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TUTELA JURIDICIONAL EFETIVA – Acórdão Unibet –

Incialmente designado princípio da eficácia

Decompõe-se em várias situações (para a assegurar):

Direito a juiz / tribunal

Ac. Heylens, 15/10/1987, Proc. 222/86 + Ac. Deville, 29/06/88,


Proc. 240/87 (treinador de futebol belga contratado por um clube
francês)

Estados membros devem proporcionar as vias jurisdicionais de


recurso necessárias que permitam verificar a legalidade das
decisões relativamente ao direito comunitário e que o interessado
possa ter conhecimento dos fundamentos subjacentes à decisão.

É indispensável a existência de uma via de direito que permita ao


particular recuperar os valores em causa

Direito do juiz no direito probatório (Ac. Johnston,


15/05/1986, Proc. 222/84)

Ninguém pode ser impedido de realizar suas provas tendo em


vista a satisfação de direitos, assegurados por legislação
comunitária, seja por qualquer motivo for.
Limitações à liberdade de fixação de prazos processuais,
caducidade e prescrição;

Os processos deverão decorrer dentro dum prazo máximo de


tempo, ao qual se for ultrapassado, pode ser que já nem se
estará a proteger os interesses suscitados.

Conhecimento oficioso; Ac. Frateli Constanzo, 22/06/1989,


Proc. 103/88 / Simmenthal

Deve lembrar-se que, nos acórdãos de 19 de janeiro de 1982, o


Tribunal entendeu que, em todos os casos em que, atento o seu
conteúdo, disposições de uma diretiva parecerem incondicionais
e suficientemente precisas, os particulares têm o direito de as
invocar contra o Estado nos tribunais nacionais, quer quando
este não fez a sua transposição para o direito nacional nos
prazos previstos na diretiva quer quando tenha feito uma
transposição incorreta.”

Ac. Frateli Constanzo, 22/06/1989, Proc. 103/88.


Há que salientar que, se nas condições acima referidas, os
particulares têm o direito de invocar as disposições de uma
diretiva nos tribunais nacionais é porque os deveres que delas
decorrem se impõem a todas as autoridades dos Estados-
membros.
Ac. Frateli Constanzo, 22/06/1989, Proc. 103/88

Seria por outro lado contraditório entender que os particulares


têm o direito de invocar perante os tribunais nacionais, as
disposições de uma diretiva que preencham as condições acima
referidas, com o objetivo de fazer condenar a administração, e,
no entanto, entender que esta não tem o dever de aplicar aquelas
disposições afastando as de direito nacional que as contrariem.

Ac. Frateli Constanzo, 22/06/1989,


Daqui resulta que preenchidas as condições exigidas pela
jurisprudência do tribunal para as normas de uma diretiva
poderem ser invocadas pelos particulares perante os tribunais
nacionais, todos os órgãos da administração, incluindo as
entidades descentralizadas, tais como as comunas, têm o dever
de aplicar aquelas disposições.” (Diretivas não transpostas ou
mal transportas)

Por causa da vinculação das jurisdições nacionais ao princípio da


cooperação, também os tribunais nacionais
«
Conhecimento oficioso “anda de mão dada” com o efeito direto
(particulares tem direito a invocar normas de direito da união
perante órgãos jurisdicionais nacionais, quer contra o estado,
quer contra outros particulares)
2. Para que uma norma possa ser conhecida oficiosamente é
necessário que possa ser invocada em juízo.
Consequências da violação DUE – caso julgado; Ac. Kapfere,
de 16/03/2006, Proc. C-234/04

Recurso de revisão!

*É possível voltar atrás em decisões transitadas em julgado.


Extraordinariamente!

Princípio da eficácia parece exigir que seja possível o recurso


extraordinário contra sentenças dos tribunais nacionais
transitadas em julgado que violem o Direito da UE!

Ac. Kuhne & Heitz (exige possibilidade de recurso extraordinário


contra sentenças dos Tribunais nacionais transitadas em julgado
que violem DUE)
No Ac. Kapfere, de 16/03/2006, Proc. C-234/04 o Tribunal
nacional questionava aplicabilidade da jurisprudência acima
referida (Kuhne & Heitz) às sentenças transitadas em julgado.

Ac. Kapfere, de 16/03/2006, Proc. C-234/04

Questão: “a) O princípio da cooperação consagrado no art.º 10.º


CE deve ser interpretado no sentido de que, de acordo com as
condições estabelecidas pelo TJ no Ac. Kuhne & Heitz, também
um órgão jurisdicional nacional deve reexaminar e revogar uma
decisão judicial com força de caso julgado se apurar que viola o
direito comunitário? Existem eventualmente outras condições
para o reexame e para a revogação de decisões judiciais para
além das aplicáveis às decisões administrativas?

Ac. Kapfere, de 16/03/2006, Proc. C-234/04

TJ: “deve recordar-se que o mesmo acórdão subordina a


obrigação de o órgão em questão, por força do art.º 10.º CE,
reexaminar uma decisão definitiva que se revele ter sido adotada
em violação do direito comunitário, nomeadamente, à condição
de o referido órgão dispor, segundo o direito nacional, do
poder de revogar essa decisão.”

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