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Como ocorreu a Revolução Inglesa?

Se está ocorrendo uma revolução, presume-se que está acontecendo um conflito, assim temos pelo
menos dois lados conflitando. Para entendermos como ocorreu a Revolução Inglesa temos que
entender primeiramente quais eram as peças no tabuleiro.
A Revolução Inglesa começou em meio à Dinastia Stuart, no século XVII. Esse período ficou
marcado por quatro governantes. Todos absolutistas e que se contrapunham aos interesses
burgueses. Eram:
 Jaime I (1603 a 1625)
 Carlos I (1625 a 1649)
 Carlos II (1660 a 1685)
 Jaime II (1685 a 1688)
Um para cada fase da Revolução Inglesa. Do outro lado temos os representantes dos interesses
burgueses.
 Oliver Cromwell: que foi quem proclamou a República, assumindo o governo em 1649 e falecendo
em 1658 e…
 Guilherme III ou Guilherme de Orange: assumiu o trono em 1688 e terminou a Revolução
Inglesa.

Divisão social da Inglaterra


A sociedade inglesa era dividida em duas classes além da nobreza dominante. Eram:
 Burguesia Puritana: economicamente dominantes, sustentavam a Inglaterra com
seus negócios além de financiar o Puritanismo, uma importante religião protestante.
 Pequena Burguesia e Campesinato: eram a base da sociedade formada de pequenos
comerciantes e trabalhadores rurais. Eles se dividiram em duas vertentes:
 Diggers: objetivavam a reforma agrária.
 Levellers: lutavam pela igualdade de direitos.
Nota: Tanto Diggers quanto Levellers tinham opiniões radicais.

Causas da Revolução Inglesa


As causas da Revolução Inglesa foram:
 Nobreza absolutista privilegiada pela dinastia Stuart;
 Disputa por poder pela burguesia puritana;
 Descontentamento social da pequena burguesia;
 Disputas religiosas.

Quais foram as fases da Revolução Inglesa?


A Revolução Inglesa passou por quatro fases. São elas:
 Revolução Puritana (1640 a 1649)
 República de Oliver Cromwell (1649 a 1658)
 Restauração da Dinastia Stuart (1660 a 1688)
 Revolução Gloriosa (1688)
Revolução Puritana (Guerra Civil)
Quando Jaime I passou a coroa para seu filho Carlos I em 1625 a Inglaterra vivia uma forte tensão
política entre a nobreza e a burguesia. Isso porque Jaime havia imposto uma série de sanções e
obstáculos contra a burguesia puritana. Carlos até tentou conciliar as coisas, mas não conseguiu e
decidiu dissolver o parlamento e governar sozinho.
O problema foi que em 1640, o exército foi enviado para lutar contra os escoceses e para financiar
a guerra, os impostos tiveram que aumentar. Isso por si só já deixava as pessoas revoltadas, mas
ainda havia a pressão dos burgueses puritanos. Eles se aliaram aos pequenos burgueses para
mover um levante contra Carlos I.
O conflito acabou com a decapitação do até então Rei da Inglaterra e assim terminou a primeira
fase da Revolução Inglesa. A guerra civil que ganhou o nome de Revolução Puritana.
República de Oliver Cromwell
Oliver Cromwell foi o líder da Revolução Puritana. Após decapitar Carlos I ele proclamou a
República e se tornou Lorde Protetor da Inglaterra. Em seu governo, tomou várias medidas
a favor dos burgueses. Contudo, era um puritano fervoroso e seu fanatismo o levou a se tornar
inimigo de vários dos seus antigos aliados.
Cromwell começou a fuzilar Levellers e fechar o parlamento, se tornando um ditador assim como o
antigo rei. Ele governou até sua morte em 1658, e teve um filho, mas o jovem Richard não tinha
apoio para assumir o governo.
Retomada da Dinastia Stuart
Sem Cromwell a burguesia se dividiu e a vertente apoiadora da monarquia começou a crescer até
a Dinastia Stuart ser retomada com Carlos II, filho do rei decapitado. Ele assumiu em 1660 e
tentou conciliar as questões entre burgueses e nobres novamente. Porém, de novo desistiu da
ideia e se aliou a alta nobreza e à igreja Católica.
O parlamento estava dominado por puritanos, mas não importou porque novamente ele
foi fechado e o absolutismo reinava supremo. Carlos II governou até sua morte em 1685, então
nomeou seu irmão Jaime II como novo rei. Jaime seria ainda mais radical, isso se os puritanos não
tivessem achado uma forma de contornar as coisas.
Revolução Gloriosa
Pela última vez estava acontecendo o embate entre nobreza absolutista e burguesia puritana.
Como sempre os burgueses insatisfeitos com as medidas repressoras do rei. Para evitar outra
guerra civil, a burguesia propôs que Maria, filha de Jaime II assumisse o trono.
A nobreza aceitou o acordo, mas Maria estava casada com Guilherme de Orange, Rei dos Países
Baixos (Holanda) e ele não queria ter uma esposa mais poderosa que ele, então se aproveitou da
situação para se tornar Rei da Inglaterra. Era a chamada Revolução Gloriosa, chamada desse jeito
por não ter sido necessário derramamento de sangue.
Em 1689, Guilherme assinou a Declaração de Direitos que o legitimava como Guilherme III; Rei da
Inglaterra. Contudo, ele teria que aceitar governar em uma monarquia parlamentar. Ou seja, teria
de respeitar o parlamento. O regime segue vivo na Inglaterra até hoje.

Quais foram os resultados da Revolução Inglesa?


As duas principais consequências da Revolução Inglesa foram:
 Estabelecimento da monarquia parlamentarista;
 O ato de navegação (1651) de Cromwell favoreceu grandemente a indústria naval inglesa o que a
levou a ser a maior do mundo;
 Abriu caminho para a burguesia prosperar; um princípio para a Revolução Industrial.

Exercícios sobre a Revolução Inglesa


Questão 1 – (UFRGS) O “Bill of Rights” (Declaração de Direitos) resultou de um processo histórico
que apresentou importantes desdobramentos políticos na Inglaterra do século XVII e que se
caracterizou:
a) pelo conflito político-militar que opôs a burguesia manufatureira à nobreza de cercamentos.
b) pela consolidação de uma república social que estendeu aos “niveladores” e “cavadores” os
privilégios da aristocracia proprietária.
c) pelo confronto entre o absolutismo da dinastia Stuart e as ideias do Parlamento, concluído com a
execução de Henrique VIII.
d) pela aproximação econômica entre a burguesia comercial-manufatureira e a nobreza dos
cercamentos configurada na Revolução Gloriosa.
e) pelo avanço dos setores católicos na economia industrial, em detrimento dos puritanos,
mantenedores da ordem feudal.

Questão 2 – (Unesp) … o período entre 1640 e 1660 viu a destruição de um tipo de Estado e a
introdução de uma nova estrutura política dentro da qual o capitalismo podia desenvolver-se
livremente.
HILL, Christopher. A Revolução Inglesa de 1640. Lisboa, Presença, 1981.
O autor do texto está se referindo:
a) à força da marinha inglesa, maior potência naval da Época Moderna.
b) ao controle pela coroa inglesa de extensão de áreas coloniais.
c) ao fim da monarquia absolutista, com a crescente supremacia política do parlamento.
d) ao desenvolvimento da indústria têxtil, especialmente dos produtos de lã.
e) às disputas entre burguesia comercial e agrária, que caracterizavam o período.

Questão 3 – (Unifesp) Nas outras monarquias da Europa, procura-se ganhar a benevolência do rei;
na Inglaterra, o rei procura ganhar a benevolência [da Câmara] dos Comuns.”
DELEYRE, Alexandre. Tableau de l’Europe. 1774.
Essa diferença entre a monarquia inglesa e as do continente deve-se:
a) ao rei Jorge III que, acometido por um longo período de loucura, tornou-se dependente do
Parlamento para governar.
b) ao fato de a casa de Hannover, por sua origem alemã, gozar de pouca legitimidade para impor aos
ingleses o despotismo esclarecido.
c) ao início da rebelião das colônias inglesas da América do Norte contra o monarca, que o obrigou a
fazer concessões.
d) à peculiaridade da evolução política inglesa a qual, graças à Carta Magna, não passou pela fase
da monarquia absolutista.
e) às revoluções políticas de 1640 (Puritana) e 1688 (Gloriosa), que retiraram do rei o poder de se
sobrepor ao Parlamento.

Questão 4 – (MACK) O período em que Oliver Cromwell dirigiu a Inglaterra, decretando, entre outros,
o Ato de Navegação que consolidou a marinha inglesa em detrimento da holandesa, ficou conhecido
como:
a) Monarquia Absolutista d) República Puritana
b) Monarquia Constitucional e) Revolução Gloriosa
c) Restauração Stuart

Questão 5 – (UERJ 2009 – Modificada) “O rei é vencido e preso. O Parlamento tenta negociar com
ele, dispondo-se a sacrificar o Exército. A intransigência de Carlos, a radicalização do Exército, a
inépcia do Parlamento somam-se para impedir essa saída “moderada”; o rei foge do cativeiro, afinal, e
uma nova guerra civil termina com a sua prisão pela segunda vez. O resultado será uma solução, por
assim dizer, moderadamente radical (1649): os presbiterianos são excluídos do Parlamento, a câmara
dos lordes é extinta, o rei decapitado por traição ao seu povo após um julgamento solene sem
precedentes, proclamada a república; mas essas bandeiras radicais são tomadas por generais
independentes, Cromwell à testa, que as esvaziam de seu conteúdo social.” (RENATO JANINE
RIBEIRO. In: HILL, Christopher. “O mundo de ponta-cabeça: ideias radicais durante a Revolução
Inglesa de 1640”. São Paulo: companhia das letras, 1987).
O texto faz menção a um dos acontecimentos mais importantes da Europa no século XVII: a
Revolução Puritana (1642-1649). A partir daquele acontecimento, a Inglaterra viveu uma breve
experiência republicana, sob a liderança de Oliver Cromwell. Dentre suas realizações mais
importantes, destaca-se a decretação do primeiro Ato de Navegação. A determinação do Ato de
Navegação consistia em:
a) não permitir que nenhuma matéria-prima de origem asiática entrasse na Inglaterra.
b) não permitir que nenhuma embarcação estrangeira atracasse no litoral inglês;
c) permitir que os portos ingleses fossem usados livremente por outras nações;
d) permitir que os holandeses usufruíssem da frota marítima inglesa.
e) não permitir que as frotas marítimas inglesas trafegassem fora dos mares do norte.

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