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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA

NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS (NPJ)

GABRIEL TEIXEIRA DE OLIVEIRA CARLOS

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL COM


PARTILHA DE BENS

VOLTA REDONDA
2023
AO JUÍZO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE BELO
HORIZONTE – MG

Joana Góes, brasileira, solteira, bancária, portadora do RG (número) e inscrita


no CPF (número), residente e domiciliada na Rua do Bosque, nº 275, Apartamento 202,
Pampulha, Belo Horizonte/MG, endereço eletrônico, com intermédio de seu procurador
signatário, com escritório (endereço), com fulcro nos artigos 226§ 3º da CRFB, artigo
1723 do CC e artigo 5º da lei 9278/96, propor:

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL


COM PARTILHA DE BENS

Em face de Márcia Coelho, brasileira, viúva, engenheira, portadora do RG


(número) e inscrito no CPF (número), residente e domiciliado em Betim/MG, endereço
eletrônico, pelos fatos e fundamentos jurídicos doravante postos.

I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A autora faz jus à concessão da gratuidade de justiça, pois não dispõe de


condições para arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu sustento próprio e
de sua família, conforme artigo 98 do CPC e artigo 1º § 2º da lei 5478/68.

II – DOS FATOS:

A autora e o réu estabeleceram uma união estável após se conhecerem, tendo


namorado por 4 meses inicialmente. Posteriormente, o réu passou a pernoitar na
residência da autora regularmente, o que estabeleceu uma convivência pública entre
eles.

Em 2016, durante a vigência da união estável, o réu adquiriu um imóvel em Belo


Horizonte no valor de R$ 800.000,00. Importante mencionar que parte desse montante,
no valor de R$ 200.000,00, provinha da poupança da autora.
Em 2018, a ré decidiu encerrar o relacionamento com a autora, alegando intenções
de casar-se com outra pessoa. Na ocasião, ele se comprometeu a devolver a quantia que
havia utilizado da poupança da autora, acrescida de juros e correção monetária.
Contudo, até o presente momento, a ré não honrou esse acordo.

III – DOS FUNDAMENTOS:

III.I – DO RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL

A união estável encontra seu respaldo legal no artigo 1.723 do Código Civil,
que a define como a formação de uma entidade familiar através da convivência
pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituir uma família. No caso
em questão, é evidente que a autora e a ré iniciaram sua convivência em maio de
2014, a partir desse momento, manifestando publicamente sua intenção de
estabelecer uma família.

Diante desses elementos, é plausível concluir que os requisitos essenciais


para o reconhecimento da união estável foram atendidos. A convivência pública e
duradoura ao longo desses anos reflete o propósito de constituir uma família, de
acordo com a definição legal da união estável. Portanto, há fundamentos sólidos
para considerar a existência de uma união estável entre a autora e a ré, o que
implica na necessidade de proteção dos direitos e interesses legais da autora dentro
desse contexto.

III.II – DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL

A união estável dos conviventes fora dissolvida em 2018 em virtude de ter a


ré assumido desejo de se casar com outra pessoa, fato que tornou inviável à
manutenção do relacionamento amoroso e motivou o pleito judicial do
desfazimento do vínculo jurídico.

III.III – DA PARTILHA DE BENS

Estabelece o artigo 5º da lei 9278/96 que os bens móveis e imóveis


adquiridos por um ou ambos os conviventes a título oneroso na constância da
união estável, são frutos do trabalho comum, ficando sujeitos à partilha.

O art. 1.725 do CC dispõe que se aplica à união estável as regras e relações


patrimoniais do regime de comunhão parcial de bens. Segundo o art. 1.600 do
mesmo instrumento os bens adquiridos por um deles à título oneroso é incluído na
comunhão, mesmo que adquirido em nome de apenas um deles. Portanto, o
imóvel deverá ser partilhado entre o autor e o réu. Além disso, segundo a Súmula
655 do STJ:

‘’ Aplica-se à união estável contraída por septuagenário o


regime da separação obrigatória de bens, comunicando-se os adquiridos
na constância, quando comprovado o esforço comum. (SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 09/11/2022, DJe 16/11/2022)’’
IV – DOS PEDIDOS

Pelos expostos requer:

1. A concessão da gratuidade de justiça, na forma do artigo 98 do CPC


2. A citação da ré para comparecer a audiência de conciliação na forma do artigo 695 do CPC, não
realizado o acordo, seja a ré instado a se manifestar na forma do artigo 697 do CPC.
3. O reconhecimento da união estável e sua posterior dissolução nos termos da fundamentação
supra.
4. Seja realizada a partilha do imóvel na proporção de 50% para cada um dos conviventes,
constituindo condomínio.
5. A expedição do competente mandado de expedição ao registro de imóveis para as providências
de estilo.
6. A condenação da ré, o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios conforme
artigos 82 § 2º e 85 do CPC.

V - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por intermédio de todos os meios de prova admitidos em


de fato e direito, a certidão do imóvel comprado na constância da união estável com a
relação das partes.

VI – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$: 800.000,00 (oitocentos mil reais)

Nestes termos pede deferimento

Local, Data
Advogado(a)
OAB

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