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Universidade de Brasília - UnB

Faculdade de Direito - FD
Direito Financeiro
Christoff Rafael Gomes Freitas
Matrícula: 19/0059427

Resumo do Módulo I

Cumpre expor, inicialmente, que o Direito Financeiro é o ramo do direito público


que regula a Atividade Financeira do Estado que, engloba quatro elementos: receita pública
(orçamentária); crédito público; orçamento público e despesa pública.
Assim, o Estado, na realização da atividade financeira, tem como objetivo obter
recursos (Receita Pública) para poder gastar/investir (Despesa Pública) na aplicação de seus
fins. Além disso, não havendo recursos suficientes, o Estado precisa criá-los (Crédito Público)
para que sejam capazes de atender as necessidades públicas. Por fim, essa atividade deve ser
gerenciada, organizada e previamente trabalhada em lei (Orçamento Público). (RAMOS
FILHO, 2012).

A atividade financeira é representada pelo conjunto de ações que o Estado


desempenha visando à obtenção de recursos para seu sustento e a respectiva
realização de gastos para a execução de necessidades públicas. Disso decorre
que referida atividade depende de três elementos que se interconectam na
definição proposta: o orçamento público, como peça responsável pela
delimitação das receitas e despesas em um dado exercício; as formas,
condições e limites de obtenção de receita para fazer frente às despesas
fixadas; e as formas, condições e limites de gasto do dinheiro público e,
assim, os métodos de aplicação e dispêndio das receitas. Tendo-se em vista
que se trata de atividade cujo objetivo é assegurar a realização de
necessidades públicas, é possível dizer que o Estado é sujeito dessa atividade
do ponto de vista amplo, o que significa afirmar que todos os entes da
Federação são titulares do dever de garantir e assegurar não só a manutenção
da estrutura administrativa estatal, mas igualmente de satisfazer as
necessidades públicas por meio do gasto do dinheiro público. Ademais,
ressalte-se que os órgãos da administração indireta que figuram como atores
do setor privado (i.e. empresas públicas e sociedades de economia mista) não
se incluem, em princípio, como sujeitos de referida atividade financeira, na
medida em que suas tarefas são realizadas no âmbito e sob as normas de
direito privado. Trata-se, então, de se ter claro que a atividade financeira
decorre, essencialmente, do exercício da soberania do Estado nos casos em
que este realiza atividades próprias e indelegáveis. (PISCITELLI, 2015).

Diante do exposto, considera-se atividade financeira do Estado a procura de


meios para satisfação das necessidades públicas. Assim, conforme Régis Fernandes de
Oliveira, a referida atividade estatal “é representada pelo conjunto de ações que o Estado
desempenha visando à obtenção de recursos para seu sustento e a respectiva realização de
gastos para a execução de necessidades públicas.”
Conforme corrente majoritária, as necessidades estão divididas da seguinte forma:
necessidades humanas, que são as exigências reais ou efetivas para uma vida em sociedade;
necessidades individuais, satisfeitas pela própria pessoa, são aquelas que consideram o
indivíduo isoladamente (ex.: alimentação, vestuário, transporte e habitação).

Em caráter excepcional, o Estado ou Poder Público pode assumir as


responsabilidades pelo atendimento das necessidades individuais básicas de
certo conjunto de pessoas. Observe que a Constituição qualifica como direito
fundamental social a assistência aos desamparados (art. 6o.) e estabelece que
a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: a) a proteção à
família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; b) o amparo às
crianças e adolescentes carentes; c) a promoção da integração ao mercado de
trabalho; d) a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência
e a promoção de sua integração à vida comunitária e e) a garantia de um
salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao
idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou
de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei (art. 203).
(BARTINE, 2015).
Continuando, as necessidades coletivas são aquelas de um conjunto definido de
pessoas (classes, categorias, coletivos). Exemplos: uma ponte que liga duas regiões,
urbanização de determinada região e as necessidades gerais são de todos de forma
homogênea, atendendo os súditos como um todo. Exemplos: educação, saúde, segurança
pública.
Assim, conforme adentra-se no conteúdo, torna claro a necessidade de se
caracterizar o conceito de serviço público, meio pelo qual atinge-se a consecução das
necessidades gerais e coletivas, buscando efetivar a aplicabilidade dos direitos fundamentais,
tutelados constitucionalmente, compreendendo e inserindo o conceito de Direito Financeiro,
disciplinando essas necessidades sob o aspecto econômico.
Desta forma, caracteriza-se como o conjunto de atividades/ações pelas quais o
Estado atinge seus fins. As principais características dos serviços públicos são: a)
seletividade, porque são selecionados, específicos dentre toda a massa de serviços que podem
ser prestados aos súditos; b) universalidade, porque objetivam toda à coletividade, não
pessoalizam os interessados; c) coercibilidade, porque decorrem do poder de soberania do
Estado; d) não-reciprocidade, porque o Estado não tem obrigação de retribuir em serviços a
importância recebida do particular, que realiza o pagamento dos tributos.

Os serviços públicos, exemplificando-se com a atividade policial, são pagos


por toda a população e devem estar efetivamente disponíveis para toda à
sociedade, pois não há como saber quem vai usar e quanto ou quando do
serviço irá necessitar[88]. Os serviços públicos devem ser criados,
organizados e mantidos para todo o povo e, como todos necessitam e todos
pagam, é indispensável que os serviços sejam criados tendo em vista as
necessidades comuns, devendo ser proporcionados coletivamente com a
mesma qualidade e presteza. Dalmo Dallari fala da indispensabilidade de se
considerar que “a prestação de serviços essenciais significa o atendimento de
necessidades básicas da pessoa humana” e que, por isso, é inaceitável que
nesse as decisões relativas às necessidades básicas dos cidadãos sejam
subordinados “ao critério da conveniência econômica”, pois, antes de
qualquer coisa, ‘essas despesas são necessárias, e seria ilógico pretender que
atividades dessa espécie dessem lucro para o estado’. (MORAES, 2012).
Complementando, os serviços públicos se subdividem em: Preços Públicos
(cobrados pelo Estado quando realiza atividade privada); Preços Semi-Privados
(estabelecidos/regulados pela Lei da oferta e procura, mediante questões mercadológicas);
Sentido Estrito (o Estado, prestando a atividade, não aufere lucro, mas também não incorre
em prejuízo financeiro - o preço cobre o valor necessário) e, por fim, Preços Políticos (o valor
auferido é inferior ao custo, sendo responsável por custear).

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