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MACROECONOMIA

1) MACROECONOMIA: CONCEITO E PRINCIPAIS ELEMENTOS


a) Etimologia: do grego “makri” (grande, amplo) + “oikonomos” (lei ou administração da casa).
b) Conceito: estuda a economia como um todo (aspecto agregado) definindo políticas para combater
problemas como, por exemplo, a inflação e o desemprego. Na Macroeconomia, o objetivo não é
conhecer apenas um mercado específico, mas os mercados em sua totalidade, isto é, a economia de
um país como um todo.
c) Objeto de estudo: a macroeconomia estuda as relações entre os grandes agregados nacionais
(variáveis macroeconômicas ou variáveis agregadas):
i) Renda nacional: soma de todas as rendas recebidas pelos proprietários dos fatores de produção
utilizados durante o ano (custo dos fatores, salários e ordenados, juros, aluguéis, lucros mais as
transferências do Governo para o setor privado através de subsídios e pensões).
ii) Inflação: aumento constante e generalizado de preços.
iii) Taxa de juros: taxa de juros paga pelo Governo para seus credores sobre os títulos da dívida
pública vendidos no mercado e funciona como a taxa de juros básica adotada pelo país.
iv) Nível de emprego: relação entre quantidade de postos de trabalho disponíveis e a quantidade de
trabalhadores.
v) Nível de preços: média de preços de todos os bens e serviços produzidos pela economia do país.
vi) Consumo (das famílias): soma do valor dos produtos e serviços consumidos pelas famílias no
mercado.
vii) Poupança: parte da renda que não foi consumida.
viii)Investimentos totais: capital utilizado para a ampliação da capacidade produtiva da economia.
Ex.: construção de uma hidrelétrica, a construção ou ampliação de uma fábrica, a aquisição de
novas máquinas e equipamentos por uma empresa, construção de um porto, estrada, aeroporto,
ferrovia, etc.
ix) Produto Interno Bruto (PIB): soma de todos os bens produzidos pela sociedade. Também
chamado de Produto Agregado.
x) Taxa de câmbio: preço da moeda estrangeira medido em unidades da moeda nacional.

1º U ADM – 07/11/2018

d) Algumas perguntas que a macroeconomia tenta responder:


 Por que alguns países crescem mais do que outros?
 Por que as taxas de inflação são maiores em alguns países?
 Por que os países passam por períodos de recessão?
 Como o governo pode regulamentar a economia de modo a evitar ou minimizar crises
econômicas?
e) Relação com a Microeconomia: Deve-se, entretanto, entender a Macroeconomia como uma parte da
economia relacionada com a Microeconomia. Na verdade, o conjunto de decisões individuais sobre
consumo e produção (micro) gera efeitos em escala global (macro).
2) Metas (objetivos) macroeconômicas: para alcançar as metas macroeconômicas o governo deve atuar
sobre a capacidade produtiva e sobre a despesa da sociedade.
a) Alto nível de emprego: maior número de pessoas empregadas, visando o pleno emprego. Isso resulta
também num maior PIB.
b) Estabilidade de preços: combate à inflação.
i) Inflação: aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços, o que provoca uma perda no
poder aquisitivo da moeda, gerando distorções no sistema econômico (piora na distribuição de
renda, incertezas sobre o futuro que provocam a saída de capital proveniente de investimentos).
c) Distribuição equitativa de renda (socialmente justa): pode não ser a desejada pela sociedade. Assim,
o governo pode intervir através de mudanças nos impostos, subsídios e realizar transferências de
renda.
d) Crescimento econômico: é o aumento da capacidade produtiva da economia, ou seja, dos bens e
serviços de determinada economia. Quanto maior o produto agregado do país, menos pobre é a
sociedade.
e) Desenvolvimento econômico: melhoria das condições gerais de vida da população. Crescimento
econômico sustentável. Melhoria do IDH.
1º U LOGÍSTICA – 2017.2 – ATÉ AQUI‼!

3) Instrumentos de política macroeconômica (utilizadas para alcançar as metas macroeconômicas):


a) Política fiscal: diz respeito sobre as decisões do governo em relação aos seus gastos e aos tributos. É
colocada em prática através do controle de suas despesas (variação dos gastos públicos em consumo
e investimentos) e através da arrecadação de tributos (aumento ou redução).
b) Política monetária: refere-se à quantidade de moeda em circulação, o crédito disponível e as taxas de
juros praticadas (taxa referencial de juros) que regula o consumo e, consequentemente, a inflação.
c) Política cambial: ações no sentido de regular a taxa de câmbio, ou seja, a valorização ou a
desvalorização da moeda frente às moedas de outros países. Por exemplo: o governo pode comprar
dólares no mercado, reduzindo a quantidade dessa moeda em circulação e consequentemente
aumentando o seu preço.
d) Política comercial: trata dos incentivos às exportações e dos desestímulos às importações, buscando
uma balança comercial favorável (mais exportações e menos importações). Por exemplo: o governo
pode intervir aumentando a taxa referencial de juros com o objetivo de reduzir o consumo e a
circulação de dinheiro na economia, desvalorizando a moeda local e favorecendo as exportações.

4) MEDIDA DA ATIVIDADE ECONÔMICA


a) Para fazer análises macroeconômicas é fundamental a mensuração da atividade econômica. Para isso,
foi desenvolvida a Contabilidade Nacional, que trata do registro contábil da atividade econômica e
social de um país em um determinado período (mês, trimestre ou ano).
b) No Brasil, a Contabilidade Nacional é de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE e segue os padrões estabelecidos pela Organização das Nações Unidas e adotados
pela maioria dos países.
c) O Fluxo Circular da Renda Básico mostra como acontece a atividade econômica (interação das
famílias e das empresas no mercado de fatores de produção e no mercado de bens e serviços):

Entendendo o Fluxo Circular da Renda Básico:


 Para viabilizar a produção de todos os bens e serviços são utilizados 3 elementos (fatores de
produção):
o Terra: terras cultiváveis e urbanas (imóveis) e os recursos naturais.
o Trabalho: mão-de-obra (faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos).
o Capital: são os bens utilizados na produção de outros bens (edificações, ferramentas,
máquinas e equipamentos) e o capital monetário (social e empréstimos).
 Os fluxos internos (vermelho) representam o “fluxo real da economia”: os fatores de produção
pertencem às pessoas (famílias) que ofertam (fornecem) esses fatores de produção para as
empresas para que elas possam produzir os bens e serviços necessários para as famílias.
 Os fluxos externos (azul) representam o “fluxo monetário da economia”: as empresas remuneram
os fatores de produção pagando salário (para o fator trabalho), aluguéis (para o fator terra), lucros
(sobre o capital social) e juros (empréstimos) para as famílias, utilizando o lucro conseguido nas
vendas (fluxo 2). As famílias por sua vez gastarão este dinheiro para pagar pelos produtos e
serviços oferecidos pelas empresas (fluxo 4).
 Os fluxos 1 e 2 pertencem ao mercado dos fatores de produção (lado da produção), enquanto os
fluxos 3 e 4 pertencem ao mercado de bens e serviços (lado do consumo).
 Conclusão: A produção das empresas (produto) é realizada a partir dos fatores de produção
ofertados pelas famílias, que são remuneradas por isso (renda). Os bens e serviços produzidos
pelas empresas são consumidos pelas famílias (despesas) com os recursos provenientes da
remuneração. Portanto, podemos afirmar que as famílias oferecem o que as empresas precisam
para existir e as empresas oferecem o que as famílias precisam para existir.
d) Podemos sintetizar o Fluxo Circular da Renda básico, na equação abaixo:

Produto = Renda = Despesa

e) O Fluxo Circular da Renda Básico mostra apenas a participação das empresas e famílias na atividade
econômica. O Fluxo Circular de Renda Completo inclui também o Governo (impostos e gastos
públicos) e o setor externo (as transações com outras economias).

Entendendo o Fluxo Circular da Renda (completo):


 As relações entre famílias e empresas são exatamente as mesmas.
 O governo tem a função de manter equilibrados os fluxos (real e monetário) entre empresas e
famílias, caso contrário irá gerar uma crise econômica e uma conseqüente crise social.
 Famílias pagam impostos ao governo e fornecem mão-de-obra, as empresas pagam impostos e
ofertam bens e serviços ao governo. O governo, por sua vez, devolve para as famílias na forma de
serviços públicos (segurança, saúde, educação, rede de esgoto, água encanada, energia elétrica,
etc.), salários (funcionários públicos), aposentadorias e programas sociais (bolsa família,
PROUNI, Brasil carinhoso, vale gás, etc.) para as famílias; para as empresas na forma de serviços
públicos (segurança, iluminação, coleta de lixo, etc.), infraestrutura (estrada, portos, aeroportos,
etc.) e pela compra de bens e serviços ofertados pelas empresas.
 Conclusões sobre o Fluxo Circular da Renda:
o Todo bem ou serviço produzido numa economia é consumido pelas famílias, empresas ou
governo, seja para uso próprio (bem de consumo) ou produção de outros bens (bens de
investimento) ou, ainda, para formação do estoque das empresas (investimento em
estoque). Por isso: Renda = Despesa.
o Todo o dinheiro disponível é utilizado para viabilizar a compra de todos os bens e
serviços.
o Medir o “tamanho” desta economia é medir quanto de bens estão sendo produzidos e
comercializados.
f) Função da atividade econômica: gerar riquezas mediante a produção e a distribuição de bens/serviços
(pelas empresas) e geração de renda (recebida pelas famílias) e receita (para as empresas), tendo
como finalidade a satisfação de necessidades humanas.
5) Formas de medir o “tamanho” de uma economia:
i) Abordagem dos gastos: soma dos gastos de todos os indivíduos (parte superior do diagrama).
ii) Abordagem da renda (ou dos custos dos insumos): soma do total de salários, lucros, juros, etc.,
pagos pelas firmas (parte inferior do diagrama).
iii) Conclusão: “Para a economia como um todo, toda a renda gerada deve ser igual à todas as
despesas realizadas” (Mankiw, 2009).
a) Produto Nacional Bruto (PNB), Despesa Nacional (DN) e Renda Nacional (RN): O fluxo do produto
(real) e o fluxo da renda (monetário) permitem medir a atividades econômica sob três óticas
diferentes que chegam ao mesmo resultado numérico.
i) Produto Nacional Bruto: é o valor de todos os bens e serviços FINAIS (de consumo e de capital)
produzidos por uma economia em determinado período de tempo (em moeda) em um
determinado país ou região:
 Considera as Rendas Enviadas para o Exterior (o que estrangeiros ganham no país e enviam
para outro, Renda Enviada ao Exterior – REE) e as Rendas Recebidas do Exterior (o que
cidadão do país ganha no exterior e envia de volta, Renda Recebida do Exterior - RRE), ou
seja, soma-se a Renda Líquida de Fatores Externos (RLFE = REE - RRE).
 Portanto, em países em desenvolvimento o PNB tende a ser MENOR que o PIB (o PIB não
considera esses valores), uma vez que as multinacionais enviam grande parte de seus lucros
para seus países de origem. Já em países com muitas empresas de atuação global (Estados
Unidos, Japão, Coréia, etc.), o PNB tende a ser MAIOR que o PIB, já que há uma grande
absorção dos lucros gerados por suas empresas no exterior.
 Bens e serviços finais: não são consideram os bens e serviços intermediários, como matérias-
primas e componentes, que entraram na elaboração de outros produtos. Isso evita a dupla
contagem, como, por exemplo, somar como produto nacional o trigo, a farinha e o pão ao
mesmo tempo.
 PIB = PNB – RLFE => PNB = PIB + RLFE.
 Por que os EUA e Brasil adotam indicadores de cálculo diferentes? Os EUA são receptores
líquidos de capital (recebem mais do que enviam ao Exterior) – por isso, seu PNB é maior
que seu PIB. O Brasil é remetente líquido de capitais, pois paga mais renda a proprietários
externos de fatores no País do que recebe por fatores pertencentes a brasileiros no Exterior.
ii) Cálculo do Produto Nacional: há três maneiras de computar o valor total da produção de bens e
serviços finais.
 Somando diretamente o valor dos bens e serviços finais;
 Somando o valor total da produção das empresas e descontando o valor total dos bens
intermediários; ou fazendo este procedimento passo-a- passo, isto é, calculando o valor de
cada etapa do processo produtivo e descontando o que as empresas pagaram aos fornecedores
da etapa anterior (p. ex., matérias-primas) – esse procedimento é chamado de cálculo pelo
“Valor Adicionado”. Veja a tabela abaixo, que mostra um processo simples de fabricação de
pão e calcula o “Valor Adicionado”:

Produto Compras ($) Vendas ($) Valor adicionado ($)


Trigo - 50 50
Farinha 50 80 30
Pão 80 100 20
TOTAL 130 230 100
o O moinho e a padaria compraram bens intermediários (trigo e farinha, respectivamente) que
devem ser descontados no cômputo geral. Se não fizermos isso, chegaremos a um valor
errado de toda a produção ($ 230). Nesse valor, contamos duas vezes a farinha e três vezes o
trigo, os quais estavam embutidos nos preços das etapas posteriores. Descontando-os dessas
etapas, estamos apurando o Valor Adicionado de cada etapa do processo de produção.
Também é fácil observar que o valor do produto final (pão) é igual à soma dos Valores
Adicionados.
iii) Despesa Nacional: é o valor total das despesas dos vários agentes (famílias, empresas e governo)
na compra de bens e serviços finais. DN = Despesas de consumo.
iv) Renda Nacional: total de renda proprietários dos fatores de produção (famílias) de um país
utilizados durante um período, advindos do recebimento de salários, aluguéis, juros, etc., mais as
transferências do Governo para o setor privado (subsídios e pensões).
v) Conclusão:

PRODUTO = RENDA = DESPESA

“Identidade macroeconômica”: Produto sempre é igual à Renda e à Despesa, em termos


agregados. Isso é um conceito fundamental em macroeconomia que reflete as trocas de
capital e de bens e serviços dentro do sistema econômico.

b) Produto Interno Bruto (PIB): difere do PNB, pois não inclui a Renda Líquida de Fatores Externos.
PIB = PNB – RLFE.
i) PIB (Y) é a soma do(a):
 Consumo (C): gastos dos indivíduos com bens e serviços de consumo em geral.
 Investimento (I): gastos das empresas com bens de capital e investimento produtivos em geral.
 Gastos do Governo (G): gastos realizados pelo governo para compra e uso de bens e serviços
(esferas federal, estadual e municipal.
 Exportações Líquidas (EL): valor total exportado menos valor total importado em bens e
serviços.
 Y = C + I + G + EL

c) PIB Nominal e PIB Real


i) PIB divulgado é o valor total de produção de uma economia em moeda nacional em valores
correntes, sendo este chamado de PIB nominal.
ii) O “problema” presente no PIB nominal é que ele é influenciado pela variação na produção e pela
variação nos preços.
iii) Assim:
 Aumento (variação) na produção causa aumento (variação) no PIB e no bem-estar.
 Aumento (variação) nos preços causa aumento (variação) no PIB, mas não causa aumento
(variação) de bem-estar.
iv) Como, para medir o tamanho ou bem-estar de uma economia, só importa as variações na
produção e não importam as variações de preço, devemos reavaliar o indicador.
v) PIB Real: é o PIB de um ano qualquer medido em “preços constantes”, ou seja, sem a influência
das variações de preços (inflação). Com isso temos uma medida de PIB real que só considera as
variações do nível de produção.  
 Para avaliações mais consistentes, o mais indicado é o uso do PIB Real, que leva em conta
apenas as variações nas quantidades produzidas dos bens, e não nas alterações de seus preços
de mercado. Para isso, faz-se uso de um deflator (normalmente um índice de preços) que
isola o crescimento real do produto daquele que se deu artificialmente devido ao aumento dos
preços da economia ou utiliza-se os preços praticados no ano interior.
vi) Calculando o PIB Nominal: para calcular o PIB nominal basta multiplicar o preço de cada bem
pela sua quantidade produzida e depois somar o valor produzido de todos os bens.

Quantidade Quantidade
Preço da Preço da
Ano Produzida de Produzida de PIB Nominal
Laranja Maça
Laranja Maça

2010 R$ 1 1000 R$ 2 500 R$ 2.000,00


2011 R$ 2 1500 R$ 3 1000 R$ 6.000,00
2012 R$ 3 2000 R$ 4 1500 R$ 12.000,00

 Variação percentual do PIB nominal:


 Para calcular a variação percentual: [(PIB2 - PIB1) / PIB1] * 100
 Variação de 2010 para 2011 foi de +200%.
(i) Cálculo: [(6000-2000)/2000]*100=200%
 Variação de 2011 para 2012 foi de +100%.
(i) Cálculo: [(12000-6000)/6000]*100=100%
vii) Calculando o PIB real com ano base em 2011: para calcular o PIB real basta multiplicar o preço
de cada bem no ano de 2010 pela sua quantidade produzida em 2011 e depois somar o valor
produzido de todos os bens.

Quantidade Quantidade
Preço da Preço da
Ano Produzida de Produzida de PIB Real
Laranja Maça
Laranja Maça

2010 R$ 1 1000 R$ 2 500 ---


2011 R$ 2 1500 R$ 3 1000 R$ 3.500,00
2012 R$ 3 2000 R$ 4 1500 R$ 8.500,00

 Variação percentual do PIB real


 Para calcular a variação percentual: [(PIB2 - PIB1) / PIB1] * 100
 Variação de 2011 para 2012 foi de +42,85%.
(i) Cálculo: [(8.500,00 – 3.500,00) / 3.500,00] * 100 = 42,85%
d) PIB como medida de bem-estar econômico
i) Embora as medidas absolutas de renda e produção (como o PIB) consigam medir a dimensão
(tamanho) do bem-estar econômico “disponível” elas não medem como ele é distribuído e se este
é “muito ou pouco” para este país.
ii) O PIB per capita ou por habitante surge para medir estas dimensões.
iii) PIB per capita indica a renda e os gastos de um indivíduo médio da economia ou dos indivíduos
em média.
PIBpc = PIB / N

1º U ADM 2018.2 – AVALIAÇÃO ATÉ AQUI (28/11/2018)


iv) Características:
v) É uma boa medida de bem-estar de uma economia que considera a avaliação relativa entre o
volume de produção e o tamanho da população que fará uso desta produção.
vi) Obs.: não tem a intenção de medir felicidade ou qualidade de vida.
vii) Países podem ter um PIB elevado por serem grandes e terem muitos habitantes, mas seu PIB per
capita pode resultar baixo, já que a renda total é dividida por muitas pessoas, como é o caso da
Índia ou da China.
viii) Países como a Suíça, Noruega e a Dinamarca exibem um PIB moderado, mas que é suficiente
para assegurar uma excelente qualidade de vida a seus poucos milhões de habitantes.
ix) Atualmente usam-se outros índices que revelam o perfil da distribuição de renda de um país
(Índice de Desenvolvimento Humano) para se obter uma avaliação mais precisa do bem-estar
econômico desfrutado por uma população.
e) Limitações do PIB: O PIB é uma medida de fluxo de produção (produção por unidade de tempo). Por
isso, ele não considera estoques de capital (poupança), que em ultima instância são importantes
componentes determinantes dos fluxos de produção, como por exemplo, capital social, capital
humano, capital natural, nível de eficiência de instituições.
i) O PIB per capita é frequentemente usado como um indicador, sugerindo a ideia de que os
cidadãos se beneficiariam de um aumento na produção agregada do seu país. Similarmente, o
PIB per capita não é uma medida de renda pessoal. Entretanto, o PIB pode aumentar enquanto a
maioria dos cidadãos de um país ficam mais pobres, ou proporcionalmente não tão ricos, pois o
PIB não considera o nível de desigualdade de renda de uma sociedade.
ii) Distribuição de Riqueza - O PIB não leva em consideração diferenças na distribuição de renda
entre pobres e ricos. Entretanto, diversos economistas ressaltam a importância da consideração
sobre desigualdade sobre o desenvolvimento econômico e social de longo prazo.
iii) Qualidade de bens e serviços - Caso dois bens tenham qualidades diferentes, mas sejam vendidos
a um mesmo preço, o valor registrado pelo PIB será o mesmo. Isso leva a distorções da
percepção de bem-estar, por exemplo, se uma cidade produzir bolos de ótima qualidade pelo
mesmo preço de bolos ruins da cidade ao lado, o PIB calculado para as duas será o mesmo,
porém, a qualidade de vida e de consumo será diferente entre elas.
iv) Transações não comerciais - O PIB exclui atividades produtivas que não ocorrem dentro do
mercado, tal como serviços voluntários não pagos, produção para consumo próprio, ou produtos
e serviços de livre acesso trocados pela internet.
v) Transações clandestinas - O PIB não conta atividade que contribuem para a produção, mas que
não passam pelo mercado oficialmente, como atividades de contrabando e venda de produtos
ilegais.
vi) Mercado Informal - Pequenos negócios e serviços não formalizados e registrados não são
registrados.
vii) Externalidades - O PIB ignora a presença de externalidades (efeitos não contabilizados pelo
mercado), como, por exemplo, danos ao meio ambiente. Assim, um país que cortar e vender
todas suas árvores terá um aumento em seu PIB, mesmo que os efeitos sociais sejam negativos
devido à poluição, perda de biodiversidade, área de lazer etc.
viii) Crescimento de longo prazo - O PIB anual não é um indicador de longo prazo. Ele aponta para
variações que podem vir de oscilações econômicas momentâneas, como ataques especulativos,
bolhas de crescimento, descoberta de jazidas de recursos naturais. Nada garante que o
crescimento será mantido ou distribuído pela sociedade.

PIB Nominal – FMI (2012)


Lugar País PIB (milhões de USD)
—  Mundo 71,896,504
 União
17.070.011
Europeia
1  Estados Unidos 15.653.366
2  China 8.250.241
3  Japão 5.984.390
4  Alemanha 3.336.651
5  França 2.580.423
6  Brasil 2.568.052
7  Reino Unido 2.455.779
8  Itália 1.980.448
9  Rússia 1.953.555
10  Índia 1.946.765

PIB Nominal per capita – FMI (2012)

Pos
País US$
.
1  Luxemburgo 113.533
2  Catar 98.329
3  Noruega 97.255
4  Suíça 81.161
5  Emirados Árabes Unidos 67.008
6  Austrália 65.477
7  Dinamarca 59.928
8  Suécia 56.956
9  Canadá 50.435
10  Países Baixos 50.355
11  Áustria 49.809
12  Finlândia 49.350
13  Singapura 49.271
14  Estados Unidos 48.387
15  Kuwait 47.982
16  Irlanda 47.513
17  Bélgica 46.878
18  Japão 45.920
19  França 44.008
20  Alemanha 43.742
Pos
País US$
.
21  Islândia 43.088
22  Reino Unido 38.592
23  Nova Zelândia 36.648
24  Brunei 36.584
25  Itália 36.267
26  Hong Kong 34.049
27  Portugal 33.6105
28  Espanha 32.360
29  Israel 31.986
30  Chipre 30.571
31  Eslovênia 24.533
32  Omã 23.315
33  Bahamas 23.175
34  Bahrein 23.132
35  Coreia do Sul 22.778
36  Malta 21.213
37  Grécia 21.028
38  Arábia Saudita 20.504
39  República Checa 20.444
40  Taiwan 20.100
41  Eslováquia 17.644
42  Trinidad e Tobago 17.158
43  Estónia 16.583
44  Barbados 16.148
45  Guiné Equatorial 14.661
46  Croácia 14.457
47  Chile 14.278
48  Hungria 14.050
49  Uruguai 13.914
50  Antígua e Barbuda 13.552
51  Polónia 13.540
52  Lituânia 13.075
53  Rússia 12.993
54  Brasil 12.789

Lista de unidades federativas do Brasil por PIB per capita (2010)

Posição Unidade federativa PIB per capita


Dados relativos a 2010 Mudança comparada a 2009 em R$ (2010)
1  (0)  Distrito Federal  58.489
2  (0)  São Paulo  30.243
3  (0)  Rio de Janeiro  25.455
4  (0)  Santa Catarina  24.398
5  (0)  Rio Grande do Sul  23.606
6  (0)  Espírito Santo  23.378
7  (1)  Paraná  20.813
8  (1)  Mato Grosso  19.644
9  (3)  Minas Gerais  17.931
10  (1)  Mato Grosso do Sul  17.765
11  (1)  Amazonas  17.173
12  (1)  Goiás  16.251
13  (0)  Rondônia  15.098
14  (0)  Roraima  14.051
15  (1)  Tocantins  12.461
16  (1)  Amapá  12.361
17  (1)  Sergipe  11.572
18  (1)  Acre  11.567
19  (0)  Bahia  11.007
20  (0)  Pernambuco  10.821
21  (1)  Pará  10.259
 Rio Grande do
22  (1)  10.207
Norte
23  (0)  Ceará  9.216
24  (0)  Paraíba  8.481
25  (0)  Alagoas  7.874
26  (1)  Piauí  7.072
27  (1)  Maranhão  6.888

Lista de regiões do Brasil por PIB per capita

Posição PIB per capita em R$


Região
Dados relativos à 2010 Mudança comparada à 2009 (2010)
1  (1) Região Sudeste  25.987
2  (1) Região Centro-Oeste  24.952
3  (0) Região Sul  22.722
4  (0) Região Norte  12.701
5  (0) Região Nordeste  9.561
5) INFLAÇÃO
a) Conceito: em economia, inflação é a queda do valor de mercado ou poder de compra do dinheiro, ou
seja, é a desvalorização da moeda que gera distorções no sistema econômico (piora na distribuição de
renda, causa incertezas sobre o futuro provocando a saída de capital proveniente de investimentos).
Popularmente, é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços.
b) Tipos:
i) Demanda: quando há muita procura por um determinado produto e o mercado fornecedor não é
capaz de ofertar a quantidade suficiente, o que provoca o aumento dos preços.
ii) Custo: gerado pelo aumento dos custos de produção:
 Redução na oferta dos fatores de produção => aumento dos custos de produção => redução
da oferta (produção) => aumento de preços => inflação
iii) Prematura: gerada pelo aumento de preços sem que a economia esteja em pleno emprego (todos
os fatores de produção estão sendo utilizados; tudo o que é produzido é vendido; preço de
equilíbrio de mercado).
iv) Reprimida: gerada pelo congelamento de preços por parte do governo, que artificializa uma
estabilidade econômica.
v) Estrutural: provocado por alguma questão específica de um determinado mercado: tabelamento
de preços acima do valor de mercado (caso do salário mínimo), imperfeições técnicas no
mecanismo de oferta e demanda.
vi) Inercial: há uma elevação de preços, taxas e contratos, com base em índices de inflação passados.
Este tipo de inflação é comum no Brasil onde os contratos (aluguel, água, energia elétrica, etc.)
são reajustados com base nos índices de inflação passados.
vii) Expectativa: aumento de preços provocados pelas projeções dos agentes sobre a inflação.
viii) No Brasil: principalmente a partir de 2010 (aumento do PIB em 9%), a maior parte da inflação
brasileira é de demanda:
 Aumento da produção => mais contração de mão-de-obra => menos desemprego => maior
poder aquisitivo da população => aquecimento econômico => expansão do consumo, sem
que a produção acompanhasse este crescimento => aumento de preços => inflação
c) Distorções:
i) Desequilíbrio da distribuição de renda;
ii) Desequilíbrio na balança de pagamentos: inflação maior => encarecimento do produto nacional
=> menos exportações => mais importações.
iii) Redução de investimentos: inflação maior => aumento das incertezas quanto à economia =>
desconfiança dos empresários => redução dos investimentos.
iv) Ciclo da ilusão monetária: aumento da inflação => reajuste de salários => falsa impressão de
melhoria da renda => aumento do consumo (ilusão monetária) => aumento da inflação.
d) Principais causas:
i) Aproximação entre oferta e demanda agregada: quando o consumo interno de um país fica muito
perto de sua capacidade produtiva, os empresários podem ter incentivo para aumentar os preços.
ii) Choque de oferta: se dá quando algum imprevisto causa queda brusca no volume de produção de
determinado bem (Ex.: setor agrícola quando lavouras são afetadas por problemas climáticos).
iii) Variação cambial: elevação súbita da cotação do dólar ante o real, como a que se viu em 1999,
tem como efeito automático o encarecimento dos chamados produtos ‘tradables’ (produtos que
sofrem concorrência externa: trigo, soja, milho, commodities em geral (matérias-primas), bens
duráveis, vestuário… todos esses, que têm produção doméstica, mas que também podem vir de
fora, acabam sofrendo uma alta de preços).
iv) Inflação passada através do processo de indexação (inflação inercial).
e) Índices: o valor desejável deve variar entre 2 e 4,5% a.a., situação chamada de estabilidade de
preços. A inflação ZERO não é desejável, pois pode estar relacionada a uma estagnação econômica
(queda da renda e, em consequência, da demanda) e gerar problemas como desemprego.
i) Por que existem tantos índices de inflação:
 Há vários índices que mostram o quanto os preços sobem ou descem em determinados
períodos.
 Cada índice aponta uma inflação “diferente”: isso acontece porque a alta de preços não atinge
todo mundo da mesma forma.
 Ex: quem tem carro, por exemplo, vai sentir mais no bolso a alta da gasolina; quem come
mais carne vai sentir mais se esse produto subir.
 Assim, os diferentes índices usam, no cálculo, faixas de renda diferentes, regiões diferentes,
itens diferentes e até períodos diferentes. Isso contribuiu também para tornar mais segura a
medição, já que há fontes diferentes calculando a inflação.
ii) IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): calculado pelo IBGE, aponta
mensalmente a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal entre 1 e 40
salários mínimos das 11 principais regiões metropolitanas do país. Os preços são coletados em
mais de 28 mil comércios visitados pelos pesquisadores.
iii) IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna): calculado pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV), apura os preços mensais de todo o processo produtivo: matérias-primas agrícolas
e industriais, produtos intermediários e bens e serviços finais e preços de construção. É parte da
cesta que corrige os preços de telefonia.
iv) IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado): semelhante ao IGP-DI, verifica preços do comércio
no atacado, no varejo e na construção civil, pesquisados entre o dia 21 do mês anterior e 20 do
mês de referência. É usado na correção de contratos de aluguel e tarifas de serviços públicos.
v) INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): semelhante ao IPCA, ele verifica a variação
do custo médio das famílias com rendimento familiar médio entre 1 e 5 salários mínimos. Indica
as variações de preços nos grupos mais sensíveis, que gastam todo rendimento em consumo
corrente (alimentação, remédio, etc.).
vi) IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal): verifica preços de 388 itens a cada 10 dias.
Donas de casa treinadas pesquisam preços de alimentação no domicílio, produtos de limpeza,
higiene e serviços; e funcionários da FGV fazem consulta mensal de bens e serviços da cesta
básica do IPC.
vii) IPC – Fipe: calcula semanalmente os preços de 468 itens consumidos por famílias de que
recebem entre 0 e 10 salários na cidade de São Paulo.
f) Hiperinflação
i) Conceito: é uma inflação acima dos níveis adequados e fora de controle. O que ocorre é um
encarecimento rápido dos produtos, recessão (não crescimento da economia) e desvalorização
acentuada da moeda.
ii) Caracterização: inflação acima de 50%.
g) Como é calculada a inflação oficial (IPCA):
i) 260 pesquisadores do IBGE levantam preços de 22,5 mil produtos para chegar à taxa de cada
mês.

h) Metas de Inflação:
i) Conceito: é uma política econômica onde o principal objetivo é diminuir e manter a inflação em
níveis baixos. Para isto é feito um anúncio prévio de uma meta numérica para a inflação em
prazo predeterminado há um compromisso explícito de que o Banco Central irá buscar o
cumprimento desta meta. No Brasil, decreto nº 3088 do dia 21 de junho de 1999 (na realidade em
1995 - Plano Real).
ii) Funções (Leiderman e Svensson, 1995):
 Elemento de coordenação de expectativas dos agentes econômicos (principalmente aqueles
que operam no mercado financeiro);
 Mecanismo de transparência para a condução da política monetária, auxiliando na redução
das incertezas.
iii) Histórico no Brasil (inflação anual):

1964 = 90 % a.a.
1968 = 20% a.a.
1979 = 100% a.a.
1986 = 70% a.a. (José Sarney – Plano Cruzado)
1993 = 2.500% a.a. (Recorde inflacionário no Brasil - Impeachment de Collor)
JUL/1994 = 6,84% a.m. (Plano Real)
 1999 = 9,52% (Teto da meta de 10%)
 2000 = 6,59% (Teto da meta de 8%)
 2001 = 8,23% (Teto da meta de 6%)
 2002 = 12,53% (Teto da meta de 5,5%)
 2003 = 9,3% (Teto da meta de 5,25%)
 2004 = 7,6% (Teto da meta de 8%)
 2005 = 5,69% (Teto da meta de 7%)
 2006 = 3,14% (Teto da meta de 6,5%)
 2007 = 4,46% (Teto da meta de 6,5%)
 2008 = 5,90% (Teto da meta de 6,5%)
 2009 = 4,31% (Teto da meta de 6,5%)
 2010 = 5,91% (Teto da meta de 6,5%)
 2011 =6,50% (Teto da meta de 6,5%)
 2012 = 5,84% (Teto da meta de 6,5%)
i) Controle:
i) Aumento da taxa de juros: ao aumentar a taxa básica de juros (SELIC), o BC eleva o custo do
dinheiro, tornando mais caro o crédito para o consumo e para expandir a capacidade produtiva.
Com menos pessoas e empresas consumindo bens e serviços, os preços tendem a cair.
ii) Aumento nos tributos: aumentando os tributos, o governo encarece os produtos e diminui o
interesse das empresas em ampliar a oferta. Com menos pessoas e empresas consumindo bens e
serviços, os preços tendem a cair.
iii) Controle da taxa de câmbio (no Brasil, câmbio flexível): através da injeção ou compra de dólares
no mercado utilizando as reservas internacionais (US$ 375.833 milhões em 06/12/2013: fonte
site do BC).
iv) Melhor forma: o melhor remédio para inflação é a expansão da capacidade produtiva, que
aumenta a oferta de produtos e reduz os preços dos mesmos. Além disso, quando a inflação está
mais alta o governo deve gastar menos e não expandir a demanda.

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