Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FINAL
A administração Pública
Direito administrativo é um ramo autônomo, dentro do direito público interno, que nas
suas várias dimensões, se concentra no estudo da Administração Pública e da
atividade de seus integrantes
POR EXEMPLO:
-Cultura (Monumentos)
-Geriatria (Lares)
- Apoios aos indivíduos nacionais residentes no estrangeiro (consulados)
*Shoppings não são públicos! São administração privada! Tem interesses individuais,
distintos de apenas satisfazer o interesse público.
*Onde quer que exista e que se manifeste com intensidade suficiente uma
necessidade coletiva, aí surgirá um serviço público destinado a satisfazê-la, em
nome e no interesse da coletividade.
Importa-se dizer que nem todos os serviços públicos possuem a mesma origem ou
natureza:
É um conjunto muito vasto. Mas de uma coisa podemos ter a certeza: Todos estes
serviços públicos existem com a finalidade de satisfazer necessidades coletivas.
- Sentido Orgânico/Subjetivo
- Sentido Material/Objetivo
*Sentido formal?
SISTEMA DE SERVIÇOS E
ENTIDADES (SENTIDO ATUA POR FORMA REGULAR E CONTÍNUA
ORGÂNICO) PARA A SATISFAÇÃO DAS
NECESSIDADES COLETIVAS (SENTIDO
MATERIAL)
Mas isto não é assim! Tudo isto pertence a administração pública é verdade como se
verifica:
Mas o facto é que todos estes elementos, não passam de uma parcela da
administração pública no seu conjunto.
As figuras mencionadas acima não esgotam em si, nem mesmo o âmbito da
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO ESTADO. Pertencem a esta, igualmente instituições
militares, seus servidores, e as forças de segurança (PSP, GNR).
Vale dizer também que o estado não é composto apenas por órgãos e serviços
centrais, situados em lisboa e com competência sobre todo território nacional.
(chamada administração central)
Envolve-o sim, mas comporta muitas outras entidades e organismos que não se
confundem com ele, tem personalidade própria, constituindo por isso, entidades
política, jurídica e sociologicamente distintas (como é o caso dos concelhos, freguesias,
RAs, universidades, institutos públicos, empresas públicas, associações públicas,
pessoas coletivas de utilidade pública etc) Por isso:
Algumas destas modalidades, tal como a institucional, podem hoje ser concebidas
como administração estadual indireta!
Não é de surpreender por isso, que a CRP, regulando a ADM pública (artigos 266 e ss)
destaque dela com um tratamento especial as regiões autónomas e as autarquias
locais(concelhos/freguesias) que considera constituírem verdadeiro poder local.
Para além destes casos em que diversas entidades e organismos públicos integram-se
na administração pública sem estarem ligados ao estado, é preciso contabilizar ainda
alguns outros, onde a atividade administrativa é desenvolvida por entidades de direito
privado criadas para o efeito, que pelo estado quer por outras pessoas coletivas
públicas.
Tais entidades, resultantes da iniciativa pública, mas revestindo a forma jurídica
privatística, devem também ser consideradas como parte da administração pública (é o
caso da maior parte das empresas públicas).
Por fim, ainda devem considerar-se os casos em que a lei admite que a atividade
administrativa seja exercida por particulares – quer por indivíduos quer por
associações, fundações e sociedades criadas pela iniciativa privada – e que são
chamados a colaborar com a administração, apesar de paralelamente também
prosseguirem/ou poderem prosseguir seus fins privados. (é o caso das sociedades
concessionárias e com as várias instituições particulares de solidariedade social). É
algo duvidoso, mas o facto é que cada vez mais estas entidades vem estado presente
no conceito de administração pública orgânico, contribuindo muito com ela na
prossecução dos fins públicos
Em suma, pode-se concluir que a administração pública é algo bem mais amplo
do que o conceito de estado. E pode-se defini-la a nível da classificação orgânica
como:
“Sistema de órgãos, serviços e agentes do estado, bem como das demais pessoas
coletivas públicas, e de algumas entidades privadas, que asseguram em nome da
coletividade a satisfação regular e contínua das necessidades coletivas de segurança,
bem-estar e cultura.”
*Há ainda quem use a mesma expressão para designar o método de atuação da
administração ou para a influência indevida exercida pelos funcionários sobre o poder
político.
B. Administração Pública em sentido Material(objetivo)
E o que é administrar?
Sentido amplo, significa tomar decisões e efetuar operações, com vista à satisfação
regular de determinadas necessidades coletivas, obtendo para isso, os recursos mais
adequados e utilizando as formas mais convenientes.
Daí que em sentido material, administração pública poderá ser definida como:
Partindo daí, ela foi concebida como uma função meramente executiva. Cabia ao
governo assegurar a boa execução das leis.
Precisamente por isso, nossa CRP de 76, no seu artigo 199º, que se ocupa da
competência administrativa do governo, alarga substancialmente o conteúdo material
da função administrativa, estabelecendo mesmo uma cláusula geral de longo alcance
na alínea g).
1) Administração pública VS Administração privada
-Objeto de incidência
B. QUANTO AO FIM
De caráter político
-Particulares são juridicamente iguais entre si, e por regra, não podem impor uns
aos outros sua vontade, com soberania, salvo se isso decorrer de um acordo
livremente celebrado.
Por sua vez, os meios de que se serve a administração pública, são
caracterizados por se encontrarem em pé de desigualdade relativamente aos
outros sujeitos.
NOTA 2: A atividade da administração pública não pode ser paralisada por resistências
individuais que se lhe deparem, a cada vez que o interesse coletivo exigir uma
participação/contributo ou sacrifício individual a bem da coletividade.
A administração não pode ter estas limitações! Precisa de alguma liberdade (que
claramente possui limites) para atuar, se desenvolver e prosseguir o interesse coletivo.
Existem diferenças:
A função política tem por finalidade, definir o interesse geral da coletividade. Traçar os
rumos do destino da coletividade.
A função administrativa, por sua vez, tem por finalidade satisfazer as necessidades
coletivas de segurança, bem-estar e cultura.
A função política detém assim, uma natureza criadora! Cabe-lhe a todo momento,
inovar em tudo quanto seja fundamental para a conservação e desenvolvimento da
comunidade.
Por outro lado, a função administrativa, possui uma natureza executiva, ou seja, cabe-
lhe por em prática, todas as orientações tomadas a nível político.
Até por isso, dizemos que a função política possui um caráter livre e primário, sendo
limitada apenas por certas disposições constitucionais.
A função administrativa, possui um caráter condicionado e secundário, sendo
limitada por disposições constitucionais e pelas orientações da política!
A função administrativa, por seu lado, por mais que sujeita a fiscalização destes
órgãos(governo/tribunais), está na maioria dos casos entregue a órgãos secundários
e subalternos, a funcionários e agentes administrativos e a diversas entidades e
organismos não estaduais.
Os órgãos da função política são eleitos diretamente pelo povo a nível nacional (não é
diretamente, pois oque elegemos na realidade são os deputados de cada partido.
“conforme” os resultados destas eleições, o presidente nomeará o primeiro ministro, e
em conjunto com este, definirá os restantes membros do governo).
Os órgãos da administração pública, por seu turno, são nomeados ou então, eleitos por
colégios eleitorais restritos (locais ou mesmo setoriais=setor de atuação).
Mas por vezes, é a própria administração, com seu espírito, seus homens e seus
métodos, que se impõe a autoridade política, que por qualquer razão, enfraquecida ou
incapaz, cai no exercício do poder pelos funcionários administrativos.
*Burocracia
-Atos administrativos com um alto significado político (nomeação dum novo governador
para um distrito politicamente perturbado)
-Casos em que temos leis que materialmente (seu conteúdo) contem decisões de
caráter administrativo.
- Secundárias
- Subordinadas a lei
A outra julga
Uma aguarda passivamente que lhe tragam os conflitos sobre que tem de pronunciar-
se;
Uma outra toma ativamente a iniciativa de satisfazer os interesses públicos que que lhe
estão confiados.
A justiça é assegurada por tribunais cujos juízes são independentes em seu julgamento
e inamovíveis em seu cargo.
A administração é exercida por órgãos e agentes hierarquizados, de modo a que, em
regra, os subalternos dependem dos superiores, devendo-lhes obediência nas
decisões que tomam e podendo ser transferidos ou removidos livremente para cargo
ou lugar diverso.
Após analisar esta relação com as outras funções do estado, e tomando em conta o
anterior conceito material de administração pública, é possível agora defini-la como
sendo:
“Atividade típica dos órgãos, entidades públicos e privados, e até indivíduos, que sob a
direção do poder político, desempenham em nome da coletividade a tarefa de prover a
satisfação regular e contínua das necessidades públicas de segurança, cultura e bem-
estar económico e social, nos termos estabelecidos pela legislação aplicável e sob o
controlo dos tribunais competentes”
A tipificação de todos estes modos dá lugar a aquilo que é o estudo dos sistemas
administrativos
*Até o chegar das revoluções liberais não houve uma preocupação em estabelecer
limites a administração ou a qualquer outra função estatal.
*Muitas das vezes existiam algumas disposições, mas que ou não revestiam caráter
jurídico! (disposições de ordem moral ou religiosa), ou eram meras instruções internas,
sem qualquer força obrigatória.
Poderiam ser sempre afastadas por conveniência administrativa (o que lhes fosse
melhor).
Monarca poderia sempre que desejasse, dispensar alguém, a seu bel-prazer, dos
deveres impostos por elas ou atribuir direitos e regalias especiais a certas entidades e
pessoas.
Agora passamos a ter uma separação de poderes (ainda que muito rígida e
mecanicista) + e um elencado de direitos humanos (naturais / inatos /anteriores ao
estado /superiores)
Da perspetiva administrativa:
SEPARAÇÃO
DE PODERES
Dividiu-se o poder concentrado do rei
a órgãos distintos
Diferentes formas?
Inglaterra? França?
6.2) Sistema administrativo de tipo Britânico /Administração
Judiciária – Dado papel preponderante exercido pelos tribunais
Direito anglo-saxónico:
3 A common law é mais popularmente conhecida como jurisprudência, lei precedente ou lei feita por juízes. A
razão para os nomes acima é porque a Common Law, de fato, constitui regras de direito desenvolvidas pelos
tribunais por meio de suas decisões. As origens do Common Law podem ser rastreadas até os primeiros séculos às
regras desenvolvidas pelas cort00
es reais após a conquista normanda em 1066. Essas regras desenvolvidas pelas cortes reais foram registradas e,
posteriormente, usadas como autoridade ou guia para futuros casos ou disputas. As decisões, portanto, eram
vistas como regras de direito.
4 A equidade é frequentemente referida como o segundo ramo do direito inglês que se originou após a introdução
do Common Law. Na Inglaterra medieval, as partes prejudicadas por uma decisão do tribunal faziam uma petição
ao rei para fazer justiça a respeito do julgamento severo. O Rei, em resposta a tais petições e queixas, por sua vez,
confiou no conselho do Lord Chancellor, que analisou a disputa e procurou entregar um resultado "justo" contra os
rígidos princípios do Direito Comum. O papel do Lord Chancellor na administração do patrimônio foi
posteriormente transferido para um tribunal separado denominado Tribunal de Chancelaria. O patrimônio líquido
foi desenvolvido com o intuito de amenizar a aspereza e inflexibilidade das regras do Common Law da época ou as
rígidas interpretações dadas a tais regras pelos Tribunais. Um corpo de princípios gerais desenvolvido e esses
princípios gerais são mais comumente conhecidos como máximas de equidade.
Quais as caraterísticas deste sistema administrativo?
NOTA: Para os ingleses, as autarquias locais gozavam duma ampla autonomia face a
administração central, que pouco intervinha nestas. Elas não eram apenas
instrumentos derivados do poder central, mas sim, entidades independentes,
verdadeiros governos locais.
Na visão dos ingleses, não faria sentido isentar do controlo jurisdicional os poderes
públicos! Nenhum deles poderá invocar privilégios ou imunidades, uma vez que, existe
apenas uma medida de direito para todos, uma só lei, para funcionários e não
funcionários.
Assim, os litígios que surjam entre entidades administrativas e particulares não são, em
regra, da competência de tribunais especiais: Estão na jurisdição normal dos
tribunais comuns!
A administração não poderá impor sua decisão coativamente (através de polícia por
exemplo). O que terá de fazer, para impor o respeito da sua decisão, é ir a um tribunal
(comum) obter deste, segundo o devido processo legal, uma sentença que torne
imperativa aquela decisão.
NOTA: Estes mandados /ordens são por regra, acatados pela administração (desde o
ministro mais poderoso ao autarca menos conhecido!) Em caso de desobediência, dará
lugar a prisão da autoridade recalcitrante
5 O Tribunal do Banco do Rei, [a] formalmente conhecido como O Tribunal do Rei perante o próprio Rei, era um
tribunal de direito comum no sistema jurídico inglês. Criado no final do século 12 ao início do 13 a partir da curia
regis. O King's Bench foi incorporado ao Tribunal Superior de Justiça pelo Supremo Tribunal de Justiça da Lei de
1873, após o que a Bancada do Rei era uma divisão dentro da Suprema Corte. O King's Bench era composto por um
presidente de justiça (agora o lorde presidente da Suprema Corte da Inglaterra e País de Gales) e geralmente três
juízes Puisne.
Tal sistema vigora na generalidade dos países anglo-saxónicos (EUA, com
particularidades) e na america latina, especialmente, no brasil.
É um sistema nascido em frança e que vigora atualmente, em grande parte dos países
europeus ocidentais, e em muitos dos novos estados que acederam a independência
no século XX, após serem colónias dos primeiros. Há variantes nacionais (RFA itália e
até Portugal)
Separação de poderes:
O poder político teve então que tomar medidas, para poder travar a intrometimento do
poder judicial no normal funcionamento do poder executivo.
6 Os primeiros foram o conselho de estado, junto do poder central, e os conselhos da prefeitura, junto de cada
prefeito. Eram órgãos consultivos, mas uma de suas secções recebia funções jurisdicionais.
incumbidos de fiscalizar a legalidade dos atos da administração e de julgar o
contencioso dos seus contratos e da sua responsabilidade civil.
Estes exercem funções de interesse público e utilidade geral! Devem, por este motivo,
dispor quer de prerrogativas de autoridade, que lhes permitam impor suas decisões
aos particulares, quer de privilégios ou imunidades pessoais, que os coloquem ao
abrigo de perseguições ou más vontades vindas dos interesses particulares feridos!
Sendo certo que, a sua sujeição à prossecução do interesse público, também submete
a administração a especiais deveres e restrições, que não vigoram para os particulares!
Desta forma, do conjunto destes aspetos, resulta que nasce um conjunto de normas
jurídicas de direito público, bem distintas das de direito privado! Diferentes
As decisões unilaterais da administração tem força executória própria, e podem por isto
mesmo, ser impostas a força aos particulares, sem necessidade de qualquer
intervenção prévia do poder judicial
- Garantias jurídicas dos particulares: Também este sistema oferecia aos particulares
um conjunto de garantias jurídicas contra os abusos e ilegalidades da administração
pública! (Embora bem mais limitado que o britânico)
Mas estas garantias são efetivadas aqui através dos tribunais administrativos
(Justiça administrativa), e não por intermédio dos tribunais comuns.
*Os tribunais administrativos não podem, no âmbito das suas competências, declarar
as consequências da anulação, proibir a administração de agir de determinada forma,
nem condená-la a tomar certa decisão ou adotar determinado comportamento.
Se os tribunais eram independentes perante a administração então ela também o era
face os tribunais
Portanto, são as próprias autoridades administrativas que decidem como e quando hão
de executar a sentença do tribunal, que tenha anulado atos seus.
*Deste modo os particulares tinham menos garantias! Foi somente através duma longa
e notável jurisprudência do conselho de estado que foi possível reforçar a posição
deste em relação aos poderes públicos.
É bem fácil estabelecer aqui uma comparação, relativamente à alguns critérios (embora
ambos tenham o facto em comum de consagrem o estado de direito e a separação de
poderes):
Como definir?
Freitas do amaral:
“O direito administrativo é o ramo de direito público constituído por um conjunto de
normas e princípios que regulam a organização e funcionamento da administração
pública e as relações que esta estabelece com outros sujeitos de direito na sua normal
atividade de gestão pública e ainda, os termos e limites da sua atividade de gestão
privada.”
A organização da administração;
Seu funcionamento;
Sua atividade;
Aqui pouco importa saber qual é o mais adequado. Vale saber que independente disto,
o D.A é um ramo público conforme todas as teorias
O D.A talvez seja o ramo de direito, composto pela maior quantia de normas jurídicas,
contadas pelas dezenas, centenas, milhares de aspetos que ele versa e visa regular.
7 Estaríamos perante uma norma de direito público quando o fim dessa norma fosse a tutela de um interesse
público, e perante uma norma de direito privado quando a norma viesse tutelar ou satisfazer interesses
individuais.
8 relação é regulada pelo direito público se a relação jurídica envolver um cidadão e o Estado ou outro sujeito de
Direito Público, visto o cidadão se encontrar numa situação de inferioridade face aos poderes estaduais, e será de
Direito Privado se a relação regulada apenas envolver particulares
9 O relevante é descortinar-se em que posição se encontra a atuar a entidade na relação jurídica. Se o Estado ou
outro sujeito de direito público numa determinada relação, está ou não investido no seu ius imperii, numa posição
de supremacia, a relação pertencerá ao Direito Público. Se, pelo contrário, atua numa posição de igualdade com
outros sujeitos particulares, então a relação pertencerá ao Direito Privado.
-Organizado
-Estruturado
-Normas orgânicas
-Normas funcionais
-Normas relacionais
-Estrutura
-Seus órgãos
-Seus serviços
NOTA: Estas normas começaram por ser consideradas como normas não jurídicas 10!
Inicialmente era do entendimento comum que apenas as normas relacionais
tinham valor jurídico, sendo as orgânicas meramente normas internas, destinadas a
organizar da melhor forma a estrutura da administração, mas com as quais os
particulares não poderiam nem se beneficiar nem ser prejudicados!
Atualmente já não é assim: As normas orgânicas são normas jurídicas, tem eficácia
externa, interessam muito aos particulares. (= Nesse sentido o seu assegurar pela
administração)
*Concluiu-se, após toda uma evolução, que o respeito e observância destas normas
pela própria administração é uma das garantias mais eficazes dos direitos e interesses
legítimos dos particulares!
Outro é âmbito nacional (interesses de âmbito nacional, que podem muito bem
conflituar com os locais!)
As motivações da decisão são muito diferentes. O que a camara entendeu que deveria
ser recusado ao interessado, o ministro poderia perfeitamente vir a aceitar! O município
em causa poderia reunir melhores condições que outros.
Norma orgânica – Diz que uma camara municipal é composta por um presidente e 6
vereadores.
*Durante muito tempo, tal como as normas orgânicas, estas foram consideradas como
puramente internas (Reguladoras de aspetos internos a administração) e não
juridicamente obrigatórias para a administração (não afetavam em nada os
particulares, para bem ou para mau = considerava-se que não haviam direitos
particulares em causa! = Se forem violadas a administração não tem de fazer nada com
os particulares!)
NOTA: Ainda hoje existem muitas normas desse tipo que são efetivamente internas,
sem caráter jurídico obrigatório: Manuais de utilização dos computadores
O facto é que é crescente o número de normas deste tipo, que são externas (relevam
muito para os particulares) e que são juridicamente obrigatórias para administração
(obrigam a administração perante os particulares, de tal forma que estes podem, se
elas forem violadas, invoca-las a seu favor!)
Decorre disto que não é mais possível, tal como fora por muito tempo, que
administrativistas defendam que os *Particulares são sujeitos passivos e A.P é sujeita
ativa do D.A. Ambos no desempenhar de suas atividades, são os dois, variando as
situações. Até por isto não é correto chamar administrados (=evocação situação de
receção passiva da atuação da A.P)
Como bem se sabe a administração por vezes atua sob égide do direito público, e por
vezes, sob égide do direito privado!
*As outras são normas relacionais também (Embora não de D.A), mas de direito
privado (regulam a atividade administrativa de gestão privada)
*Mais a frente – Distinção entre gestão pública e privada bem como os termos nos
quais o direito administrativo releva para esta última!
Por vezes atua segundo o direito privado = posição de igualdade com os outros
sujeitos de direito = exercendo atividade administrativa privada = Comprar, vender,
doar, emprestar, arrendar etc
Gestão pública - Expressão utilizada em nosso direito para designar a atividade pública
da administração!
Gestão privada – Atividade que a administração desempenha, ainda que sempre para
fins de interesse público, mas utilizando meios de direito privado!
Atividade da administração pública desenvolvida sob a égide do direito privado –
Civil, comercial, do trabalho
Atos de gestão privada – São todos os que se compreendem numa atividade em que
a pessoa coletiva, despida de poder público, se encontra e atua numa posição de
paridade com os particulares a que os atos respeitam e, portanto, nas mesmas
condições e no mesmo regime em que se poderia proceder um particular!
Atos de Gestão Pública – Todos os que se compreendem no exercício de um poder
ou um dever público, integrando eles mesmos a realização de uma função pública da
pessoa coletiva, independentemente de envolverem ou não o exercício de meios de
coação, e independentemente ainda das regras, técnicas, ou de outra natureza que na
prática dos atos devam ser observadas.
Mas isto ao menos foi positivo? Não, muito pelo contrário. A privatização da
administração pública não a tornara mais eficiente na gestão dos recursos da
coletividade! O que ocorreu é que:
-Passaram a ser muito mais comuns as derrapagens orçamentais dos vários
empreendimentos públicos executados em regime de direito privado
NOTA:
A administração possui toda a liberdade para decidir colocar uma determinada atuação
sua, sob a égide do direito público!
Mas se, pelo contrário, só poderá atuar nos termos do direito privado se o direito
administrativo – direito público – o permitir – e nos termos em que permitir. É preciso
sempre que haja uma lei administrativa prévia que remeta para o direito privado, o qual
se tornará assim aplicável, com fundamento no direito administrativo e nos termos e
limites por ele fixados. Somente assim poderá ser efetivada a norma do artigo 266 nº1
CRP = Prossecução interesse público!
Daí que o direito administrativo regule não só a atividade de gestão pública, mas
também os termos e limites da atividade de gestão privada! 11
11 Essa mesma orientação, que já vem desde o primeiro CPA de 91, transparece também do CPTA de 2002, que
alargou muito o âmbito de jurisdição administrativa dos contratos em geral, sujeitos ao direito privado.
4) Elementos da Organização administrativa
Por organização administrativa se entende o modo de estruturação concreta que em
cada época, a lei dá à administração pública de um dado país.
Numa teoria da O.A, há que analisar primeiro, os elementos dessa organização, depois
os possíveis sistemas de organização, ou os consagrados, e por fim, os princípios
constitucionais reguladores da O.A.
10.1) PCP.S
Já aqui, é conhecido o conceito de Pessoa coletiva!
O foco inicial será para a distinção pessoas coletivas de direito público e pessoas
coletivas de direito privado!
Não implica em nada que a administração seja apenas formada por P.C.P.s!
No entanto, constitui um fenómeno corrente nas últimas décadas a criação, por parte
de entes públicos, de P.C de direito privado destinadas exclusivamente a satisfação de
necessidade coletivas.
Por isso mesmo não é lógico retirar da noção orgânica de administração pública,
aquelas entidade privadas, criadas pela lei ou por outro ato de direito público, ou até
mesmo, por ato de direito privado, que tenha sido habilitado por normas públicas, com
capitais públicos etc, para prosseguirem o interesse público sob as formas e meios de
direito privado. (Artigo 266 nº 1 CRP)
Daí que a administração precise ser hoje compreendida como sendo formada por dois
grandes setores: O público tradicional e o setor privado administrativo (que engloba
associações, fundações, cooperativas públicas de direito privado, bem como as
Empresas publicas)
De modo algum quer e dizer que as primeiras apenas atuam sob a égide do direito
público e as outras atuam apenas sob a égide do direito privado!
Mas é fato que os critérios de distinção, costumam a ser bem mais complexos e sutis,
ao ponto de existirem mesmo autores, como é o caso entre nós, de Marques Guedes e
Sérvulo Correia, que negam a possibilidade ou mesmo utilidade de tal distinção
Porém isto não é certo! A distinção para além de útil, é perfeitamente possível! Já para
não falar da sua necessidade (imposta pela própria lei ao atribuir-lhe consequências
práticas). Um bom jurista não pode deixar de compreende-la!
A) Distinção
São diversos os critérios propostos para efetuar a distinção, quer os nacionais quer os
estrangeiros! Existem vários critérios, que atendem a um ou a vários dos seguintes
fatores:
Na opinião do Prof. Freitas do Amaral, o melhor é adotar um critério misto que combine
a criação, o fim e a capacidade jurídica.
-As pessoas coletivas criadas por iniciativa pública, para assegurar a prossecução
necessária de interesses públicos, e por isto, dotadas em nome próprio de poderes e
deveres públicos.
Desfiando a definição:
-Segundamente, refere-se que elas tratam de entidades criadas pela iniciativa pública
(O melhor termo, porque abarca todas as hipóteses) 12 (= Nascem sempre de uma
decisão pública, regida pelo direito público, tomada pelo estado, ou por comunidades
regionais ou locais autónomas, ou proveniente de uma ou mais P.C.Ps já existentes)
As P.C.Ps existem para prosseguir o interesse público e não para qualquer outro fim!
Não é algo que possa deixar de estar nas suas atribuições! É algo essencial, pois ela
criada e existe para este fim.
Por outro lado, há Pessoas coletivas privadas que também prosseguem interesses
públicos! Mas podem fazê-lo e deixar de o fazer! E podem simultaneamente, prosseguir
seus interesses privatísticos! (Dualidade!)
12 Iniciativa privada não pode criar P.C.Ps (Mas as P.C.Ps podem criar P.C. privadas). Por muito tempo entendeu-se
na doutrina que seria exigível como parte do conceito de P.C.P, a criação por lei. Isto deixou de fazer sentido,
quando surgiram as primeiras leis que permitiam a criação de P.C.Ps por decreto (como é o caso da E.P.Es). Depois,
passou-se a falar de uma criação por ato do poder público, noção que também acabou por ser afastada, já que
pressupunha sempre a intervenção do poder central, e as leis passaram a prever a criação de certas P.C.Ps por
acordo celebrado entre as autarquias locais mediante escritura pública (associações de municípios).
Não existem exclusiva e necessariamente para a prossecução do interesse público!
Mas são fiscalizadas pelo D.A (de forma maior ou menor) mesmo quando exerçam
realmente funções de interesse público!
A referência a titularidade “em nome próprio” serve para distinguir as P.C.Ps das P.C
de direito privado.
-As últimas pode exercer poderes públicos, mesmo poderes de autoridade, mas o
fazem em nome da administração pública, nunca em nome próprio!
Existem P.C.Ps que não exercem poderes de autoridade muito embora seja titulares
de poderes públicos
-Estado
-Institutos Públicos
-E.P.Es
-Associações Públicas
-Autarquias Locais
-Regiões Autónomas
*A lista, não está ordenada a qualquer modo. Está segundo o critério da maior para a
menor dependência para com o estado!
*Uma coisa é enunciar as categorias das P.C.Ps. Uma outra é agrupá-las em tipos.
Quais são os tipos que essas categorias se reconduzem? Essencialmente três!
-P.C.Ps de população e território (ou de tipo territorial) seu substrato é de população
e território. Estado, regiões autónomas e autarquias locais – Estado, R.As e autarquias
locais!
Não é único para todas! Não existe um único regime para todas elas, não é igual para
todas elas! Depende da legislação aplicável, cada uma tem a sua!
No caso das autarquias locais, todas as espécies tem o mesmo regime, que é definido
basicamente na CRP, na LAL e na LCAA.
Em suma, quando se pretende determinar o regime duma certa P.C.P, não se pode
basear apenas nos traços gerais que a lei consagra ou que a doutrina enumera! É
preciso analisar a legislação específica da P.C.P.
Mas observando os vários documentos reguladores das P.C.Ps, é possível concluir que
os aspetos predominantes de seu regime jurídico são:
- Criação e extinção
Já vimos que a maioria das P.C.Ps são criadas por ato do poder central!
As P.C.Ps não tem o direito a se dissolver e nem se quer estão sujeitas a falência ou
insolvência: Elas não podem ser extintas por iniciativa dos seus respetivos credores!
Só poderá por decisão pública!
É a regra. As P.C.P estão sujeitas a este regime (salvo as exceções art. 2º nº2 e o 3º n
1 alínea b) do CCP).
*As pessoas coletivas privadas não estão sujeitas ao mesmo regime, e não podem
celebrar contratos administrativos com os outros particulares!
As P.C.Ps são ou podem ser titulares de bens do domínio público e não apenas de
bens de domínio privado.
Os trabalhadores das P.C.Ps estão sujeitos aos regimes laborais publicísticos, e não
ao do contrato individual de trabalho. (Entidades públicas empresarias são exceção)
-Sujeição a um regime administrativo de responsabilidade civil
- Foro administrativo
Como se sabe, as pessoas coletivas têm vontade, mas como se expressa? Ela não
pode se expressar dos mesmos modos que os particulares, porque pessoa coletiva é
um termo tal como estado! É abstrato. Uma pessoa coletiva ou o estado, não atua.
Quando se diz que estes atuaram, estão a o fazer, porque possuem aquilo que são os
seus órgãos!
-A segunda, que foi designadamente defendida entre nós por Afonso Queiró e Marques
Guedes, considera que os órgãos são indivíduos e não instituições.
13 Sobre o modo de que eles atuam já foi discutido também! Saber se os órgãos ao atuarem estão a representar a
pessoa coletiva ou se eles a atuarem atuam como se fossem a própria pessoa coletiva. O correto é o segundo caso!
Apenas assim tem capacidade jurídica de exercício!
B.2.1 Classificação dos órgãos
Centrais são todos aqueles que tem competência sobre todo o território nacional!
Locais, são todos aqueles que possuem competência limitada a uma circunscrição
administrativa, ou seja, apenas a uma parcela do território nacional!
-Órgãos primários, secundários e vicários14
Primários – Todos aqueles que dispõe de uma competência própria para decidir as
matérias que lhes estão confiadas (Presidente da câmara)
Representativos são todos aqueles cujos titulares são livremente designados por
eleição.
14 Vice-presidente, por regra, apenas entra em jogo quando o presidente está impossibilitado pelas mais diversas
razões (morte, doença séria, ausência necessária etc). Muitas vezes a lei administrativa estabelece que o órgão
vicário será o mais antigo dos titulares do órgão colegial (é o que se passa com o decano entre os professores
universitários). A regra geral do artigo 22 do CPA, determina que em caso de ausência ou impedimento ou
ausência do presidente ou secretário, a suplência caiba ao vogal mais antigo e ao vogal mais moderno,
respetivamente.
- Órgãos ativos, consultivos e de controlo
Consultivos, são todos os órgãos cuja função é esclarecer os órgãos ativos antes
destes tomarem alguma decisão!
De controlo, são todos os órgãos que tem por missão fiscalizar a regularidade do
funcionamento dos atos.
Permanentes são todos aqueles que segundo a lei tem duração indefinida
Os órgãos simples são aqueles cuja estrutura é unitária (Os órgãos singulares)
Segundo os autores que preconizam esta classificação, diretos seriam os órgãos que
atuam em nome da P.C a que pertencem, e indiretos, os que atuam em nome próprio,
embora no exercício de um poder ou de uma função alheios.
*Prof Freitas do Amaral discorda desta posição, pois não considera que possam existir
órgãos que não atuem em nome da P.C a que pertencem.
B.2.2 Dos Órgãos Colegiais em Especial
A matéria relativa aos órgãos colegiais é bem complexa, mais do que pode parecer.
Tal situação acabou se inverter em 1991, com o primeiro CPA, que reservou em si 15
artigos para esta matéria!
*Nossa atual CPA manteve a matéria e ainda a aprofundou, dedicando por inteiro o
capítulo II da parte II, que integra os artigos 21º a 35º.
B.2.2.1 Termos específicos da secção dedicada aos Órgãos
colegiais
- Composição /Constituição
A composição de um O.C, trata-se do elenco abstrato dos membros que hão de fazer
parte dele, uma vez constituído! (por exemplo, o senado universitário é composto pelo
reitor, dez professores, dez estudantes e cinco funcionários adm)
Para que possam funcionar bem, cada uma das suas reuniões tem de ser marcada e
convocada.
15 Mesmo que a próxima reunião tenha ficado marcada na reunião que acabou, isto não dispensa a necessidade
de convocação!
- Reuniões e sessões
As reuniões correspondem aos encontros dos respetivos membros dos O.C, para
deliberarem sobre determinadas matérias de sua competência.
As sessões são os períodos dentro dos quais podem reunir os órgãos colegiais de
funcionamento intermitente
Tanto umas como outras podem ser ordinárias – se se realizam regularmente em data
e período certo – ou extraordinárias, se são convocadas inesperadamente fora dessas
datas ou períodos.
-Membros e Vogais
-Maioria
A lei exige, por regra, para que se possa considerar tomada uma determinada decisão,
que nesse sentido tenha votado a maioria! Esta maioria é habitualmente definida como
metade dos votos e mais um. (A maioria absoluta que conhecemos! 50% +1)
Esta maioria é incorreta, até porque não bate com premissa de que o número final
global de votos tenha de ser Ímpar!
É preciso considerar assim, maioria, como sendo mais da metade dos votos!
Será maioria relativa, se traduz apenas a maior votação obtida entre as várias
alternativas, ainda que não atinja mais da metade dos votos. 16
16 Neste caso, ainda sendo controvertido chamar-se maioria! Mais adequado seria designar minoria, uma minoria
que a lei admite, em certas condições, que possa valer como maioria!
-Funcionamento, deliberação e votação
Nas reuniões, uma das partes mais importantes, e que se desenrola sem que seja
preciso deliberações, é a leitura da ordem do dia!
Mas sem dúvidas que a parte mais importante é a deliberativa, onde o órgão colegial é
chamado para deliberar em nome da P.C a que pertence!
O processo jurídico mais frequente pelo qual os órgãos colegiais deliberam chama-se
votação, o que permite apurar a vontade coletiva através da contagem das vontades
individuais!
*Mas existem ainda casos em que os O.C pode deliberar sem ser por votação, como é
o caso por exemplo da deliberação por consenso, ou seja, por assentimento tácito
informal nos termos em que for interpretado pelo presidente! (é comum no Conselho de
ministros)
-Quórum17
Por quórum, deve-se entender o número mínimo de membros de um órgão colegial que
a lei exige para que ele possa funcionar regularmente ou deliberar validamente!
Não devem ser confundidos! Por mais que as vezes coincidam, podem por vezes ser
diferentes, nomeadamente:
-Quando lei se contenta, para Órgão poder começar a funcionar, com um número de
presenças inferior ao exigido para que o mesmo órgão possa deliberar!
17 Quórum (em latim: quorum) é o número requerido de assistentes a uma sessão de qualquer corpo de
deliberação ou parlamentar para que seja possível se tomar uma decisão válida. A palavra latina é o genitivo plural
do pronome relativo "qui" (que) e deve traduzir-se como "dos quais" ou "de quem".
O termo originou-se num antigo tribunal britânico chamado "Justices of the quorum", cujos membros atuavam de
forma solidária, de modo que para que uma decisão fosse válida, pelo menos um deles deveria estar presente. O
corpo referia-se ao membro presente mediante a fórmula "quorum vos unum esse volemus", que significava "dos
quais queremos que vós sejais um".
18 Algumas vezes ser referido ao número de membros que compõe o órgão colegial e outras, ao número de
membros presentes na reunião!
-Modos de Votação
*Votação secreta – Sentido de voto de cada um não é conhecido pelos outros. Pode
ser por listas, esferas ou também por método eletrónico.
Como a lei resolve eventuais impasses provocados por uma votação empatada?
19 Existem ao menos 3 grandes diferenças entre estas duas modalidades: (a) no sistema de voto de desempate, o
presidente não tem de tomar posição na generalidade das votações, apenas intervindo em casos de empate, ao
passo que no sistema de voto de qualidade, o presidente tem de opinar em relação a todos os assuntos postos à
votação (b) No primeiro sistema, o presidente sempre que proferir seu voto de desempate, terá o dever de o
fundamentar! No segundo caso, não existe isto! (c) No primeiro sistema, é possível ao presidente suspender a
reunião antes de desempatar ou então propor a reabertura da discussão para se proceder uma nova votação, ao
passo que nada disto verifica-se no outro sistema!
Em ambos os casos, trata-se do presidente a decidir sobre o sentido da votação,
mas existem algumas particularidades:
- No primeiro caso, procede-se à votação sem que o presidente vote e em caso final de
empate, ele intervém para desempatar!
-No segundo caso, o presidente participa como os outros membros na votação geral, e
havendo empate, considera-se automaticamente desempatada a decisão considerando
o sentido que o presidente tiver votado!
-Atos e atas
Atas: Narrativas das reuniões efetuadas, que mencionam não apenas as decisões
tomadas, mas também tudo quanto tiver ocorrido na reunião!
-Dissolução e demissão
Há quem entenda que, a dissolução, é o ato põe termo coletivamente ao mandato dos
titulares de um órgão colegial!
A demissão, seria por sua vez, o ato de fazer cessar as funções de um órgão singular.
Se os titulares dos Órgãos colegiais são nomeados, o ato que põe termo coletivamente
a suas funções é uma demissão! É o que se sucede com o governo!
-Adoção e aprovação
Cabe ao presidente, além de outras funções que lhe sejam atribuídas, abrir e encerrar as reuniões, dirigir os trabalhos e assegurar
o cumprimento das leis e a regularidade das deliberações. (21º nº 2)
O presidente pode, ainda, suspender ou encerrar antecipadamente as reuniões, quando circunstâncias excecionais o justifiquem,
mediante decisão fundamentada, a incluir na ata da reunião, podendo a decisão ser revogada em recurso imediatamente interposto
e votado favoravelmente, de forma não tumultuosa, por maioria de dois terços dos membros com direito a voto. (21º n 3)
O secretário é encarregado de redigir os projetos de atas das reuniões, passa-las ao livro respetivo depois de aprovadas, organizar
o expediente e, em geral, coadjuvar o presidente no que por este lhe for determinado
O presidente ou quem o substituir, pode reagir em tribunal contra as deliberações tomadas pelo órgão a que preside e que ele
considere ilegais, propondo as correspondentes ações judiciais e as providencias cautelares adequadas (art 21 nº 4 e ainda 55º n1
alínea e) do CPTA. Os presidentes são, portanto, órgãos defensores e fiscalizadores da legalidade administrativa (art 21 nº2)
Cabe ao presidente, na falta de determinação legal ou de deliberação do órgão colegial sobre o assunto, fixar os dias e as horas das
reuniões ordinárias (23º n1). Relativamente as reuniões extraordinárias, estas terão lugar quando o presidente as convocar, por sua
iniciativa ou a pedido de pelo menos um terço dos vogais (art 24º n 2)
Todos os órgãos colegiais apenas deliberam durante reuniões formais, efetivamente convocadas e realizadas, sendo, portanto,
consideradas inexistentes, quaisquer decisões tomadas fora do local próprio, por simples reunião informal, por auscultação
telefónica, pela circulação de textos etc
Todos os órgãos colegiais apenas deliberam sobre matérias que constem na ordem do dia! A menos que se trate de uma reunião
extraordinária! (artigo 26º)
As reuniões dos O.C por regra, não são públicas, salvo quando a lei vier dispor o contrário! (art 27). Nas reuniões públicas, os
assistentes podem intervir, caso a lei o preveja ou o órgão assim tenha deliberado, com a finalidade de comunicar ou pedir
informações, ou de expressar opiniões (27º n 3)
A violação das disposições relativas a convocação das reuniões, incluindo as relativas aos prazos, gera ilegalidade de todas as
decisões eventualmente tomadas, salvo se todos os membros do órgão comparecerem a reunião e nenhum deles se opor a sua
realização! (Art 28º)
Os órgãos colegiais, por regra, apenas podem deliberar em primeira convocação quando esteja presente a maioria do número legal
dos seus membros com direito a voto! (29 nº 1) – Quórum. Não comparecendo o mínimo necessário, deverá o presidente convocar
uma nova reunião, com o intervalo de, pelo menos, 24 horas, podendo nesta o órgão deliberar, caso se verifique a presença de pelo
menos um terço dos membros com direito a voto!
O quórum dos O.C que possuem apenas 3 membros, é sempre dois dos membros, mesmo na segunda convocatória! (art 29º n4)
A votação nos O.C, é precedida por uma discussão das propostas apresentadas, desde que qualquer membro manifest
interesse (artigo 31º n 1). Mas passado um período razoável e, nomeadamente, quando todos os membros presentes já u
palavra uma vez, a maioria pode, a requerimento de qualquer deles, dar a discussão por encerrada e decidir passar imediatam
votação
Salvo disposição legal em contrário, nos órgãos consultivos da A.P, não são permitidas abstenções. Não são igualmente per
abstenções nos órgãos deliberativos, sempre que estejam a exercer funções consultivas (artigo 30º)
Membros que se encontrem legalmente impedidos de intervir num procedimento, não deverão votar nem participar na discuss
propostas /projetos relativos ao tal procedimento. Não devem mesmo estar presentes na reunião durante esta discussão e v
(31º n 3)
As deliberações são em regra, tomadas por votação nominal, salvo se a lei impuser ou permitir voto secreto (31º n 1)
Serão sempre tomadas por votação secreta, as deliberações que envolvam a apreciação do comportamento ou das qualida
qualquer pessoa, devendo o presidente, em caso de dúvida fundada, determinar que seja adotada essa forma de votação (31º
A generalidade das votações são tomadas por maioria absoluta dos membros presentes na reunião. Excetuam-se os casos
a lei ou os estatutos exijam maioria qualificada ou estabeleçam como suficiente a maioria relativa (32ºn 1)
Estando dependente de uma aprovação por maioria absoluta, e uma vez não atingida esta, nem se quer ocorrendo empate,
se ira a votação. Mantendo-se o mesmo resultado, a votação é adiada para a seguinte reunião, sendo então suficiente nesta,
aprovação, maioria relativa. (artigo 32º n 2)
Em caso de empate, o presidente terá voto de qualidade, salvo se a lei os estatutos determinarem a adoção do voto de dese
(33º n 1). Em qualquer dos casos, numa votação feita por escrutínio secreto, nunca o empate é desfeito por intervenção qua
do presidente! Nestes casos, a votação será repetida, precedendo nova discussão, na mesma reunião e, caso o empate p
adiar-se-á a deliberação para a reunião seguinte! Se ainda assim o empate se mantiver, proceder-se-á com votação nominal
apenas necessária maioria relativa! (33º n 2 e 3)
Se a lei exigir fundamentação de uma decisão, não pode fazer-se a votação senão com base numa o várias propostas
De cada reunião será lavrada a ata, que conterá um resumo de tudo quanto tiver ocorrido de relevante para o conhecimen
deliberações tomadas e para a apreciação da respetiva legalidade, devendo indicar ao menos, a data e o local da realiza
reunião, a ordem do dia, os membros presentes, os assuntos apreciados, as deliberações tomadas, a forma e resulta
votações e as decisões do presidente! (34 n 1)
Em regra, a ata de cada reunião será aprovada no final da reunião ou no início da reunião seguinte, só votando, para aquele e
neste último caso, os membros presentes na reunião anterior! (artigo 34º n 2 e 3). A aprovação da ata, poderá ser substituí
aprovação de uma minuta sintética, que deverá depois ser convertida em ata e submetida, em reunião subsequente, à apr
dos membros que estiveram presentes na reunião a que diga respeito (artigo 34 n 4).
As decisões tomadas pelos órgãos colegiais da A.P, mesmo que definitivas, apenas adquirem eficácia depois de aprovadas
correspondentes, ou – também depois de serem assinadas as respetivas minutas, embora seja aí uma eficácia condicio
limitada, dependente da reprodução do seu conteúdo na ata e da aprovação desta artigo 34 n 6.
As decisões dos O.C da administração só pela respetiva ata poderão até ser aprovadas. Mas é possível, nos casos de extr
falsidade, o recurso perante a administração ou aos tribunais, a todos os meios de prova para reconstituir a verdade dos facto
As atas serão redigidas em pelo secretário, e uma vez aprovadas, com ou sem alterações, são assinadas pelo presidente
secretário (34 n 2)
Os membros do O.C que votarem de vencidos, podem fazer constar da ata seu voto de vencido oferecendo a respetiva just
(35º n1). Em todo caso, eles deverão sempre fazê-lo, quando se trate de pareceres a enviar a outros órgãos administrativos (3
Se alguma deliberação tomada for considerada ilegal /inconstitucional, ficam por ela responsáveis todos os membros que a
aprovado. Os que votarem de vencidos ficam isentos de tal responsabilidade se fizerem registro na ata da respetiva reunião o
tomada a deliberação. 35 n2)
Nos casos omissos do CPA, incluindo as disposições estatutárias, e na falta de costume aplicável, a constituição e o funcion
dos órgãos colegiais da A.P serão regulados pelo regimento da Assembleia da república, de acordo com a tradição europeia
dos regimentos parlamentares a norma supletiva para os demais órgãos colegiais, públicos e privados.
As pessoas coletivas existem para prosseguir certos fins! E estes fins, são
designados de atribuições!
Para o fazer, precisam atuar de alguma forma! Sim precisam, e para o fazer, precisam
de certos poderes funcionais / capacidade jurídica pública e privada (poderes e deveres
públicos e privados).
*Em princípio e na grande maioria dos casos, quando refere-se a atribuições, reporta-
se a P.C em si mesma, enquanto que quando se refere a competências, já reporta-se
aos seus órgãos!
20 Ressalva da figura da delegação de poderes
Todos os órgãos da A.P encontram pela frente, desde o princípio, duas grandes e
fundamentais limitações: As atribuições e as competências
-Todos os órgãos estão limitados, na sua atuação, por aquilo que são as atribuições da
sua respetiva P.C. Não poderá praticar qualquer ato estranho as atribuições da sua
P.C.
EXEMPLO PRÁTICO:
Município de Sintra que fazer obras de reparação numa estrada que existe em seu
território! Pode fazê-lo? Já é uma questão que é preciso verificar nas suas atribuições.
Mas não é algo exclusivo a este órgão a prossecução das atribuições da P.C.P! Outros
órgãos também podem dispor de parcelas de competência relevantes para a
prossecução da atribuição da P.C! É o caso por exemplo da Assembleia municipal 22, e
do Presidente da Câmara23!
21 As atribuições dos municípios vem reguladas nos artigos 2º e 23º da Lei das autarquias locais, e as
competências de cada um dos seus órgãos nos artigos 25º (ass municipal) 33º (câmara municipal) e 35º
(presidente da Câmara). De um lado as atribuições da P.C.P e do outro, as competências dos órgãos dela.
22 Competências para aprovar as opções do plano e a proposta de orçamento que incluam as obras de reparação
das estradas, para autorizar a contratação de eventuais empréstimos necessários ao financiamento das obras e
para fiscalizar a atuação da câmara relativamente a este assunto!
23 Executar as deliberações da Câmara, praticando vários atos necessários, desde assinar o contrato de
empreitada, mandar fazer os pagamentos ao empreiteiro, coordenar a vigilância sobre as obras
NOTA: Assim vê-se que para a prossecução de uma única atribuição da P.C.P,
diversos órgãos podem atuar! Existe competências distribuídas pelos vários órgãos!
Mas com o detalhe: Estes, sempre que atuarem, o fazem apenas dentro de suas
competências, e não ultrapassam as atribuições de sua respetiva P.C.P!
Do geral analisado, decorre que se aquela mesma estrada, for uma estrada municipal,
então velar pelas condições de circulação integra-se nas atribuições a prosseguir pelo
município de Sintra. Caso for uma estrada nacional, então a reparação já não cabe nas
suas atribuições, porque as estradas nacionais pertencem ao estado, e as respetivas
obras são asseguradas por uma empresa pública estadual (infraestruturas de Portugal,
S.A)
-Lei estabelece uma diferente sanção conforme as situações que podem ser duas:
(a) Órgão de uma P.C.P pratica atos da competência de uma P.C.P terceira – Neste
caso, incompetência absoluta (competências e atribuições dando lugar a nulidade!
+grave 161 nº 2 al b) b) Órgão de uma P.C.P pratica um ato da competência de um
outro órgão, pertencente a mesma P.C.P – Neste caso, incompetência relativa (só
competências violadas, dando lugar a anulabilidade! 163º nº 1)
Este é o funcionamento quanto aos municípios, mas também, no resto das P.C.Ps
diferentes do estado, duma forma geral!
Diferente é o caso da P.C.P estado, administração central, direta, com o Governo!
Estas variações, vão sempre depender de um único aspeto – Da lei ter repartido ou
não, entre os vários órgãos da mesma P.C.P, apenas as competências para prosseguir
as atribuições, ou então, as próprias atribuições com a competência inerente!
24 Nas P.C.Ps anteriores, os seus órgãos possuem diferentes competências mas seguem as mesmas atribuições!
Relativamente aos municípios e a outras várias P.C.P que não (o estado), a lei não
reparte as atribuições pelos vários órgãos, repartindo apenas a competência entre os
mesmos. Os órgãos, todos eles prosseguem, embora com poderes diferentes, as
mesmas atribuições!
O Governo, por sua vez, são as próprias atribuições que estão repartidas pelos vários
ministérios. Cada ministério persegue atribuições específicas, embora, utilizando para
isto poderes jurídicos iguais aos dos seus colegas de governo (autorizar, nomear,
contratar, punir)
Em suma:
-Na primeira hipótese, temos vários órgãos que tem competências diferenciadas para
prosseguirem as mesmas atribuições
Primeiro deles refere que a competência apenas pode ser delimitada, conferida ou
retirada pela lei! É sempre a lei – ou o regulamento - que fixa a competência dos
órgãos da A.P (art 36 CPA) – Princípio da legalidade da competência! Daqui
decorrem alguns corolários:
A distribuição das competências pelos órgãos das P.C.Ps poderá ser feita em função
de diversos critérios (cumulativos para âmbito de incompetência)
-Em razão da hierarquia – Dentro duma hierarquia, a lei efetua uma repartição vertical
de poderes conferindo alguns ao superior hierárquico e outros aos subalternos.
-Em razão do território -Reparte-se os poderes entre órgãos centrais e locais, ou então,
25 Consequentemente, um ato administrativo praticado por certo órgão contra as regras que delimitam as
competências, dir-se-á ferido por incompetência. Os critérios são cumuláveis e todos precisam atuar em
simultâneo.
- Espécies de competências
-Artigo 36º
Na vida prática da administração ocorrem não poucas vezes conflitos entre atribuições
e competências, ou seja, litígios, disputas os órgãos da administração acerca das
atribuições ou das competências que lhes cabe prosseguir ou exercer.
NOTA: COMPETÊNCIAS/PODERES
DEVERES FUNCIONAIS
ATRIBUIÇÕES
Cabem as P.C.Ps
Será negativo, quando dois ou mais órgãos consideram simultaneamente que lhes
faltam as atribuições ou a competência para decidir sobre um dado caso concreto.
Conflitos de competências e atribuições?
-No segundo caso, temos uma disputa sobre a existência ou prossecução de uma
determinada atribuição
A resolução administrativa destes conflitos, poderá ser promovida por duas diferentes
formas! Artigo 52 do CPA
Por iniciativa de qualquer particular interessado, ou seja, que esteja a ser prejudicado
pelo conflito.
Oficiosamente, quer por iniciativa suscitada pelos órgãos em conflito – logo que dele
tenham conhecimento – quer pelo próprio órgão competente para a decisão, se for
informado do conflito.
Os serviços públicos numa designação puramente genérica, são como as células que
compõe internamente as P.C.Ps. Temos o estado, uma P.C.P, e no seu interior, temos
direções gerais, gabinetes, repartições etc que constituem serviços públicos. O mesmo
sucede em todas as outras P.C.Ps!
IV – Os serviços públicos atuam sob a direção dos órgãos das P.C.Ps (talvez a
característica essencial em termos de compreensão) – As pessoas coletivas
possuem seus órgãos, elementos essenciais, braços, mãos e pernas para poderem
atuar = São os órgãos que tomam as decisões que vinculam as P.C.Ps perante o
exterior! No entanto, também são os órgãos que dirigem o funcionamento dos serviços
públicos existentes no interior da P.C.P! E aquela tarefa que os órgãos possuem de
prossecução das atribuições de suas P.C.Ps, apenas é efetivada, na prática, pelos
serviços públicos.27
27 Quem desempenha as tarefas concretas e específicas em que se traduz a prossecução das atribuições das P.C.Ps
tais como, vigilância policial, dar aulas, tratar de doentes, construir estradas pontes e outras obras públicas,
transportar passageiros e mercadorias etc.
Esta última característica é fundamental. É preciso compreender muito bem as
relações que se estabelecem entre os órgãos das P.C.Ps e os serviços públicos. Estas
poderão ser de dois tipos:
(2)Serviços públicos
(1) Órgãos das
auxiliam a atuação
p.c.ps dirigem o
dos órgãos
funcionamento
dos serviços
públicos
Este auxílio?
Os institutos públicos, por sua vez, tem personalidade jurídica própria! São P.C.Ps de
tipo institucional, e por isto mesmo, comportam no seu seio, diversos serviços públicos.
Sistemas de Organização administrativa
CONCENTRAÇÃO / DESCONCENTRAÇÃO
Aqui, a questão se põe no interior de cada P.C.P, dentro da organização de cada uma!
É uma problemática que tem como pano de fundo, como essência, não qualquer
organização, mas a organização vertical dos serviços públicos, traduzindo-se
praticamente na ausência ou na existência de distribuição vertical de competência
entre os diversos escalões de hierarquia.
ASSIM SENDO
(S ADM concentrada) (S ADM
desconcentrada)
Concentração Desconcentração
Entre nós, vale o segundo caso, desde logo por força constitucional – ARTIGO 267º
Nº2 da CRP – PRINCÍPIO DA DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA
ATENTO AS DIFERENÇAS!
Jamais confundir com as figuras da centralização e descentralização administrativas.
Primeiro caso, existirá apenas um P.C.P (estado), ficando assim reservada ao governo
a função administrativa exercida sobre todo o território nacional!
No terceiro caso, vão haver para além da P.C.P estado, uma multiplicidade de P.C.Ps,
mas em cada uma delas, haverá apenas um centro decisório (-órgão superior de cada
uma)
No último caso, também existirão várias P.C.Ps, e cada uma delas terá não um único
centro decisório, mas vários. Dentro de cada uma, as competências serão repartidas
entre os superiores e os subalternos.
Vantagens e inconvenientes?
O que pode
Traduzir-se ….
Melhor
qualidade
do serviço
Mas não é unanime! Há claramente quem contraponha isto com alguns inconvenientes,
nomeadamente:
Não é muito aceite de todo! A tendência mais atual e dominante, mesmo nos países
mais centralizados, é para favorecer e desenvolver a desconcentração!
Espécies de Desconcentração
-Ampla ou restrita – Conforme o delegante resolva delegar uma grande parte de seus
poderes/competências ou apenas uma parcela. (Há autores que defendem a delegação
total, mas atualmente é uma figura que por força da lei, está impossibilidade de existir)
30 Isto porque a competência dos órgãos é algo irrenunciável e inalienável! É a regra! Artigo 36º n 1 do CPA. Só
pode haver delegação de poderes com base na lei! E até por isto nossa CRP, estabelece que nenhum órgão de
soberania, de RA, ou de poder local, poderá delegar seus poderes noutros, a não ser, nos casos e nos termos
expressamente previstos na CRP e na lei (artigo 111 CRP). 36º , regra, comporta logo a exceção.
existem alguns casos de delegação não hierárquica (como sucede na delegação de
poderes de um órgão em outro órgão ou outro agente que não dependa,
hierarquicamente do delegante – camaras municipais no seu presidente, ministros nos
secretários de estado ou nos subsecretários de estado).
REGIME JURÍDICO
a) Requisitos do ato de delegação - Para que este seja válido e eficaz, nossa lei
estabelece que sejam observados um determinado número de requisitos,
nomeadamente:
Na dúvida, deverá se interpretar o ato de delegação no sentido de que não terá querido
abranger poderes indelegáveis!
O conteúdo do mesmo ato deverá ainda incluir, a indicação da norma que atribui o
poder delegado, assim como da norma habilitadora da delegação (artigo 47º n 2
segunda parte do CPA).
Muitos autores, dentre os quais Marcello Caetano, André Gonçalves Pereira) defendem
que o delegante não perde a competência nem deixa de a poder exercer. O que ocorre
é que delegante e delegado ficam investidos de competência simultânea sobre as
matérias que foram alvo de delegação, podendo qualquer um deles praticar um ato
relativo aquela matéria!32
Não é muito lógico, não faz muito sentido em termos de racionalidade da organização
administrativa, que o delegante confira uma delegação de poderes ao delegado, para
continuar a poder exercer pessoalmente estes poderes depois, tal como se não
estivessem delegados!
32 Vale o princípio da preclusão da competência! O primeiro que a exercer impedirá o exercício pelo por parte do
outro.
33 Avocação, em Direito, significa o ato de atrair para si alguma competência! Ela pode ser praticada por escrito,
oralmente, ou ainda, mediante a retenção do processo na posse do delegante. Reparar: Em cada um dos
momentos há apenas um órgão competente! Se o delegante delega, é o órgão delegado que passa a ser
competente. Se o delegante avoca, passa a ser ele de novo o competente.
volta para delegante modo como devem
ser exercidos
o delegado não poderá os poderes
delegados34
ao abrigo dela
34 Delegação de poderes tem essência voluntária: Apenas existe enquanto o delegante a confere e enquanto não
a retira, de modo a que a atuação do órgão delegado tem de caber sempre ao delegante. Há uma relação! Se a
delegação de poderes for hierárquica, o órgão delegante orientará o órgão delegado através de ordens, as quais
exprimirão o exercício do seu poder de direção. Se for delegação não hierárquica, o delegante apenas poderá
emitir diretivas, que traduzir-se-ão no exercício do seu poder de superintendência
35 Diferente dos atos de delegação propriamente ditos! Atos de delegação, atos praticados ao abrigo da
delegação!
Para além destes requisitos gerais, sua legalidade depende ainda da existência,
validade e eficácia, do ato de delegação!
*Se este for detetado como inexistente, inválido ou ineficaz os atos praticados ao seu
abrigo são irremediavelmente inquinados.
Mas por serem atos administrativos praticados por delegação, existe mais um requisito
especial: Os atos do órgão delegado deverão conter a menção expressa de que são
praticados por delegação, identificando-se o órgão delegante (48º n1 e 151 n1 alinea
a)36
ARTIGO 48º N2 DO CPA – Mas e se um particular tiver sido induzido em erro pelo
órgão delegado mencionar uma delegação inexistente ou então não mencionar uma
delegação existente?
Quais as características, natureza dos atos praticados pelo delegado ao abrigo duma
delegação de poderes? Muitos se discute doutrinalmente!
-Atos do delegado são definitivos? Segundo prof. Freitas do Amaral sim. São
definitivos, tal como se estivessem a ser tomados pelo órgão delegante. Decorre do
artigo 44º n 5 do CPA!
-Caberá recurso administrativo dos atos do delegado para o delegante? (Artigo 199 n 2
CPA)
Se assim for, após aquelas situações o que acontece é que a delegação de poderes
caduca.37
Por outro lado, a delegação de poderes poderá ser também extinta, voluntariamente,
por anulação ou por revogação. O delegante poderá em qualquer momento e sem
nenhuma necessidade de fundamentação, por termo à delegação (Artigo 50 alínea a)
Justamente por isto tudo, é que a delegação de poderes é encarada por nossa lei (50
n2 CPA) como um ato de confiança pessoal do delegante no delegado! Uma relação de
confiança. Se são alterados, a delegação caduca automaticamente por força da quebra
desta relação. E então, apenas um novo ato de delegação poderá produzir ou renovar
a situação anterior.
37 Detalhe que a delegação de poderes será extinta por caducidade, sempre que mudar a pessoa do delegante ou
a do delegado (artigo 50 n 2 CPA). É uma relação de confiança.
f) Regime jurídico da subdelegação – Por inúmeros anos pensou-se que este
figura seria meramente excecional, valendo pelo princípio “delegatus non potest
delegare” = Delegados não podem delegar
Ao passar dos tempos, as leis administrativas foram admitindo um número cada vez
maior de casos de subdelegação para aliviar os órgãos dirigentes do excesso de
poderes e responsabilidades. Valia algures do princípio anterior = Os delegados
poderiam subdelegar, apenas se (para além da lei de habilitação o permitir) se o
delegante o autorizasse expressamente, mantendo um controlo absoluto.
Tal regime foi afastado pelo que é o artigo 46º do nosso CPA:
JURIDICO
Não coexistem!
POLÍTICO-ADMINISTRATIVO
Não são conceitos absolutos! Poderá sempre haver aqui, mais ou menos
centralização! Mesma coisa com a descentralização! Será tudo uma questão de grau.
*Há descentralização quando os órgãos das autarquias locais são livremente eleitos
pelas suas respetivas populações, quando a lei os considera independentes na órbita
das suas atribuições e competências, e quando estiverem sujeitos a formas suavizadas
de tutela administrativa.
NOTA: Muito dificilmente encontramos sistema absolutamente centralizados ou
descentralizados!
Qual o relevo prático desta distinção? Vale perceber estas diferenças, principalmente
pois a descentralização jurídica pode constituir na prática um véu enganador, que
recobre a realidade duma forte descentralização político-administrativa.
A) Centralização
Vantagens:
Desvantagens (muitos)
B) Descentralização
Vantagens:
-Abre portas ao mau uso dos poderes públicos da administração (por parte de pessoas
que nem sempre podem estar preparadas para os exercer)
=Milhares de autarcas gerindo as autarquias locais com toda certeza haverá em algum
local, faltas de preparação para o exercício de funções, e assim mau uso dos poderes
públicos no âmbito da decentralização.
Por isto mesmo que, atualmente, na generalidade dos países do mesmo tipo de
civilização e cultura que o nosso, o debate não situa-se entre centralização e
descentralização, até porque praticamente todos aceitam a descentralização.
Espécies de descentralização?
Quanto aos graus, existem vários. Juridicamente, estes graus de descentralização são:
A descentralização tem de ser submetida a certos limites! Não pode ser ilimitada, caso
contrário, grandes prejuízos poderiam ser provocados:
Por exemplo: Um órgão da Pessoa coletiva tutelada, omite-se da prática de um ato que
lhe seja juridicamente obrigatório. Em casos destes, e se houver tutela substitutiva, o
órgão tutelar poderá substituir-se ao órgão da entidade tutelada e praticar, em vez dele,
os atos legalmente devidos
PRINCÍPIO GERAL– A Tutela Administrativa não se presume! Apenas vai existir, nos
casos em que a lei expressamente a prevê ou nos precisos termos em que a lei a
estabelecer.