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PROIBIÇÃO
Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição
por crime culposo, se previsto em lei.
§ 1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de
fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa
e o fato é punível como crime culposo.
§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram,
neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria
praticar o crime.
DO ERRO DE TIPO
ERRO E IGNORÂNCIA DISTINÇÃO E TRATAMENTO
Conceito de Erro
CONCEITO DE IGNORÂNCIA
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
ERRO ESCUSÁVEL
Espécies
de erro de tipo
INESCUSÁVEL
DO ERRO DE TIPO
Trata-se da modalidade de erro que não deriva de culpa do agente, ou seja, mesmo
que ele tivesse agido com a cautela e a prudência de um homem médio, ainda assim
não poderia evitar a falsa percepção da realidade sobre os elementos constitutivos
do tipo penal.
DO ERRO DE TIPO
EFEITOS
Obs:
Ocorre o erro de tipo essencial, quando o erro do agente recai sobre elementares, circunstâncias ou
qualquer outro dado que se agregue à figura típica.
O erro acidental, ao contrário do essencial, não tem o condão de afastar o dolo (ou o dolo e a culpa)
do agente.
ERRO SOBRE O OBJETO (ERROR IN OBJECTO);
Ocorre “error in objeto” quando o agente age com vontade e finalidade para
praticar um conduta ilícita mas erra quanto ao objeto. Não afasta o dolo.
O agente erra no exame do objeto e ao valor que era atribuído sobre o bem que
pretendia obter ilicitamente.
CONSEQUÊNCIA
Equivocou-se, contudo, no caso “sub examen”, quanto ao valor que era atribuído
ao bem, o que nada influência na definição jurídica do fato.
ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA)
art. 20, § 3º: O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
CONSEQUÊNCIA
exemplo acima “A” queria matar seu irmão, mas acabou causando a morte de seu tio, incide a
agravante genérica relativa ao crime praticado contra ascendente (CP, art. 61, inc. II, alínea
“e”), responde pelo crime de fratricídio.
ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS)
aberratio ictus quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa.
Aplica-se a regra do § 3º do art. 20 do Código Penal, relativa ao erro sobre a pessoa,
respondendo como se tivesse atingido a vítima que pretendia ofender.
Gabarito
Trata-se da figura “aberratio ictus” quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao
invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa. Aqui, aplica-se a regra do § 3º do art. 20
do Código Penal, relativa ao erro sobre a pessoa, respondendo como se tivesse atingido a vítima que pretendia
ofender.
Na questão o agente quer matar o próprio pai atira contra ele e, errando o alvo, fere ou mata outra pessoa que
passava por aquele local. Nesse caso, devemos fazer a substituição da pessoa que fora atingida por aquela que
deveria sê-lo. Se ambos são atingidos, será aplicada a regra do concurso formal (art. 70 do CP).
Testes seus conhecimentos
Juiz de Direito TJ/SP - 2006): RENATO, dirigindo-se para sua casa, foi preso na rua portando uma
espingarda "pica-pau’, de fabricação caseira e municiada, apta a disparos, que afirmou ter encontrado
em um ferro velho. A arma, instantes antes, havia sido utilizada em uma representação teatral realizada
em uma escola, circunstância apurada como verídica. RENATO alegou, em seu favor, desconhecimento
sobre a ilicitude do fato. Afirmou, ainda, ter conhecimento da campanha de esclarecimento acerca da
matéria (vedação de porte de arma sem registro e autorização prévia). Sua conduta caracteriza
DISPOSITIVO LEGAL
CÓDIGO PENAL
O erro de proibição pode ser definido como a falsa percepção do agente acerca do caráter
ilícito do fato típico por ele praticado.
O sujeito conhece a existência da lei penal (presunção legal absoluta), mas desconhece ou
interpreta mal seu conteúdo, ou seja, não compreende adequadamente seu caráter ilícito.
ERRO DE PROIBIÇÃO
“Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece” (art. 3.º).
ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO
Neste sentido:
ANALISE A QUESTÃO
Atualmente, nas grandes cidades, é possível verificar que certos locais encontram-se áreas
destinadas a prostituição, existindo uma verdadeira condescendência dos órgãos públicos
que não tomam providencias legais. Neste sentido, é correto dizer, na hipótese de alguém
ser acusado de manter casa de prostituição ( art. 229 do CP), admite-se, neste caso, a figura
do erro de proibição, para absolver o réu ou reduzir a pena?
RESPOSTA
A simples omissão, ou mesmo conivência do Poder Público no que diz respeito ao combate
da criminalidade não autoriza o reconhecimento do erro de proibição. Como já decidido pelo
Superior Tribunal de Justiça:
ERRO DE PROIBIÇÃO
TIPOS
DE ERRO DE PROIBIÇÃO
ERRO DE PROIBIÇÃO INESCUSÁVEL
ERRO DE PROIBIÇÃO
O sujeito, ainda que no caso concreto tivesse se esforçado, não poderia evitá-lo.
Exclui-se a culpabilidade.
Exemplo, o Soldado desgarrado a dias do pelotão não sabe que foi celebrada a paz e
mata um militar “que acredita ser inimigo”
ERRO DE PROIBIÇÃO
O doutrinador Francisco de Assis Toledo, apresenta critérios para auferir o grau do erro:
a) Quando o agente atua com consciência de que está fazendo algo errado;
b) Quando o agente não possui essa consciência, mas lhe era fácil, nas
circunstâncias, obtê-la;
d) Quando não possui essa consciência, não se informando quando deveria tê-lo
feito, tendo em vista tratar-se de atividade regulamentada em lei.
ERRO DE PROIBIÇÃO
ESPÉCIES DE
ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO
ERRO DE PROIBIÇÃO
ERRO MANDAMENTAL
ERRO DE PROIBIÇÃO
Diz-se direto quando o erro do agente vem a recair sobre o conteúdo proibitivo de uma
norma penal.
ERRO DE PROIBIÇÃO
ERRO MANDAMENTAL
É aquele que incide sobre o mandamento contido nos crimes omissivos, sejam eles próprios ou
impróprios.
ERRO DE PROIBIÇÃO
ERRO MANDAMENTAL
É aquele que incide sobre o mandamento contido nos crimes omissivos, sejam eles
próprios ou impróprios.
ERRO DE PROIBIÇÃO
No erro de tipo, disciplinado pelo art. 20 do Código Penal, o sujeito desconhece a situação
fática que o cerca, não constatando em sua conduta a presença das elementares de um tipo
penal.
(Juiz Federal - TRF/5.3 Região 2007) Acerca das causas excludentes da ilicitude e culpabilidade,
julgue o próximo item.
Constitui erro de proibição indireto a situação em que o agente, embora tendo perfeita noção da
realidade, avalia de forma equivocada os limites da norma autorizadora, respondendo com a pena
reduzida, se o erro for inescusável, ou ficando isento de pena, se for escusável.
Correta-
Teste seu conhecimento
(A) um erro tipo essencial, pois o cheque ao portador não se conforma como coisa alheia móvel, para os
fins previstos no Código Penal, art. 155;
(B) um erro de direito extra-penal, excludente do dolo, pois, enquanto ardem de pagamento à vista, o
cheque não pode ser objeto de delito de furto;