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1.

Setor público
a) Setor Público Administrativo (SPA)
SPA: Inclui as atividades tradicionais do Estado, isto é, a atividade administrativa. A sua
principal função consiste na satisfação das necessidades coletivas, não visando
qualquer obtenção de lucro, tratando-se assim de serviços de interesses coletivo sem
fins lucrativos. Ex: Educação pública, defesa e segurança nacionais, saúde e justiça.
O SPA inclui:

 Administração central
 Administração Regional ou local
 Segurança Social
 Fundos Autónomos

b) Setor Público Empresarial (SPE)


SPE: Tem por objetivo produzir B&S, com fins lucrativos, em setores considerados
fundamentais para a Economia e que não despertam interesse aos particulares.
O SEE inclui:

 Empresas públicas: Empresas onde o Estado ou outra entidade pública estadual


pode exercer uma influência dominante (deter a maioria do capital ou dos
votos).
 Empresas participadas: Empresas com uma participação permanente do Estado
ou outra entidade pública estadual (que detenham mais de 10% do capital).

2. Funções económicas e sociais do Estado


Cabe ao Estado promover a justiça social e económica, proporcionando bem-estar aos
seus cidadãos. Nesse sentido, a intervenção do Estado visa, fundamentalmente, atingir
três objetivos fundamentais:

 Eficiência
 Equidade
 Estabilidade

a) Eficiência
Utilização dos recursos devera procurar a máxima satisfação com o mínmo de custo.

Falhas de mercado:
 Concorrência imperfeita
 Externalidades
 Bens públicos

I. Concorrência imperfeita
Por vezes verifica-se a existência de situações de concorrência imperfeita em que um
ou mais produtores detêm o poder de compra, o que lhes permite exercer uma
influência direta sobre o preço dos bens. Assim, o Estado deve intervir de forma a
repor a concorrência.
II. Externalidades
As externalidades são o efeito que ação, de consumo ou produção, de um agente
económico provoca sobre o bem-estar de outros, não estando esse efeito refletido nos
sistemas de preços.
Assim, se a externalidade tiver um impacto negativo o Estado deverá intervir
desincentivando a sua produção ou o seu consumo, aplicando impostos ou restrições.
Se a externalidade tiver um impacto positivo o Estado deverá incentivar a sua produção
ou o seu consumo subsidiando esse bem ou dando incentivos de ordem fiscal.
III. Bens públicos
Bens públicos: São aqueles que podem ser usufruídos por várias pessoas sem que se
possa impedir alguém de os utilizar
Características dos bens públicos:

 Não rivalidade: Se alguém usufruir do bem não pode impedir outro de usufruir
dele também.
 Não excluibilidade: Não se pode impedir o acesso de qualquer pessoa a esse
bem.
Com estes tipo de bens não são atrativos para a iniciativa privada, existe uma falha de
mercado, logo, o Estado deverá intervir, assegurando a sua oferta à população.

b) Equidade
A repartição primária do rendimento gera desigualdades económicas que se
transformam também em desigualdades sociais. Assim, para evitar este tipo de
situações, o Estado, deverá garantir maior equidade entre os cidadãos, efetuando
assim, uma redistribuição dos rendimentos, através da aplicação de impostos
progressivos e subsídios.

c) Estabilidade
O estado deve afiançar a existência de estabilidade económica e social, controlando,
em matéria da Contabilidade Nacional, as variáveis que podem ser instáveis e que
podem gerar aumento da inflação ou do défice externo.

3. Instrumentos
4. da intervenção económica e social do Estado
Instrumentos de intervenção:

 Planeamento
 Políticas económicas e socias
 Orçamento do Estado

a) Planeamento
Através de um Plano, o Estado determina os objetivos a atingir durante um
determinado período de tempo, bem como os meios que pretende utilizar.
Caráter do planeamento:

 Imperativo (Obrigatório)
 Indicativo (Mera orientação)

b) Políticas económicas e socias


Políticas económicas e sociais: Ações desenvolvidas pelo Estado que visam prevenir e
corrigir os desequilíbrios do funcionamento da economia, a utilização racional dos
recursos e a satisfação das necessidades básicas das populações.
Ao definir políticas económicas-socias, o Estado pretende garantir:

 Eficiência
 Equidade
 Estabilidade
Fases de construção de uma política económica:

 Finalidades
 Objetivos
 Instrumentos
 Avaliação

Políticas conjunturais: Políticas que têm como objetivos a correção dos desequilíbrios
no curto prazo (até um ano)
Políticas estruturais: Políticas de médio ou longo prazo que pretendem alterar as
condições de funcionamento da economia.

c) Orçamento do Estado
O Orçamento do Estado é o documento onde se encontram previstas as receitas e
despesas do Estado para um determinado período de tempo, geralmente um ano.

I. Receitas Públicas
Fontes das receitas:

 Coativas/Tributárias: Provenientes dos impostos, taxas e multas. É a fonte mais


importante de todas devido aos impostos.
 Patrimoniais: Rendimentos gerados pelo património de que o Estado é
proprietário.
 Creditícias: Contração de empréstimos

Impostos:

 Diretos: Incidem diretamente sobre os rendimentos obtidos pelos


contribuintes. Ex: IMI (imposto municipal sobre imóveis) e IRS (imposto
sobre o rendimento de pessoas singulares)
 Indiretos: Incidem sobre o consumo ou despesa efetuada. Ex: IVA
(imposto sobre o valor acrescentado) e IT (imposto sobre o tabaco)

Correntes: Derivam de rendimentos criados no período de vigência do


Orçamento e que se prevê que se voltem a repetir noutros anos.
Ex: Receitas ficais (impostos), Contribuições sociais e venda de bens e
RECEITAS

serviços.
De Capital: Correspondem Às receitas que podem não se voltar a repetir
nos anos seguintes.
Ex: Venda de imóveis, privatizações e obtenção de empréstimos.

II. Despesas públicas


Despesas públicas: Utilização de recursos por entidades públicas na aquisição de bens
ou serviços para a satisfação das necessidades coletivas.
Correntes: Correspondem aos encargos permanentes do Estado no
desempenho das suas funções num determinado ano.
DESPESAS Ex: Pagamento dos vencimentos dos funcionários públicos, as pensões de
reforma e invalidez ou aquisição de bens não duradouros.
De Capital: Correspondem aos encargos assumidos pelo Estado num
determinado ano, mas cujos efeitos só se prevê que possam prolongar-se
em anos seguintes.
Ex: Construção de pontes ou entradas ou reembolso de empréstimos.

O aumento das despesas públicas traduz, geralmente, um impacto positivo:


o Aumento dos vencimentos dos funcionários públicos o que aumentará o total
do rendimento.
o Aumento das despesas em bens de consumo e de capital o que provocará
maior volume de produção de bens das empresas fornecedoras.
o Aumento das transferências para as famílias que aumentará o rendimento, o
consumo e a poupança.

III. Saldo Orçamental


Tipos de saldo orçamental:

 Saldo orçamental corrente: Diferença entre as receitas correntes e as despesas


correntes.
 Saldo orçamental de capital: Diferença entre as receitas de capital e as
despesas de capital.
 Saldo orçamental global: Diferença entre as receitas totais e as despesas totais,
excluindo ativos e passivos financeiros (recurso a empréstimos contraídos –
receitas – ou reembolso de empréstimos concedidos – despesas)
 Saldo orçamental primário: Corresponde ao saldo orçamental global, excluindo
os juros e outros encargos da dívida pública.

Situações de saldo:

 Superavit: R > D
 Défice: R < D
 Equilíbrio: R = D

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