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EMENTA
DECISÃO
É o relatório.
[...]
Mesma trilha deve ser seguida quanto à alegação de nulidade da captação
dos diálogos extraídos do aparelho celular do acusado Fernando Menezes
Santório, noutra senda do que a Defesa dos réus Leonardo Talles Mendonça e
Silva e Mônica Fernanda da Cunha quer fazer crer, pois foi o próprio acusado
Fernando, durante sua oitiva na Delegacia, por duas vezes, f. 4 e 46, que
autorizou a visualização do conteúdo, fornecendo a senha de acesso aos
dados armazenados no aparelho.
Urge acrescentar que o próprio arresto oriundo do Tribunal de Justiça de
Minas Gerais colacionado pela defesa, que sequer se deu ao trabalho de informar
o número do acórdão, denota que a entrega espontânea do aparelho celular e a
autorização para acesso, permite a visualização do conteúdo e a utilização dos
dados alcançados como prova e para formação da culpa.
Estes fatos, por si só, já seriam suficientes para escudar a vistoria do
aparelho e a transcrição dos diálogos captados no aplicativo Whatsapp, já que o
próprio réu Fernando Menezes Santório abriu mão da cláusula tutelar da
inviolabilidade e forneceu a senha de acesso ao seu conteúdo.
Senão tivesse fornecido a senha inclusive, teria sido necessário pedido
para quebra da senha e análise do conteúdo do aparelho.
Por fim, sequer há indicio de que ele tenha sido forçado ou coagido a
tanto.
O que se tem, portanto, é que os diálogos transcritos foram colhidos de forma
regular, observando o respeito aos princípios constitucionais que regem a matéria,
motivo pelo qual não há que se falar em mácula processual e utilização de prova
ilícita.
Assim, por fim, afasto esta preliminar.
[...]
[...]
A defesa de Fernando e Mônica requereu o reconhecimento da ilicitude das
conversas extraídas do aplicativo Whatsapp sem autorização judicial.
Data vênia, sem razão.
Filio-me ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que é "ilícita a
devassa de dados, bem como das conversas de whatsApp, obtidas diretamente
pela polícia em celular apreendido no flagrante, sem prévia autorização judicial."
(RHC 51 .531/RO, ReI. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em
19/4/2016, DJe 9/5/2016).
Entretanto, no presente caso o acesso às conversas do Whatsapp de
Fernando Menezes Santorio ocorreu de forma lícita, haja vista que ele
autorizou o acesso ao seu aparelho celular e inclusive forneceu a senha aos
policiais (fI. 4).
Nesse sentido:
Publique-se.