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CONTABILIDADE PÚBLICA
Necessidades sociais – são aquelas que resultam necessariamente da vida em sociedade e são
sentidas pela sociedade no seu conjunto, ou como um todo.
Necessidades públicas – são aquelas cuja satisfação é feita pela actuação do Estado ou de outros
entes públicos.
Necessidades de satisfação passivas – são aquelas cuja satisfação se faz pela mera existência
dos bens, e não exigem, qualquer actividade do consumidor. Tomemos como exemplo a
necessidade de defesa do território. Os habitantes de determinado país sentem a necessidade de
o ter permanentemente defendidos ou protegidos contra possíveis ataques externos, mediante o
serviço de exército.
Daí a razão de criação de exército, e que basta que esse serviço tenha sido criado, para que todos
o utilizem, isto é, para que todos satisfaçam a sua necessidade de defesa do território. As
necessidades de satisfação passiva não assentam num mecanismo de procura; o seu
financiamento faz-se por imposição de um sacrifício ao património dos particulares.
Necessidades de satisfação activa – são aquelas cuja satisfação exigem uma certa actividade
do consumidor.
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Exemplo, a necessidade de alimentação. Para uma pessoa se alimentar, não basta que os bens
existam, que mantimentos tenham sido produzidos; é preciso que a pessoa os procure, que
desenvolva, uma actividade para os utilizar.
Circunstâncias de Satisfação
Activa (princípio de exclusão): o produtor dos bens pode exigir um preço pela utilização
desses bens. Aí, vigora, o princípio da exclusão: o preço exclui os que não podem ou não estão
em condições de pagar. Por exemplo o padeiro que fabricou o pão, ao marcar o preço impede
quem quer comer o pão sem ter pago previamente. Isso permite lhe, através da venda, cobrir as
despesas da produção.
Passiva (princípio de inexclusão), o produtor dos bens já não pode exigir pela utilização dos
bens preço nenhum. Imagine-se que alguém se recordou de organizar o serviço do exército.
Desde que o serviço existe, passa a ser utilizado por todos sem pagamento de qualquer preço.
O indivíduo que criou o serviço de exército não beneficia do princípio de exclusão: vê-se
impossibilitado de obter o mínimo pagamento dos utentes ou utilizadores desse serviço e fica
com as despesas integralmente a seu cargo.
As incapacidades do mercado obrigam pois, para haver níveis aceitáveis de bem-estar social, a
actuações correctivas e supletivas de sujeitos económicos não dominados pela lógica do
mercado.
Bens públicos ou bens colectivos são aqueles em que, para um determinado nível de existência
ou provisão do bem, a sua utilização por uma pessoa não prejudica minimamente a utilização
por qualquer outra:
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É o caso de um farol, da defesa nacional, do serviço de patrulha policial ou patrulha costeira,
do funcionamento geral dos órgãos de soberania, caminho municipal que dá acesso a quinta do
Sr. Beltrano.
A provisão dos bens públicos pode e deve ser feita pelo Estado por diversas razões:
A provisão do bem nas condições adequadas à obtenção da satisfação óptima: significa prestar
serviços públicos ou colocando bens à disposição da colectividade, com carácter duradouro
(património do Estado: edifícios, equipamentos, terra, etc.) ou em cada ano (despesas públicas);
Deve observar-se que em casos se trata de actividades sem as quais não haveria Estado; a defesa
do prestígio e autoridade do Estado pode levar a proibição de exércitos privados mas não a
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serviços privado de segurança; já que a sua existência fornecem bens/serviços privados a par do
bem público da segurança.
Obtenção dos recursos necessários para assegurar a provisão dos bens através de
financiamentos: receitas públicas (impostos), créditos e donativos.
Falar de finanças, é falar de meios ou instrumentos financeiros, que são o dinheiro (fundos) e os
créditos; os meios financeiros que têm de se adquirir e servem para se utilizar na compra de
produtos/bens e serviços ou como reserva de valor.
Finanças Públicas – designam a actividade económica de um ente público tendente a afectar bens
à satisfação de necessidades que lhe estão confiadas.
O objectivo das finanças públicas abrange o estudo de todos os aspectos que envolvem a utilização
pelo sector público, de recursos económicos tendo em vista alcançar adequados níveis de emprego,
crescimento e desenvolvimento e de distribuição do rendimento através de bens ou da prestação
de serviços.
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Finanças Privadas - compreendem aspectos tipicamente monetários do financiamento de uma
economia, abrange problemas relacionados com a moeda e créditos ou, mais restritamente, os
mercados financeiros onde se transaccionam activos representados por títulos a médio e a longo
prazo.
As entidades públicas que devem possuir ou deter os dinheiros públicos são o Estado, as
instituições públicas, as autarquias locais, as empresas públicas, ou outros organismos ou
entidades devidamente autorizados.
O núcleo central das finanças públicas é a actividade financeira que consistem na satisfação de
necessidades colectivas – da sociedade ou de Estado – mediante à afectação pelo poder político
ou administrativo de bens e serviços adequados.
(a) Sentido orgânico - Fala-se de finanças públicas para designar o conjunto dos órgãos do
Estado ou de outro ente público (incluindo a parte respectiva da Administração Pública) a quem
compete gerir os recursos económicos destinados a satisfação de certas necessidades sociais (p.
ex. Ministério das Finanças).
(b) Sentido objectivo - Designa a actividade através da qual o Estado ou outro ente público
afecta bens económicos a satisfação de certas necessidades sociais.
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(c) Sentido subjectivo - Refere a disciplina cientifica que estuda os princípios e regras que
regem a actividade do Estado com o fim de satisfazer as necessidades que lhe estão confiadas.
Actividade Financeira
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Características fundamentais do modelo capitalista liberal ( Finanças Clássicas)
a) A privatização da economia
c) Neutralidade financeira
e) Equilibrio Orçamental
Era o princípio orientador da actividade liberal. Para os clássicos, este equilibrio orçamental
significava que as despesas totais devem ser cobertas pelas receitas normais (impostos e
receitas patrimoniais ) e o recurso ao empréstimo seria excepção em caso de guerra.
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Resumindo:
A partir daqui o Estado passa a ter um maior peso e as formas de intervenção são
quantitativas e qualitativamente diversas. Surge o intervencionalismo e o dirigismo,
reforçando assim o papel crescente do próprio Estado.
As finanças modernas são fruto dos regimes económicos intervencionais e dirigistas. Esta é
a razão de ordem. A dimensão crescente dos actos públicos é uma das características das
finanças modernas a qual passa a resolver parcelas que se situam entre 30 a 50% do
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rendimento nacional. Alarga-se o património estatal, multiplicam-se as empresas públicas e
o peso do imposto cresce.
As finanças tornam-se activas, pois passam a ter uma atitude e uma prática interveniente.
Com o crescimento do papel do Estado na actividade económica , a actividade privada fica
restringida e condicionada.
Portanto, nas finanças modernas o imposto tem tanta importância como nas clássicas; mas
ele passa a ser utilizado como instrumento de politica económica ou de politica social
servindo, por exemplo, para redistribuir a riqueza.
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