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A Revolução Inglesa foi um processo revolucionário que ocorreu no século XVII e que resultou na
instalação de uma monarquia de bases liberais na Inglaterra.
A Revolução Inglesa foi um processo revolucionário do século XVII que resultou na instalação de uma monarquia de bases
liberais na Inglaterra. Foi formada por duas etapas, a Revolução Puritana (1640-1648) e a Revolução Gloriosa (1688).
Algumas das causas da Revolução Inglesa foram a concentração de poder nas mãos da dinastia Stuart, a busca por poder
político e liberdade econômica da burguesia, e a insatisfação dos setores populares mais radicais. Ela pode ser percebida
como uma das primeiras manifestações da crise do Antigo Regime e pode ser considerada a primeira revolução burguesa
na Europa.
A Revolução Inglesa abriu espaço para o fortalecimento do poder político da burguesia, favorecendo o desenvolvimento do
capitalismo e dando condições para a realização da Revolução Industrial no século XVIII. Além disso, ela deu a base para o
parlamentarismo que existe até hoje na Inglaterra.
Leia mais: Revolução Francesa — responsável pelo fim dos privilégios da aristocracia e pelo término do Antigo Regime
Ao final da Revolução Inglesa, a burguesia havia aumentado a sua influência política e implementado leis que possibilitaram
a consolidação e hegemonia do capitalismo inglês.
Ainda nesse contexto, a prática agrícola cedeu espaço à agricultura comercial por meio da política de cercamentos,
processo no qual as terras cultivadas coletivamente foram cercadas e transformadas em propriedades privadas de nobres e
burgueses interessados em obter lucro com a indústria têxtil. A política de cercamentos intensificou a desigualdade e o
empobrecimento dos camponeses, que, expulsos de suas terras, se deslocaram para as cidades, buscando emprego.
Nesse contexto, durante o início do século XVII, em 1603, a morte da Rainha Elizabeth I, que não tinha herdeiros diretos,
resultou na sucessão de seu parente mais próximo, o seu primo e rei da Escócia, Jaime Stuart. Assim, a dinastia Tudor teve
fim e iniciou-se a dinastia Stuart.
A Revolução Inglesa, inspirada na teoria do liberalismo político do pensador John Locke, marcou o fim da monarquia
absolutista inglesa, dando início à monarquia parlamentarista com bases liberais. Ela pode ser considerada como a
primeira revolução burguesa na Europa.
Nesse sentido, o governo de Jaime I foi marcado por conflitos entre o rei e o Parlamento inglês, constituído pela Câmara
dos Lordes, composta por representantes da alta nobreza, e pela Câmara dos Comuns, composta por representantes da
burguesia e da gentry.
Durante o seu governo, marcado por revoltas na Irlanda e perseguições a católicos e puritanos, Jaime I quis monopolizar o
comércio de tecidos, buscando se tornar independente financeiramente do Parlamento. Além disso, dissolveu o Parlamento
várias vezes. Entretanto, a tensão se intensificou com a sucessão de seu filho, Carlos I.
No reinado do sucessor de Jamie I, Carlos I, as tensões com o Parlamento inglês se intensificaram.
Durante o governo de Carlos I, as guerras no exterior envolvendo a Escócia fizeram com que o rei convocasse o Parlamento,
que lhe impôs a assinatura da Petição dos Direitos. Por meio dela, o Parlamento teria o controle da política financeira e do
exército. Em resposta, Carlos I dissolveu o Parlamento, governando com o apoio da Câmara Estrelada, um tribunal ligado
ao conselho privativo do rei.
Além disso, Carlos I ampliou os impostos e tentou impor o absolutismo monárquico por meio da teoria do direito divino dos
reis, aproximando-se do setor católico. Tentou, ainda, impor o anglicanismo aos escoceses e convocou e dissolveu o
Parlamento mais vezes.
Diante da situação, o Parlamento dissolveu a Câmara Estrelada, proibiu o rei de ter um exército permanente e definiu que
conduziria a política religiosa e tributária. Em resposta, o rei Carlos I ordenou a prisão dos seus opositores, dando início a
uma guerra civil que foi denominada Revolução Puritana (1640-1649).
Durante essa guerra, o rei recebeu apoio da alta nobreza, da burguesia monopolista e do clero anglicano, e organizou um
exército de aproximadamente 20 mil homens que ficou conhecido como cavaleiros do rei. Já o Parlamento, composto pela
pequena nobreza e burguesia, recebeu apoio de populares e teve como destaque a liderança do chefe militar puritano Oliver
Cromwell, que havia sido eleito em 1640 para compor a Câmara dos Comuns.
O exército da resistência do Parlamento, conhecido como cabeças redondas, por seus membros não usarem perucas, era
composto por camponeses, pela burguesia londrina e pela gentry. As posições hierárquicas dentro do exército eram dadas
por merecimento e não por nascimento, como era no exército real.
Ademais, no contexto da guerra civil, alguns movimentos se radicalizaram, como os niveladores e os escavadores, que
exigiam a repartição de terras e o voto universal. Carlos I, da dinastia Stuart, foi capturado em 1647, condenado à morte e
decapitado em 30 de janeiro de 1649.
→ República de Oliver Cromwell ou Commonwealth (1649-1658)
Com a morte do rei Carlos I, a Câmara dos Lordes foi abolida e a república foi proclamada em 19 de maio de 1649. Um
conselho de Estado passou a exercer o Poder Executivo. Apesar disso, o controle estava nas mãos do chefe militar Oliver
Cromwell, que recebeu o título vitalício e hereditário de lorde protetor da Inglaterra, Irlanda e Escócia, inaugurando um
período que ficou conhecido como república de Oliver Cromwell ou Commonwealth.
Ao assumir o governo, Cromwell passou a ter poderes ditatoriais garantidos pelo exército; centralizou o seu poder; buscou
eliminar a reação dos monarquistas; conteve os movimentos populares mais radicais executando líderes dos niveladores e
escavadores; e dissolveu o Parlamento.
Além disso, fortaleceu a burguesia por meio da assinatura dos Atos de Navegação, desenvolvendo o comércio marítimo
inglês, atendendo aos interesses mercantilistas da burguesia e prejudicando os interesses dos holandeses. Por fim, tornou
o seu cargo hereditário, passando-o a seu filho, Richard Cromwell, após o seu falecimento, em 1658.
No poder, Carlos II exumou o corpo de Oliver Cromwell e o pendurou na forca. Além disso, aproximou-se do setor católico,
gerando um forte descontentamento na ala puritana. Nesse sentido, o rei foi pressionado pelo Parlamento a assinar a Lei da
Exclusão em 1679, por meio da qual se proibia católicos de assumirem cargos públicos.
Após a sua morte, em 1685, seu irmão, Jaime II, assumidamente católico, assumiu o trono. Jaime II buscou restaurar o
absolutismo, gerando um grande descontentamento entre os parlamenteares, que articularam um golpe para retirá-lo do
poder.
Buscando retirar o católico rei Jaime II do poder, o Parlamento inglês convidou a filha e seu esposo — Maria Stuart e o
holandês Guilherme Orange — para assumirem o trono. Com receio de ter o mesmo fim de Carlos I, Jaime II refugiou-se na
França. Por não ter havido derramamento de sangue ou guerras, o episódio ficou conhecido como Revolução Gloriosa. Outro
fator importante é que a Revolução Gloriosa se inspirou na teoria do liberalismo político do pensador John Locke.
Assinatura da Declaração de Direitos feita por Guilherme Orange e Maria Stuart em 1689.
Guilherme Orange foi coroado rei como Guilherme III, assinando, em 1689, a Declaração de Direitos (Bill of Rights), por
meio da qual abdicava qualquer tentativa de submeter o Parlamento.
A Declaração de Direitos limitava o poder do rei em assuntos militares e tributários; firmava a autonomia do judiciário, a
liberdade de imprensa, a liberdade religiosa; e definia as reuniões e eleições parlamentares, transformando a Inglaterra em
uma monarquia liberal. Além disso, as decisões administrativas seriam tomadas por ministros sob a autoridade do
Parlamento e não mais pelo rei. Ainda, em 1694, foi criado o Banco da Inglaterra.
A Revolução Inglesa deu a base para o parlamentarismo que existe até hoje na Inglaterra. Ademais, ela pode ser percebida
como uma das primeiras manifestações da crise do Antigo Regime, pautado no absolutismo monárquico, e pode ser
considerada como a primeira revolução burguesa na Europa.
Veja também: Família real britânica — a família pertencente à dinastia Windsor que atualmente ocupa o trono britânico
(PUC) Entre as principais consequências ao final da Revolução Inglesa, no século XVII, deve-se citar
A) a restauração da dinastia dos Stuart, a despeito do combate ao estado absolutista promovido pela burguesia por meio de
uma prolongada guerra civil.
B) a criação da Igreja Anglicana, acompanhada do confisco de bens da Igreja Católica e da nomeação de Henrique VIII como
chefe supremo da nova Igreja.
C) a Proclamação da República e a nomeação, pelo Parlamento, de Oliver Cromwell como primeiro-ministro da Inglaterra.