Você está na página 1de 11

Dinâmicas sociais

Assim como as pessoas, as sociedades mudam. Na Sociologia, mudança social é


definida como mudanças significativas em símbolos culturais, normas de
comportamento, organizações sociais ou sistemas de valor. De acordo com os
sociólogos, mudanças significativas significam as que resultam em profundas
consequências sociais.
Revolução Inglesa

A Revolução Inglesa, ocorrida no século XVII, foi um dos principais acontecimentos da


Idade Moderna. Foi considerada a primeira das grandes revoluções burguesas, isto é,
as revoluções encabeçadas por lideranças da burguesia europeia, que havia se
tornado expressivamente forte, do ponto de vista econômico, ao longo dos séculos XVI
e XVII, e que precisava alcançar legitimidade política.

Com o processo da revolução, a burguesia da Inglaterra, por meio de uma guerra civil
e da atuação do Parlamento, conseguiu combater o Estado absolutista desse país e
reformular a estrutura política, que culminaria na modelo da Monarquia Parlamentarista
em 1688.

Podemos dividir o processo histórico da Revolução Inglesa em quatro fases principais:

1) Revolução Puritana e a Guerra Civil;

2) República de Oliver Cromwell;

3) Restauração da dinastia dos Stuart;

4) Revolução Gloriosa.
Veja também: Reforma protestante – grande acontecimento da Idade Moderna

Vídeo de apoio: https://www.youtube.com/watch?v=z5dZkOkEhxw


Revolução Inglesa
A Revolução Inglesa foi um conjunto de guerras civis e mudanças de regime político que ocorreram na Inglaterra,
Escócia e Irlanda entre 1640 e 1688.
Estas revoluções marcaram a ascensão da burguesia e consolidaram a monarquia parlamentarista na Inglaterra.
A Revolução Inglesa pode ser dividida em quatro fases principais:
1. A Revolução Puritana e a Guerra Civil, de 1640 a 1649;
2. A República de Oliver Cromwell, de 1649 a 1658;
3. A Restauração da dinastia Stuart, com os reis Charles II e Jaime II, de 1660 a 1688;
4. A Revolução Gloriosa, que encerrou o reinado de Jaime II e instituiu a Monarquia Parlamentarista.
Como duas revoluções - Puritana e Gloriosa - aconteceram num curto espaço de tempo, esta fase também é
chamada de "Revoluções Inglesas", no plural.
Estas tiveram como objetivos: limitar o poder do rei através do Parlamento, garantir a liberdade religiosa para os
anglicanos e impedir a restauração do catolicismo na Inglaterra.
Revolução Puritana e Guerra Civil
Durante o reinado de Charles I houve uma disputa acirrada pelo poder entre o rei e o Parlamento. O monarca
julgava que somente o rei deveria dirigir a nação, dispensando a ajuda das câmaras parlamentárias. Devido a esta
briga, o rei Charles I dissolveu o Parlamento três vezes em 4 anos de reinado. No entanto, ele tinha o desejo de
unificar as igrejas da Escócia e da Inglaterra, impondo aos escoceses o Book of Common Prayer (Livro de Oração
Comum). A igreja da Escócia, contudo, se rebela contra esta ordem e o rei decide entrar em guerra contra os
opositores.
Para isso, ele precisava de dinheiro, e para obtê-lo, queria aumentar os impostos. Isto, no entanto, deveria ser
aprovado pelo Parlamento. Seguiu-se, então, uma disputa sobre quem deveria ter autorização para aumentar
impostos. Deveria ser o rei, que governava segundo o Direito Divino? Ou o Parlamento que representava os setores
da nação? Após muitas ameaças, o monarca e o Parlamento organizam exércitos que se enfrentam em guerra civil e
culmina na derrota do rei Charles I. Durante a Guerra Civil surgem no Parlamento vários grupos políticos como os
"Levellers" (niveladores) que reuniam desde pequenos proprietários a pessoas que defendiam o fim da propriedade
privada.
Os "levellers" são combatidos pelos conservadores donos de grandes propriedades de terra.
Mais tarde seriam chamados de "diggers" (escavadores) e defenderiam o fim da propriedade privada.
O Parlamento ganha o conflito e Charles I é preso e condenado à morte. Esta sentença abriu espaço para a primeira
e única experiência republicana inglesa. Embora tenha sido o primeiro rei inglês a ser decapitado por seus
compatriotas, Charles I tentou modernizar o país. Construiu estradas, aterrou pântanos, criou um serviço postal e
instituiu um serviço de ajuda à busca de trabalho. Igualmente foi patrono das artes e da arquitetura tentando fazer
de Londres uma grande capital e trazendo pintores como Peter Rubens para decorar seus palácios.
República de Oliver Cromwell
Depois da execução do rei Charles I, Oliver Cromwell, antigo membro do Parlamento, assume o governo britânico e
instaura a Commonwealth. Um dos primeiros atos de Cromwell beneficiou diretamente a burguesia que o apoiava.
Em 1650, ele promulgou os Atos de Navegação, que determinava que os produtos ingleses devessem ser
transportados somente por navios de bandeira inglesa. Isto dispensava navios de outras nacionalidades e fomentava
a indústria naval interna. No entanto, o próprio Cromwell sentia-se ameaçado pelo Parlamento e o fecha em 1653.
Também manda prender e executar os chefes do Exército que ele mesmo mandara formar. Ainda consegue colocar
seu filho, Richard, frente ao governo. Sem o mesmo prestígio do pai, Richard Cromwell não consegue governar e a
própria burguesia pede a volta da monarquia. Em 1660, seu filho ascende ao trono como Charles II e restaura a
dinastia Stuart na Inglaterra.
Restauração da Dinastia Stuart
Com a restauração dos Stuart, os problemas religiosos e políticos da Inglaterra não acabam. O rei Charles II era
abertamente favorável a uma política de tolerância religiosa, mas o Parlamento, dominado pelos protestantes, era
contra. Igualmente, o soberano assina leis que favorecem a Igreja Anglicana em detrimento de outras correntes do
protestantismo e da Igreja Católica. A disputa entre o Parlamento e o Rei se aprofundou quando se descobriu que o
irmão de Charles II, Jaime, era católico.
Isto fez surgir duas vertentes políticas que existem até hoje na política britânica:
Whigs: desejavam excluir Jaime da linha de sucessão ao trono;
Tory: não queriam excluir Jaime da linha de sucessão ao trono.
Naturalmente, o rei Charles II se alinhou aos Tories desencadeando uma perseguição aos Whigs. Como
não teve filhos com sua esposa e Jaime o sucederia, as sobrinhas tiveram que ser criadas como protestantes.
Revolução Gloriosa (1688)
A Revolução Gloriosa foi uma revolução sem sangue ou conflitos e que encerrou um período de revoluções na
Inglaterra iniciado pela Revolução Puritana. Para entendê-la, precisamos lembrar que religião e política estavam
intimamente ligadas nesta época. A crença do indivíduo determinava a sua posição política e por isso era tão
importante definir qual seria a religião do soberano e, assim, de todo o reino. Por isso, a burguesia só via com bons
olhos o fortalecimento da religião protestante, pois esta defendia a limitação do poder do monarca através do
Parlamento.
Desta maneira, o católico Jaime II sempre foi visto com desconfiança. O Parlamento conspira para que o trono seja
entregue a seu sobrinho Guilherme de Orange que havia se casado com sua filha e herdeira, a princesa Maria. Sem
apoios na Inglaterra, Jaime II foge para França. Por sua vez, Guilherme e Maria são recebidos como reis na Inglaterra.
Em seguida é instituída a monarquia parlamentarista que limita consideravelmente o poder do soberano no
governo.

Antecedentes históricos da Revolução Inglesa


Durante grande parte do século XVI, a burguesia inglesa esteve bem articulada com os nobres e os reis pertencentes
à dinastia Tudor (Henrique VIII e sua filha Elizabeth), que consolidaram a Reforma Anglicana. A reforma religiosa de
Henrique VIII proporcionou grandes benefícios financeiros tanto para nobres quanto para burgueses da Inglaterra.
Isso porque teve início o processo de conversão das antigas terras feudais, de domínio da Igreja Católica, em
propriedades privadas, o que possibilitou a formação dos cercamentos e dos arrendamentos que foram vendidos
aos burgueses que pretendiam explorar minas de carvão ou praticar alguma atividade agrícola.

Além disso, a ruptura com a Igreja Católica dispensou a Inglaterra de pagar tributos para Roma, bem como colocou a
marinha inglesa em flagrante rivalidade com os navios dos países católicos, sobretudo com os espanhóis. Muitos
piratas ingleses, conhecidos como “lobos do mar”, atacavam navios espanhóis e levavam sua mercadoria (na maior
parte das vezes, metais preciosos) para Inglaterra, o que contribuía para o aquecimento do mercado interno do país.

Como se vê, as principais ações políticas dos Tudor acabaram proporcionando uma grande ascensão da burguesia,
de modo que no fim do século, na década de 1590, os burgueses já tinham grande força representativa na chamada
Câmara dos Comuns (uma das câmaras do Parlamento Inglês, que tinha como oposição a Câmara dos Lordes, isto é,
dos nobres apoiadores da Coroa). O problema é que essa força adquirida pela burguesia estava associada ao
puritanismo (o calvinismo inglês), que era a religião que mais atraía a burguesia e que dava suporte ideológico para o
radicalismo político antiabsolutista.
Somou-se a isso o fato de que os nobres e a Coroa viam-se ameaçados pela capacidade da burguesia puritana de
acumular riquezas. Enquanto a renda da burguesia era oriunda do trabalho e de investimentos financeiros, a renda
dos nobres advinha de privilégios hereditários, da cobrança de impostos e da formação de monopólios estatais ao
modo mercantilista. Os monarcas que sucederam os Tudor, isto é, os Stuart, perceberam que, se não freassem a
burguesia no campo político, a estrutura monárquica estaria fadada à ruína.
O primeiro monarca da dinastia Stuart foi Jaime I, que governou de 1603 a 1625. Para tentar adequar a Coroa à nova
realidade financeira da Inglaterra e controlar a ascensão da burguesia, Jaime I passou a tomar duas medidas
principais: 1) aumento de impostos e estabelecimento de empréstimos forçados; e 2) a formação de monopólios
estatais como forma de participação nos rendimentos dos negócios burgueses. Além disso, Jaime deflagrou uma
perseguição religiosa aos puritanos. Confrontado pela Câmara dos Comuns, dissolveu o Parlamento, que ficou
inativo de 1614 a 1622.
Com a ascensão de Carlos I, filho de Jaime, ao trono, em 1625, houve uma nova tentativa de acordo entre a Coroa e
o Parlamento para que houvesse um novo aumento de impostos. A Câmara dos Lordes ficou a favor do rei, mas a
Câmara dos Comuns novamente o confrontou. O rei decidiu então dissolver novamente o Parlamento, que ficou
inativo até 1640. Em 1640, Carlos I entrou em um novo conflito contra a Escócia e precisou novamente do tributo
dos burgueses para bancar a guerra, convocando, assim, mais uma vez, o Parlamento. Novamente a Câmara dos
Comuns recusou-se a ajudá-lo. Mas ao contrário do que ocorrera antes, os burgueses puritanos prepararam-se para
um enfrentamento total contra o rei e a nobreza.
Um líder radical puritano chamado Oliver Cromwell organizou um exército burguês conhecido como exército dos
“Cabeças redondas” por se recusarem a usar as perucas dos nobres. Esse exército deflagrou guerra contra a Coroa,
que foi defendida pelos “Cavaleiros”, isto é, o exército tradicional da nobreza. Teve assim início a Revolução
Puritana, ou Guerra Civil Inglesa.
Aula 4
Atividades

(MACK) O período em que Oliver Cromwell dirigiu a Inglaterra, decretando, entre outros, o Ato de
Navegação que consolidou a marinha inglesa em detrimento da holandesa, ficou conhecido como:

a) Monarquia Absolutista

b) Monarquia Constitucional

c) Restauração Stuart

d) República Puritana

e) Revolução Gloriosa

A morte de Cromwell, em 1658, desencadeou uma nova onda revolucionária na Inglaterra, pois seu
filho e sucessor, Richard, não conseguiu ter a mesma força política do pai. A situação na Inglaterra
só se estabilizou em 1688, com a chamada:

a) Revolução Anarquista.

b) Reforma Anglicana

c) Revolução dos Navegadores

d) Revolução Gloriosa

e) Revolução Industrial

Até hoje a Inglaterra foi uma república apenas por um pequeno momento de sua história. Quando isso
aconteceu, o primeiro a liderá-la foi:

a) Charles I.

b) Richard Cromwell.

c) Oliver Cromwell.
d) Guilerme de Orange.

e) Jaime II.
A Revolução Gloriosa (1688) foi assim chamada porque:

a) Foi uma revolução que aconteceu sem que houvesse derramamento de sangue.

b) Foi uma revolução que reforçou o poder do rei perante seus súditos.

c) Foi uma revolução que fortaleceu a Inglaterra, colocando-a a frente de outras nações dominantes da
época.

d) Foi uma revolução que aconteceu de maneira grandiosa, com muitos mortos e feridos.

Aula 5
Leitura do texto impresso: DECLARAÇÃO DE DIREITOS – 1689
Atividade: Leitura e interpretação da Declaração de Direitos de 1689
1. A Revolução Gloriosa foi muito marcada pelo conflito entre protestantes e católicos (papistas).
A Declaração de Direitos de 1689 é um documento católico ou protestante? Use trechos da
declaração para corroborar a visão da dupla.
2. O que as duas primeiras leis da declaração representam na prática?
3. Antes da Revolução Gloriosa e da Declaração de Direitos de 1689, os monarcas ingleses aumentavam
os impostos conforme sua vontade. A partir da Revolução e da Declaração, isso mudou. Copie a lei
que mostra essa mudança.
4. Segundo a Declaração de Direitos, o rei poderia interferir nos debates que ocorriam dentro do
Parlamento? Justifique sua resposta.
5. Qualquer pessoa poderia ser jurada de crime de alta traição? Quais eram as condições para a
pessoa ser um jurado?
6. Antes da Declaração de Direitos, os reis ingleses formavam seus exércitos de acordo com suas
necessidades. Como isso mudou após a Declaração?
Respostas esperadas
1. A Declaração de Direitos de 1689 é um documento protestante. Dois trechos da declaração deixam
explícita essa inclinação: “príncipe de Orange (que aprouve a Deus Todo-Poderoso ser o
instrumento glorioso de libertação deste reino do papismo e do poder arbitrário)” e “Que os
súditos que são protestantes possam ter armas para sua defesa adequadas a suas condições, e
permitidas por lei”.
2. As duas primeiras leis da declaração retiram, de fato, o poder político das mãos do monarca e passam
o poder para o Parlamento. O rei não tem mais autoridade para derrubar leis elaboradas no Parlamento.
3. “4. Que é ilegal a arrecadação de dinheiro para uso da Coroa, sob pretexto de prerrogativa, sem
autorização do Parlamento, por um período de tempo maior, ou de maneira diferente daquela
como é feita ou outorgada”.
4. Não, a declaração afirma que “a liberdade de expressão, e debates ou procedimentos no
Parlamento, não devem ser impedidos ou questionados por qualquer tribunal ou local fora do
Parlamento”, ou seja, o rei não poderia fazer nada em relação aos debates internos do Parlamento.
5. Não, existe uma condição na declaração de que os jurados “devem ser donos de propriedade livre
e alodial”, ou seja, devem ter propriedade que não esteja ligada ao rei.
6. Após a declaração, o rei só poderá convocar e manter o exército com autorização do Parlamento.
Durante leitura e resolução do questionário, passe pelas duplas e esclareça as dúvidas,
ajudando os alunos na interpretação e na resolução do questionário. Comente com as duplas que a
declaração retirou poderes políticos, econômicos, religiosos e militares do rei. No final da aula, recolha
as folhas de respostas, corrija-as e as devolva na próxima aula com comentários.

https://www.todamateria.com.br/exercicios-revolucoes-inglesas/

https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-historia/exercicios-sobre-cromwell-
revolucao-puritana-inglesa.htm#resposta-1660

https://plurall-content.s3.amazonaws.com/oeds/NV_ORG/PNLD/PNLD20/Historiar/
8ano/01_BIMESTRE/08_VERSAO_FINAL/03_PDFS/
04_HISTORIAR_8ANO_1BIM_Sequencia_didatica_1_TRTA.pdf

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/cromwell-revolucao-puritana-
inglesa.htm
Revolução Inglesa e Iluminismo

O auge do absolutismo na Inglaterra ocorreu na dinastia Tudor, principalmente nos governos de Henrique
VIII e de sua filha, Elizabeth I. Henrique VIII casou-se seis vezes e ordenou a decapitação de duas esposas.
Ordenou, ainda, a decapitação de ex-ministros e amigos, como Thomas More (autor de A Utopia) e o
cardeal católico Thomas Wolsey. Quando teve o pedido de anulação do casamento com Catarina de Aragão
negado pelo papa, Henrique VIII rompeu com a Igreja católica. Dessa forma, ele promoveu a Reforma
protestante inglesa, criando a Igreja anglicana e tornando-se a maior autoridade da nova Igreja. Seus filhos,
Eduardo VI e Maria I, fizeram governos breves. Elizabeth I assumiu o trono no lugar de Maria I e foi
também uma monarca centralizadora e autoritária. Em 1588, venceu a “invencível armada”, frota militar
espanhola que tentou invadir a Inglaterra. Após a morte de Elizabeth I, que não deixou descendentes, subiu
ao trono Jaime I, de uma nova dinastia, a dinastia Stuart. O governo de Jaime I foi marcado por lutas com o
Parlamento, dissolvido por ele três vezes. Boa parte de seu governo ocorreu sem a presença do Parlamento.
Com a morte de Jaime I, assume o trono Carlos I. Em 1642, ao suspeitar de uma conspiração, invadiu o
Parlamento e exigiu a prisão de cinco parlamentares. A invasão foi considerada uma afronta pelo
Parlamento, tendo início a Guerra Civil (1642-1649). John Pym era um dos cinco parlamentares procurados
por Carlos I em 1642, quando invadiu o Parlamento. Thomas Lunsford foi general das tropas fiéis a Carlos I.
Em 1649, o rei foi capturado, julgado e condenado à morte. Oliver Cromwell, um dos membros do
Parlamento, assumiu o governo, a monarquia foi abolida e teve início uma república. Em 1653, Cromwell
fechou o Parlamento e se tornou lorde Protetor até sua morte, em 1658. Com a morte de Cromwell, seu filho
assumiu o poder, mas não conseguiu se manter no posto. Com isso, a monarquia foi restaurada e o trono
entregue a Carlos II, que governou por 25 anos, sempre com os poderes limitados pelo Parlamento. Com sua
morte, Jaime II assume o poder e tenta restabelecer o absolutismo. Ao ser acusado de defender o
catolicismo, enfrentou forte oposição do Parlamento e fugiu para a França. Com isso, o trono foi dado como
vago. Um acordo entre membros do Parlamento e Guilherme de Orange colocado no poder após ele jurar
respeitar a Declaração de Direitos de 1689, considerada um marco no fim do absolutismo dos reis ingleses.

Revolução Gloriosa e a fundação da Monarquia


Parlamentarista
A manobra consistiu na convocação da filha de Jaime II, Maria II, à época casada
com Guilherme de Orange, governador dos Países Baixos, para assumir com o marido o
trono da Inglaterra. Guilherme de Orange, inicialmente, não viu com bons olhos o plano,
imaginando que sua esposa, como herdeira legítima, teria mais poderes que ele. Contudo,
mesmo assim, ainda em 1688, Guilherme invadiu a Inglaterra com seu exército para depor
Jaime II e apoiar o Parlamento.

A Cavalaria da nobreza, que também estava descontente com o rei, em vez de defendê-lo,
aliou-se a Guilherme. A Jaime II, já sem defesa alguma, Guilherme de Orange permitiu a
fuga para a França, onde o monarca permaneceu exilado até o último dia de vida.

Guilherme de Orange assumiu o trono inglês como Guilherme III. Por sua ação militar não
ter resultado em guerra e derramamento de sangue, ela recebeu o nome de Revolução
Gloriosa. O Parlamento, contudo, estabeleceu diretrizes novas para Guilherme e Maria
antes de coroá-los. Ambos os reis tiveram que se comprometer a cumprir a
chamada Declaração de Direitos de 1689 (Bill Of Rights). A Declaração de Direitos
limitava a ação dos reis, de modo a impedir qualquer retorno do absolutismo. Os reis
passaram a ter o poder restrito, e o poder de decisão política concentrou-se no
Parlamento, formando-se, assim, uma Monarquia Parlamentarista. Além disso, havia o
comprometimento com as liberdades individuais, principalmente com a liberdade de
crenças religiosas.

A Revolução Gloriosa inspirou muitos autores que deram origem a um tipo de pensamento conhecido como
Iluminismo. O Iluminismo fará duras críticas ao poder absoluto dos reis, à teoria do direito divino dos reis,
ao poder da religião, à censura e à ignorância.

https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-inglesa.htm

EM13CHS104SOC/ES -Analisar sociologicamente objetos e vestígios da cultura


material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas
que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades
inseridas no tempo e no espaço na sociedade capixaba e brasileira.

EM13CHS201-Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias


e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de
pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos,
econômicos, sociais e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente
em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
EM13CHS402 - Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e
tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica.
EM13CHS306SOC/ES Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso
dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção
dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros), analisando as
características do neoliberalismo, capitalismo, socialismo, comunismo e da globalização.

Atividades
Pesquise no mínimo três exemplos de mudanças sociais e escreva no seu caderno.

Aula 4
Modelos de Mudança Social
O empenho de compreender a natureza de mudança social em longo prazo, inclusive
a busca por padrões e causas, levou muitos sociólogos a propor teorias a respeito da
mudança. As principais teorias são a evolucionista, a funcionalista e de conflito.
Teoria Evolucionista
Os sociólogos do século 19 utilizaram os estudos de Charles Darwin (1809-1882)
sobre evolução biológica para formular teorias sobre mudança social. De acordo com
a teoria evolucionista, as sociedades evoluem gradualmente: eram simples e
evoluíram para formas mais complexas.
Evolucionistas sociais contemporâneos consideram que mudanças sociais são
multilineares e não, unilineares. A teoria evolucionista multilinear afirma que
mudanças podem ocorrer de várias formas e que não necessariamente seguem a
mesma direção. Os teoristas multilineares apontam para o fato de que as sociedades
humanas evoluíram de formas diferentes.
Teoria Funcionalista
O funcionalismo enxerga a sociedade como um sistema: um conjunto integral de
partes interdependentes que forma um todo. Há uma relação entre todas essas partes
e os agentes de socialização. Juntos, contribuem para a manutenção da sociedade.
A teoria funcionalista sobre mudança social enfatiza o que mantém – não o que muda
– a sociedade. De acordo com essa teoria, a sociedade em seu estado natural se
encontra em equilíbrio – estável e equilibrada. A teoria afirma que a sociedade muda
naturalmente em direção ao estado de homeóstase. De acordo com a teoria do
equilíbrio, mudanças em um aspecto da sociedade requerem mudanças em outros
aspectos. Quando tais mudanças não ocorrem, perde-se o equilíbrio e ameaça-se a
ordem social.
De acordo com essa teoria, uma mudança gradual é necessária e desejável e
geralmente advém de forças naturais como crescimento populacional, avanços
tecnológicos e interações com outras sociedades, que resultam em novas formas de
pensar e agir. Contudo, uma mudança social repentina é indesejável, pois perturba
esse equilíbrio. Para evitar que isso ocorra, caso haja uma mudança repentina em um
segmento da sociedade, os outros segmentos precisam fazer os ajustes necessários.
Os críticos do funcionalismo afirmam que essa teoria ignora o fato de que as pessoas
poderosas da sociedade utilizam a força para manter a ilusão de estabilidade e
integração. A teoria funcionalista é também criticada pelo fato de presumir que
mudanças sociais repentinas são indesejáveis, pois tais mudanças podem ser
necessárias para corrigir desigualdades e outros problemas na sociedade.
Teoria do Conflito
De acordo com a Teoria do Conflito, as pessoas ricas e poderosas da sociedade
tentam preservar o status quo – as práticas e instituições que os favorecem. A
mudança, portanto, exerce papel fundamental na correção de desigualdades e
injustiças. O status quoé, portanto, caracterizado pela desigualdade social e outros
problemas. Mudanças sociais repentinas – protestos ou revoluções – são, portanto,
desejáveis e necessárias para reduzir ou eliminar desigualdades sociais e para tentar
resolver outros problemas sociais. A teoria do conflito afirma que mudanças sociais
frequentemente advêm dos esforços de movimentos sociais, que visam a efetuar
mudanças no sistema social, econômico e político.
A teoria funcionalista presume que o status quo é geralmente desejável e que
mudanças sociais repentinas são indesejáveis. Já a teoria do conflito presume o
oposto. Outra diferença entre essas duas teorias diz respeito à industrialização. A
teoria funcionalista considera que a industrialização foi um fenômeno positivo, que
permitiu o nascimento da sociedade moderna. Já a teoria do conflito, que segue
as teorias de Karl Marx, afirma que a industrialização resultou na exploração dos
trabalhadores e, portanto, no aumento da desigualdade.
Em relação à teoria evolucionista, Karl Marx aceitou o fato de que as sociedades se
desenvolvem de forma direcionada. Contudo, ele não concordava com a ideia de que
cada etapa representava uma melhora em relação à anterior. Marx afirmava que a
história caminhava em etapas: os ricos sempre exploravam os pobres e os fracos. De
acordo com Marx, os escravos na Roma antiga e a classe operária eram explorados
de forma similar. Ele ensinava que as duas principais classes sociais – os ricos e os
pobres ou os capitalistas e o proletariado – tem interesses opostos e, portanto,
estão sempre em conflito.
Marx acreditava que a mudança social precisava ser proativa: as pessoas não
poderiam permanecer passivas frente à exploração e aos outros problemas da cultura
materialista. Marx não concordava com a teoria funcionalista, que preza a estabilidade.
Muito pelo contrário: Marx acreditava que o conflito era desejável e necessário para
promover mudanças sociais e livrar a sociedade da desigualdade. Marx acreditava que
apenas uma revolução socialista, liderada pelo proletariado (a classe trabalhadora),
levaria à etapa final de desenvolvimento da sociedade: uma sociedade comunista,
livre, desprovida de classes socioeconômicas.
As críticas ao marxismo apontam que a teoria do conflito não considera o fato de que
mudanças sociais drásticas nem sempre levam a resultados positivos.
https://www.educabras.com/aula/mudanca-social

Aspectos gerais sobre a mudança social

A mudança social é um fenômeno que mobiliza o desenvolvimento das


sociedades. Desse modo, os impactos que ela apresenta são duradouros,
podendo ser vivenciados pelas gerações que sucedem aquela na qual a
mudança ocorreu. Inclusive, conforme a dinâmica e velocidade com que a
mudança acontece é possível que seus resultados sejam percebidos apenas no
futuro.

Entre os fatores que possibilitam que a mudança social aconteça estão o


desenvolvimento de tecnologias, as guerras, as revoluções, o crescimento
populacional e os desastres naturais. Observe que, de acordo com o
motivador da mudança, ela poderá ser drástica ou se desenvolver no decorrer
de um longo processo.

Além disso, outro elemento que influência na velocidade da mudança social é


o contexto onde ela ocorre. De acordo com os sociólogos, nos ambientes
urbanos o ritmo é mais acelerado que nos contextos rurais. Contudo, em todos
os casos, a mudança atinge uma coletividade de indivíduos.

Atualmente, os movimentos sociais são os principais atores das quebras de


paradigmas sociais. Um exemplo disso é o feminismo, que ao longo da história
encabeçou lutas importantes para garantia do direito ao voto, acesso
ao mercado de trabalho, direitos reprodutivos e outras conquistas.

Você também pode gostar