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1.

As opções totalitárias – O estalinismo


De 1928 a 1953, Estaline foi um chefe incontestado da União Soviética, durante esse tempo
empenhou-se na construção da sociedade socialista e a transformação da URSS em potência
mundial.

Para tal foi necessário tomar medidas:

 Coletivização dos campos


 Planificação dos campos
 Instauração de um Estado totalitário

a) Coletivização dos Campos

Estaline reforçou o centralismo económico, nacionalizando todos os setores da economia, ou


seja, aboliu toda a propriedade privada, passando o Estado a possuir tudo o que iria a dar
lucros ao país, avançou com a coletivização dos campos (medida imprescindível à
industrialização, uma vez que libertaria mão de obra). Mas a brutalidade do processo, com o
confisco das terras e do gado dos camponeses, originou forte oposição por parte dos kulaks,
levando Estaline a persegui-los e deportá-los.

Apesar da resistência à coletivização, a produção atingiu níveis históricos.

b) Planificação económica

Estaline estabeleceu metas de produção para economia de acordo com as necessidades do


país, através dos planos quinquenais (5 em 5 anos):

1. O primeiro plano teve como principal objetivo o desenvolvimento da indústria pesada,


de forma a garantir a independência económica do país.
2. O segundo plano deu prioridade à indústria alimentar, de forma a proporcionar à
população produtos de consumo a baixo do preço, para elevar o nível de vida.
3. O terceiro plano pretendia desenvolver a energia e a indústria química, mas foi
interrompido devido ao início da segunda guerra mundial

c) Estado totalitário

Estaline impôs um regime totalitarista extremamente repressivo, perseguiu os seus opositores


e impôs a sua supremacia, através dos seguintes pontos:

 Purgas periódicas dentro do Partido, eliminando os elementos que o criticavam;


 Os elementos considerados indesejáveis eram condenados a campos de trabalho
forçado
 Integração de crianças e jovens em organizações estalinistas;
 Ditadura do Partido Comunista;
 O culto da personalidade de Estaline e a exaltação do Estado, através da propaganda
política.
2. A resistência das democracias liberais

a) O Intervencionismo do Estado

A depressão dos anos 30 revelou a fragilidades do capitalismo liberal. Até então acreditava-se
que a riqueza dependia apenas da livre iniciativa, da livre produção e da livre concorrência. A
regulação da economia por parte do Estado era considerada absolutamente desnecessária.

Porém a crise veio provar o contrário. Em 1933, Roosevelt influenciado por Keynes opta pela
intervenção do Estado na economia americana, pondo em prática um programa de reformas
económicas e sociais (New Deal), com vista a ultrapassar a Grande Depressão.

As medidas implementadas pelo New Deal foram:

Financeiras Sociais Agricultura Indústria


Controlo rigoroso das Distribuição de Concessão de crédito Imposição de limites à
atividades dos bancos dinheiro aos mais e de indemnizações produção.
e da Bolsa de Valores, pobres, instituição de aos agricultores que Fixação de preços
de forma a evitar a reformas por se encontravam em para os produtos
especulação velhice/invalidez, endividamento ou industriais.
fundo de àqueles que
desemprego, garantia reduziram a
de um salário mínimo produção.
e de liberdade
sindical, redução para
40 horas de trabalho
semanal.

Ainda se contruiu estradas, vias férreas, escolas, hospitais para combater o desemprego
(novos postos de trabalho)

b) Os governos de Frente Popular

Na França e na Espanha, as dificuldades económicas, a incapacidade dos governos em


solucionar a crise e o avanço da extrema-direita mobilizaram os cidadãos para a formação de
alianças políticas que congregassem organizações antifascistas e partidos de esquerda
(socialistas, comunistas e radicais), ou seja, formação da Frente Popular.

Objetivos da Frente popular:

 Resolver a crise económica;


 Diminuir o desemprego;
 Derrotar o fascismo;

Medidas da Frente Popular em França:

 Aumento dos salários;


 Liberdade sindical;
 Limitação do horário semanal para 40 horas;
 Concessão de 15 dias de férias pagas;

Apesar da melhoria da condição de vida dos assalariados, o governo da Frente popular teve o
seu fim em 1938.

Medidas da Frente popular em Espanha:

 Amnistia dos presos políticos;


 A melhoria das condições de vida dos trabalhadores, devido ao aumento dos salários;
 Autonomia da Galiza e dos Países Baixos;
 Direito à greve;

Contudo, face a estas medidas populares a direita conservadora reage iniciando um


pronunciamento militar em julho de 1936 destinado a derrubar o governo da Frente Popular:
Guerra Civil Espanhola.

3. Portugal: O Estado Novo


O Estado Novo, sob a tutela de Salazar, caracterizou-se pelo seu caráter:

 Autoritário
 Corporativo
 Conservador
 Nacionalista

Salazar para impor a ordem social e resolver a situação financeira, adota o modelo fascista
italiano, de forma a condicionar as liberdades individuais e a instalar um Estado autoritário.

a) Autoritarismo

O Estado Novo era autoritário, na medida em que rejeitava a liberdade e a soberania popular,
rejeitava o sistema parlamentar e o poder pertencia ao Governo, que exercia a autoridade
sobre a população.

b) Corporativismo

À semelhança do fascismo, o Estado Novo também se mostrou empenhado na unidade da


Nação. O corporativismo concebe a nação, não como um grupo de indivíduos, mas como uma
entidade maior integrada por vários elementos, onde os interesses socias se unem para
conceção de um bem comum: as famílias, o poder autárquico (câmaras e freguesias) e as
corporações (organismos onde os indivíduos se agrupam de acordo com a função social
desempenhada).

c) Conservadorismo

O Estado Novo era conservador, pois deu grande importância às tradições, nomeadamente à
família tradicional, em que a mulher era apenas esposa e mãe, não tendo qualquer
importância económica ou social e em que o homem era quem sustentava a família. Protegeu-
se a religião católica e o mundo rural rebaixando a sociedade industrializada.

d) Nacionalista
O caráter nacionalista destacou-se, pois Salazar afirmava que tudo tinha de ser pela nação
e nada contra a nação, louvou e comemorou os heróis e o passado glorioso da Pátria, e
valorizou o estilo de vida português e os produtos nacionais.

O projeto cultural do Regime

No contexto de um regime de tipo totalitário, a cultura portuguesa encontrava-se


subordinada ao Estado e servia de instrumento de propaganda política. O Estado Novo
compreendeu a necessidade de uma produção cultural submetida ao regime, por isso, pela
via da persuasão, o Estado Novo concebeu um projeto que vai instrumentalizar os artistas para
a propaganda do seu ideal. A este projeto cultural chamou-se de “Política de Espírito”.

Tudo servia para divulgar as tradições nacionais e engradecer a civilização portuguesa


(restauro de monumentos, festas populares, peças de teatro, cinema, etc.)

Uma economia submetida aos imperativos políticos

A estabilidade financeira tornou-se numa prioridade devido a conjetura depressiva dos anos
30. O Estado Novo apostou num modelo económico fortemente intervencionista e autárquico,
que se fez sentir nos vários setores da economia:

a) Financeira
 Limitação das despesas
 Lançamento de impostos tendo em vista o aumento da receita
 Neutralidade do país durante a segunda Guerra Mundial – evitou as inúmeros
consequências negativas; aproveitou-se as necessidades económicos dos países
envolvidos para dinamizar as exportações

b) Agrícola

A atividade agrícola foi um dos meios mais poderosos para atingir a pretendida
autossuficiência. De todas as medidas agrícolas a que mais impacto teve foi a dinamização
da produção de trigo, visando tornar o país independente face ao estrangeiro.

c) Obras públicas

Tinha como principal objetivo a combate ao desemprego e a modernização das infraestruturas


do país.

d) Indústria

A indústria não constitui uma prioridade ao Estado Novo. O condicionamento industrial


consistia na limitação, pelo Estado, do número de empresas existentes, pois a iniciativa
privada dependia, em larga medida, da autorização do Estado. Procurava-se evitar a
superprodução, a queda de preços e o desemprego.

4. A irradiação do fascismo no mundo


Na década de 30, explorando os efeitos devastadores da grande depressão, bem como a
descrença na democracia, as ditaduras espalham-se.

O fascismo espreita por toda a parte. As democracias sobrevivem apenas nos países de
tradição liberal. Mas até na França e Inglaterra, o movimento fascista desperta simpatias
fazendo tremer o regime democrático.

Esta vaga autoritária não se limitou à Europa, fazendo-se também sentir noutros continentes.
Duramente atingidos pela retração do comércio internacional, a América Latina, Ásia e África
aderem ao autoritarismo.

5. Reações ao totalitarismo fascista


As respostas das democracias e da sociedade das Nações

A Sociedade das Nações, criada após a Primeira Guerra Mundial para manter a paz mundial, foi
ineficaz em lidar com as questões políticas e militares da época, nomeadamente, a agressão
italiana na Etiópia (Estado reconhecido e membro da SDN), a anexação alemã (anexa a Áustria,
a região dos Sudetas e o restante território checo) e a expansão japonesa (ocupa a Manchúria
e outras partes da China). Além disso, a passividade dos Estados democráticos, que se
recusavam intervir, contribui para o aumento do nacionalismo, do militarismo e a formação de
alianças político-militares que levaram à Segunda Guerra Mundial.

A mundialização do conflito

Já prevendo a Guerra, a Alemanha assina com a URSS um pacto de não agressão, com objetivo
de evitar a guerra em duas frentes.

Com a invasão da Polónia pelo exército alemão, a Grã-Bretanha e a França, que tinham
prometido a apoiar a Polónia, declaram guerra à Alemanha.

A mundialização do conflito foi impulsionada por diversos fatores:

 Crescente rivalidade entre as grandes potências.


 O imperialismo, que se concentrou na aquisição de territórios: Alemanha, Itália e
Japão.
 Entrada dos Estados Unidos na guerra após o ataque japonês a Pearl Harbor.

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