Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTUDO
DIRIGIDO 2.0
PRF
DIA 34
ESTUDO DIRIGIDO – PRF
SUMÁRIO
1- FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS ......................2
1.1 – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ..............................................................................2
1.2 – Direitos à Vida, à Liberdade, à Igualdade, à Segurança e à Propriedade ...............................7
1.3 – Direitos Sociais, Nacionalidade, Cidadania e Direitos Políticos ............................................10
1.4 – Garantias Constitucionais Individuais ...................................................................................23
1.5 – Garantias dos Direitos Coletivos Sociais e Políticos .............................................................25
1.6 – Remédios Constitucionais.....................................................................................................27
2- QUESTÕES..................................................................................................................................30
3- GABARITO ..................................................................................................................................32
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 2
Direitos Fundamentais são direitos hoje garantidos a todos os seres humanos, enquanto
indivíduos de direito. São garantias formalizadas ao longo do tempo.
Direitos individuais e coletivos são uma série de direitos básicos, garantidos pela Constituição
Federal e presentes no artigo 5º, em que o indivíduo e alguns grupos sociais têm assegurados e
que podem invocá-los a qualquer momento para a garantia de uma vida digna como ser humano.
Mas quais são esses direitos? Para conhecê-los em sua totalidade, basta fazer uma leitura de
todos os 78 incisos do artigo 5º e entender cada um.
Os considerados mais importantes, estão previstos no caput do mencionado artigo, são eles: o
direito à vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade e é a partir deles que surgem os
demais.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 3
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(Aqui vale ressaltar que mesmo o estrangeiro estando apenas em viagem pelo Brasil, o STF tem
posicionamento claro de que ele será “protegido” pelos direitos fundamentais, na medida do
possível).
Igualdade (Isonomia)
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
(Há uma diferença entre a aplicação do princípio da legalidade para o cidadão e para o
administrador público, enquanto este poderá fazer apenas o que a lei autorize, aquele poderá
fazer tudo aquilo que a lei não proíba).
Direito de resposta
2ºAs indenizações por dano material, moral e à imagem são cumuláveis, a depender do caso
concreto.)
(É vedada toda e qualquer censura, seja ela política, ideológica, artística e etc., porém que como
qualquer outro princípio a liberdade de expressão é um princípio não absoluto (relativo).
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Inviolabilidade domiciliar
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;
Obs. Segundo o STF o termo casa deve ser entendido de forma mais ampla, abrange tanto a
residência do indivíduo quanto qualquer compartimento privado não aberto ao público onde ele
exerça profissão ou atividade, tais como escritórios e consultórios profissionais.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 5
Macete:
Se tem T (interceptação) tem terceiro na conversa.
Se tem CUT (escuta) - Conhecimento de Um + Terceiro.
Apenas por determinação JUDICIAL.
Direito de reunião
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Direito de associação
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Crimes inafiançáveis
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Um esquema para não errar esse tipo de questão.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 7
Os direitos e garantias fundamentais previstos na nossa Constituição estão previstos nos artigos
abaixo:
Como já vimos, o artigo 5° apresenta uma série de deveres e garantias que são fundamentais a
uma vida digna e dentro dele há 5 direitos que são basilares, de suma importância. São eles:
Direito à Vida
É o principal direito garantido a todas as pessoas, afinal, constitui em pré-requisito à existência e
exercício de todos os demais e se não for assegurado, todos os outros perdem o sentido. Engloba
não apenas o direito de existir, mas de existir de modo digno. É também um direito à saúde, à
alimentação, à educação, e todas as formas que garantam a dignidade da pessoa humana.
Isto implica a vedação a práticas humilhantes e de tortura, por exemplo. Nesse sentido, dispõe o
inciso III do artigo 5º, CF:
Cabe ressaltar que o Projeto do Novo Código Penal aumenta a punição para os crimes de tortura,
visando a inibição dessa violação ao direito à vida.
No que concerne à existência digna, o artigo 170 da Constituição Federal também dispõe:
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social […]”
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 8
Direito à Liberdade
Todo indivíduo possui o direito de ir e vir, além da liberdade de crença e da liberdade de
expressão.
I – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
X – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença;
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Direito à Igualdade
Este direito trata da vedação à discriminação. Dispõe que todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza.
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;
Contudo não devemos buscar somente a igualdade formal, mas sim a igualdade substancial,
devendo-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas
desigualdades. Assim, quando o Direito visa a regulação de relações entre desiguais, deverá
observar as desigualdades com vistas à equiparação de oportunidades.
Direito à Segurança
Nossa Constituição dispõe que o direito à segurança é dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, a ser exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
do patrimônio.
Mas também diz respeito à proteção dos indivíduos em face do poder de punição do Estado.
Desse modo, prevê, por exemplo, que ninguém poderá ser punido por fato que não seja previsto
em lei. Dessa maneira, por exemplo, prevê o inciso XXXIX do artigo 5º, CF:
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 9
Direito à Propriedade
No Inciso XXII do Artigo 5°, determina que:
Segundo a jurista Maria Helena Diniz, o direito de propriedade pode ser entendido como “o direito que a
pessoa física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor de um bem, corpóreo
ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha”.
Direito de uso sobre um bem: diz respeito ao direito de usufruir de um bem ou colocá-lo a disposição do
uso de outro de pessoa, sem que essa possa modificar a substância do bem. Por exemplo, se você é
proprietário de um imóvel, pode optar por usufruir dele, emprestá-lo ou alugá-lo.
Direito de gozo sobre um bem: significa ter direitos sobre os frutos ou rendimentos que esse bem fornece.
Por exemplo, ter o direito sobre os frutos de uma laranjeira que nasce em sua propriedade; ou ter direito
sobre os rendimentos do aluguel de um imóvel que é seu.
Direito de dispor: este é o direito que mais expressa o domínio/posse sobre o bem. Significa que você
pode optar por vendê-lo, doá-lo ou trocá-lo.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 10
Direitos Sociais
Estão prescritos no Art. 6º da Constituição Federal.
“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição. ”
Conforme o STF, o rol dos direitos sociais apresentados no artigo sexto é exemplificativo.
Os direitos sociais do artigo sexto são normas de eficácia limitada e aplicabilidade mediata, necessitando
de leis e ações estatais para que sejam aplicáveis.
Um rol exemplificativo, estabelece apenas alguns itens de uma lista, deixando-a em aberto para que
outros casos possam ser inseridos. Em regra, os róis exemplificativos trazem expressões como: “dentre
outros”; “demais hipóteses previstas em lei”; “a lei poderá” etc.
Um rol taxativo, estabelece uma lista de forma que não haja margem para interpretações. Por exemplo,
no Art. 1 da CF, os fundamentos da RFB são apenas os que estão listados explicitamente e mais nenhum
outro.
Apesar da não taxatividade, muitas questões exigem os direitos expressos no artigo, assim
apresentaremos dois bizus para melhor fixação.
Perceba que os direitos dos trabalhadores apresentados no artigo sétimo são exemplificativos (“além de
outros”) e que esses valem tanto para os trabalhadores urbanos quanto para os trabalhadores rurais.
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
A proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa é o único direito dos trabalhadores que
necessita de lei complementar, fique atento com essa pegadinha recorrente.
Seguro-desemprego
Para que se faça jus ao seguro-desemprego é necessário que o desemprego seja involuntário.
Fundo de garantia
Piso salarial
Irredutibilidade do salário
Veja que a irredutibilidade do salário é a regra, porém excepcionalmente é possível reduzir o salário
devido à convenção coletiva de trabalho (negociação entre sindicatos dos trabalhadores e patronal) ou
acordo coletivo de trabalho (negociação entre sindicato dos trabalhos e a empresa).
Apesar do exposto, o STF sumulou (679) que “a fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode
ser objeto de convenção coletiva”.
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 12
Adicional noturno
Jornada de trabalho
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
Repouso remunerado
Hora-extra
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
Férias remuneradas
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
Licença à gestante
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 13
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas;
Atenção, pois a EC 53/06 reduziu a idade de 6 para 5 anos e algumas bancas ainda tentam confundir o
candidato utilizando 6 anos de idade.
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
O seguro contra acidentes de trabalho é um encargo do empregador, porém este encargo não exclui a
possibilidade de uma indenização caso o empregador haja com dolo ou culpa, no caso de um acidente.
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
Idade mínima
Menor de 14 anos: Nenhum trabalho.
De 14 a 16 anos: Como menor aprendiz.
De 16 a 18: Qualquer trabalho, salvo: noturno, perigoso e insalubre.
A partir de 18: Qualquer trabalho.
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;
Direito de Greve
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.
Desse ponto é importante perceber que o direito de greve não é absoluto, sendo uma norma de eficácia
contida para a iniciativa privada (regidos pela CLT).
Militar NÃO faz greve e nem os servidores de segurança pública (PF, PRF, PC, Polícia penal).
Nacionalidade
Nacionalidade é o vínculo jurídico político que estabelece uma ligação entre um determinado indivíduo e
um determinado Estado.
I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
Alínea “b” – Pai e/ou mãe brasileira a serviço do Brasil no estrangeiro, logo o filho será brasileiro nato.
Alínea “c” – Registro em repartição competente; OU vier a residir no Brasil e optar pela nacionalidade
brasileira, após a maioridade.
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos nesta Constituição.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
Cidadania
Desta maneira, José Afonso da Silva (2004, p. 344-345), faz a diferenciação entre nacionalidade e
cidadania:
Aquela é vínculo ao território estatal por nascimento ou naturalização; esta é um status ligado ao regime
político. Cidadania, já vimos, qualifica os participantes da vida do Estado, é atributo das pessoas
integradas na sociedade estatal, atributo político decorrente do direito de participar no governo e direito
de ser ouvido pela representação política. Cidadão, no direito brasileiro, é o indivíduo que seja titular dos
direitos políticos de votar e ser votado e suas consequências. Nacionalidade é o conceito mais do que
cidadania, e é pressuposto desta, uma vez que só o titular da nacionalidade brasileira pode ser cidadão.
O direito de cidadania, de acordo com José Afonso da Silva (2004, p. 343), “acabara exigindo a formação
de um conjunto de normas legais pertinentes, que recebera a denominação de direitos políticos”.
A questão da cidadania em nossa Constituição Federal está abordada no Capítulo IV, “Dos Direitos
Políticos”, composto pelos artigos 14 a 16, que rezam, in fine:
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Este capítulo do texto constitucional, de acordo com José Afonso da Silva (2004, p. 343), estabelece
normas que “constituem o desdobramento do princípio democrático inscrito no art. 1º, parágrafo único,
quando diz que o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente”.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 18
Direitos Políticos
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
O voto direto e secreto se refere ao ato do voto em si. Nele, assegura-se o sigilo e o peso do voto, ou seja,
os eleitores não têm seus votos revelados e o poder de voto é igual para todos eles. Atualmente, o voto
é facultativo para menores de 18 anos (a partir dos 16 anos), analfabetos e maiores de 70 anos e
obrigatório para os demais brasileiros natos e naturalizados (estrangeiros não votam).
Plebiscito ocorre em um período anterior à tomada de decisão do legislativo sobre um ato, sendo que a
votação popular pode rejeitá-lo ou ratificá-lo.
Um exemplo de plebiscito ocorreu em 21 de abril de 1993, quando os brasileiros votaram se o país deveria
ter um regime republicano ou monarquista e controlado por um sistema presidencialista ou
parlamentarista. Dos totais de 67.010.409 votos, 66% votaram no sistema presidencialista e 55,4% no
regime republicano. A monarquia ficou com 10,2% e o sistema parlamentarista com 24,6%. Houve um
total de 25,7% de abstenção.
No referendo, o ato legislativo é promulgado pelos legisladores, aprovado pelo Senado e depois é feita a
consulta popular.
Já em 23 de outubro 2005, houve o referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e
munições, que não permitiu que o Artigo 35 do Estatuto do Desarmamento entrasse em vigor. Nele
constava a permissão do comércio de armas de fogo e munição em todo território nacional, porém foi
rejeitado por 63,94% da população, computando um total de 59.109.265 votos.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 19
Iniciativa popular, compreendida no artigo 13 da Lei nº 9.709/98, prescreve que a população pode propor
projetos de lei, mas que estes precisam ter o apoio de, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído
em ao menos 5 Estados e com não menos de 3,33% dos eleitores de cada um destes.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
Perda:
Cancelamento da naturalização;
Recusa de cumprir a obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, isso é, quando o indivíduo
deixa de cumprir uma obrigação em razão de uma crença religiosa ou de uma convicção filosófica. Um
caso comum é de algumas crenças religiosas nas quais os religiosos não prestam o serviço militar,
recorrendo, então, à prestação alternativa, cabendo às Forças Armadas determinar qual será.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 20
Suspensão:
Incapacidade civil absoluta, ou seja, quando há proibição legal do exercício de atividade política por
alguma deficiência ou patologia que impeça o cidadão de exprimir coerentemente suas vontades;
Condenação criminal por sentença transitada em julgado, isso é, quando não cabe mais recurso e um
indivíduo precisa cumprir uma pena até o final;
Improbidade administrativa, uma conduta inadequada por parte de agentes públicos que venha a causar
danos à administração pública, como, por exemplo, o enriquecimento ilícito.
Durante a votação no Senado para o impeachment da Ex-Presidente Dilma Rousseff, em agosto de 2016,
por exemplo, houve, também, a votação pela perda de seus direitos políticos. No entanto, Dilma obteve
36 votos a favor da manutenção de seus direitos.
REELEIÇÃO
Os chefes legislativos podem se reeleger sem limitação, os do executivo poderão ser reeleitos uma única
vez, em outras palavras, só poderão cumprir dois mandatos consecutivos.
Que fique claro que essa regra não impede que os chefes do executivo cumpram mais de dois mandatos,
desde que não sejam consecutivos. Apenas para exemplificar, Geraldo Alckmin foi governador de São
Paulo por quatro mandatos (2001-2003; 2003-2006; 20011-2015; 2015-2018).
Como exemplo, João Dória, hoje governador de São Paulo, teve que sair do cargo de prefeito de São Paulo
para que se candidatar ao cargo de Governador.
INELEGIBILIDADE REFLEXA
Denomina-se reflexa, pois a regra não atinge o chefe do executivo e sim seus parentes ou cônjuge.
Temos aqui uma inelegibilidade relativa, pois essa regra vale apenas no território de jurisdição do chefe
do executivo, assim a esposa de um prefeito poderia se candidatar a vaga de deputada federal
tranquilamente, por exemplo, mas não poderia como vereadora na cidade do mandato do marido. A regra
tem por objetivo impedir que se utilize a máquina pública para candidaturas pessoais.
Caso a esposa já fosse vereadora e posteriormente o marido venha a vencer a eleição como prefeito, ela
poderá continuar a se reeleger normalmente, conforme a exceção do parágrafo “salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição. ”
- Inelegibilidade reflexa: (só atinge o Executivo = Presidente, Governador, Prefeito + quem os tenha
substituído nos últimos 6 meses) ***
- Se o prefeito já se reelegeu para o segundo mandato consecutivo, não pode, em seguida, se candidatar
para o cargo de vice-prefeito, independentemente de ter renunciado até seis meses antes da eleição.
- É inelegível para o cargo de prefeito de Município resultante de desmembramento territorial o irmão
do atual chefe do Poder Executivo do município-mãe.
- A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade
prevista.
- Falecimento de um dos cônjuges durante o período do mandato > afasta a inelegibilidade.
ELEIÇÃO DE MILITAR
Os militares alistáveis são elegíveis
Menos de 10 anos de serviço, será afastado definitivamente da corporação.
Mais de 10 anos, irá para inatividade caso eleito.
O militar da ativa, que se candidata a cargo eletivo, não se filia a partido político. Basta a ele que seu
pedido de registro, como candidato, apresentado pelo partido, seja aprovado pelo Tribunal Eleitoral, para
que possa disputar a eleição.
Aos militares da reserva remunerada e ao reformado aplica-se a regra da exigência de filiação partidária,
para que possa concorrer a cargo eletivo.
A atual constituição impôs, portanto, uma distinção entre militares da ativa: obtido o registro da
candidatura, se o militar candidato contar menos de dez anos de serviço será excluído do serviço ativo.
Cabe ao Comandante da OM iniciar o processo de demissão ou licenciamento do militar, assim que for
comunicado do registro da candidatura, conforme a Port 043 – DGP, de 16 Ago 00.
Noutra vertente, se o militar candidato contar mais de dez anos de serviço, será agregado, com direito à
remuneração, até o seu regresso ao Exército, se não tiver sido eleito, podendo permanecer na condição
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 22
de agregado até o ato da diplomação, se eleito, oportunidade em que passará para a reserva remunerada,
percebendo proventos proporcionais ao tempo de serviço.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa
do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 23
Lemos e ouvimos bastante sobre direitos e garantias fundamentais, mas é necessário nos atentarmos
para o fato de que direitos não se confundem com garantias. Então de nada adianta os direitos se não
houver uma garantia de que serão respeitados.
Nas palavras de Alfredo Buzaid, “conferir garantias constitucionais significa prover os direitos de remédios
que correspondem à sua grandeza, à sua dignidade e à sua importância” (BUZAID, 2009 p. 193).
Garantias são ações constitucionais que visam sanar ou impedir lesão ou coação que atinjam os direitos
individuais ou coletivos, a depender da situação, denominadas pelo Direito com remédios constitucionais,
no qual o impetrante é denominado como paciente.
As garantias estão a serviço dos direitos, são instrumentos de que se vale o impetrante para assegurar
esses direitos. Uma coisa é o direito constitucional de locomoção (art. 5º, XV), outra é a garantia que o
tutela: o habeas corpus (art. 5º, LXVIII). Ambos não se confundem. Semelhantemente, o direito à
obtenção de uma informação pessoal (art. 5º, XXXIII) é assegurado pela garantia correlata do habeas data
(art. 5º, LXXII).
Portanto, apesar de haver uma conexão entre eles, os direitos se distinguem das garantias.
- O procedimento de habeas corpus afirma que uma pessoa detida pode comparecer perante um juiz
quando considera que sua detenção é ilegal ou irregular. Assim, o juiz decide se a prisão está de acordo
com a lei.
- Todo cidadão tem o direito de coletar e atualizar toda informação que lhe possa afetar em um processo
judicial; esta garantia é conhecida como habeas data.
- É reconhecido o direito de ser julgado por um juiz imparcial e competente. Para garantir tal direito a
possibilidade de recusar um juiz também é reconhecida.
- Todos os cidadãos, independentemente de suas crenças ou ideias políticas, são iguais perante a lei.
Portanto, existe um princípio de igualdade.
- O direito à jurisdição consiste em reconhecer o direito de todo indivíduo a ser julgado por um tribunal.
- Existe também o direito de não testemunhar contra si mesmo e o direito de permanecer em silêncio.
- Quando um ato criminoso é atribuído a uma pessoa, a mesma tem o direito à presunção de inocência
até que se prove o contrário.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 24
- Ninguém pode ser privado de sua liberdade, exceto por ordem de uma autoridade competente.
O conceito garantias constitucionais tem uma finalidade geral: velar pelos direitos e liberdade dos
indivíduos.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 25
Os direitos sociais buscam a qualidade de vida dos indivíduos assim como os direitos individuais,
mas para compreendê-los é importante os diferenciar.
Os direitos individuais reconhecem a todos os brasileiros, de acordo com a lei, o respeito: ao seu
nome; sua intimidade; suas relações, sua privacidade; sua liberdade; seu domicílio; sua
correspondência e acima de tudo, o direito à vida e à qualidade igualitária de se viver.
Os direitos sociais buscam melhores as condições de vida e de trabalho para todos. São cedidos
a todos, pelo Estado e dependem de sua atualização e regulamentação. O núcleo central dos
direitos sociais é constituído pelo direito do trabalho e pelo direito de seguridade social.
Com o auxílio de outras leis, alcançam diferentes áreas de amparo aos indivíduos como: o direito
à saúde (art. 196), o direito de previdência social (art. 201), o de assistência social (art. 203), o
direito à educação (art. 205) e o direito ao meio ambiente sadio (art. 225). Para isso são previstos
meios de tornar eficazes esses direitos, com previsão de fonte de recursos (arts. 194, 195 e 212).
Essas garantias constam em nossa Constituição a partir do artigo 6° e se estendem por todo o
Capítulo II do Título II.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
A Saúde: direito social de todo indivíduo, qual seja sua condição social ou econômica, crença
religiosa ou política. Sua busca equilíbrio entre influências ambientais, modos de vida e vários
outros componentes para resguardar o bem-estar físico, mental e consequentemente social, já
que uma pessoa saudável é mais participativa na sociedade.
O direito à previdência social: valoriza a vida de pessoas que atingiram determinada idade ou
que, por algum motivo, tornaram-se incapazes de trabalhar ou de sustentar sua família. Estão
previstas em dois tipos:
• Adições: pagamentos em dinheiro para aposentadoria por problemas de saúde, por idade
e por tempo de colaboração, nos auxílios doenças, funeral, reclusão e maternidade, no
seguro-desemprego e na renda por morte;
• Benefícios: prestações continuadas como benefícios médicos, farmacêuticos,
odontológicos, hospitalares, sociais;
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 26
A Educação: essencial e indispensável para o exercício da cidadania, assim como a Segurança que
é uma das garantias do exercício pleno dos outros direitos sociais.
O Lazer: foi reconhecido como direito social logo após as revoluções industriais e por isso hoje
em lei está assegurado um dia remunerado destinado ao descanso e lazer que seja
preferencialmente aos domingos e férias remuneradas após um período de 12 meses
trabalhados, com direito de até 30 dias de férias.
A proteção da maternidade: veio para prevenir contra um tratamento desigual por parte do
empregador para com as mães em razão desse papel. Hoje, de acordo com a lei, as mulheres têm
direito:
• À assistência médica e sanitária;
• Salário maternidade e licença a maternidade durante 120 dias.
Quando um direito coletivo não é respeitado, muitas pessoas são prejudicadas e o Ministério
Público tem o dever de agir em defesa desse direito, ainda que o violador seja o próprio Poder
Público.
Os direitos políticos são garantidos com o livre exercício da cidadania. São eles o sigilo do voto, a
igualdade do voto (art. 14) e a determinação de que sejam gratuitos, “na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania” (art. 5º, LXXVII)
Sua existência estabelece uma ordem aos aplicadores da Constituição, no sentido de que o
princípio é o da eficácia plena e a aplicabilidade imediata dessas normas.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 27
Os remédios constitucionais são instrumentos à disposição dos cidadãos para provocar a intervenção de
autoridades a fim de impedir ilegalidades ou abuso de poder que prejudiquem direitos e interesses
individuais. São eles: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, ação popular e mandado de
injunção.
Habeas Corpus
O habeas corpus é o remédio constitucional por excelência. Seu objetivo é proteger um dos direitos mais
fundamentais para qualquer nação civilizada: a liberdade de locomoção.
No rol dos remédios constitucionais, o habeas corpus está inserido no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição
e disciplinado no art. 647 e seguintes do Código de Processo Penal.
Concede-se o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade. Em outras palavras, o habeas corpus proíbe a
prisão abusiva.
Bem por isso, trata-se do instrumento enérgico para a garantia da democracia e do Estado de Direito. No
passado, o Ato Institucional nº 5, que institucionalizou a ditatura militar no Brasil, teve como uma das
consequências a suspensão do habeas corpus por crimes de motivação política, franqueando o abuso do
poder estatal, a tortura e o desaparecimento forçado.
Habeas Data
Tal como o habeas corpus, o habeas data tem íntima relação com o histórico brasileiro de ditadura.
Devemos lembrar que a Constituição de 1988 foi promulgada exatamente para marcar a
redemocratização do Brasil, razão pela qual há uma notória carga valorativa em oposição aos atos de
abuso de autoridade e para garantia dos direitos fundamentais. Isso não pode ser negado.
Cuida-se do instrumento para garantir mais um princípio fulcral em toda democracia: a transparência. Os
atos exercidos pelas autoridades – quando não forem fundamentais para defesa nacional – devem ser
transparentes e de livre acesso para seu portador.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 28
Mandado de Segurança
Nos termos do art. 5º, inciso LXIX, da Constituição, ao mandado de segurança cumpre a proteção de
direito documentalmente comprovado, desde que o responsável pela ilegalidade ou abuso do poder seja
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Trata-se de um remédio constitucional subsidiário, emergindo quando não for possível se valer de habeas
corpus ou habeas data.
Entretanto, há limitações processuais no tocante ao interesse de agir. Ele não será concedido quando for
cabível recurso administrativo com efeito suspensivo, tampouco contra decisão judicial da qual caiba
recurso com igual efeito. Por fim, é imprescindível que seja respeitada a coisa julgada de decisões.
As restrições estão previstas no art. 5º da lei do mandado de segurança. Como se vê, quando for possível
obter o mesmo efeito através de procedimento ordinário, não há possibilidade de socorro pelo remédio
constitucional.
Ação Popular
O artigo 5º, inciso LXXXIII, da Constituição Federal, faculta a qualquer cidadão a propositura de ação
popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural.
Conforme detalhado no art. 2º da Lei 4.717/65, o conceito de ato lesivo ao patrimônio público é todo
aquele emanado:
Nesse sentido, considera-se desvio de finalidade quando o agente pratica ato visando consequência
diversa daquela prevista, usualmente para obtenção de vantagens pessoais. Por isso, assegurou-se este
remédio constitucional também para a proteção da moralidade administrativa.
Do ponto de vista positivo, o princípio da moralidade exige que a atividade administrativa seja
desenvolvida de modo leal, assegurando a toda a comunidade a obtenção de vantagens justas e não
exclusivas.
Enquanto os demais remédios constitucionais podem ser exercidos por qualquer sujeito, nacional ou
estrangeiro, que tenha direito violado, a ação popular somente pode ser manejada por cidadão.
Isso significa que o autor da ação deverá estar no livre gozo de seus direitos políticos ativos (direito de
votar). A prova dessa condição se dá com a juntada do título de eleitor no ato da propositura da ação.
Mandado de Injunção
O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir efetividade a direito fundamental
subjetivo cujo exercício foi obstado em razão da ausência de norma regulamentadora.
Sucede que determinados direitos fundamentais apenas podem ser exercidos se regulamentados, pois
detém uma baixa densidade normativa. Exemplo disso é o direito ao salário mínimo. Nessa hipótese, os
Poderes Legislativo e Executivo devem suprir a lacuna, editando uma norma regulamentadora suficiente
para o exercício do direito. No exemplo do salário mínimo, espera-se o piso mínimo nacional.
Se a Constituição Federal impõe a aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais, mas esses não
podem ser exercidos por força de omissão legislativa ou administrativa, então o Poder Judiciário deve ser
provocado para declarar o direito, apresentando as condições materiais de gozo da prerrogativa, até que
a norma suficiente seja editada. A isso se presta o mandado de injunção.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 30
QUESTÃO 1
O grupo “Amigos da Diversidade” decidiu realizar manifestação pacífica na praça mais importante da
Cidade Alfa, no último domingo do próximo mês. Após a tomada de decisão, surgiu uma dúvida, no âmbito
da liderança, a respeito dos procedimentos a serem adotados.
João, integrante do grupo e profundo conhecedor da ordem constitucional, explicou, corretamente, que
a manifestação:
A - É projeção do princípio democrático, não carecendo de prévio aviso a qualquer autoridade pública ou
mesmo de autorização;
B - Pode ser realizada na praça, desde que o requerimento seja apresentado e deferido pela autoridade
competente até trinta dias antes;
C - Pode ser livremente realizada, mas em local privado, não na praça, isso sob pena de privar o restante
da coletividade da fruição desse espaço;
D - Não depende de autorização de qualquer órgão público, sendo exigida apenas a realização de prévio
aviso à autoridade competente;
E - Pode ser realizada na praça, desde que o uso seja autorizado pela autoridade competente, com o
correlato pagamento da taxa de uso exclusivo, fixada em valores módicos.
_____________________________________________________________________________________
QUESTÃO 2
A Constituição Federal de 1988 dispõe que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Nesse sentido, analise as afirmativas
relacionadas a Constituição Federal. Registre V, para verdadeiras, e F, para falsas:
(__). Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
(__). É livre a manifestação do pensamento, sendo facultativo o anonimato.
(__). É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, exceto pelos servidores públicos municipais.
(__). Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei.
Após análise, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA dos itens acima, de cima para
baixo:
A - V, V, V, V.
B - F, F, V, V.
C - V, V, F, V.
D - V, F, F, V.
_____________________________________________________________________________________
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 31
QUESTÃO 3
De acordo com a Constituição Federal, são considerados brasileiros naturalizados:
A - Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu País.
B - Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer um deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil.
C - Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
D - Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigida aos originários de Países de língua
portuguesa apenas residência por quinze anos ininterruptos.
_____________________________________________________________________________________
QUESTÃO 4
A respeito dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF),
julgue o item a seguir.
São inafiançáveis e imprescritíveis os crimes de racismo e terrorismo, bem como a ação de grupos
armados contra a ordem constitucional e o Estado democrático.
( ) Certo
( ) Errado
_____________________________________________________________________________________
QUESTÃO 5
Julgue o item no que diz respeito aos princípios fundamentais na Constituição Federal de 1988.
( ) Certo
( ) Errado
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS 32
QUESTÃO 1
Gabarito: D.
➥ De acordo com a CF/88:
Art. 5º, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
➥ Logo:
d) João, integrante do grupo e profundo conhecedor da ordem constitucional, explicou, corretamente,
que a manifestação não depende de autorização de qualquer órgão público, sendo exigida apenas a
realização de prévio aviso à autoridade competente;
_____________________________________________________________________________________
QUESTÃO 2
Gabarito: D.
A questão exige conhecimento acerca dos direitos e garantias fundamentais e pede ao candidato que
julgue os itens que seguem. Vejamos:
( V ) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Verdadeiro. Inteligência do art. 5º, II, CF: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;
Falso. A Constituição veda, de maneira expressa, o anonimato, nos termos do art. 5º, IV, CF: Art.
5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Falso. É possível a violação das comunicações telefônicas por ordem judicial para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal. Aplicação do art. 5º, XII, CF: Art. 5º, XII - é
inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Verdadeiro. Inteligência do art. 5º, VIII, CF: Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
QUESTÃO 3
Gabarito: E.
A) INCORRETA Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
QUESTÃO 4
Gabarito: Errado.
Inafiançável e imprescritível:
Racismo
Ação de Grupos Armados.
(Dica: Ração).
QUESTÃO 5
Gabarito: Errado.
As cláusulas pétreas inseridas na Constituição do Brasil de 1988 estão dispostas em seu artigo 60, § 4º.
São elas:
A forma federativa de Estado;
O voto direto, secreto, universal e periódico;
A separação dos Poderes; e
Os direitos e garantias individuais.
____________________________________________________________________________________
DIREITO
PROCESSUAL
PENAL
PROVAS
PROVAS 1
SUMÁRIO
1 – PROVAS ................................................................................................................................................... 2
1.1 EXAME DO CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL ............................................................................ 8
1.2 INTERROGATÓRIO DO ACUSADO .......................................................................................................... 11
1.3 CONFISSÃO ............................................................................................................................................ 12
1.4 QUALIFICAÇÃO E OITIVA DO OFENDIDO............................................................................................... 13
1.5 TESTEMUNHAS...................................................................................................................................... 17
1.6 RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS ........................................................................................... 23
1.7 ACAREAÇÃO .......................................................................................................................................... 24
1.8 DOCUMENTOS DE PROVA ..................................................................................................................... 24
1.9 INDÍCIOS ................................................................................................................................................ 26
1.10 BUSCA E APREENSÃO .......................................................................................................................... 27
2 – QUESTÕES ............................................................................................................................................. 30
PROVAS 2
Através das provas no processo, é possível comprovar a existência da verdade de um fato, que influencia
diretamente no convencimento do julgador.
O processo penal e a prova integram os modos de construção do convencimento do julgador que
influenciará na sua convicção e legitimará a sentença.
A prova geralmente é produzida na fase judicial, pois permite a manifestação da outra parte, respeitando
assim o princípio do contraditório e da ampla defesa, direito de ser julgado de acordo com as provas
produzidas, em contraditório e diante de um juiz competente, com todas as garantias.
O art. 155, do Código de Processo Penal, preceitua no mesmo sentido, informando que o juiz formará sua
convicção pelas provas produzidas em contraditório judicial, não podendo fundamentar exclusivamente
nos elementos da investigação, isso porque as provas produzidas nessa fase, não possibilitou o
contraditório da outra parte, assim, poderão ser utilizadas aquelas provas cautelares, as que não são
repetíveis e as antecipadas.
Os atos de investigação são realizados na investigação preliminar, no qual, se refere a uma hipótese, para
formação de um juízo de probabilidade e não de convicção, como são designadas as provas.
b) Pertinente ou fundada:
Aquela que tenha relação com o processo, contrapondo -se à prova inútil;
c) Concludente:
Visa esclarecer uma questão controvertida;
Prova do direito
Em regra, não carece de prova, na medida que o magistrado é obrigado a conhece -lo.
Prova emprestada:
Decorre quando, a prova é produzida em um processo, e depois é translada a outro, com o fim de nele
comprovar determinado fato. Pode ser qualquer meio de prova, como um depoimento, uma testemunha,
um laudo de exame de corpo de delito, um documento, confissão do acusado, portanto, quaisquer meios
(desde que lícitos, claro). Sua natureza, formalmente é prova documental, conservando o seu caráter
jurídico original. P. ex. testemunho trazido a outro processo por meio de reprodução gráfica que será
apresentada como prova testemunhal. Por outro lado, há alguns autores que dizem que a prova
emprestada não tem força probante alguma que teve no processo do qual é originária, assim, para ter
eficácia plena, deverá obedecer a alguns requisitos apontados pela doutrina, como:
Colheita em processo que contemple as mesmas partes;
O mesmo fato probando;
Observância, no processo precedente, das mesmas formalidades legais quando da produção
probatória;
Observância do princípio do contraditório em relação ao processo em que a prova foi
originariamente produzida. Assim, é evidente a inadmissibilidade de prova emprestada de
inquérito policial, uma vez que se trata de procedimento não contraditório.
PROVAS 6
ÔNUS DA PROVA
É a responsabilidade de provar aquilo que alega (art. 156, CPP). Cabe ressaltar que, a principal distinção
de ônus para obrigação, é que o primeiro, há apenas uma facultatividade, ao passo que o seu
descumprindo, não significa que seja contrário ao direito, mas é um encargo que tem os litigantes de
provar, por meios admissíveis, a verdade dos fatos; já o segundo, a parte tem o dever de praticar o ato,
sob pena de violar a lei. Há que se observar também que a parte arcará com o prejuízo decorrente de
deixar de obter vantagem que advirá de sua atuação.
PROCEDIMENTO PROBATÓRIO
a) Proposição:
É o momento ou instante do processo previsto para a produção da prova. Deverá ser proposta
em peça acusatória e com a defesa (art.306-A e 406, §3º, do CPP). Posterior a Lei nº 11,689/2008,
foi abolido o libelo acusatório, assim, de acordo com a nova redação do art. 422 do CPP, ao
receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério
Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor para, no prazo de cinco dias,
apresentar o rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de cinco,
oportunidade em que irão apresentar documentos e requerer diligências. Mas, a única prova
passível de ser requerida ex oficio pelo juiz ou pelas partes, em qualquer fase do processo e, até
mesmo em grau de recurso, diz respeito ao incidente de insanidade mental do acusado.
b) Admissão:
É ato processual específico e personalíssimo do magistrado, que deverá examinar as provas
propostas pelas partes e seu objeto, defere ou não sua produção. De acordo com a recente
reforma processual penal, trata que as provas serão produzidas numa só audiência, podendo o
juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
c) Produção:
É o conjunto de atos processuais que devem trazer a juízo os diferentes elementos de convicção
oferecidos pelas partes;
d) Valoração:
Trata -se de juízo valorativo em que seja avaliado pelo magistrado perante as provas produzidas,
conforme sua convicção.
PROVAS 7
ÁLIBI
É a prova ou argumento de inocência do réu estar presente em outro lugar quando certo crime ocorreu.
Assim, o acusado alega, faticamente, demonstrando sua impossibilidade matéria de ter participado do
crime.
VINCULAÇÃO
O juiz não ficará adstrito ao laudo pericial, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo no todo ou em parte (CPP, art. 182).
Tal fato decorre do princípio do livre convencimento do juiz, ou seja, o juiz é o perito dos peritos.
REALIZAÇÃO DA PERÍCIA
É determinada pela autoridade policial (art. 6º, VII, CPP), durante o inquérito policial, ou pelo juiz durante
a instrução criminal, a requerimento das partes (denúncia ou resposta à acusação), ou ainda, no final da
instrução.
CORPO DE DELITO
Oportuno estabelecer a diferença entre exame de corpo de delito e corpo de delito.
O primeiro é a inspeção ou a observação rigorosa feita pelos peritos que analisam os vestígios deixados
pela infração.
O segundo é o que se objetiva alcançar com o exame, isto é, a materialidade delitiva.
Em decorrência lógica do exposto pode-se afirmar que se o corpo de delito é a materialidade delitiva,
todos os crimes possuem corpo de delito. No entanto, nem todos os crimes precisam do exame de corpo
de delito para serem comprovados, apenas os que deixam vestígios materiais.
O primeiro artigo sobre o tema, trazido pelo Código de Processo Penal (CPP), impõe uma prova tarifada
ao operador do direito, devendo ser observada. Não há discricionariedade, tampouco possibilidade de
suprimento por outro meio de prova se possível a realização do exame.
Assim, o artigo 158 dispõe: “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”.
PROVAS 9
“Vestígio”, vocábulo trazido pelo dispositivo supracitado, possui como significado: “rastro, pista ou indício
que deixam sinais aparentes da sua prática; o que sobrou; resquício”. Cita-se, como exemplo, no caso de
homicídio, o cadáver.
Os vestígios podem ser materiais ou imateriais. Os primeiros são aqueles que os sentidos acusam.
Partindo do mesmo exemplo mencionado, o corpo é visível, perceptível a partir dos sentidos. Já os
imateriais são os que se perdem tão logo a conduta criminosa termine. Caso da injúria verbal, por
exemplo.
Convém ressaltar que o legislador, ao elaborar as disposições legais deste capítulo, preocupou-se
especificamente com os crimes que deixam vestígios materiais, uma vez que estes permanecem no
mundo físico, permitindo a extração de dados relevantes que auxiliarão na resolução do caso.
ASSISTENTE TÉCNICO
Art. 159, § 3º, CPP.
Função – realizar crítica ao trabalho do perito do juiz.
Poderá oferecer o seu lado.
Poderá ser ouvido em audiência.
Não há ocorrência de suspeição já que gozam da confiança das partes.
PROVAS 10
LESÃO CORPORAL
No crime de lesão corporal grave por incapacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias, o exame
de corpo de delito deve ser realizado em tempo hábil, normalmente, logo após o trigésimo dia. Se for
feito muito tempo depois, torna-se imprestável, não valendo como prova a simples palavra da vítima.
AUTÓPSIA
Conhecido também como necrópsia, pode ser feito através de uma inspeção externa ou interna. Deve ser
realizada pelo menos seis horas depois do óbito (art. 162 do CPP). O cadáver deve ser fotografado na
posição em que for encontrado e, desde que seja possível, devem ser fotografadas todas as lesões
externas e vestígios do local do crime (art. 164, CPP).
EXUMAÇÃO DO CADÁVER
Significa desenterrar o cadáver. Em razão de respeito (havendo crime de sentimento aos mortos), deve-
se proceder à exumação somente em caso de extrema necessidade, como é o caso de dúvida sobre a
causa mortis.
Interrogatório é ato processual, no qual o juiz ouve o acusado, perguntando acerca dos fatos que lhe são
imputados e dando a ele oportunidade para que, se quiser, deles defenda, pois, optando por se manter
em silêncio, o réu estará assegurado constitucionalmente, não sendo tomado como prova.
NATUREZA JURÍDICA
Há três posições, quanto a natureza:
➢ O interrogatório é meio de prova: fornece ao juiz elementos de convicção;
➢ O interrogatório constitui meio de defesa: o acusado expõe a sua versão dos fatos, contestando
a acusação, podendo constituir como fonte de prova;
➢ O interrogatório é meio de prova e de defesa: Assim, tem natureza mista, pois fornece ao juiz
elementos de convicção e também expõe sua versão dos fatos, de modo a contestá-lo em juízo.
➢ O interrogatório será constituído por duas partes (art.187, CPP):
o (1ª) Versará sobre a pessoa do acusado (interrogatório de classificação).
o (2ª) Trará questões sobre os fatos apurados (interrogatório de mérito).
Exceções
Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente (art.191,CPP).
➢ Se interrogando for mudo, as perguntas serão feitas oralmente e respondidas por escrito
(art.192,II, CPP).
➢ Mas, se o interrogando for surdo-mudo, as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo
modo serão dadas as respostas (art. 192, III, CPP).
Nestas hipóteses, se o interrogando não souber ler, muito menos escrever, intervirá no ato, como
intérprete, pessoa habilitada a entendê-lo (art. 192, parágrafo único, CPP). Do mesmo modo, se quando
o interrogando não falar o idioma oficial de nosso País, caberá um intérprete ser capaz de entendê-lo.
(art. 193, CPP)
PROVAS 12
Se o interrogando não souber escrever, não puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado no termo
(art. 195, CPP).
Em quaisquer das exceções expostas acima, o não acatamento ferirá o princípio da ampla defesa, direito
constitucional assegurado.
Espécies de confissão:
a) Simples: quando o confitente reconhece pura e simplesmente a prática criminosa, limitando-se a
atribuir a si a prática da infração penal;
b) Qualificada: Confirma o fato que lhe foi atribuído, porém, o réu opõe-se devido a um fato impeditivo
ou modificativo, procurando uma excludente de antijuridicidade, culpabilidade ou eximentes de pena.
Exemplo: O réu confessa ter emitido cheque sem provisão de fundos, porém alegou que a vítima já sabia
e que iria descontá-lo posteriormente;
d) Judicial: é a prestada pelo próprio processo, perante o magistrado competente, em que se busca
refutar de pleno a confissão efetivada nos autos;
e) Extrajudicial: São aquelas produzidas no inquérito policial ou fora dos autos da ação penal, portanto,
não são judiciais;
g) Implícita: Ocorre quando o autor da infração procura ressarcir o ofendido dos prejuízos causados pela
infração.
PROVAS 13
Delação ou chamamento de co-réu: é a atribuição da pratica do crime por terceiro, feita pelo acusado,
em seu interrogatório e pressupõe que o delator também confesse a sua participação.
Enfermidade ou doença
As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para depor serão inquiridas
onde estiverem (artigo 220).
suas circunstâncias. Por esse motivo, nos delitos em que não há testemunhas, mas apenas a palavra da
vítima (o que é comum ocorrer nos crimes contra a liberdade sexual), a oitiva da vítima deve ser realizada
com a maior atenção possível, demorando todo o tempo que for necessário. O valor desse tipo de prova
deve ser analisado sempre em conjunto com as demais provas no processo. As provas devem estar em
harmonia, coerência e conexão lógica com o depoimento da vítima.
Proteção do ofendido
O inciso VI desse artigo 201, ao proteger a intimidade do ofendido, determinando ao juiz que tome as
providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido,
podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras
informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação,
deve ser examinado em conjunto com o inciso LX, artigo 5º da CF, que prescreve que a lei só poderá
restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem. Portanto, não é sempre que deve ser determinado o segredo de justiça em relação a dados e
outras informações do ofendido. Somente quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Estando presente a necessidade de defesa da intimidade do ofendido, seus dados deverão ser arquivados
em autos apartados, sob segredo de justiça. Registre-se, porém, que o segredo de justiça não vale em
relação ao defensor do acusado.
PROVAS 16
Toda prova é uma testemunha, pois atesta a existência do fato. Porém, em sentido estrito, testemunha é
todo estranho, equidistante das partes, chamado ao processo para falar sobre os fatos perceptíveis a seus
sentidos relativos ao objeto do litígio. É convocada pelo juiz, por iniciativa própria ou a pedido das partes,
para depor em juízo sobre os fatos sabidos e concernentes à causa.
CARACTERÍSTICAS
a) Judicialidade: só é prova testemunhal aquela produzida em juízo.
b) Oralidade: deve ser colhida por meio de uma narrativa verbal prestada em contato direto com o
magistrado e as partes e seus representantes.
c) Objetividade: a testemunha deve depor sobre os fatos sem externar opiniões ou emitir juízo de valor.
e) Imediação: a testemunha deverá dizer em juízo aquilo que captou imediatamente por meio de seus
sentidos.
f) Individualidade: cada qual prestará seu depoimento isoladamente da outra.
Dispensas
Estão dispensados o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, e os afins em linha reta do acusado
PROVAS 18
Proibidos
Pessoa que deve guardar sigilo em razão de função, ministério, oficia ou profissão.
“Função é o encargo que cabe a uma pessoa por força de lei, decisão judicial ou convenção (tutor, curador,
diretor de banco ...);
Ministério o encargo que pressupõe um estado ou condição individual de fato (padre, irmão de caridade
...);
Ofício a ocupação habitual consistente em prestação de serviços manuais (mecânico, eletricista, digitador
...);
Profissão é toda e qualquer forma de atividade habitual com fim de lucro (advogado, médico, engenheiro
...) ”.
O que é contradita?
“Contradita é impugnação, contestação. Ora, se a contradita ocorre antes da tomada do depoimento da
testemunha (RT, 744/518), isto é, antes de o Juiz indagar-lhe sobre o que sabe a respeito dos fatos, é
PROVAS 20
evidente que deve versar sobre o que foi por ela declarado até então. Isto é, a testemunha forneceu a sua
identidade, disse não ter parentesco nem com o réu nem com a vítima e prestou o compromisso. Logo, a
contradita deve referir-se a esses dados. Poder-se-á alegar sua falsa identidade, seu parentesco ou relação
de amizade com qualquer das partes, ou, então, a impossibilidade de depor, por se tratar de pessoa cujo
depoimento é proibido, nos termos do art. 207”.
O que é compromisso?
“Compromisso é um meio de que se vale o legislador par pressionar a testemunha a dizer verdade.
Quanto mais solene for a tomada do compromisso, maior importância terá o depoimento.
Na hipótese do art. 206 em que a testemunha não presta compromisso, se faltar com a verdade
cometem falso testemunho?
Sim, já que o art. 342 do CP não inclui o compromisso entre as elementares do tipo.
Quando o réu olha de forma ameaçadora para a testemunha, fala constantemente com seu advogado,
inquieta-se na cadeira pode ser interpretado pelo juiz como constrangimento ou intimidação. Art. 217.
Que atitude deve o juiz adotar quando a presença do réu pode influenciar o depoimento da
testemunha?
Fará a inquirição por videoconferência. Caso não seja possível determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do defensor. Art. 217
Se a testemunha estiver impossibilitada de comparecer em razão de doença ou velhice, será ouvida onde
estiver: em sua residência, no hospital, no próprio presídio.
Para o ato deverão ser intimados acusação e defesa, pois a ausência dos mesmos prejudicaria o
contraditório e a ampla defesa. Por esse motivo devem ser intimados, pena de nulidade. Não haverá
nulidade se acusação e defesa se recusarem a comparecer. Deverá o juiz certificar.
Qual providência deve ser adotada se a testemunha não conhecer o idioma nacional?
Será nomeado intérprete (art.223). Na hipótese de o juiz conhecer o idioma estrangeiro da testemunha
pode servir como intérprete? Não. É vedada a sua autonomeação.
Quanto à vítima
a) Vítima não comete falso testemunho.
b) Vítima se recusa a fazer exame de corpo de delito. Pode ser processada por crime de desobediência e
conduzida coercitivamente.
c) Vítima deve tomar ciência quando o réu entra ou sai da prisão. Proteção (crimes violentos) ou incentivo
para contratar assistente de acusação (discute-se se pode na fase recursal).
Reconhecimento de pessoas e coisas é o meio de prova pelo qual alguém é chamado para confirmar a
identidade de outra pessoa ou de outra coisa com outra que viu no passado.
NATUREZA JURÍDICA
O Código de Processo Penal o considera como meio de prova.
REGRAS
O reconhecimento é ato formal que exige os pressupostos do art. 226 do CPP, ou seja, abrange não só o
réu, mas também o ofendido e a testemunha. Trata-se de importante meio de prova principalmente nos
crimes contra o patrimônio e contra os costumes.
VALOR DO RECONHECIMENTO
Em juízo – desmoraliza a negativa dos réus.
Feito na fase extrajudicial – tem valor reduzido e não absoluto.
RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO
Considerado elemento precário.
Considerado como prova inominada.
Pode ser fortalecido pela confissão extrajudicial.
Necessidade de corroboração por outros firmes elementos contidos nos autos.
PROVAS 24
RETRATO FALADO
É o desenho da face do criminoso. Devido as precariedades não é tido como meio de prova, mas apenas
como instrumento auxiliar das investigações.
CLICHÊ FÔNICO
É o reconhecimento pela voz. Como prova, é um reconhecimento de caráter precário.
Trata-se de ato processual que, consiste em colocar face a face de duas ou mais pessoas que fizeram
declarações substancialmente diferentes acerca de um mesmo fato. Poderá ser requerida por qualquer
das partes ou de oficio pelo juiz ou autoridade policial.
Documento é aquilo que representa um fato (Carnelluti). É a coisa que representa um fato, destinada a
fixá-lo de modo permanente e idôneo, reproduzindo-o em juízo. (vide art. 232, CPP)
São quaisquer escritos, instrumentos ou papeis públicos ou particulares. É coisa que representa um fato,
destinada a fixá-lo de modo permanente e idôneo, reproduzindo em juízo.
PROVAS 25
ESPÉCIES
INSTRUMENTO – são confeccionados para provar determinados fatos. Ex.: pacto antenupcial,
testamento, escritura pública.
PAPÉIS – são documentos escritos sem a finalidade precípua de provar um fato, mas podem
eventualmente servir como prova. Ex.: carta da namorada ao namorado mencionando que o mesmo não
poderia ter cometido aquele crime.
DOCUMENTOS PÚBLICOS
São expedidos na forma prescrita em lei pelo funcionário público no exercício de suas funções (escrivão,
tabelião ou funcionário). Possuem fé pública, ou seja, fazem prova não só da forma, mas também do
conteúdo (analogia ao art. 364 do CPC). Ex.: guia de recolhimento do IPVA serve como prova no caso de
falsificação de documento público.
Possuem presunção de veracidade, o que não ocorre com o documento particular devendo ser realizada
perícia nestes se contestada a sua autenticidade.
Podem ser objeto de incidente de falsidade (art. 145 a 148 do CPP), no caso de dúvida sobre a letra e
firma (assinatura).
DOCUMENTOS PARTICULARES
São elaborados por pessoa que não é funcionário público. São aceitas as fotografias dos documentos
devidamente autenticados (cópia reprográfica).
Função do documento
a) Dispositivo: quando é necessário e indispensável para a existência do ato jurídico;
b) Constitutivo: quando elemento essencial para a formação e validade do ato, considerado como
integrante deste;
c) Probatório: função de natureza processual.
Produção
a) Espontânea: com a exibição, juntada ou leitura pela parte;
PROVAS 26
REQUISITO
O indício deve ser um fato certo, conhecido e provado.
PROVA INDIRETA
É aquela baseada em presunções e indícios.
Disposição legal
Premissa menor: o fato indiciário é uma circunstância conhecida e provada. Ex.: João foi encontrado junto
ao cadáver com a arma do crime e os objetos da vítima;
Premissa maior: é um princípio de razão ou de experiência (quem é encontrado com a arma do crime
junto ao cadáver e os objetos da vítima é provavelmente o autor do delito); conclusão: a comparação
entre a premissa maior e a menor é de que João é provavelmente o autor do crime.
PRESUNÇÃO
É o procedimento de ter como verdadeiro um fato, sem a necessidade de prová-lo. Existe a presunção
absoluta (juris et de juris), quando não se admite prova em contrário, e presunção relativa (juris tantum),
que admite prova em contrário.
A busca e apreensão é a diligência que determina a procura de bens e pessoas, bem como sua posterior
apreensão por aqueles que possuam competência para o ato. Em geral, é uma medida bastante comum.
No Direito Civil, é bastante comum a expedição de mandado de busca e apreensão em execuções. Já no
Direito Penal, o mandado de busca e apreensão está relacionado, em geral, às investigações criminais.
Em primeiro lugar, note que estamos falando de uma espécie de prova cautelar, que busca colocar nas
mãos da justiça alguma prova que ainda não está a seu alcance (e que pode vir a se perder se não for
praticada).
Apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que
o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
Apreender pessoas vítimas de crimes;
Colher qualquer elemento de convicção.
Autorização Judicial
O Mandado de Busca e Apreensão (MBA) deve ser precedido de autorização judicial FUNDAMENTADA E
ESCRITA. Por força dessa premissa, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e o próprio Ministério
Público não poderão efetivar o cumprimento de tal medida sem a prévia autorização de um magistrado.
Requisitos do MBA
O cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão depende de uma série de requisitos, arrolados no art.
243 do CPP.
Art. 243. O mandado de busca deverá:
I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo
proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
identifiquem;
II – mencionar o motivo e os fins da diligência;
III – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir
elemento do corpo de delito.
• A regra é que o mandado seja lido ao morador, que deve ser intimado a abrir a porta da residência. Se
este não obedecer é que a porta poderá ser arrombada e a entrada poderá ser realizada forçadamente;
• Segundo o STF, em decisão de sua 2ª turma (11/10/2016), um mesmo mandado de busca pode ser
utilizado em duas oportunidades diferentes – desde que dentro de um lapso temporal razoável (lapso de
horas, e não de dias).
BUSCA PESSOAL – Realizada na pessoa, em suas vestes. Popularmente chamada de revista pessoal.
§ 2º. Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma
proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
A busca pessoal, embora também possa ser autorizada pelo juiz, independe de autorização judicial, desde
que haja fundada suspeita que a justifique, ou quando for determinada no curso de busca domiciliar
autorizada judicialmente.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita
de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito,
ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Uma observação importante sobre a busca pessoal que comumente causa confusão entre os candidatos
(e entre cidadãos em geral) é sobre a busca realizada em mulheres.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da
diligência.
Veja que a regra é que uma mulher faça a busca pessoal em outra mulher. Entretanto, se não houver a
disponibilidade de um agente público do sexo feminino e esperar sua chegada importar em retardamento
ou prejuízo da diligência, a busca poderá ser realizada por um homem, ato em que tal procedimento não
importará em nenhuma irregularidade.
PROVAS 30
QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Provas: CESPE - 2013 - Polícia Federal - Escrivão
da Polícia Federal
A respeito da prova no processo penal, julgue o item subsequente.
Art. 157 CPP. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
QUESTÃO 2
Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2013 - Polícia Federal - Perito
Criminal Federal - Cargo 1
Com relação às condutas típicas previstas no Código Penal brasileiro e em leis específicas, e ainda, no que
se refere às disposições gerais sobre a prova (CPP, Cap. I, Tít. VII), julgue os itens seguintes.
Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a ausência do corpo da vítima em suposto crime
de homicídio impede o ajuizamento da ação penal, haja vista a impossibilidade da realização de exame
de corpo de delito, não sendo admitidos, nessa situação, outros meios de provas.
( ) Certo.
( ) Errado.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Gabarito: Errado.
PROVAS 31
QUESTÃO 3
Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DEPEN Prova: CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário
Texto associado
No momento do interrogatório do réu, o juiz o informará do inteiro teor da acusação, bem como do direito
de permanecer calado, advertindo-o, porém, que o silêncio poderá ser interpretado em prejuízo de sua
defesa.
( ) Certo
( ) Errado
A 1ª parte está correta (no momento do interrogatório do réu, o juiz o informará do inteiro teor da
acusação, bem como do direito de permanecer calado) todavia a 2ª parte está errada (advertindo-o,
porém, que o silêncio poderá ser interpretado em prejuízo de sua defesa.)
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não
responder perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em
prejuízo da defesa.
Gabarito: Errado.
QUESTÃO 4
Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - Polícia
Federal - Delegado de Polícia Federal
Quanto à prova criminal, julgue o item que se segue.
A confissão do acusado não dispensa a realização do exame de corpo de delito nos casos de crimes não
transeuntes.
( ) Certo
( ) Errado
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Gabarito: Certo.
PROVAS 32
QUESTÃO 5
Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: PC-RN Prova: FGV - 2021 - PC-RN - Delegado de Polícia Civil Substituto
Após a expedição de mandado de busca e apreensão em determinado endereço, policiais compareceram
à residência de Antônio para apreender documentos referentes à investigação da prática do crime de
lavagem de dinheiro. Os policiais nada encontraram na diligência, mas acharam uma conta de luz de outro
endereço em nome do investigado. Os policiais, então, se dirigiram imediatamente ao novo endereço, e,
após tocarem a campainha e não serem atendidos, arrombaram a porta do apartamento, na presença de
um vizinho. No local, foram encontrados diversos documentos que demonstravam a prática do crime
objeto da investigação. Considerando a legislação vigente, a prova obtida será:
A - Válida, por tratar-se de encontro fortuito de provas;
B - Nula, pois a busca e apreensão sempre exige a presença física do morador;
C - Nula, pois, diante da ausência do morador, era indispensável para a validade a presença de duas
testemunhas para o arrombamento do local;
D - Nula, pois foi realizada em local distinto daquele constante do mandado de busca e apreensão;
E - Válida, pois obtida em outro domicílio que comprovadamente também seria do investigado contra o
qual deferida a medida original.
Por importar violação de domicílio, o mandado de busca deve ser preciso e determinado, indicando o
mais precisamente possível a casa a ser diligenciada, o nome do proprietário (ou morador), não
sendo admissível o mandado genérico, sob pena de tornar inviável o controle sobre os atos do Estado
contra o direito individual.
O segundo local não estava amparado pelo mandado de busca e apreensão.
Gabarito: D.