois, Leandro consumou todos os atos da execução e posteriormente


conseguiu evitar o resultado, tendo por consequência a possibilidade de diminuição da pena.

C) desistência voluntária, pois, Leandro poderia continuar o processo de execução do crime, mas
evitou a produção do resultado, respondendo apenas pelos atos praticados.

D) arrependimento eficaz, pois, já tendo ultimado o processo de execução do crime, desenvolveu


voluntariamente nova atividade, impedindo a produção do resultado, razão por que responderá por
lesão corporal.

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