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REVOLUÇÕES INGLESAS

A Revolução Inglesa foi um conjunto de guerras civis e mudanças de regime político que ocorreram na
Inglaterra, Escócia e Irlanda entre 1640 e 1688. A Revolução Inglesa pode ser dividida em quatro fases
principais: Revolução Puritana, República de Oliver Cromwell, Restauração da Dinastia Stuart e
Revolução Gloriosa.

REVOLUÇÃO PURITANA (1640 – 1649)

Durante o reinado de Charles I houve uma disputa acirrada pelo poder entre o rei e o Parlamento. Ele
tinha o desejo de unificar as igrejas da Escócia e da Inglaterra, impondo aos escoceses o Book of
Common Prayer (Livro de Oração Comum). Para isso, ele precisava de dinheiro, que seria arrecadado
com o aumento dos impostos. Esse aumento, no entanto, deveria ser aprovado pelo Parlamento.

O Parlamento e a liderança de Cromwell

Oliver Cromwell, um líder radical puritano, organizou um exército burguês


(os chamados Cabeças Redondas) para defender o Parlamento contra as
investidas de Carlos I. O exército entrou em guerra com as tropas reais,
iniciando a Revolução Puritana. Nessa batalha contra o Parlamento, Carlos I
tinha o apoio dos cavaleiros da nobreza.

Em 1642, Cromwell convocou esse Novo Exército Modelo, formando por


pequenos burgueses e camponeses. O exército de Cromwell conseguiu
derrotar as tropas de Carlos I e o rei foi preso. Em 1649, Carlos I foi
decapitado em praça pública, pondo fim à monarquia britânica no período.

REPÚBLICA DE OLIVER CROMWELL (1649 – 1658)

Com o fim da dinastia Stuart, logo após a morte de Carlos


I, a República foi proclamada na Inglaterra, em 16 de
maio de 1649, e os parlamentares nomearam Cromwell
como “Lord Protector” (Senhor Protetor da República).

Uma das medidas importantes


nesse período foi a implantação do Ato de Navegação, ou seja, os produtos
ingleses só poderiam ser carregados em navios da Inglaterra.

Em 1653, ele instituiu uma ditadura na Inglaterra, dissolvendo o


Parlamento, e acabou com o auxílio do exército burguês. Sem apoio público,
Cromwell precisou voltar atrás e em 1657 restaurou o Parlamento e buscou
uma aproximação. Após a morte de Oliver Cromwell, seu filho não consegue
manter o prestígio que o pai não resistiu à pressão dos radicais burgueses,
que convocaram Charles II, filho do rei decapitado em 1649,
reestabelecendo a dinastia Stuart no poder inglês.

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RESTAURAÇÃO DA DINASTIA STUART (1660 – 1688)

Em 1660, Charles II foi coroado rei da Inglaterra e, no primeiro momento,


manteve a promessa de respeitar os interesses do Parlamento. Porém, em
1681, dissolveu o Parlamento e governou sozinho a Inglaterra até 1685,
ano de sua morte.

Seu irmão, Jaime II, sucedeu-o no trono e reativou o Parlamento, mas


manteve proximidade com a Igreja Católica, concedendo privilégios como
a isenção de impostos. Isso gerou protestos do Parlamento, que era
composto em sua maioria por calvinistas.

O Parlamento reagiu às ações de Jaime II, mas a aproximação do rei com a França fez com que não
houvesse confronto com a Coroa, pois Jaime II poderia solicitar ajuda dos franceses. A solução para
barrar os interesses do rei foi uma manobra política.

REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688)

A Revolução Gloriosa é a última etapa das Revoluções Inglesas e é a


grande responsável pelo sistema político vigente até hoje na Inglaterra: a
Monarquia Parlamentar. A filha de Jaime II, Maria II, era casada com
Guilherme de Orange, rei dos Países Baixos. Os parlamentares a
chamaram para ser a nova rainha da Inglaterra, mas o marido temia que
a esposa fosse mais poderosa que ele.

Em 1688, as tropas de Orange invadiram a Inglaterra e destituíram Jaime


II do poder com o apoio do Parlamento. Sem forças políticas e militares, o
rei inglês buscou exílio na França, onde permaneceu até o fim da vida.
Guilherme de Orange foi coroado o novo rei da Inglaterra, porém, antes
da coroação, os parlamentares exigiram que Guilherme e sua esposa,
Maria, assinassem a Declaração de Direitos (Bill of Rights).

BILL OF RIGHTS
Garantia a limitação do poder do rei e que as
decisões políticas na Inglaterra seriam de
exclusividade do Parlamento. Outra medida dessa
declaração era a liberdade religiosa. Formava-se,
assim, a monarquia constitucional, vigente até
hoje na Inglaterra.
Consequências da Revolução Inglesa

 A revolução garantiu a consolidação do poder da burguesia na Inglaterra e a presença maior de


seus representantes no Parlamento.
 Dessa forma, foram criadas leis que beneficiaram a burguesia e abriram espaço para a
instalação das primeiras indústrias em território inglês. Mais tarde, a Inglaterra seria palco da
Revolução Industrial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar história : das origens do homem à era digital : manual do professor — 3. ed. — São
Paulo : Moderna, 2018.

COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

HABILIDADES DA BNCC RELACIONADAS A ESTE MATERIAL

• (EF08HI02) Identificar as particularidades político-sociais da Inglaterra do

século XVII e analisar os desdobramentos posteriores à Revolução Gloriosa.

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