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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIRETO DA ___ VARA DE

FAMÍLIA DA COMARCA DE CIDADE

Nome Completo, nacionalidade, estado civil,


profissão, portador do Inserir RG e inscrito no Inserir
CPF, residente e domiciliado na Inserir Endereço,
vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, por intermédio de seus advogados abaixo
assinados, procuração anexa, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE
RECONHECIMENTO E
EXTINÇÃO DE UNIÃO
ESTÁVEL POST MORTEM

face à união estável contraída com a falecida Nome


Completo, nacionalidade, estado civil, profissão,
inscrito no Inserir CPF e Inserir RG, pelos motivos de
fato e de direito a seguir aduzidos.

PRELIMINARES
O Requerente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA com fulcro
no artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal e artigo 98 do Novo Código
de Processo Civil. Posto isto, requer a dispensa do pagamento das custas
processuais e demais encargos, uma vez que há insuficiência de recursos para o
pagamento das custas e demais despesas processuais.

DOS FATOS

Desde 01.07.2006, o requerente viveu como se casado fosse com a de cujos,


até que em 02 de setembro de 2017, ou seja, 11 anos de verdadeira, longa e estável
comunhão de vida e de interesses decorreu uma morte súbita causado por
Acidente Vascular Cerebral. Ela era aposentada, e ele era empregado de serviços
gerais, mas neste último ano por infortúnio do destino teve seu contrato de
trabalho rescindido pela EmpresaInformação Omitida e desde então encontra-
se a procura de emprego.

Ao longo de vários anos de união estável, o casal viveu na residência da


de cujus, sendo residência alugada de contrato renovado anualmente. Da longa
existência more uxório formaram-se laços de estabilidade, compostura,
coabitação, respeito recíproco o que tornou, naturalmente, pública tal relação. Tal
habitação era conveniente para a de cujus pois morava próximo a residência dos
dois filhos maiores de idade havidos em outro casamento e podia cuidar de sua
filha incapaz, com a qual o casal habitava.

Em data de 02 de setembro de 2017, a companheira, veio a falecer, às 17h


e 05 min, no Hospital Informação Omitida, na cidade de Informação Omitida,
vítima de acidente Vascular Isquêmico/Hipertensão Intracraniana/Insuficiência
Respiratória, conforme assim faz prova a cópia da certidão de Óbito, em anexo.
Os fatos ocorreram repentinamente, pois uma semana antes de falecer a de cujus
sentiu fortes dores de cabeça e o Requerente a acompanhou ao hospital, mas o
diagnóstico médico foi simplório e na semana seguinte estavam novamente lá no
Hospital Militar, no entanto, agora, levados por ambulância, diante do quadro
grave da de cujus.

O Requerente não tem filhos apenas a de cujos com quem manteve a união
estável e coabitou ao longo de 11 anos.

No que pese a divisão dos bens havidos durante a união houve simples
acordo entre os filhos da de cujus e o Requerente, quedando este com alguns
móveis e eletrodomésticos, adquiridos em longos anos de labor e convivência
conjugal, e os herdeiros com os eletroeletrônicos. Deste modo, o Requerente
deixou a casa ora alugada e voltou ao lar de sua genitora com os bens da divisão.

Portanto, pela notoriedade, pela fidelidade, pela coabitação more uxório e


pela continuidade da relação, restou-se conhecida a união estável da de cujos com
o Requerente.

Ao fim e ao cabo, embora não haja documentos fotográficos ou que


representem a vinculação direta do casal, há vasto rol de testemunhas que
vivenciou a rotina conjugal e que estão dispostos a relatar o convívio com eles.

DA CONVIVÊNCIA “MORE UXORIO”, DO


RECONHECIMENTO DA UNIÃO PRETENDIDA E
DA DESNESSECIDADE DE POLO PASSIVO

Conforme bem balizaram os fatos, REQUERENTE e de cujus conviveram


pública e socialmente como se marido e mulher fossem, desde 2006, e juntos,
constituíram família; empenharam-se na administração do lar conjugal,
conforme preceitua o Código Civil em seu artigo 1.723 caput, e artigo 1º da Lei
Federal 9.278/96, senão vejamos:
Código Civil, art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o
homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e
estabelecida com o objetivo de constituição de família.

Lei Federal 9.278/96, artigo 1º – É reconhecida como entidade familiar a convivência


duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo
de constituição de família.

O instituto da união estável passou por transformações ao longo dos anos,


e o que hoje se nota é o crescente número dessas uniões, fato que fez com que o
legislador constituinte demonstrasse a preocupação em reconhecer a união
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar mesmo no pós morte,
independentemente de figuração em polo passivo, e como dispõe § 3º do artigo
226, da Constituição Federal de 1988, e os artigos 1.723 e seguintes do Código
Civil e as leis 8.971/94 e 9.278/96, bem como julgados que a acolhem:

União estável, configuração

CIVIL. PROCESSO CIVIL. RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL. POST


MORTEM. AGRAVO RETIDO. INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIDO.
PRELIMINARES. CERCEAMENTO DE DEFESA. ILEGITIMIDADE ATIVA E
PASSIVA. PERÍODO DA UNIÃO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. AUSÊNCIA.
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. VALOR ADEQUADO.

1. Não se conhece do agravo retido quando intempestivo. Inteligência do art. 522 do


Código de Processo Civil. 2. Cabe ao Juiz determinar as provas necessárias à instrução
do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias, sem que se
configure cerceamento de defesa. 3. Afastada a alegada ilegitimidade ativa e passiva,
uma vez que os ascendentes são herdeiros dos filhos falecidos e podem figurar no polo
ativo e passivo da demanda que visa o reconhecimento da união estável. 4. Declara-se
a existência de união estável quando comprovada a convivência pública, contínua e
duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família, consoante o art.
1.723 do Código Civil. 5. Afasta-se a condenação por litigância de má-fé quando
ausentes os requisitos necessários para autorizar a imposição da penalidade. 6. A verba
sucumbencial foi adequadamente fixada em observância às balizas legais do art. 20, §
4º, e do art. 21, parágrafo único, segundo o qual, se um litigante decair de parte
mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários. 7.
Recurso parcialmente provido. (TJDF; Rec 2012.07.1.009680-6; Ac. 925.910;
Segunda Turma Cível; Rel. Des. Mario-Zam Belmiro; DJDFTE 16/03/2016; Pág.
190)

Por esses motivos, e por estarem presentes os requisitos legais, há que ser
declarada a UNIÃO ESTÁVEL entre a REQUERENTE e o REQUERIDO, desde
2006 para que, em decorrência desta, surtam os efeitos legais pertinentes.

Toda a base de nossa família, culturalmente construída e sedimentada,


repousa na monogamia, que, pelo menos em tese, dá suporte à estabilidade e
moralidade de que se deve revestir o casamento.

A ruptura da sociedade conjugal, ocorreu pelo óbito da companheira


BELTRIZ SILVEIRA MENEZES PINTO.

Após comprovada a união estável, ante os argumentos fáticos e de direito,


os quais demonstram que a REQUERENTE não possui mais condições de
prorrogar a união demonstrada, requer de Vossa Excelência que sua
DISSOLUÇÃO SEJA DECLARADA DESDE SETEMBRO DE 2017.

DOS PEDIDOS

Ante o Exposto requer:

a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser pessoa pobre na


acepção jurídica do termo, não dispondo de recursos financeiros suficientes para
arcar com as custas da demanda, sem prejuízo para o seu sustento e de sua
família, nos termos do art. 5º, LXXIV da Constituição Federal c/c artigos 98 e 99
do Novo Código de Processo Civil;
b) Que seja Declarada a EXISTÊNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL entre
REQUERENTE e REQUERIDO, a partir de julho de 2006, para que surta seus
efeitos legais;

c) Que seja Declarada a DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL a partir de


setembro de 2017;
d) Seja intimado o douto representante do Ministério Público para que se
manifeste no presente feito.

Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, principalmente pelo Rol de testemunhas em anexo.

Dá-se a causa o valor de Valor da Causa

Termos em que, pede deferimento.

Cidade, Data.

Nome do Advogado
OAB/UF N.º

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