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DUROSELLE, Jean-Baptiste.

A Europa de 1815 aos nossos dias: vida política e relações


internacionais. São Paulo: Pioneira, 1976.

FICHAMENTO

- “Os homens que reconstruíram a Europa em 1814-1815 e os que viviam sob sua
autoridade, eram perseguidos pelas vivas recordações da Revolução e do Império. Desde
1789, na França e 1792 na Europa onde se desencadeava a guerra, toda ordem antiga havia
sido abalada até em seus fundamentos” (p. 3)
 Napoleão reestabeleceu a ordem mas não era a ordem tradicional.
- O objetivo do autor não é resumir os resultados do Congresso de Viena e os tratados de
1814-1815, mas o de acentuar os novos traços da Europa, da forma como ela ressurge de tais
acontecimentos.
- Os negociadores são todos adversários da Revolução, apesar de terem a noção de que a
Europa não poderia voltar a ser a mesma de 1792. Nas negociações foram utilizados em com
flexibilidade e em proveito dos grandes Estados os dois princípios, um moral e um jurídico,
o da legitimidade, outro puramente prático, o do equilíbrio europeu.
 As principais vítimas desse processo são os regimes nos quais a legitimidade não era
hereditária: principados eclesiásticos da Alemanha, repúblicas aristocráticas de Veneza e de
Gênova na Itália e a Polônia.
 Desta forma, em lugar do Sacro Império Romano-Germânico de 350 Estados, cria-se a
Confederação Germânica de 39 Estados. No seio desta, o Império Austríaco e, sobretudo, o
reino da Prússia, aumentam sua influência e seus territórios.
 Ocorrem inúmeras mudanças territoriais na Europa: Prússia, Alemanha, Países-Baixos,
França, etc.
- “(...) o mapa da Europa está um tanto simplificado. Mas essa simplificação de modo algum
levou em conta um princípio novo que os americanos do Norte e os revolucionários franceses
haviam introduzido nos acontecimentos: o princípio das nacionalidades” (p.5).
- Todavia, a ideologia nacional toma consciência e vigor novos.
- Em 1815, acredita-se que só a França poderia eventualmente destruir os tratados.
Progressivamente esses serão gradualmente destruídos pela força das nacionalidades, pela
“opinião pública”.
- “Já que só a França parece ameaçar, é contra ela que se elabora um sistema embrionário de
organização europeia”. A Santa Aliança (Portugal e Espanha – a Inglaterra não aderiu por
achar confusa).
- Quádrupla Aliança: assinada secretamente em 20 de novembro de 1815 entre Rússia,
Inglaterra, Áustria e Prússia, contra a França. Se levantaria automaticamente caso Bonaparte
voltasse ao trono.
- A Inglaterra aproveitou as grandes guerras para conquistar aos Países- Baixos, Ceilão, Cabo
e algumas Antilhas Francesas, tornando-se a única grande potência do mundo.
- Segundo o caráter que assumiu nos diferentes países a expansão revolucionária e imperial,
pode-se dividir a Europa em muitas zonas:
1- Zonas assimiladas: anexadas ao território do grande Império, ou estreitamente vassalas
(reino da Itália): aí, os direitos feudais foram suprimidos, a igualdade estabelecida perante a
lei, o código napoleônico adotado e a administração calcada sobre a da França.
2- Zonas de influência: a anexação foi indireta, mas onde o Antigo Regime foi eliminado
pelas autoridades francesas. É o caso da maior parte da Alemanha.
3- Zonas de resistência positiva: essencialmente a Prússia, onde os dirigentes calcularam
que o melhor meio de reencetar a luta contra a França era pôr em prática extensas reformas
sociais (abolição da servidão, dos direitos feudais).
4- Zonas de resistência passiva: Áustria e Rússia. Não se fez acompanhar de nenhuma
reforma profunda: o sistema senhorial foi mantido na Áustria, a servidão e o Tchin (nobreza
ligada à função pública) na Rússia.
- A Europa de 1915 era governada pelos grandes proprietários de terras. Por toda a parte a
nobreza que rodeava os soberanos mostrava-se reacionária, de espírito limitado, oposta a
qualquer reforma profunda, e notoriamente antiliberal.
-O clero era a favor das soluções absolutistas “União do trono com o altar”.
- Ávida por eliminar os traços da revolução e as conquistas do Império, a Europa de 1815 é
uma Europa legitimista, clerical, reacionária. É uma Europa aristocrática e desigual.
 Mas ainda está vivo o espírito da Revolução Francesa. Em quase todos os países vigora o
descontentamento. A Europa de 1815 estava madura para uma longa sucessão de revpluções.

CAPÍTULO 2
- O século XIX foi uma das fases mais amargas da Europa. Desde os tratados de 1815 o Velho
Continente viveu na agitação e no sofrimento.
- A igualdade de direitos não existia em absoluto na Europa. O árbitro não existia para as
classes ricas, mas pesava com toda a sua força sobre as massas pobres.
 Porém, diferentemente dos séculos passados, as massas tomaram consciência da
sua posição. A R.F. representou nesse ponto um papel fundamental.
Agrupamentos em sociedades secretas.
- A Europa conheceu três ondas sucessivas de revolução: 1820, 1830 e 1848. (Não detalhei as
ondas revolucionárias porque com certeza o professor não vai pedir para descrever, mas os
detalhes estão nas páginas 15-19)
- As revoluções de 1848 fracassaram e isso se deveu, em parte, pelo medo do “perigo
vermelho”. Se os meios avançados das cidades eram favoráveis às revoluções, os camponeses,
em sua unidade, eram contrários à desordem, pois os socialistas eram tidos como
“partilhadores”, aqueles que dividiriam suas propriedades.
 Em todos os países da Europa, com excessão da Inglaterra, a reação contra o
“perigo vermelho” se fez sentir no decorrer da década de 1950.
- A prosperidade que se estendeu em escala europeia, contribuiu para transformar por algum
tempo a estrutura da Europa. A Inglaterra era mais industrializada do que os outros países.
- Na Inglaterra, os camponeses estavam descontentes com a baixa competitividade de seus
produtos. O Reino Unido foi agitado por motins operários e outros distúrbios. Mas, ao
contrário da Europa Continental, soube evitar as revoluções.
 Democratizou-se de modo progressivo.

Isabel Veloso

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