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8) CONCEITO DE MICROECONOMIA

a) Na economia de mercado, o mecanismo de preços resolve os problemas fundamentais da economia


(o que e quanto, como e para quem produzir?)
b) A MICROECONOMIA estuda como os preços podem harmonizar a oferta e a demanda, gerando
equilíbrio.
i) Se as empresas estiverem ofertando muitos bens, os preços devem cair para que a produção seja
vendida.
ii) Porém, se as pessoas estiverem dispostas a comprar muito de um determinado bem, a tendência é
uma elevação de preços desse bem.
iii) Dessa forma o mercado usa os preços para conciliar decisões sobre consumo e produção.
c) A microeconomia preocupa-se em explicar como é gerado o preço dos produtos finais e dos fatores
de produção num equilíbrio. Divide-se em:
I) TEORIA DO CONSUMIDOR: Estuda as preferências do consumidor analisando o seu
comportamento, as suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado. A
partir dessa teoria se determina a curva de demanda.
II) TEORIA DA FIRMA: Estuda a estrutura econômica das empresas. As empresas compram
fatores de produção e vendem o produto/serviço para os consumidores. Estuda estruturas de
mercado tanto competitivas quanto monopolísticas. A partir dessa teoria se determina a curva de
oferta.
 Estrutura de mercado Competitivas:
(a) Concorrência Perfeita ou Pura: descreve mercados em que nenhum participante tem
tamanho suficiente para ter o poder de mercado para definir o preço de um produto
homogêneo.
(i) Intervenientes: grande número de vendedores e compradores, de modo que nem
comprador ou vendedor, individualmente consiga um impacto significativo sobre os
preços.
(ii) Produto: homogéneo, ou seja, o produto de uma empresa é, do ponto de vista dos
consumidores, igual ao produto oferecido pelas restantes empresas da mesma
indústria (não existe diferenciação).
(iii) Novos Entrantes: A entrada e saída de concorrentes é livre.
(iv)Informação: é perfeita. Todos os participantes no mercado (compradores e
vendedores), têm completo acesso a toda a informação necessária e disponível para
aquele mercado, permitindo assim uma tomada de decisões correta.
(v) Ex: medicamento genérico.
 Estruturas de mercado Monopolísticas:
(a) Oligopólio:
(i) Produção se concentra num pequeno número de firmas
(ii) Barreiras à entrada de potenciais concorrentes
(iii) Tipos de Oligopólio:
1. Cartel: quando há algum tipo de acerto referente ao preço que será praticado
2. Truste: quando há uma união das empresas com o objetivo de dividir o mercado.
(iv)Obs.: oligopsônio é uma forma de mercado com poucos compradores e inúmeros
vendedores. Ex: um número restrito de indústrias compra leite das mãos de vários
produtores rurais locais. Neste caso, as empresas que adquirem o produto ditam os
preços e dominam o mercado.
(b) Concorrência Monopolística ou Concorrência Imperfeita:
(i) Situação de mercado entre a concorrência perfeita e o oligopólio = maioria das
situações
(ii) Possibilidade de os vendedores influenciarem a procura e os preços por vários meios
(diferenciação de produtos, publicidade, localização, marca).
(iii) Diferenciação por qualidades reais, ou pelas qualidades presumidas pelos
compradores. Quanto maior a diferenciação do produto mais a empresa que o produz
pode controlar o preço.
(iv)Existem muitas empresas no mercado, mas que oferecem produtos ou serviços não
totalmente homogêneos (não totalmente substituíveis)
(v) Cada uma das empresas possui algum poder de mercado para influenciar o preço
(vi)Ex: batatas fritas. No mercado, existem as batatas com sabor de queijo, as lisas, as
onduladas, as com brindes, entre outras. Outros fatores que as distinguem são os
pacotes, a marca, o peso e o tamanho da embalagem. Apesar de estes fatores poderem
diferenciar um pouco o preço do produto, o fabricante não tem grande manobra de
definição do preço, pois existem sempre concorrência; daí o seu nome.
(c) Monopólio: uma única empresa produz determinado bem, não existindo nenhum bem
substituto próximo.
(i) Situações prováveis para surgimento de um Monopólio:
1. Inovação (patente)
2. Nacionalizações ou estatização
(ii) Monopólio Natural:
1. Investimentos necessários são muitos elevados
2. Custos marginais baixos
3. Pouca ou nenhuma rivalidade
4. Ex.: distribuição de energia elétrica, fornecimento de água.
(iii) Monopólio Legal:
1. Imposição do legislador.
2. Ex. Petrobrás.
(iv)Obs.: Monopsônio é uma forma de mercado com apenas um comprador. Ex.: governo
na área de armamentos (navios de guerra, caças, mísseis).

iii) TEORIA DA PRODUÇÃO: estuda as relações entre as variações dos fatores de produção e
suas consequências no produto final. Determina as curvas de custo, que são utilizadas pelas
firmas para determinar o volume ótimo de oferta.

9) Conceito de DEMANDA ou PROCURA: é a quantidade de determinada mercadoria que os


consumidores estão dispostos a adquirir de acordo com cada preço dado.

Feijão:
R$ 1,50 => consumo de 200 unidades
R$ 1,70 => consumo de 180 unidades
R$ 2,00 => consumo de 150 unidades
R$ 2,10 => consumo de 140 unidades
R$ 2,30 => consumo de 120 unidades
$$$ PREÇO CAI => QUANTIDADE DEMANDADA AUMENTA
$$$ PREÇO SOBE => QUANTIDADE DEMANDADA DIMINUI
Conclusões:
1. Existe uma relação inversa entre preço e demanda.
2. A quantidade demandada é negativamente relacionada com o preço.

1º U ADM – 03/10/2018

10) LEI DA DEMANDA: a quantidade demandada de um bem diminui à medida que o preço dele aumentar.
a) Tabela:

Preços (R$) 1,50 1,70 2,00 2,10 2,30


Quantidade Demandada 200 180 150 140 120

b) Gráfico:
ATÉ AQUI‼! 1º U ADM – 23/05/2018
c) Outros fatores, além do preço, importantes para a demanda:
 Preço dos bens substitutos (Ex.: manteiga e margarina).
 Preço dos bens complementares (Ex.: pão + manteiga).
 Renda dos consumidores: quando a renda aumenta, aumenta a demanda da maioria dos bens
(consumidores compram mais de todas as coisas)
(a) Bens normais: consumo aumenta quando a renda aumenta.
(b) Bens inferiores: consumo diminui quando a renda aumenta; Ex.: carne de segunda.
 Gosto dos consumidores: mudanças nos gostos dos indivíduos (campanhas publicitárias,
modismos, atitudes sociais). Ex.: novelas.
11) Conceito de OFERTA: é a quantidade de determinada mercadoria que os vendedores (fornecedores,
produtor) estão dispostos a oferecer no mercado de acordo com cada preço dado.

Chocolate:
R$ 0,40 => produtor está disposto a fabricar 10 unidades por dia
R$ 0,80 => produtor está disposto a fabricar 20 unidades por dia
R$ 1,20 => produtor está disposto a fabricar 30 unidades por dia
R$ 1,60 => produtor está disposto a fabricar 40 unidades por dia
R$ 2,00 => produtor está disposto a fabricar 50 unidades por dia
$$$ PREÇO SOBE => QUANTIDADE OFERTADA AUMENTA (incentivo à produção aumenta)
$$$ PREÇO CAI => QUANTIDADE OFERTADA DIMINUI (incentivo à produção diminui)
Conclusões:
1. Existe uma relação direta entre preço e oferta.
2. A quantidade ofertada é positivamente relacionada com o preço.

12) LEI DA OFERTA: a quantidade ofertada de um bem aumenta à medida que o preço dele aumentar.
a) Tabela:

Preços (R$) 0,40 0,80 1,20 1,60 2,00


Quantidade Ofertada 10 20 30 40 50
b) Gráfico:

ATÉ AQUI‼! 1º U LOG – 23/05/2018

ATÉ AQUI‼! 1º U ADM – 06/06/2018


c) Outros fatores, além do preço, importantes para a oferta:
 Preço dos insumos (matérias-primas, mão-de-obra e máquinas). Ex: pão (farinha de trigo,
fermento, açúcar, máquinas e mão-de-obra).
(a) Se o preço de um dos insumos diminui, os custos de produção são menores e a produção
se torna mais lucrativa, assim os produtores passam a oferecer mais desse produto ao
mercado.
(b) Ex: China (mão-de-obra barata => custos de produção menores => produção maior)
 Tecnologia: reduzir os custos da empresa e aumentar a produção. Ex.: chocolate artesanal e
industrializado.

VÍDEO: ECONOMIA DESCOMPLICADA – PROGRAMA 2/7


2ª UNIDADE

13) PREÇO DE EQUILÍBRIO DO MERCADO


a) É a resposta para a pergunta: Qual o PREÇO FINAL que fará com que tudo o que foi produzido seja
vendido?
b) Identificação: intersecção entre as curvas de oferta e demanda, denominado ponto “E” ou ponto de
equilíbrio de mercado.
c) Nesse ponto temos o PREÇO DE EQUILÍBRIO que faz com que a quantidade ofertada seja igual à
quantidade demandada.

Preços (R$) 0,40 0,80 1,20 1,60 2,00

Quantidade Ofertada 10 20 30 40 50

Quantidade Demandada 50 40 30 20 10

d) Gráfico:

e) Todas as ações de compradores e vendedores conduzem o mercado naturalmente para o equilíbrio


entre oferta de demanda: é a mão invisível do mercado.
 Equação da reta a partir de dois pontos:
DEMANDA:
Tomando dois pontos quaisquer da reta: P1 = (50 ; 0,40) e P2 = (10 ; 2,00)
EQUAÇÃO LINEAR: Y = aX + b, onde: a = COEF. ANGULAR e b = COEF. LINEAR
a = (y2 – y1) / (x2 – x1) => a = (2,00 – 0,40) / (10 – 50) => a = 1,60 / – 40 => a = – 1,60 /40
Utilizando P1 = (50 ; 0,40), temos:
0,40 = (– 1,60 / 40).50 + b => b = 0,40 + 2 => b = 2,40
Substituindo na equação padrão, temos:
Y = (– 1,60 /40) X + 2,40

OFERTA:
Tomando dois pontos quaisquer da reta: P1 = (20 ; 0,80) e P2 = (40 ; 1,60)
EQUAÇÃO LINEAR: Y = aX + b, onde: a = COEF. ANGULAR e b = COEF. LINEAR
a = (y2 – y1) / (x2 – x1) => a = (1,60 – 0,80) / (40 – 20) => a = 0,80 / 20
Utilizando P2 = (40 ; 1,60), temos:
1,60 = (0,80 / 20).40 + b => b = 1,60 – 1,60 => b = 0
Substituindo na equação padrão, temos:
Y = (0,80 / 20) X

PONTO DE EQUILÍBRIO:
DEMANDA = OFERTA
(– 1,60 /40) X + 2,40 = (0,80 / 20) X => 2,40 = (0,80 / 20) X + (1,60 / 40) X =>
=> 2,40 = 0,08 X => X = 30 UN
f) Se houver desequilíbrio:
 Aumento do preço (excesso de oferta)
 Redução do preço (excesso de demanda):

Segundo a teoria econômica, numa economia de mercado, ou seja, sem nenhuma intervenção, tanto a
quantidade quanto o preço do bem ou serviço sempre tenderão a alcançar este ponto, também chamado de
ponto de equilíbrio (E). Assim, em qualquer ponto diferente deste não existe compatibilidade de desejos
entre os ofertantes e os consumidores, caracterizando um desequilíbrio. Por exemplo, para um preço
superior a PE, a quantidade que interessa aos produtores vender é maior do que aquela desejada pelos
consumidores, caracterizando o que se chama de excesso de oferta. Por outro lado, para um preço inferior a
PE,ocorrerá um excesso de demanda. De acordo com a literatura econômica, em qualquer dessas situações,
não existe compatibilidade de desejos, podendo ser analisadas da seguinte forma (Montoro Filho, 1992:
110):

I – Quando existir excesso de demanda surgirão pressões no sentido de os preços subirem, pois:
a) os compradores, incapazes de comprar tudo o que desejam ao preço existente, se dispõem e passam a
pagar mais;
b) os vendedores veem a escassez e percebem que podem elevar os preços sem queda em suas vendas.
II – Quando existir excesso de oferta surgirão pressões para os preços caírem, pois:
a) os vendedores percebem que não podem vender tudo o que desejam, seus estoques aumentam e,
assim, passam a oferecer a preços menores;
b) os compradores notam a fartura e passam a regatear no preço.

Nesse contexto, no ponto de equilíbrio (E) das curvas de oferta e demanda, não existem pressões para
alterações nos preços nem nas quantidades, garantindo um preço de equilíbrio (PE) e uma quantidade de
equilíbrio (QE) que satisfazem tanto os produtores quanto os consumidores.

 Resultado: volta ao equilíbrio

1º U ADM – 17/10/2018
14) CONCEITOS ECONÔMICOS BÁSICOS IMPORTANTES PARA TOMADA DE DECISÃO
a) ANÁLISE MARGINAL: A análise marginal é aquela que estuda os efeitos produzidos por uma
pequena variação numa determinada variável, conhecida como variável de controle. Ou seja,
dada uma pequena variação (variação na margem) na variável de controle, o que acontece com as
demais variáveis na margem.
i) Conceito: Pode-se também definir a análise marginal como aquela em que se busca
conhecer o quanto se acrescenta a determinada variável quando se adiciona uma unidade na
variável de controle.
ii) Exemplo: o exemplo abaixo ilustra a situação em que a variável de controle é a quantidade do
bem produzido por uma determinada empresa. As demais variáveis que participam na análise
são: receita, custo e lucro. Dessa forma, procura-se analisar os efeitos na receita, custo e lucro
quando se produz uma unidade adicional do bem.
Por suposição, a empresa conhece a seguinte tabela:
TABELA I
Produção Receita Custo Lucro
1 unidade R$100 R$80 R$20
2 unidades R$200 R$150 R$50
3 unidades R$300 R$220 R$80
4 unidades R$400 R$280 R$120
5 unidades R$500 R$380 R$120
6 unidades R$600 R$490 R$ 110
A partir da tabela acima, a empresa elaborou a seguinte tabela para análise marginal:

TABELA II
Produção Receita Marginal Custo Marginal Lucro Marginal
1ª unidade
2ª unidade R$100 R$70 R$30
3ª unidade R$100 R$70 R$30
4ª unidade R$100 R$60 R$40
5ª unidade R$100 R$100 R$0
6ª unidade R$100 R$110 -R$10
A partir da análise das tabelas acima podemos obter as seguintes conclusões:
1) A empresa maximizará o lucro produzindo até a 5ª unidade. Observe que quando a empresa
maximiza o lucro a receita marginal se igual ao custo marginal. Conclusão: a empresa
maximiza o lucro produzindo até que a receita marginal se iguale ao custo marginal.

Maximização de lucro => Receita Marginal = Custo Marginal

2) A 6ª unidade não deve ser, em princípio, produzida porque acarreta em lucro marginal negativo
(-R$10), o que implica em redução no lucro da empresa (de R$ 120 para R$ 110).

Comentário: Se dispuséssemos apenas da tabela II, poderíamos também obter a escala de produção da
empresa que permitiria o alcance do lucro máximo, e o seu valor. Neste caso, bastaria verificar em que
momento o lucro marginal passa a ser negativo. De acordo com a tabela II, isto ocorre ao se produzir a 6ª
unidade do bem. Dessa forma, a empresa maximizaria o seu lucro ao produzir cinco unidades do bem.

Poderíamos representar os dados das tabelas I e II na forma de gráfico:


1º U ADM – 31/10/2018

b) Custo de Oportunidade: indivíduos e empresas necessitam fazer escolhas, tendo em vista a escassez
de recursos. E estas escolhas por sua vez implicam em trade-offs. O custo de oportunidade seria
uma forma dimensionar o quanto renunciamos quando optamos por determinado caminho. Em
outras palavras, custo de oportunidade é o valor que deve ser renunciado da melhor alternativa
quando se faz determinada escolha.
i) “Trade-offs”: escolhas mutuamente excludentes. Exemplo: O Sr X decidiu comprar o pacote de
turismo A em vez do B pelo fato de o pacote A ser mais barato e proporcionar quase tanto bem
estar quanto o pacote B. Note que ao escolher o pacote A o Sr. X excluiu a possibilidade de
compra do pacote B. A situação descrita é conhecida como trade-off. Ela implica em perder
algo (pacote B) em troca de outro (pacote A).
ii) Exemplo: Uma determinada empresa pode produzir dois bens A e B. No momento ela produz
somente o bem A, mas a partir de uma análise de mercado, verificou que o bem B estava sendo
muito demandado e por isso resolveu estudar a possibilidade de passar a produzir também
o bem B. O estudo verificou a seguinte situação descrita na tabela abaixo:
Bem A Bem B
Produção hoje 10 unidades 0 unidade
Produção após estudo 9 unidades 2 unidades

Perguntas:

1 – Qual é o custo de se produzir duas unidades do bem B?

Resposta: 1 unidade do bem A, que é exatamente o volume de produção do bem A


que renuncio ao produzir duas unidades do bem B.

2 – Sabendo-se que o lucro líquido por unidade vendida do bem A é de R$ 200,00 e


do bem B é de R$ 500,00, qual seria o lucro líquido da produção hoje e o lucro
líquido da produção após o estudo?

Resposta:

Hoje teríamos Lucro Líquido = 10 x R$ 200,00 = R$ 2.000,00.


Após estudo teríamos Lucro Líquido = 9 x R$ 200,00 + 2 x R$ 500,00 = R$ 2.800,00.

Comentário: do ponto de vista do lucro líquido, é mais vantajoso a empresa produzir os bens A e B,
ao invés de continuar produzindo somente o bem A.

c) CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO: Uma Curva de Possibilidades de Produção


define o máximo que pode ser produzido de dois bens ao mesmo tempo. Ela mostra os trade-offs
entre dois bens produzidos por uma empresa. Os pontos que se encontram sobre a curva
representam possibilidades eficientes de produção. Pontos que se encontram dentro da curva
representam possibilidades ineficientes produção.
i) Um ponto importante sobre a curva de possibilidade produção é que ela evidencia o
aspecto escassez de recursos, a necessidade de se tomar decisões e o custo de
oportunidade relacionado à decisão.
ii) Exemplo: Uma empresa possui as seguintes possibilidades de produção contidas na tabela
abaixo:

Possibilidades BEM 1 (unidades) BEM 2 (unidades)


A 100 0
B 80 5
C 60 10
D 40 15
E 20 20
F 0 25
A tabela acima nos permite elaborar uma Curva de Possibilidade de Produção para os bens 1 e 2.
 Os pontos A, B, C, D, E e F representam possibilidades eficientes de produção. Qualquer
outro ponto que não esteja sobre a curva representa possibilidade ineficiente de produção.
Ou seja, se a empresa, por hipótese, decidir produzir 40 unidades do bem 1 e 5 unidades do
bem 2, ela o estará fazendo de forma ineficiente.
 Cabe destacar que a curva apresentada acima também permite o cálculo do custo de
oportunidade. Se a empresa se encontra na situação B e deseja ir para a C, o custo de se produzir
5 unidades a mais do bem 2 é 20 unidades do bem 1.
1) CONCORRÊNCIA PERFEITA E MONOPÓLIO
a) Além das forças de mercado (oferta e demanda), o preço de venda do produto vai depender da
estrutura de mercado existente. Os mercados estão estruturados de maneira diferenciada em função
de dois fatores principais: o número de empresas produtoras atuando no mercado e a homogeneidade
ou diferenciação dos produtos das empresas. A concorrência perfeita e o monopólio são os dois
extremos dessa estrutura.
b) Conceito de CONCORRÊNCIA PERFEITA: é um modelo hipotético que retrata uma situação
IDEAL. É uma situação de mercado na qual o número de compradores e vendedores é tão grande
que nenhum deles, agindo isoladamente, consegue afetar o preço. Condições:
 Muitos compradores e vendedores no mercado;
 Diversos vendedores com bens homogêneos: os produtos são tão parecidos que não há como
haver diferenciação de preço por conta de características individuais dos produtos de cada
vendedor;
 Livre entrada de firmas e compradores no mercado: caso as empresas exagerassem no preço
do produto, aumentando seu lucro, essa alta lucratividade atrairia novas empresas para o
mercado, aumentando a oferta total e consequentemente empurrando o preço para baixo;
 Todas as firmas praticam o mesmo preço e tudo que for ofertado será vendido: se uma
empresa tentar praticar um preço mais alto, perderá todos os clientes. Se fizer um preço mais
baixo não estará sendo racional, pois o seu lucro diminuirá
15) Conceito de MONOPÓLIO: do grego “monos”, um + “polein”, vender. Estrutura de mercado oposta à
CONCORRÊNCIA PERFEITA, onde uma única empresa detém o mercado de um determinado produto
ou serviço, conseguindo, portanto, influenciar o preço do bem/serviço que comercializa. Condições:
 É a única vendedora de um produto;
 O produto não tem substitutos próximos;
 Existem barreiras à entrada de outras empresas (concorrentes);
 Mercado onde uma única empresa tem a capacidade de influenciar preços.
ii) Por que um mercado monopolizado é ruim? Porque a empresa monopolista produz menos que a
necessidade da sociedade e cobram mais que deveriam.
iii) Tipos de monopólio:
 MONOPÓLIO LEGAL: alguns monopólios existem a partir de uma regulamentação legal
(Ex.: exploração de petróleo, energia nuclear) ou através da concessão de patentes por um
determinado período (Ex.: novos medicamentos).
 MONOPÓLIOS NATURAIS: são decorrentes de economias de escala na produção. A
empresa monopolista opera com baixos custos por já estarem estabelecidas há muito tempo;
outra empresa que quisesse entrar num mercado desse tipo teria altos custos devido aos
pesados investimentos necessários, não conseguindo ser competitiva. (Ex.: distribuição de
energia elétrica).
 Cartel: é um acordo explícito ou implícito entre concorrentes para, principalmente, fixação de
preços ou cotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação ou, por meio da
ação coordenada entre os participantes, eliminar a concorrência e aumentar os preços dos
produtos, obtendo maiores lucros, em prejuízo do bem-estar do consumidor. Os cartéis geram
um sobrepreço estimado entre 10 e 20% comparado ao preço em um mercado competitivo.
Na prática o cartel opera como um monopólio, isto é, como se fosse uma única empresa.
Exemplo: postos de gasolina.
 Truste: imposição de certas posturas das grandes empresas sobre as concorrentes de menor
expressão. As primeiras obrigam as segundas a adotarem políticas de preços semelhantes,
caso contrário, podem baixar os preços além dos custos, por exemplo, e forçar uma quebra
dos concorrentes. Exemplo: Unilever (Ades, Doriana, Knorr, Cica, Kibon, Comfort, Minerva,
Fofo, Close Up, Dove, Lux, Seda, Lifeboy, etc.).

 O governo pode reagir estabelecendo uma legislação ANTI-TRUSTE para formar empresas
mais competitivas: proibir a fusão de grandes corporações para evitar a formação do mercado
monopolizado. A política brasileira de defesa da concorrência é disciplinada pela Lei nº
8.884, de 11 de junho de 1994.
 Além de infração administrativa, a prática de cartel também configura crime no Brasil,
punível com multa ou prisão de 2 a 5 anos em regime de reclusão. De acordo com a Lei de
Crimes Contra a Ordem Econômica (Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1903 ), essa sanção
pode ser aumentada em até 50% se o crime causar grave dano à coletividade, for cometido
por um servidor público ou se relacionar a bens ou serviços essenciais para a vida ou para a
saúde.
iv) O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é o conjunto de órgãos
governamentais responsável pela promoção de uma economia competitiva no Brasil, por meio da
prevenção e da repressão de ações que possam limitar ou prejudicar a livre concorrência, sendo
sua atuação orientada pela Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994. O SBDC é composto por três
órgãos governamentais:
(a) A Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça;
(b) A Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), do Ministério da Fazenda; e
(c) O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)
16) OLIGOPÓLIO: do grego “oligos”, poucos + “polens”, vender, é uma forma evoluída de monopólio, no
qual um grupo de empresas domina o mercado de determinados produtos/serviços. Exemplos:
montadoras de automóveis, laboratórios farmacêuticos, aviação, comunicação, chocolates e bancos.
Surgem, normalmente, através de seguidas fusões e aquisições de empresas por parte de empresas
maiores. Pode-se definir que determinado mercado se encontra oligopolizado (ou concentrado) quando,
no máximo, 4 empresas dominam mais de 60% do mercado. Quando há algum acerto referente aos
preços que serão praticados, o oligopólio se caracteriza como um cartel. Se as empresas se unem com o
objetivo de dividir o mercado, barrando novos concorrentes ou acabando com concorrentes existentes,
caracteriza-se como truste.
17) CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA (CONCORRÊNCIA IMPERFEITA)
a) Conceito: situação de mercado entre a concorrência perfeita e o monopólio. Na prática, corresponde
à grande maioria das situações reais. Caracteriza-se principalmente pela possibilidade de os
vendedores influenciarem a demanda e os preços por vários meios (diferenciação de produtos,
publicidade, localização, dumping).
b) Características:
i) Grande número de vendedores e compradores.
ii) Livre entrada e saída de firmas, sendo um mercado de acesso fácil.
iii) Produtos não homogêneos, mas substitutos próximos entre si.
iv) Diferenciação do produto pelas suas qualidades existentes (real), ou pelas qualidades presumidas
pelos compradores (ilegítima, pois está presente no imaginário do consumidor devido à
propaganda, fixação da marca, know-how).
c) Exemplos: pasta de dente, refrigerantes, batata frita, carros populares, etc.

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