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UNIDADE CURRICULAR: História da Idade Moderna

CÓDIGO:31041

DOCENTE: Profª Dr.ª Ana Paula Menino Avelar

A preencher pelo estudante

NOME: Leonel Dinis Dias Barbosa

N.º DE ESTUDANTE:2100133

CURSO: Licenciatura em História

DATA DE ENTREGA: 08-01-2023

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TRABALHO / RESOLUÇÃO: Este ensaio tem como propósito refletir em torno
da forma como as sociedades se organizaram nos séculos XVII e XVIII e “como a
revolução inglesa, americana e francesa determinaram as transformações sociais e
políticas da nossa contemporaneidade”. No ocaso do século XVIII, o dealbar de uma era
de revoluções abalou as estruturas e as instituições do antigo Regime. O primeiro
grande passo foi dado pelas treze colónias inglesas da América do Norte, no momento
em que aprovaram a Declaração de Independência e romperam definitivamente com a
metrópole. Após um conflito que se prolongou até 1783, nasceu, sob a égide dos ideais
iluministas, a República dos Estados Unidos da América. Os ventos revolucionários
atravessaram o Atlântico e sopraram com força na Europa, onde anos antes rompera a
Revolução Inglesa. O ano de 1789, em França, marcou o início de uma série de
experiências políticas com repercussões no mundo contemporâneo. Sob o lema da
Igualdade, Fraternidade e Liberdade, a monarquia constitucional pôs em prática a
separação dos poderes e a soberania da Nação.

Mas foi no século XVII, na Inglaterra, que se deu a primeira Revolução burguesa da
História da Civilização Ocidental (Arruda, 1984, p.7) que iniciou a vaga revolucionária
que contribuirá para grandes alterações no século XVIII: Revolução Puritana (1640-
1649), Revolução Gloriosa (1688), Revolução Americana (1776), Revolução Francesa
(1789), Revolução Portuguesa (1822), assim como o arranque industrial. As revoluções
Francesas e Industrial permitiram a solidificação do regime capitalista moderno,
conseguiram transpor o feudalismo e terminar com as monarquias absolutas 1. As
revoluções tiveram um forte suporte ideológico que resultaram na forte mudança do
cenário político e no regime das relações com as populações. As Revoluções Francesa e
Puritana tinham em comum o fim de modificar a sociedade pelo meio da concentração
do poder. Na Puritana o poder detinha-se nas mãos de Oliver Cromwell e na Francesa
nos indivíduos Iluministas, ambas com a finalidade de modificar a sociedade. O
objetivo da Revolução Francesa era eliminar os valores católicos pelos valores
iluministas, e o da Revolução Puritana terminar com as influências do catolicismo. A
Revolução Gloriosa e a Americana não intencionavam a transformação social nem
tinham o propósito da concentração do poder, tinham como objetivo realizar revoltas e
movimentos de ensinamento com o fim de restringir o poder local. A Revolução
Americana surgiu pela reação às exigências da Inglaterra que faziam com que as
1
NEVES, Filipe – Biópsia da História - (1467) Uma Comparação das Revoluções Inglesas, Americana e Francesa - História
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liberdades dos colonos fossem reduzidas. As revoluções Americana e Gloriosa foram
revoluções de reação, com fim de mudar o regime político e preservar os direitos
atacados. A Francesa e a Puritana pretendiam fazer algo novo e substituir o que foi
conservado. Em 1640, a Revolução Inglesa alterou toda a organização social e
económica da Inglaterra, adiantou-se 150 anos face às revoluções Francesa e
Americana. Acabaram com o modo de produção artesanal, difundiram os meios para o
capitalismo e Revolução Industrial, expandindo o poder e domínio britânicos pelo
mundo. As revoluções, guerras civis e alterações do regime político elevaram a
burguesia e fortaleceram a monarquia parlamentarista na Inglaterra entre 1640 e 1688.
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Estas revoluções reprimiram o poder do rei absolutista, forma-se a monarquia
constitucional na Inglaterra e as religiões protestantes ascendem. Termina o
absolutismo, surgem as primeiras indústrias e o capitalismo inglês revigora. A
Revolução Inglesa foi composta por quatro períodos 3: Revolução Puritana e Guerra
Civil (1640 a 1649), com a contestação entre o rei Carlos I e o Parlamento, que assumia
que só ele devia liderar a nação. A guerra civil entre a burguesia puritana e a Coroa
acentua-se em 1642, quando Cromwell recruta a burguesia e os camponeses para criar o
Novo Exército Modelo. Surgem os Diggers, radicais políticos nas áreas da reforma
agrária, e os Levellers, na igualdade de direitos entre cidadãos. A Revolução Puritana
quebrou com o monarquismo, mas não com o autoritarismo; a República de Cromwell
(1649-1658) cria a Commonwealth e medidas que ajudaram nas relações comerciais
realizadas pela Inglaterra e a sua burguesia, através dos Atos de Navegação; 4a
Restauração da dinastia Stuart (1660-1688), os problemas políticos e religiosos
continuam, quando descobrem que o irmão de Carlos II, Jaime, era católico. Os Whigs
pretendiam remover Jaime da linha de sucessão ao trono, e os Tory não queriam
remover; por último a Revolução Gloriosa (1688), em que a religião e política estavam
conectadas, e a burguesia apenas estava direcionada para a consolidação da religião
protestante. Em França (1789) a conjuntura económica era opressivamente
condicionada pelo ritmo dos períodos de carestia e de crise dos meios de subsistência
(Vovelle, 1994, p.11). Com a crise e insatisfação popular inicia-se a Revolução
Francesa motivada nos ideais iluministas: contra a monarquia absoluta de Luís XIV e
dos privilégios do clero e da nobreza, e luta pela igualdade de todos perante a lei. 5A
2
HIGA, Carlos César - Revolução Inglesa. Revolução Inglesa: o que foi, fases e resumo - Mundo Educação (uol.com.br).
3
FERNANDES, Cláudio - Revolução Inglesa. Revolução Inglesa: resumo, antecedentes e fases - História do Mundo
(historiadomundo.com.br).
4
BEZERRA, Juliana - Revolução Inglesa - Revolução Inglesa: o que foi e resumo - Toda Matéria (todamateria.com.br).
5
SILVA, Daniel Neves - Revolução Francesa - Revolução Francesa: resumo, causas, consequências e etapas (uol.com.br).

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sociedade composta pelo clero, nobreza e depois a burguesia e camponeses tinham
desigualdades sociais. Os dois primeiros possuíam todos os direitos e os outros nenhuns.
Luís XIV decide cobrar tributos ao povo em vez de o fazer ao clero e nobreza. Estes
sentem-se ameaçados, e forçam o rei a convocar uma Assembleia dos Estados Gerais
para que o povo fosse obrigado a pagar-lhes tributos. Queriam fazer valer o voto por
ordem social, mas o povo contrapôs e quer o voto individual. Luís XIV não aceita, o
povo revolta-se, sai dos Estados Gerais, cria a Assembleia Constituinte e querem tornar
o país numa monarquia constitucional. O rei reagiu e a população em protesto invade a
Bastilha. Terminam os privilégios da aristocracia, o feudalismo e o Absolutismo na
Europa, inspirando os movimentos de Independência da América e a introdução da
República como forma de governo. 6Apoiando-se nos ideais iluministas, a Revolução
Americana surgiu com o aumento do controlo inglês sobre as Treze Colónias
Americanas, da redução de autonomia dos colonos e da cobrança de taxas e novos
impostos. A população pretendia liberdade comercial, igualdade de direitos,
autodeterminação política e económica e o fim do absolutismo. O movimento de
independência dos E.U.A. surge pelo descontentamento da ampliação de exploração da
metrópole sobre a colónia. Há desconsideração da metrópole em relação às colónias
pelos problemas que a Inglaterra enfrentava com as revoluções internas e a Guerra dos
Sete Anos. Os impostos, leis do Selo, Chá e Açúcar criados, procuraram impor o
controlo sobre a economia das Treze Colónias e torna-las dependentes das mercadorias
inglesas. A elite colonial perante o desrespeito e dos interesses coloniais deseja sair do
domínio inglês. Redigem a declaração de independência, os ingleses assumem-na, e as
Treze Colonias aplicam o modelo republicano e o sistema federalista como aplicação de
autonomia.

A Revolução Francesa foi a que originou mais efeitos na nossa contemporaneidade,


marcou o fim da Idade Moderna e iniciou a Idade Contemporânea. Assinalou o fim do
absolutismo, a ascensão da burguesia, transformações económicas provocadas pela
Revolução Industrial, criação de novas instituições da vida social, económica e política,
sendo a República a principal. Encorajou na difusão dos ideais de liberdade, igualdade e
soberania da população, proporcionado a democracia. Os regimes liberais, numa clara
oposição ao Absolutismo, fizeram dos Direitos do Homem a bandeira da sua ideologia,
entendendo caber ao Estado a preservação da liberdade, da igualdade, da segurança e da

6
SILVA, Daniel Neves – O que foi a Revolução Americana? - O que foi a Revolução Americana? - Brasil Escola (uol.com.br).

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propriedade. Para tal, o poder político funcionaria na base da separação dos poderes e da
soberania nacional, garantidas, bem como os direitos do indivíduo, em textos
constitucionais.

BIBLIOGRAFIA E WEBGRAFIA:

ARRUDA, José Jobson de Andrade – A Revolução Inglesa. São Paulo: Editora


Brasiliense S.A., 1984, pp.7-9.

BEZERRA, Juliana – Revolução Inglesa [em linha]. [consult. 2023-01-04]. Disponível


na Internet: <URL:Revolução Inglesa: o que foi e resumo - Toda Matéria
(todamateria.com.br)>.

FERNANDES, Cláudio - Revolução Inglesa [em linha]. [consult. 2023-01-04].


Disponível na Internet: <URL:Revolução Inglesa: resumo, antecedentes e fases -
História do Mundo (historiadomundo.com.br)>.

HIGA, Carlos César - Revolução Inglesa [em linha]. [consult. 2023-01-04]. Disponível
na Internet: <URL:Revolução Inglesa: o que foi, fases e resumo - Mundo
Educação (uol.com.br)>.

JÚNIOR, Demercino José Silva – Idade Contemporânea. [em linha]. [consult. 2023-01-
05]. Disponível na Internet: <URL:Idade Contemporânea. Idade Contemporânea –
Mundo Contemporâneo (preparaenem.com)>.

NEVES, Filipe – Biópsia da História: Uma comparação das Revoluções Inglesas,


Americana e Francesa – História. [Registo vídeo]. Brasil: Youtube, 05-12-2020.
1 DVD (09m.50s.): color., son.

PINTO, Tales – Influências da Revolução Francesa no Mundo. [em linha]. [consult.


2023-01-05]. Disponível na Internet: <URL: Influências da Revolução Francesa
no mundo - Escola Kids (uol.com.br)>.

SILVA, Daniel Neves – O que foi a Revolução Americana?Brasil Escola. [em linha].
[consult. 2023-01-05]. Disponível na Internet: <URL:O que foi a Revolução
Americana? - Brasil Escola (uol.com.br)>.

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SILVA, Daniel Neves – Revolução Francesa. [em linha]. [consult. 2023-01-04].
Disponível na Internet: <URL:Revolução Francesa: resumo, causas,
consequências e etapas (uol.com.br)>.

VOVELLE, Michel – Breve história da Revolução Francesa. Lisboa: Editorial


Presença, 1994, pp. 11-18.

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