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Por alto!

 Contexto

Até 1640, a Inglaterra era governada por Carlos I, um rei absolutista. As suas desavenças com
o Parlamento provocaram uma guerra civil. O rei queria manter seus poderes totais e os
parlamentares pretendiam justamente o contrário: a formação de uma monarquia
constitucional que limitasse os poderes reais.

Carlos I esperava que o Parlamento aprovasse o aumento de impostos para equilibrar os


gastos reais, mas a proposta real foi rejeitada. Assim, o Parlamento foi dissolvido, iniciando a
guerra entre o rei e os parlamentares. Carlos I perdeu a guerra e foi decapitado.

Com o fim da monarquia, a Inglaterra tornou-se uma república. Oliver Cromwell governou o
país, implantando uma ditadura de 1653 até 1658. Com a morte de Cromwell, seu filho Richard
assumiu o poder inglês, mas sem a força política do pai. Logo, foi destronado, e o Parlamento
convidou Carlos II, filho do rei decapitado, para ser o novo rei da Inglaterra, mas com poderes
reduzidos.

O novo rei entrou em conflito com os parlamentares ao tentar governar de forma absolutista e
por sua proximidade com os católicos. O Parlamento foi dissolvido, e Carlos II governou até sua
morte em 1685. Jaime II, irmão de Carlos II, assumiu o trono inglês e buscou fazer um governo
absolutista, em constante conflito com o Parlamento."

 O que foi em si?

"A Revolução Gloriosa foi um movimento contra o poder absolutista de Jaime II. Ao fortalecer
os católicos, o rei entrou em confronto com o Parlamento, que defendia a formação de uma
monarquia constitucional e praticante do puritanismo, ou seja, da religião calvinista. Não
tardaria para as duas forças políticas entrarem em guerra.

Com o nascimento de Jaime Eduardo, filho e herdeiro de Jaime II, o Parlamento resolveu agir
contra o rei, pois o novo filho se tornaria herdeiro do rei absolutista, perpetuando não apenas
a dinastia de Jaime II, mas também a força da religião católica na Inglaterra. Os parlamentares
se uniram à Maria Stuart, filha do rei, e seu marido, Guilherme de Orange, para se mobilizarem
contra Jaime II. Essa aproximação se deu por conta da religião, ambos eram calvinistas.

Maria Stuart e o marido, Guilherme de Orange, tornaram-se reis ingleses com poderes
reduzidos em 1688.

Guilherme de Orange, em 1688, conseguiu convocar suas tropas, que prontamente cercaram
Jaime II. Sem apoio político e muito menos militar, o rei inglês fugiu para a França,
permanecendo lá até a sua morte. Destronado o rei absolutista, Guilherme de Orange e Maria
Stuart foram coroados rei e rainha da Inglaterra. Porém, antes da coroação, os dois prestaram
juramento ao Parlamento de que nunca se tornariam reis absolutistas."

 Consequências?

Com a revolução gloriosa, consolidada com a aprovação pelo parlamento da Bill of Rights
(declaração de direitos), tornou-se impossível o retorno de um católico à monarquia e acabou-
se com as tentativas recentes de instauração do absolutismo monárquico nas ilhas britânicas,
ao circunscrever os poderes do rei. A partir de então, os novos monarcas deviam a sua posição
ao parlamento, e não podiam mais aumentar os impostos e os gastos da Coroa além dos
limites impostos pelos parlamentares. Também não podiam mais expropriar propriedades
privadas, coibir a liberdade de expressão, restringir o comércio ou prender opositores de
maneira arbitrária e autoritária, diferentemente do modelo absolutista vigente na maioria dos
países da Europa.

Outra consequência foi o fortalecimento da burguesia no poder inglês. Com a Revolução


Gloriosa, os burgueses dispensaram o apoio real, ao contrário do que se viu na transição da
Idade Média para a Idade Moderna, ocorrida 200 anos antes, quando a burguesia apoiou a
formação dos Estados nacionais na Europa e o poder dos reis.

O Parlamento predominantemente calvinista e representantes da burguesia abriram espaços


para a aprovação de leis que beneficiaram a economia burguesa e lançou as sementes para a
fundação da Revolução Inglesa poucas décadas depois.

Ajudou na consolidação dos interesses da burguesia. Condições como liberdade comercial e


científica, impostos baixos e controlados, proteção da propriedade privada, segurança jurídica
e o fim de intervenções monárquicas e arbitrárias no setor privado possibilitaram, ao longo do
século XVIII, a acumulação de capital e a criação de novas invenções e métodos de produção
na economia inglesa, essenciais para o desenvolvimento da indústria. Tais condições eram
inexistentes na Inglaterra Absolutista antes de 1688.

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