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Registro: 2022.0000694309
ACÓRDÃO
APELAÇÃO Nº 1026142-28.2017.8.26.0002
APELANTE: M. R.
APELADA: M. de P. R.
VOTO Nº 28.472
APELAÇÃO Ação de Anulação de Casamento c.c. Danos
Morais Propositura pelo cônjuge virago contra o cônjuge
varão, com pretensão de anular o matrimônio em razão da
opção sexual do varão, somente manifestada após o
matrimônio, além da reparação por danos materiais e
morais - Sentença de procedência Inconformismo do réu,
suscitando, preliminarmente, a nulidade da sentença em
razão da ausência de elaboração de ata notarial para
documentar os diálogos mantidos entre os litigantes em
aplicativo eletrônico de conversa, nos moldes do artigo 384
do Código de Processo Civil. No mérito, alega que não
restou comprovado que o réu ludibriou a autora quanto à
orientação sexual, devendo ser afastada a condenação por
danos materiais e morais Preliminar rechaçada Força
probante de mensagens eletrônicas que não exige ata
notarial, aplicando-se a elas as disposições referentes a
documentos particulares constantes dos artigos 409 e
seguintes do Código de Processo Civil - Acervo probatório
coligido aos autos, em especial o depoimento das
testemunhas e as conversas mantidas através aplicativo de
mensagens, que é suficiente para comprovar que a autora
somente descobriu a orientação sexual do réu durante o
matrimônio - Erro essencial quanto à pessoa cônjuge,
consubstanciado no homossexualismo que o réu ocultou da
autora, caracterizado - Anulação do casamento celebrado
entre os litigantes que se faz necessária Manutenção da
condenação do réu no ressarcimento de 50% das despesas
com a cerimônia de casamento Frustração da relação
matrimonial das partes, que enseja a reparação por danos
morais em relação à pessoa do cônjuge enganado
Quantum fixado com razoabilidade - Recurso desprovido.
Vistos.
proferida pela MM. Juíza da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Santo Amaro, da
cento) das despesas comprovadas nos autos (nota fiscal/recibo) com a realização do
matrimônio despendidas pela autora, corrigido pela Tabela Prática desta Egrégia
10% (dez por cento) do valor da causa, com a ressalva do artigo 98, parágrafo 3º, do
conversa, nos moldes do artigo 384 do Código de Processo Civil. No mérito, alega
que não restou comprovado que o réu ludibriou a autora quanto à orientação sexual,
contrarrazoado.
Processo Civil.
conteúdo das mensagens em epígrafe não foram impugnadas pelos réu, o qual, citado
Egrégia Corte:
12/05/2022).
o mérito do apelo.
Civil, “o casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de
outro cônjuge:
2015) (Vigência)”
mantidas através aplicativo de mensagens (cfr. fls. 147), é suficiente para comprovar
que é suficiente para comprovar o erro essencial quanto à pessoa do cônjuge varão.
ao atestar que o réu ocultava sua opção sexual até que a autora, logo após a
enviando fotos e marcando encontro com eles, fato que é corroborado pelas
condenação do réu no pagamento de indenização por danos materiais, uma vez que
necessário que o réu reembolse 50% (cinquenta por cento) das despesas em epígrafe,
20% (vinte por cento) sobre o valor atualizado da causa, com fundamento no artigo
85, parágrafo 11, do Código de Processo Civil, com a ressalva do artigo 98,
Relator