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MORTEM que lhe move NILCEIA DE FÁTIMA MELO, por seu procurador in fine
requerer a juntada das razões de apelação anexas, dispensadas do preparo face litigarem
ao abrigo da AJG, e após intimação da parte adversa para resposta no prazo legal, haja
o encaminhamento dos autos ao eg. TJRS para o devido processamento do recurso ora
interposto.
OAB/RS 54.623
OBJETO: APELAÇÃO
Cultos Desembargadores
mortem, alegando que convivia publicamente com o de cujus sob mesmo teto desde
20/09/2016 até 01/02/2021, para que seja assegurado o direito de participar da sucessão e
face inexistir intenção e desejo de constituir família e manter uma relação estável e duradoura,
apontaram para ausência dos requisitos para a declaração da união estável, não passando de
apelada na mesma residência em meados de 2019 até FEV/2021 até que a apelada adquirisse
residência, anexaram escritura pública onde a apelada se qualifica com estado civil de
cujus (10/02/2021), que a apelada não contribuiu para aquisição de nenhum bem particular
do de cujus. Apontaram a impossibilidade da união estável face o de cujus ter sido casado
com a genitora das apelantes e não terem realizado o inventário da finada Maria, o que
impede novo casamento até mencionada solução, certo que, não há distinção entre união
“...DECIDO.
análise da prova documental, ausência de análise dos requisitos específicos da união estável
declarada, especificando em qual testemunho calçou sua convicção, entre outras omissões e
cerceamento de defesa e/ou pela falta dos requisitos legais para ver reconhecida a união
declarada.
expostos.
morte o artigo 93, IX da CF c/c artigo 489, incisos II e III, parágrafos 1º e 3º do CPC, uma
vez que, mesmo com interposição de aclaratórios, não estão presentes os fundamentos
específicos que a nobre julgadora convenceu-se de que houve uma união estável, deixa
não adentrar em outros pontos elencados, inclusive, requisitos do artigo 1723 do CCB e
pela julgadora, o que resta vedado pelos artigos de lei supracitados, enfim, NÃO
impossibilitar o exercício das razões de recurso em específico, com o cotejo analítico entre
pedido autoral e declarar a união estável entre de cujus e apelada, uma vez que, a prova
produzida nos autos não ampara os requisitos necessários para referida união, seja pela
injusto declarar uma situação fática após o falecimento de uma das partes, justamente e
apenas para participar da partilha dos bens particulares do de cujus, em concorrência com as
filhas, ora apelantes, pois não há interesse em preservar a família enquanto instituição.
O ônus de comprovar de que teria havido uma união com os contornos dos
requisitos do artigo 1723 do Código Civil era da apelada, que não se desincumbiu a contento,
uma vez que, não há prova nos autos de que a relação dos envolvidos possuía o objetivo de
constituir família (elemento subjetivo), ânimo esse que deveria partir de ambos e não apenas
a prova produzida nos autos indica de que o de cujus não mantinha fidelidade para com a
apelada, não compartilhava senhas de bancos e cofre, não havia conta conjunta ou bens em
o de cujus não queria compromisso, teve outras namoradas e apresentava a apelada aos
vizinhos como namorada, além da apelada ter firmado escritura pública mês antes do óbito
(prova contemporânea) atestando seu estado civil de “divorciada” e que não convivia em
união estável, fato de conhecimento do de cujus (procurador), vide evento 47 (Escritura 2).
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Da prova oral produzida pelas apelantes:
O Sr. CARLOS VARGAS era amigo íntimo do de cujus de longa data, motivo
de ter deixado de prestar compromisso, porém, em assuntos tão pessoais e íntimos, deve ser
Atestou de que o de cujus gostava de viver livre e que não tinha intenção
em constituir nova família com a apelada, além de ter tido outro relacionamento com a Sra.
Nice (vide foto evento 89, Canela -RS) em final de 2019 e ter frequentado “casas noturnas”, o
passava na cidade e ele na praia, que a apelada saiu da residência por cerca de 60 dias e após
Vídeo 3), por ter ela interesse na causa, ser amiga íntima da procuradora da apelada e não
manter boa relação com a apelante, pugnando que seja desconsiderado seus esclarecimentos
decorrência de ter vendido sua casa na cidade de Caxias do Sul para adquirir um terreno na
praia e construir naquele sua residência, de modo que, em meados de 2019 passou a residir
com o de cujus com esse objetivo, porém, em março de 2020 iniciou a pandemia com
isolamento social, o de cujus era pessoa de risco, em FEV/21 a apelada adquiriu o mencionado
terreno na praia em local próximo à casa do falecido Felisberto, porém, em MAR/21 ocorreu
sob mesmo teto, por que a apelada comprou um terreno próximo à casa de praia do de
O período de convívio foi cerca de um ano e meio, desses mais de ano foi
durante a pandemia (2020), ainda, final de 2019 a apelada saiu da residência e ficou afastada
por 60 dias, vide testemunho da Sra. Beloni corroborado pela foto do evento 47, OUT6, ou
seja, além da pandemia houveram idas e vindas, não estando comprovado nos autos a união
estável reconhecida pela r. sentença recorrida, razão de pugnar pela respectiva reforma.
Não basta apenas a apelada e de cujus terem resididos sob mesmo teto por
mais que ano para declaração da união estável, pois necessário análise dos outros requisitos
exigidos pela legislação, em especial, objetivo de constituir família (affectio maritalis), que
tenha sido contínua e duradoura, pré-requisitos esses não atendidos pela relação havida
necessários para a caracterização de uma união estável disciplinada pelo artigo 1.723 do CCB,
razão pela qual a reforma da decisão recorrida é o caminho justo e seguro a ser trilhado.
união estável pretendida, uma vez que, o de cujus era viúvo de seu casamento que manteve
com a falecida genitora das apelantes (sra. Maria), essa faleceu em 29/03/2016, sem que
tivesse feito o inventário dos bens (evento 30), portanto, aplicável a vedação imposta pelo
artigo 1523, inciso I, do CCB, face a causa suspensiva do de cujus se casar ou contrair união
estável, requerendo que seja afastada a aplicabilidade do parágrafo 2º do artigo 1723 do CCB
modo similar, o STF já declarou ser inconstitucional o artigo 1.790 do CCB, é o que se REQUER.
7.1 Necessário, SMJ., que o juízo adentre de como será feita a partilha dos
bens em caso de prevalecer a decisão recorrida, compreendem ser aqui, na via ordinária, a
seara ideal para mencionada discussão, até porquê, a apelada abordou este ponto na inicial.
apenas pelos genitores das apelantes (particulares), antes mesmo do falecimento da genitora
das peticionárias, sem esforço comum, não devendo a atual legislação retroagir para alterar
o patrimônio de quem escolheu assim proceder há mais de 20 anos. A pessoa é livre para
pena de ofensa ao ato jurídico perfeito. Inobstante tenha o STF declarado inconstitucional
o artigo 1.790 do CCB, não distinguindo a união estável do casamento, necessário também
que seja declarada inconstitucional o parágrafo 2º do artigo 1723 do mesmo códex, para
se casarem ou contraírem união estável antes de proceder no inventário dos bens deixados
bens são distintos, pois a sucessão segue pela legislação ao tempo do óbito enquanto que
a partilha de bens deve se dar de acordo com o regime de bens dos envolvidos e o
jurídico ao tempo da aquisição de cada bem ou será pela legislação ao tempo do óbito,
8. DA SUCUMBÊNCIA
logo, seja por eventual reforma do julgado ou pelo princípio da causalidade, requerem a
reforma pontual para que seja invertido o ônus ou, subsidiariamente, distribuída em 50% para
são meras representantes do de cujus, não deram causa a situação posta nos autos, assim,
provimento do presente recurso, nos termos supracitados, para que ao final reste julgada
para a partilha dos bens, que seja determinada a aplicação da legislação vigente ao tempo
N.T.P.D.
OAB/RS 54.623