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APONTAMENTOS

História
DE

HISTÓRIA A - 11º ANO


A REVOLUÇÃO AMERICANA:
Desde a vitória da Inglaterra na Guerra dos Sete Anos (1763), que depauperou os
cofres régios, as 13 colónias da América do Norte vinham sendo sujeitas pelo
monarca Jorge III e pelo Parlamento britânico - onde nem sequer estavam
representadas - as medidas vexatórias, que lhes impediam a liberdade de comércio
e as sobrecarregavam de impostos alfandegários.
Em 4 de julho de 1776, os ideais iluministas da liberdade, da igualdade e da
felicidade do Homem, da soberania do povoe do contrato social concretizaram-se
na Declaração da Independência daquelas colónias, proclamada em Filadélfia.
Entre 1775 e 1783, viveu-se, no território das 13 colónias, uma feroz Guerra da
Independência, no decurso da qual as milícias dos revoltosos e o exército que
constituíram se conseguiram impor ao poderoso exército britânico. Na sequência
de vitórias memoráveis, como as de Saratoga e de Yorktown, e com a ajuda militar
da França, a Grã-Bretanha capitulou e viu-se obrigada a reconhecer a independência
americana.
Pela Constituição de 1787, que levou à prática o princípio iluminista da separação
dos poderes, a jovem nação americana tomou a forma de uma república federal, a
República dos Estados Unidos da América.
Pelos ideais que o nortearam e pelas ruturas que provocou, o nascimento dos
Estados Unidos da América constituiu a primeira revolução liberal da história da
humanidade.

A REVOLUÇÃO FRANCESA:
De 1789 a 1804, a França viveu um processo revolucionário que, além de destruir o
Antigo Regime, produziu uma série de experiências políticas com repercussões no
mundo contemporâneo. Os acontecimentos e os heróis não faltaram. São, porém, as
mudanças estruturais, a nível político, social, económico e cultural, que dão força e
significado à Revolução Francesa.
Nas vésperas desta revolução, uma grave crise económico-financeira e uma sociedade
marcada pelos privilégios de uma minoria motivaram o descontentamento da
população francesa. As tentativas de reforma protagonizadas pelos vários ministros
de Luís XVI fracassaram, bem como a decisão do monarca em convocar os Estados
Gerais.
Os deputados do Terceiro Estado acabaram por se reunir à parte, dando lugar a uma
Assembleia Nacional Constituinte: era o fim do absolutismo e o início da Nação soberana.
Desta assembleia saíram diplomas revolucionários que visavam o fim da sociedade de
ordens e a limitação do poder régio.
A Monarquia Constitucional (1789-1792) coube pôr em prática as ideias das “Luzes”:
a tripartição dos poderes, a soberania da Nação, a abolição das ordens sociais, a
livre iniciativa, a tolerância religiosa. Acreditava-se que, sob a égide da burguesia,
a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade seriam possíveis.
A radicalização da Revolução (1792-1794) fez os franceses prescindirem da figura
real e até de Deus. Foram os tempos da República popular dos sans-culottes e jacobinos
governada pela Convenção. A igualdade foi levada às últimas consequências e a política
tornou-se um assunto do povo, nos clubes, em assembleias, na própria Convenção.
No Terror se alicerçou a República, ameaçada pela guerra civil e pela invasão
estrangeira. Na verdade, contra a França revolucionária ergueu-se a Europa, primeiro
em defesa de Luís XVI, depois receosa da propagação dos seus excessos. Mas, de
atacada, a França passou a atacante, assumindo como missão libertar povos da tirania.
Uma vocação imperialista manifestou-se.
Em 1794, os moderados tomaram novamente as rédeas do poder. O Diretório
procurou, de 1795 a 1799, salvar e consolidar a revolução burguesa. Esta foi, também,
a tarefa do Consulado e da sua figura de proa - Napoleão Bonaparte. Personalidade
histórica controversa, foi visto por uns como herói militar que salvou a Revolução e por
outros como um déspota, que pôs fim ao processo revolucionário. Tornou-se, em
1804, imperador dos Franceses.
AS “REVOLUÇÕES EM CADEIA” DA ERA PÓS-NAPOLEÓNICA
A eclosão da Revolução Francesa, em 1789, foi logo interpretada pelos espíritos mais
esclarecidos da época como o início de uma nova era da história europeia. Mais tarde, o
imperialismo napoleónico deu continuidade à difusão dos ideais liberais pela Europa,
mas também despertou sentimentos de ódio e desprezo por parte dos povos
dominados, A derrota definitiva de Napoleão, em Waterloo (1815), marcaria um novo
período da diplomacia europeia.
O Congresso de Viena (1814-1815) procurou erradicar as liberdades herdadas da
Revolução Francesa e os soberanos recuperaram as sua autoridade. Num claro
desrespeito pelo princípio das nacionalidades, estabeleceu-se um mapa político da
Europa. Assim, a Polónia foi de novo partilhada entre a Prússia, a Áustria, e a Rússia,
enquanto uma parte da Itália passou para o domínio austríaco.
A reação dos povos a este triunfo dos reis e às suas medidas conservadoras traduziu-
-se numa cadeia de revoluções. Entre 1820 e 1824, uma primeira vaga na Europa
acabará por acelerar o processo de independência das colónias da América Latina.
A chama revolucionária reascender-se-á entre 1829 e 1839, ainda com mais vigor.
A terceira vaga ocorreu em 1848, mas a sua repressão adiou a substituição da Europa
dos reis pela Europa dos povos.

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