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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE ACIDENTES

DO TRABALHO DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA


DE CURITIBA – ESTADO DO PARANÁ.

Processo nº: 5028650-76.2022.8.09.0162

VANILDES DA SILVA LIMA já qualificada nos autos do processo, vem


a Vossa Excelência apresentar

ALEGAÇÕES FINAIS

diante dos fatos novos alegado em contestação.

1) DA NECESSIDADE DO DEPOIMENTO PESSOAL DA AUTORA

Em sua defesa, o Réu levanta fatos e fundamentos que tentam impedir o direito da parte autora,
porém, sem sucesso. Desesperadamente, o Réu e seu patrono acusam a autora de cometer atos
ilícitos, imputando a autora o fato de mentir em documento ao firmar a Escritura Pública de União
Estável e de prestar informações equivocadas ao Cartório no ato da lavratura do referido
documento, o que mostra claramente a intenção da defesa, tentar desqualificar a autora na tentativa
de desviar o foco da presente demanda.

Sendo assim, a autora sem nenhuma ressalva, aceita participar de audiência para prestar
esclarecimentos necessários a sua relação conjugal com o réu.

2) DO DIREITO AO PERCEBIMENTO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA

Consoante se infere dos elementos de prova coligidos aos autos, o contestante foi o grande
responsável pela falta de experiência laboral da parte autora, o que afeta diretamente a recolocação
dela no mercado de trabalho.

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Ademais, logo após a separação do casal, ainda persistia o estado de pandemia o que agravou
intensamente as dificuldades de a autora conseguir encontrar uma oportunidade de emprego.
No caso em tela, por se tratar de ex-companheiro de união estável, há o direito a receber a pensão,
mesmo que de forma temporária e necessária para que a pessoa se desenvolva profissionalmente e
reverta a condição de necessidade, devendo ser efetuado enquanto houver necessidade da parte que
o recebe.
Diante do exposto, reitera-se o pedido de arbitramento de pensão alimentícia nos moldes da petição
inicial. Assim sendo, frente à comprovada dependência econômica da autora em relação ao réu, faz-
se imprescindível a concessão à autora do benefício pensão decorrente de matrimônio, desde a data
do documento de fé pública assinada em cartório.

3) DA PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL

Conforme já dito anteriormente, uma das capacidades asseguradas para os portadores de deficiência
é o direito e o exercício do vínculo matrimonial, artigos 3º, 4º e 1548, I – CC/02, pois perde-se o
fundamento legal, o que de fato inviabiliza a decretação de nulidade do casamento contraído
pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil.

Portanto, toda pessoa com deficiência passa a ter plena capacidade civil em regra, como prevê o
Art. 6º, I, da Lei 13.146/2015, “inclusive para casar-se e constituir união estável” dentre outros
direitos. Assim, no mesmo sentido, menciona o Art. 226, “caput”, CF/88, “a família, base da
sociedade, tem especial proteção do Estado".

A defesa está arguindo que o réu não possui capacidade mental para tomada de decisões, baseada
em um relatório datado de 18/08/2022 (fls. 154/155) e outro de 16/08/2022 (fls. 167), e o declara
incapaz a partir destes laudos, sendo que a união aconteceu em 21/05/2021, mais de 1 anos depois.

A defesa também tenta ocultar no decorrer do processo que o réu já teve outros relacionamentos e
“união estável” com outras mulheres, e apenas por não estarem de acordo com a autora e seu
relacionamento marital com o réu, estão tentando a todo custo inclusive denegrir a imagem da
autora. Alegam que a mesma por ter idade inferior a 40 anos deveria comprovar uma vida laboral
pregressa como condição de não estar abusando do próprio cônjuge com o qual tem um
relacionamento. A autora por mais de uma vez deixa claro no decurso do processo que sempre
soube da condição de ébrio do réu e que dispôs de cuidados todo o tempo que estiveram juntos.

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4) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer-se:

a- A concessão da antecipação de tutela, nos termos do artigo 273, do CPC, a fim de que a
autarquia previdenciária conceda a autora o benefício pensão alimentícia, nos termos acima
expostos;
b- Requer a autora que seja marcada a Audiência de Instrução e Julgamento;
c- A procedência do pedido formulado na inicial, que reconhece a união estável entre a autora
e o réu, a partir de maio de 2021, declarando-a dissolvida a partir da sentença;

Nestes termos,
Pede deferimento.

Gama, 03 de outubro de 2022

CARLOS ANDRÉ NASCIMENTO LEMOS


OAB- DF 64628

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