Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A instabilidade política e social da I República deu força à oposição conservadora. Por outro
lado, os militares ansiavam restaurar a ordem e autoridade postas em causa pelos constantes
confrontos entre as fações republicanas e pelas reivindicações operárias.
O Estado Novo (1933-1974), tendo como alicerces a União Nacional (1930), o Ato Colonial de
1930, a Constituição de 1933 e o Estatuto do Trabalho Nacional (1933), definiu-se a si próprio
o ponto de vista ideológico como:
Desde o início, a base de sustentação da política económica do Estado Novo foi a estabilidade
financeira, sendo esta utilizada como uma referência de um governo austero e promotor do
desenvolvimento económico do país.
O rigor orçamental das contas publicas trazia algumas vantagens à economia do Estado Novo:
b) Defesa da ruralidade
A “campanha do trigo”, em 1929, foi a primeira de muitas outras com o intuito de, à
semelhança de Mussolini, estimular a produção agrícola e assegurar o maior grau possível de
autossuficiência alimentar.
Na propaganda do regime, o mundo rural era apresentado como um espaço virtuoso, uma
espécie de refúgio ou paraíso terreno. Mas a realidade é que a esmagadora maioria do
campesinato se debatia com condições de vida e de trabalho extremamente precárias.
O Estado Novo, à semelhança dos regimes ditatoriais alemão e italiano, promoveu um vasto
programa de obras publicas, dando seguimento à Lei de Reconstituição Económica (1930).
Com o objetivo declarado da promoção do fomento económico do País foi implementada uma
política de edificação de infraestruturas com expressão em diferentes setores de atividade:
A indústria era um setor com vários atrasos estruturais, designadamente a fraca dimensão das
unidades fabris e os baixos níveis de produtividade, a que se acrescia uma política centralista e
dirigista, que acabava por condicionar o seu desenvolvimento.
O Estado Novo era, um Estado Corporativo, cuja organização estava defendida no Estatuto do
Trabalho Nacional, que integrava as diferentes atividades profissionais em sindicatos nacionais
– e o patronato em grémios.
Por sua vez, estes organismos eram enquadrados em Federações e Uniões. No topo da
pirâmide corporativa viriam a constituir-se, já nos anos 50, os órgãos de cúpula: as
Corporações e a Camara Corporativa com funções consultivas, integrada por representantes
daquelas.
Para alem daquelas organizações profissionais, havia ainda as Casas do Povo, que reuniam
camponeses e os proprietários das terras, e as Casas dos Pescadores, que associavam
trabalhadores e empresários ligados à pesca.
• A política colonial
Como Mussolini ou Hitler, tambem Salazar exaltou o passado histórico nacional, como
fundamento e legitimação da manutenção do Imperio Colonial Português.
Para aliviar a pressão internacional, o Estado Novo introduziria algumas alterações à sua
política colonial, no início dos anos 50.
• O projeto cultural do regime
A criação do Secretariado de Propaganda Nacional, em 1933, insere-se neste projeto uma vez
que apoiou e controlou as artes, os espetáculos e todas as formas de expressão.
O Estado Novo nunca reconheceu como prioritária uma política de educação de massas e por
tal, a taxa de analfabetismo manteve-se muito elevada. Verificou-se um aumento da
construção de escolas primarias, mas, no entanto, não foi acompanhado de uma evolução na
qualidade da formação dos professores e dos métodos pedagógicos.
Criaram-se liceus e escolas técnicas por todo o país, melhorando as estatísticas, mas não
melhorou a qualidade de ensino, submetido a uma pedagogia de inculcação ideológica, ao
mesmo tempo formativa e repressiva.
Os manuais era “livros únicos” aprovados pelo Ministério da Educação Nacional e impostos a
todas as escolas do país.
Ao nível do ensino superior, o controlo do Estado era ainda mais apertado. A aplicação de
critérios políticos na seleção dos professores e o centralismo aplicado na direção e gestão das
universidades condicionaram a qualidade do ensino.
No domínio da ciência, o Estado Novo criou vários laboratórios e centros de investigação, mas
em termos globais, o desenvolvimento geral da cultura e da investigação científica foi
prejudicado pelo controlo sistemático exercido pelos organismos oficiais (censura e SPN) e
pela profunda desconfiança do regime relativamente aos meios intelectuais e académicos.