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Avaliações:
23 de Março: primeira avaliação contínua
04 de Maio: segunda avaliação contínua
Bibliografia:
Constituição da República Portuguesa
Lei de Enquadramento Orçamental (Lei 41/2020 de 18 de Agosto)
Lições de Finanças Públicas do José Joaquim Teixeira de Ribeiro
Finanças Públicas do Sousa Franco
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23/02/23
Parte financeira da CRP – arts.º 101⁰ à 107⁰
Para aprovar uma lei financeira é necessária uma maioria, ou seja, 116 deputados dos 230 da
Assembleia da República.
O ano económico incide com o ano civil, ou seja, de 01 de Janeiro à 31 de Dezembro, se não o
acontecer a aprovação do orçamento neste tempo então vigora o orçamento do ano anterior tendo
em atenção a regra dos duodécimos (art. 58.⁰), ou seja, cada um dos ministérios não podia gastar
mais de três doze avos (3/12) do ano anterior.
A fiscalização da execução do orçamento é feita pelo Tribunal de Contas e pela AR (art.º 107).
Quando falamos de finanças diz-se os meios ou instrumentos financeiros para se utilizar na
compra de produtos e de serviços. O Estado realiza despesas para produzir bens e para satisfazer
necessidades, o Estado tem despesas e as suas finanças destinam-se a satisfazer as necessidades
coletivas.
Para satisfazer essas necessidades coletivas tem que ter os seus meios de financiamento, ao
contrário das finanças privadas em que através da venda dos seus produtos ou serviços recebem
os preços desses mesmos bens e serviços. As empresas privadas em princípio têm em perspetiva
o lucro, tentando sempre uma diminuição dos perspetivos lucros, pelo contrário o Estado não tem
perspetivo lucro, presta determinados serviços com a finalidade de serem úteis para a sociedade,
como por exemplo: as estradas, o exército, os meios de comunicação, a segurança, a defesa,
nunca estando em perspetiva o lucro.
Os bens públicos são bens que o Estado e outros entes públicos afetam à satisfação de
necessidades, os bens públicos satisfazem necessidades coletivas, enquanto que os bens semi-
públicos satisfazem simultaneamente necessidades coletivas e necessidades individuais, como
por exemplo: a administração da justiça. Os bens públicos têm as seguintes características:
I. Prestam utilidades indivisíveis;
II. Não são suscetíveis de serem utilizados por um só indivíduo, o que traduz-se na
impossibilidade de exclusão, isto quer dizer que os bens públicos não são exclusivos,
ninguém pode ser privado da sua utilização;
III. Não são bens emulativos, isto quer dizer que para usufruir das vantagens da sua
utilização, os sujeitos não entram em concorrência uns com os outros, o mesmo é
dizer irrivalidade: o consumo de um bem não se pode dividir pelos utentes, sendo o
consumo indivisível e a lei igualmente não rival, no sentido de que a utilização do
bem por A não impede ou prejudica a sua utilização por B.
Os bens públicos têm as seguintes características mencionadas acima, estas mesmas
características complementam-se umas às outras e o exemplo mais característico que temos é o
farol, como também pode ser o exército de defesa de um país.
Os bens produzidos pelo Estado que satisfazem necessidades coletivas são sempre bens públicos,
simplesmente acabamos de ver que esses bens ou muitos deles satisfazem ao mesmo tempo
necessidades de satisfação ativa, daí que se possa distinguir entre bens públicos propriamente
ditos – os que se limitam a satisfazer necessidades coletivas, e bens semi-públicos – os que
satisfazem as duas ordens de necessidades. Assim, é público o serviço de doenças contagiosas, e
é semi-público o da administração da justiça.
Finanças Positivas
As finanças positivas é a ação desenvolvida pelo Estado para a satisfação de necessidades
coletivas. As finanças normativas é a ação mais adequada para a satisfação de tais necessidades
através de um conjunto de regras ou normas que constituem a política financeira, daí tratar-se
também de finanças normativas.
02/03/23
Finanças Neutras, Neutrais ou Clássicas e Finanças Intervencionistas
As finanças neutras ou neutrais correspondem ao liberalismo económico (séc. XIX e início do
séc. XX) em que o Estado não devia cobrar receitas e pagar despesas a fim de alterar a procura e
oferta. Estas finanças neutrais ou clássicas estão ligadas a economistas como Jean-Baptiste Say
ou Adam Smith, estes economistas clássicos consideravam que o Estado devia abster de intervir
no domínio económico permitindo que as iniciativas individuais à concorrência e as leis do
mercado que deviam desenvolver livremente. A atividade do Estado devia confinar-se à
segurança, à ordem pública, à justiça, como também à diplomacia.
Estas finanças neutrais caracterizam-se por quatro princípios:
I. Privatização da economia: o Estado devia simplesmente criar as condições para manter
a sociedade organizada. Defendia a iniciativa privada como também a propriedade
privada;
II. Sector público reduzido: o Estado devia abandonar as atividades produtivas, alienando
boa parte do seu património. Via o Estado como mal gestor, mal administrador;
III. Princípio do mínimo: o Estado devia intervir com o mínimo possível, como também a
atividade financeira devia absorver a menor parcela possível do rendimento nacional;
IV. Simplicidade das finanças públicas: os impostos eram uma receita típica do período
liberal. Segundo o princípio do equilíbrio orçamental em que as despesas totais deveriam
ser iguais às receitas normais.
Finanças Intervencionistas
Finanças que pretendem modificar as condições da economia privada. Estas finanças, o Estado
pretendia através delas três grandes objetivos:
I. Redistribuição do rendimento e da riqueza a favor daqueles que tenham
rendimentos mais pequenos: para isso vai o Estado transferir rendimentos para os
pobres, para os mais desfavorecidos, ou organizar serviços que esses mais
desfavorecidos beneficiem;
II. Estabilidade económica, isto é, estabilidade dos preços e do emprego: o Estado
procura atenuar as fases de depressão ou recessão que eram vícios do sistema
capitalista;
III. Desenvolvimento económico, isto é, o aumento do rendimento potencial à longo
prazo: de modo que se possa aumentar o mais possível o rendimento per capita.
Estas finanças intervencionistas foram fortemente influenciadas por Keynes para tentar corrigir
os desequilíbrios económicos.
Nos dias de hoje muitas vezes falam-se em finanças funcionais para traduzir a ideia de que a
escolha desses instrumentos, a escolha das receitas e despesas públicas devem basear-se na
maneira como cada uma delas funciona nos efeitos que exerce sobre a economia nacional, ao
contrário das finanças neutras ou neutrais. O Estado abandona a posição de abstenção através das
finanças intervencionistas, o Estado utiliza instrumentos de políticas económicas.
As finanças intervencionistas também podem ser designadas por finanças funcionais para
traduzir a ideia de que as escolhas desses instrumentos são eficazes em determinadas alturas e
para o Estado tomar as decisões certas tendo em atenção o bem-estar social.
Orçamento do Estado
O orçamento é um documento com as receitas e as despesas que se encontram previstas.
O orçamento é uma previsão anual das despesas a realizar pelo Estado e das receitas que as hão-e
cobrir incorporando a autorização concedida à administração financeira para cobrar receitas e
realizar despesas, limitando os poderes financeiros da administração há cada ano.
09/03/23
Orçamento da gerência e Orçamento do exercício
O orçamento da gerência é aquele que prevê as receitas que o estado irá cobrar e as despesas
que irá pagar durante o período financeiro. É, portanto, uma previsão de receitas e de despesas na
sua fase terminal de cobranças e de pagamentos.
É o caso de Portugal, somente há receitas ou há despesas relativas desse ano – exemplo:
autoestrada que é feita num período de quatro anos e custa no total 400 milhões)
O orçamento do exercício é aquele em que se preveem as receitas que o Estado irá cobrar e as
despesas que irá pagar em virtude dos créditos e das dívidas que irão surgir ao seu favor e contra
si durante o período financeiro. É, portanto, uma previsão de receitas e de despesas na sua fase
inicial de créditos e de dívidas.
10/03/23
Aula de Orientação Tutorial
O orçamento é válido apenas no tempo, ou seja, para o ano que é planeado, e o órgão de governo
que propõe a realização deste tal orçamento é o Ministro das Finanças até 10 de Outubro,
mediante da autorização pela Assembleia da República até 30 de Novembro, ou 15 de
Dezembro, para que possa entrar em exercício no próximo ano civil, em caso da não aprovação
do orçamento usa-se a regra dos duodécimos, uma vez que não existe o orçamento do ano civil.
16/03/23
Caso prático
O Estado conta arrecadar a receita de um determinado imposto 100 milhões de euros, sendo que
desses 50 milhões de euros irá escrever no orçamento de 2023, e os outros 50 milhões de euros
no orçamento de 2024.
17/03/23
Aula de Orientação Tutorial
A receita é uma previsão e a conta é uma efetivação.