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Novo Viva a História! 9.

º ano Guia de utilização

11.1.
A Guerra Fria

Cristina Maia
Cláudia Pinto Ribeiro
Isabel Afonso
OS MODELOS POLÍTICOS A APARENTE ABERTURA
E ECONÓMICOS DOS EUA DO ESTADO NOVO NO
E DA URSS IMEDIATO APÓS-GUERRA

INICIA A A GUERRA FRIA


DESCOBERTA…
O MODELO DE
O MOVIMENTO DOS PAÍSES
CRESCIMENTO ECONÓMICO
NÃO ALINHADOS
DO ESTADO NOVO

A OPOSIÇÃO OS FATORES DE
DEMOCRÁTICA CRESCIMENTO DO
ANTICOLONIALISMO NO
APÓS-GUERRA
AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS
NA POLÍTICA COLONIAL DO
ESTADO NOVO FACE AO
PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO
DO APÓS-GUERRA O MILAGRE JAPONÊS

O NEOCOLONIALISMO O DINAMISMO ECONÓMICO E


E OS PROBLEMAS DO SOCIAL DOS PAÍSES CAPITALISTAS
TERCEIRO MUNDO
AS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS DE
AS SOCIEDADES OCIDENTAIS VANGUARDA

O NASCIMENTO E EXPANSÃO A IMPORTÂNCIA DOS JOVENS


DA COMUNIDADE EUROPEIA NA SOCIEDADE
O MARCELISMO: A RECUSA DA A ORGANIZAÇÃO DA
DEMOCRATIZAÇÃO SOCIEDADE DEMOCRÁTICA

A DESAGREGAÇÃO DO A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA


ESTADO NOVO PORTUGUESA
AS CONSEQUÊNCIAS DAS
“CRISES PETROLÍFERAS” NOS
PAÍSES CAPITALISTAS E NOS
PAÍSES COMUNISTAS A CONTESTAÇÃO A MOSCOVO

UNIDADE E DIVERSIDADE DO
MUNDO COMUNISTA

OS PROBLEMAS
ECONÓMICOS E SOCIAIS
4/13

INICIA A DESCOBERTA…

Presta atenção ao texto.

Agora responde…
1. Que potências ocuparam a
Alemanha após o fim da Guerra?
2. O que se fez para dividir Berlim?
3. Quais são as ideologias em
confronto?
5/27

OS MODELOS POLÍTICOS E ECONÓMICOS DOS EUA E DA URSS

Terminada a 2.ª Guerra Mundial, as duas potências que tiveram um papel fundamental na vitória dos Aliados, EUA e
URSS, vieram a confrontar-se e a disputar entre si o domínio de posições estratégicas e tentaram também impor a
sua respetiva ideologia. Em contrapartida, a Europa encontrava-se arruinada, tendo perdido a sua influência no
Mundo.
Embora aliadas durante a guerra, depressa se notou o antagonismo entre as duas potências, EUA e URSS,
aprofundado pelos diferentes modelos de sociedade que preconizavam.

EUA URSS
sistema capitalista sistema socialista
• Planos quinquenais
• Propriedade privada
• Controlo sobre a moeda
• Lei da oferta e da procura
• Inexistência ou pouca importância dada à propriedade privada
• Estado detém um papel importante na economia
• Propriedade coletiva
• Incentivo ao consumo
• Banca e indústria pertencem ao Estado
5/27

O ANTAGONISMO ENTRE AS DUAS SUPERPOTÊNCIAS

Presta atenção ao texto.


O Plano Marshall

Responde às questões:
O Congresso considera que a situação atual da Europa põe em
perigo uma paz duradoura, o bem-estar geral e o interesse
1. Quais eram os principais nacional dos EUA.
objetivos do Plano Marshall?
O Congresso declara que a política dos Estados Unidos consiste
2. Copia duas frases do em encorajar os países da Europa graças a uma organização
documento que comprovem comum, em desenvolver esforços conjuntos a fim de realizar a
que este plano de cooperação económica da Europa que é essencial para assegurar
reconstrução europeia uma paz e prosperidade estáveis. (…)
pretendia travar o avanço
comunista. Aprovação pelo Congresso dos EUA do Plano de Marshall, 1948

Eram notórias as divergências entre as duas superpotências, que confrontavam sistemas políticos antagónicos, em
busca de uma supremacia mundial. Posto isto, os EUA e a URSS passaram a afirmar-se como líderes indiscutíveis
dos países que se agrupavam em seu redor.
Com efeito, tornou-se cada vez mais visível o confronto entre os sistemas económicos, sociais e ideológicos do
mundo ocidental, capitalista, e do bloco de leste, comunista.
5/27 O ANTAGONISMO ENTRE AS DUAS SUPERPOTÊNCIAS

Foi neste contexto que se assistiu à evidente formação de blocos: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos da
América, e o socialista, liderado pela URSS, onde cada um procurava aumentar a sua área de influência e
poder.

Bloco Bloco
capitalista •
socialista
Comecon (resposta ao Plano
• Plano Marshall Marshall. Ajuda financeira da
URSS aos países de leste)
• Criação da NATO (aliança • Pacto de Varsóvia (aliança
defensiva entre os países da defensiva entre os países da
América do Norte e da esfera comunista, em
Europa Ocidental) resposta à NATO)

[clicar no mapa
para ampliar]
6/27

A GUERRA FRIA
Consequentemente, esta política de blocos
conduziu o mundo a um clima de tensão,
liderado pelas duas potências em evidência.
Durante mais de uma década, este “conflito
surdo”, mais conhecido por Guerra Fria
caracterizou-se por uma série de momentos de
maior tensão e por outros de relativo
apaziguamento.

Atenta na imagem.

Responde à questão:

1. Tomando como ponto de partida o contexto


histórico e a imagem,A procura definir
divisão do mundo“Guerra
em doisFria”.
blocos
6/27 A GUERRA FRIA

As tensões e rivalidades entre as duas superpotências levaram à espionagem e contraespionagem, conflitos bélicos e
propaganda oficial contra o bloco adversário. Vivia-se o chamado “equilíbrio pelo terror”, onde qualquer
manifestação de simpatia pelo bloco opositor era inaceitável. Posto isto, foram vários os momentos que marcaram
este conflito, entre eles:

O bloqueio de Berlim e a Nikita Krutchev e John Kennedy e a crise A divisão da Coreia


construção do Muro dos mísseis em Cuba

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ampliar] ampliar] ampliar]
7/27

A APARENTE ABERTURA DO ESTADO NOVO NO IMEDIATO APÓS-GUERRA

Presta atenção ao texto.

Com o final da guerra e a vitória dos aliados sobre o nazi-fascismo, irrompem


espontâneamente as manifestações da Vitória, logo a 7 e 8 de maio de 1945 […].
Discursa-se de improviso, dão-se vivas à liberdade e à democracia. É iniludível o caráter
de oposição declarada ao regime que assumem. […] O Governo está, no entanto, à
defesa e admite mesmo realizar eleições.

João Madeira, As oportunidades perdidas da oposição, in “Os anos de Salazar. 7”, 2008

Responde às questões:

1. Qual a importância do final da 2.ª Guerra Mundial


para muitos portugueses?
2. Como é que o Governo salazarista reagiu perante
os acontecimentos de 1945?
7/27 A APARENTE ABERTURA DO ESTADO NOVO NO IMEDIATO APÓS-GUERRA

Em resumo:
Perante a pressão exercida pela oposição interna, bem como pelos Estados
Unidos e Inglaterra, Salazar levou a cabo algumas medidas, querendo
mostrar à comunidade internacional uma abertura do regime.
Como tal, dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições para este
órgão, marcadas para o dia 18 de novembro de 1945 que, segundo o
Presidente do Conselho, “seriam tão livres como as da livre Inglaterra”.
Todavia, para concorrer às eleições, a oposição democrática criou o MUD
– Movimento de Unidade Democrática, que acabou por desistir, pois o
Governo de Salazar proibiu comícios e censurou de forma ainda mais
apertada a imprensa. Sem adversários, a União Nacional acabaria por
eleger todos os candidatos à Assembleia.
persistindo, assim, a

Responde à questão:

1. Tendo com conta a conjuntura, tenta decifrar a simbologia do exterior e interior


da maçã que acompanha ASalazar
aperpetuação
na capa da revistado
figura de Salazar. regime
TIME, salazarista
apresentado como ditador -
“Portugal: até que ponto o melhor é mau?” 22 de julho de 1946
7/27

A PERPETUAÇÃO DO REGIME SALAZARISTA

A permanência do Salazarismo em Portugal e do Franquismo


em Espanha era justificado pela sua luta anticomunista,
acabando por ser perpetuada devido à consolidação da Guerra
Fria. Além disso, Salazar recebia discreto apoio dos EUA e da
Grã-Bretanha, pelo que a entrada de Portugal na OTAN (como
membro fundador, em 1949) e, em 1955, na ONU, mais não
são do que reflexos da aceitação ocidental do regime
salazarista.

A visita de Estado da rainha de Inglaterra, Isabel II, a Portugal, em


1957. Na fotografia, vemos a rainha e Craveiro Lopes, 2.º presidente
da República do Estado Novo
7/27 A PERPETUAÇÃO DO REGIME SALAZARISTA

Presta atenção ao texto.

Externamente, o Governo obtém um sucesso decisivo: no momento mais crítico para si, os
aliados anglo-americanos fazem sentir publicamente o seu apoio à manutenção de Salazar no
poder, entendida por eles como melhor garantia de estabilidade em zona de importância
estratégica vital num momento em que o mundo começa a resvalar para a «guerra fria». Para
desespero e desencanto da oposição, [a Grã-Bretanha] […] reconhece e agradece […] a ajuda
do Governo Português aos aliados durante a guerra […].

António Reis, (dir.), Portugal contemporâneo (1910-1958), volume 2, 1996, p. 449

Responde às questões:

1. Por que motivo os aliados anglo-americanos apoiam a manutenção de Salazar no poder?


2. Quais eram as expectativas da oposição?
8/27

A OPOSIÇÃO DEMOCRÁTICA

Em virtude do seu enorme impacto junto da opinião pública, o MUD foi


ilegalizado em 1946 e os seus elementos mais ativos fortemente
perseguidos pela PIDE. Em fevereiro de 1949, decorreram as eleições
presidenciais, concorrendo, pela oposição, o general Norton de Matos,
antigo governador de Angola. Porém, a repressão foi violenta, acabando
aquele por desistir, uma vez que percebeu que o ato eleitoral não iria Jornal “República”, 1958
realizar-se de forma imparcial, sendo, como tal, objeto de manipulação.

No entanto, foi em 1958, aquando das eleições para a Presidência da


República, que o regime salazarista “estremeceu”, com a candidatura de
Humberto Delgado. Porém, devido a fraude, a vitória coube ao candidato
do regime, o almirante Américo Tomás.

[clicar aqui para


ampliar] Panfleto "Aos Professores, Estudantes ... Votai
Humberto Delgado“
8/27 A OPOSIÇÃO DEMOCRÁTICA

Jornal “República”, 1958 Panfleto "Aos Professores, Estudantes ... Votai


Humberto Delgado“

Responde às questões:

1. Com base nas fontes, por que razão Humberto Delgado ficou eternizado como “O General Sem Medo”?
2. Quais eram os objetivos da sua campanha eleitoral?
9/27

O MODELO DE CRESCIMENTO ECONÓMICO DO ESTADO NOVO

Nos anos de 1950, Portugal apresentava um grande atraso económico em relação ao resto da Europa, continuando
a ser predominantemente agrário, ocupando este setor quase 50% da população ativa, apresentava um baixo nível
de instrução da população ativa e fracos índices de mecanização. Além disso, Salazar havia recusado inicialmente
a ajuda financeira do Plano de Marshall.
[clicar aqui para
Presta atenção aos documentos. ampliar]

No início da década de 70, existiam no continente cerca de oitocentas


mil explorações agrícolas (com terra), das quais 80% eram muito
pequenas, produzindo menos de 15% do produto agrícola (…).

Américo Ramos dos Santos, “Abertura e Bloqueio da Economia Portuguesa” in Portugal


Contemporâneo, vol. V, Publicações Alfa, Lisboa, 1989.
9/27 O MODELO DE CRESCIMENTO ECONÓMICO DO ESTADO NOVO

No período de 1958-73, a economia portuguesa observou um rápido crescimento das


indústrias transformadoras, caracterizado por uma dupla dinâmica. Numa primeira fase,
que vai sensivelmente entre meados da década dos anos 50 e o final da primeira metade
dos anos 60, poder-se-á afirmar que o crescimento industrial de Portugal assentou
predominantemente em setores orientados para o mercado interno, substituindo as
importações. É então que arrancam alguns projetos particularmente estimulados e
Responde às questões: protegidos pelo Estado: siderurgia nacional, refinação de petróleo, indústrias dos adubos,
montagem de automóveis e estaleiros navais. Estes últimos, tal como a pasta de papel,
1. Quais eram os principais objetivos dos também implantada nesta fase, tinham igualmente vocação para o mercado externo.
Planos de Fomento Económico?
2. Qual era o papel do Estado? Américo Ramos dos Santos, “Abertura e Bloqueio da Economia Portuguesa” in Portugal Contemporâneo,
vol. V, Publicações Alfa, Lisboa, 1989.
3. Em que indústrias se apostou?

Em resumo:
A indústria portuguesa mantinha-se estagnada, uma vez que a legislação do condicionamento industrial limitava a
instalação de novas fábricas. Todavia, a partir da década de 1950, passou a defender-se que a indústria deveria ser o
motor de todo o desenvolvimento económico do país. Posto isto, as bases essenciais da economia foram estabelecidas
pela mão dos Planos de Fomento Económico. Em 1959, a adesão de Portugal à EFTA (Associação Europeia de
Comércio Livre) conduziu ao aumento das exportações e a uma maior liberalização da economia, facilitando o
investimento estrangeiro em Portugal.
10/27

OS FATORES DE CRESCIMENTO DO ANTICOLONIALISMO NO


APÓS-GUERRA
Os Estados-membros da Organização devem reconhecer, no que
respeita aos povos dos territórios autónomos e dos territórios sob
tutela da ONU, o direito desses povos a decidir o seu futuro e devem
facilitar-lhes o exercício desse direito tendo em conta os princípios e o
espírito da Carta das Nações Unidas.

Resolução da ONU (16/12/1952)

Responde à questão:

1. Perante a Resolução da ONU, define o direito de


cada povo à autodeterminação.

Em resumo:
Após a 2.ª Guerra Mundial, assistiu-se a um forte sentimento anticolonialista, daí que as colónias iniciassem o seu
processo de descolonização, pelo que colónias do continente africano e asiático recusavam a dominação e exploração
económica por parte dos países europeus. Defendendo o direito de cada povo à autodeterminação, a libertação dos
povos foi impulsionada pela ONU. Os EUA e a URSS apoiavam os movimentos de independência, perspetivando
aumentar as suas áreas de influência.
10/27

AS VAGAS DE DESCOLONIZAÇÃO – ÁSIA/PACÍFICO

O movimento de descolonização assumiu duas


formas de luta:

Pacífica: em 1947, a Índia, antiga colónia


inglesa, torna-se independente. Mahatma
Gandhi foi o dirigente político do movimento
nacionalista, defendendo a não violência.

Mahatma Gandhi (1869-1948)


10/27

AS VAGAS DE DESCOLONIZAÇÃO – ÁSIA/PACÍFICO

O movimento de descolonização assumiu duas formas de luta:

Violenta: conseguido o apoio chinês, Ho Chi Minh


lutou contra os franceses pela independência da
Indochina, vindo a acontecer em 1954. O conflito teve
a duração de nove anos.

Ho Chi Minh(1890-1969)
10/27

AS VAGAS DE DESCOLONIZAÇÃO – ÁSIA/PACÍFICO

O movimento de descolonização assumiu


duas formas de luta:

Violenta: A Indonésia, antiga


colónia holandesa, alcançou a
independência em 1949, após um
longo período de guerra.

Sukarno (1901-1970)
11/27

O MOVIMENTO DOS PAÍSES NÃO ALINHADOS

Consequentemente, o processo de descolonização,


ocorrido durante a década de 1950, conduziu à
independência de territórios asiáticos e africanos,
provocando uma onda de reivindicações que foram
ouvidas na Conferência de Bandung, na Indonésia,
em 1955. Esta reuniu as ideias de 29 países afro-
asiáticos, pelo que as que mais se salientaram foram o
reconhecimento do direito à autodeterminação dos
povos, libertando-se do domínio colonial e a imediata
descolonização de África.

Conferência de Bandung, Indonésia, 1955


11/27 O MOVIMENTO DOS PAÍSES NÃO ALINHADOS

Em 1961, na Conferência de Belgrado, surgiu o


Movimento dos Países Não Alinhados que
reivindicavam uma nova ordem económica
internacional, recusando a subjugação face aos
EUA e à URSS, defendendo, assim, uma
postura ativa e construtiva para criar uma nova
paz mundial. Em 1962, fundou-se a OUA
(Organização de Unidade Africana) que
reafirmou estas ideias.

Conferência de Belgrado, Jugoslávia, 1961


12/27

O NEOCOLONIALISMO E OS
PROBLEMAS DO TERCEIRO
MUNDO
Na década de 1950, Alfred Sauvy,
economista e sociólogo francês, utilizou, pela
primeira vez, a expressão Terceiro Mundo.

Responde às questões:

1. Em que continentes se localizam os países do


Terceiro Mundo?
12/27 O NEOCOLONIALISMO E OS PROBLEMAS DO TERCEIRO MUNDO

O processo aberto depois da 2.ª Guerra Mundial tinha terminado com a


independência política, mas não económica, de um número considerável de
povos. Estes constituem o chamado Terceiro Mundo, cuja situação de atrasado
económico o converte em joguete frágil para o Primeiro e Segundo Mundos
(Neocolonialismo). A dependência económica em relação ao Ocidente e o
subdesenvolvimento parecem constituir, até ao momento, os únicos laços
comuns que os unem.

José M. G. Arenas e Yuste J. C. Herrero, Textos de Historia del Mundo Contemporáneo, 2.ª ed.,
Edinumen, Madrid, 1984

Responde às questões:

1. De acordo com os autores do texto, o que é o Terceiro Mundo?


Indica as condições dos países que o compõem.
2. Realça dois problemas sociodemográficos destes países a
partir da imagem.
3. Com base nas informações do texto e desconstruindo a Bairro de lata na Colômbia
palavra, define Neocolonialismo.
13/27

AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS NA POLÍTICA COLONIAL DO ESTADO NOVO FACE


AO PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO DO APÓS-GUERRA

Atenta nas figuras.

[clicar na imagem
para ampliar]

“Portugal! Portugal!” “Portugal não é um país pequeno”


Propaganda que mostra Portugal enquanto Cartaz de propaganda ao Império Colonial
Estado multirracial e pluricontinental Português

Responde às questões:

1. Qual terá sido o intuito de Salazar ao apelidar as colónias de “províncias ultramarinas”? Fundamenta
a tua resposta, com base no contexto histórico e na informação das figuras.
2. Define o Portugal do Estado Novo, com base na informação duas figuras.
13/27 AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS NA POLÍTICA COLONIAL DO ESTADO NOVO FACE AO PROCESSO DE
DESCOLONIZAÇÃO DO APÓS-GUERRA

Em resumo:
Após a 2.ª Guerra Mundial, os países europeus foram reconhecendo a independência às
suas antigas colónias. Contudo, Salazar ignorou a pressão internacional e isolou-se. Posto
isto, após a revisão constitucional de 1952, passou a designar as colónias portuguesas de
províncias ultramarinas, alterando o estatuto das populações africanas que, teoricamente,
passariam a ter os mesmos direitos dos cidadãos portugueses. Com efeito, Salazar
procurou investir e desenvolver as colónias africanas .
13/27

A GUERRA COLONIAL

[clicar na cronologia
para ampliar]
13/27 A GUERRA COLONIAL

Em resumo:
Devido à postura postura irredutível de Salazar quanto
à política colonial, surgiram nas várias colónias
movimentos independentistas: em Angola, o MPLA
(1956), a FNLA (1962) e a UNITA (1966), o PAIGC
na Guiné (1960) e em Moçambique a FRELIMO
(1962), que desencadearam ações de guerrilha contra a
dominação portuguesa.
Em 1961, eclodiu a Guerra no Norte de Angola,
levando ao envio de tropas portuguesas para a colónia
e no final desse ano, a União Indiana invadiu e anexou
pela força Goa, Damão e Diu. Em 1963, a guerra
alastrou-se à Guiné e, em 1964, a Moçambique. Entre
1961 e 1974, Portugal enviou cerca de 800 000
soldados para as três frentes da Guerra Colonial.
13/27

AS CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA
COLONIAL
Críticas à guerra colonial
A verdade é que todos nos deixámos instalar nesta guerra; que a
admitimos como inevitável e imposta; (…) Na verdade, procuramos
fazer a nossa vida normal e considerar em paz a nossa consciência,
enquanto em África aldeias inteiras são arrasadas, populações
dizimadas, prisioneiros porventura torturados e assassinados;
enquanto homens, mulheres e crianças ficam estropiados física e
moralmente para toda a vida; e enquanto, mesmo entre nós,
milhares de jovens continuam sem acesso a um ensino adequado,
populações inteiras sem assistência médica suficiente, multidões de
operários sem possibilidades de trabalho na sua pátria.

Carta enviada ao Cardeal Patriarca de Lisboa no “Dia da Paz” (1 de janeiro de 1969) por
um grupo de católicos.

Responde às questões:

1. Segundo as fontes, quais foram as principais consequências da Guerra


Colonial para os seus intervenientes?
2. Com base no documento escrito, como se encontrava Portugal, a nível
Soldado mutilado
económico recebe
e social, a medalha
durante este de Serviço Distintos
conflito?
14/27

O DINAMISMO ECONÓMICO E SOCIAL DOS PAÍSES CAPITALISTAS

A partir da prosperidade económica verificada dos anos de 1950, foram vários os Estados do Mundo Ocidental
que decidiram adotar medidas no sentido de criar um sistema de proteção social que garantisse um sistema
nacional de saúde, gratuito e acessível a todos os cidadãos, apoio em caso de doença, invalidez, desemprego e
velhice, estabelecimento de subsídios, como o “abono de família” ou de maternidade e ampliaram-se as
responsabilidades do Estado ao nível do ensino e habitação.
Eram os anos do Estado-Providência.

Estado-Providência
Bem-estar e
• Educação básica;
• Segurança social; Proporcionou durante qualidade de vida
• Serviço nacional de saúde; os “Trinta Gloriosos”
• Bairros sociais.
14/27

A HEGEMONIA AMERICANA

Desde o final da 2.ª Guerra Mundial até aos anos de 1970, assistiu-se nos EUA a um desenvolvimento económico
sem precedentes, de forma a tornarem-se a primeira potência mundial.
Este desenvolvimento deveu-se a diversos fatores, entre eles:

A nível económico A nível tecnológico A nível cultural


• Grande avanço científico e tecnológico,
• Extenso território propício à agricultura; • Estilo de vida da população – o
aplicado à produção;
• Aumento do poder de compra, American way of life;
• Crescimento da indústria (siderúrgica,
promovido por uma situação de pleno • As tendências e comportamentos, ao
química, mecânica, têxtil, automóvel,
emprego; nível da moda, cinema, televisão,
aeronáutica, eletrónica, cibernética e
• Formação de sociedades multinacionais; espetáculos de massas, eram imitados
farmacêutica. Produziam 50% das
• Subsolo rico em minérios. nos países ocidentais.
mercadorias mundiais.
15/27

O MILAGRE JAPONÊS

O trabalhador japonês

O inquérito do Ministério do Trabalho indica para 1979 uma duração média de 2159 horas de
trabalho para os assalariados que trabalham em estabelecimentos com mais de 5
trabalhadores. No mesmo ano, em França, o total das horas atingia as 1785. Esta elevada
duração de trabalho explica-se, em primeiro lugar, pelo número de horas suplementares (197,
em média, no ano de 1980), pelos hábitos dos japoneses em matéria de férias (a maioria não
cumpre sequer metade dos dias a que tem direito) e pelo ambiente ou quadro de trabalho (a
competência profissional, o brio, a dedicação, o espírito de grupo, a submissão ao chefe…).

H. Rouilleaut, Le Monde Diplomatique, abril 1982

Responde às questões:

1. Comprova, com frases do texto, que o “milagre japonês” se deveu, em


grande parte, ao espírito de trabalho dos japoneses.
15/27 O MILAGRE JAPONÊS

Em resumo:
No fim da 2.ª Guerra Mundial, o Japão acabou por sair bastante
lesado. A sua indústria foi, em grande parte, destruída e o seu
território ocupado, entre 1945 e 1950, pelos EUA, sob o
comando do general McArthur.
A partir de então, o Japão passou a ter um regime parlamentar
democrático e um sistema económico assente na
descentralização, procedendo ainda a uma reforma agrária,
perspetivando o aumento da produção agrícola, distribuindo
terras incultas a pequenos proprietários. Graças a estas reformas,
entre 1950 e 1973, o Japão teve um crescimento económico tão
espetacular, ficando conhecido como o “milagre japonês”. Com
efeito, em 1968, o Japão tornara-se a terceira potência mundial,
competindo com os EUA e a URSS.

General MacArthur e o imperador do Japão


16/27

O NASCIMENTO E EXPANSÃO DA COMUNIDADE EUROPEIA

A Europa destruída pela guerra e consciente


do avanço da influência norte-americana e
soviética, sentiu a necessidade de uma união
dos seus países. Como tal, em 1951, no
Tratado de Paris, nascia a Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço (CECA), que
integrava a França, a República Federal da
Alemanha, a Itália e a Benelux (Bélgica,
Holanda e Luxemburgo).

Em 1957, os mesmos países instituíram a


CEE (Comunidade Económica Europeia),
com a assinatura do Tratado de Roma.

Jean Monnet e Robert Schumann, grandes impulsionadores da Europa comum


16/27 O NASCIMENTO E EXPANSÃO DA COMUNIDADE EUROPEIA

Tratado de Roma

A ação da Comunidade Europeia implica (…):


a) A eliminação, entre Estados-membros, dos direitos
alfandegários (…);
b) Abolição, entre Estados-membros, dos obstáculos à livre
circulação de pessoas, serviços e capitais;
c) Instauração de uma política comum no domínio da
agricultura;
d) Adoção de uma política comum no domínio dos transportes.

Texto oficial do Tratado de Roma, marco de 1957, in J. Gothier, “A la Rencontre


des Hommes”

Responde às questões:

1. De acordo com os propósitos do Tratado de


Roma, procura definir “Mercado Comum”.
16/27 O NASCIMENTO E EXPANSÃO DA COMUNIDADE EUROPEIA

A expansão da Comunidade Europeia

Responde às questões:

1. Quais foram as várias etapas de alargamento


da CEE e da EU presentes no mapa?
2. Que países fizeram parte desses momentos de
alargamento?
16/27 O NASCIMENTO E EXPANSÃO DA COMUNIDADE EUROPEIA

Em resumo:

Graças ao êxito económico da CEE, o número de Estados-membros foram aumentado progressivamente:


Irlanda, Reino Unido e Dinamarca (1973), Grécia (1981); Portugal e Espanha (1986), Suécia, Finlândia
e Áustria (1995).
Em 7 de fevereiro de 1992, celebrou-se o Tratado de Maastricht, onde foram definidos os princípios
fundamentais da Comunidade Europeia que, desde então, passou a designar-se União Europeia (UE).
Avançava-se, assim, para a união económica, monetária e política. O alargamento continuou com a
entrada de novos Estados, em 2004 Eslovénia, Polónia, Estónia, Letónia, Lituânia, República Checa,
Eslováquia, Hungria, Chipre e Malta e, em 2007 Roménia e Bulgária.
17/27

AS SOCIEDADES OCIDENTAIS

A partir dos anos 1950, ocorreram importantes transformações económicas nos países da Europa Ocidental, EUA,
Japão e URSS. Todavia, acentuaram-se, também, mudanças sociais.

Redução de pessoas no setor


primário
Aumento do setor terciário
• Mecanização da agricultura e o elevado

Mudanças
grau de produtividade dispensaram
grande parte da mão de obra • Consequente alargamento dos serviços
públicos e privados.

sociais
• Surgiram novas profissões, ligadas ao
crescimento dos sistemas de ensino, de
Estagnação de pessoas no setor saúde, de assistência social, assim
secundário como o espetáculo, a publicidade, o
comércio e o turismo, os seguros e a
• Automação da indústria, visto que os administração pública.
computadores e os robôs também
substituem a força humana.
17/27 AS SOCIEDADES OCIDENTAIS

Esta conjuntura provocou, inevitavelmente, alterações no estatuto social.


Deste modo, assistiu-se ao crescimento das classes médias, que aumentaram
significativamente o seu poder de compra, estimulando uma sociedade de
abundância e de consumo, levando muitas pessoas a comprar produtos
supérfluos.
Todavia, a sociedade de consumo não eliminou as desigualdades sociais,
podendo dizer-se que as manteve e aprofundou.

Nos Estados Unidos um pobre é um pobre

O Presidente dos Estados Unidos já tinha evocado em Dezembro a


ameaça ao “sonho americano”. Agora, um projeto de economistas de
Harvard e de Berkeley concluiu que o contexto social exclui muitas
crianças de um futuro que podia ser brilhante.
O retrato varia muito de cidade para cidade dos Estados Unidos, e de
região para região. Como se o país não se enquadrasse afinal na ideia
clássica de “terra de oportunidades” mas fosse um conjunto de terras
diversas – algumas de oportunidades, outras não.
Responde à questão:
Ana Dias Cordeiro, Público, 23/01/2014
1. Compara as duas realidades que podemos
encontrar no país em questão.
18/27

A IMPORTÂNCIA DOS JOVENS NA SOCIEDADE

Durante os anos 1960, foi grande o número de jovens que começaram a criticar as desigualdades sociais
mantidas pela sociedade de consumo, as injustiças e as intolerâncias raciais. Também contestaram a crueldade
da guerra, como as que se travavam na Coreia e no Vietname. Na Europa, os movimentos de contestação
estiveram ligados aos meios universitários, como, por exemplo, o Maio de 68, em França, e, em 1969, em
Portugal, quando os universitários de Coimbra e de Lisboa ocuparam as instalações da Universidade,
declararam luto académico e fizeram greve aos exames, como forma de contestação ao governo de Marcello
Caetano.

[clicar nas imagens


para ampliar]

O Maio de 68 inundou as ruas de Paris A crise estudantil em Coimbra, 1969


18/27 OS MOVIMENTOS DE CONTESTAÇÃO CULTURAL E POLÍTICO-IDEOLÓGICA

Manifestantes norte-americanos na década de 1960

Responde à questão:

1. Mostra, dando exemplos, de que forma os


movimentos de contestação dos anos de 1960
influenciam a atualidade.
18/27

OS MOVIMENTOS DE CONTESTAÇÃO CULTURAL E POLÍTICO-IDEOLÓGICA

Regra geral, os movimentos contestatários organizados pela


juventude, entre eles, o movimento Hippie, sobrevalorizavam
a liberdade, a vida sem preconceitos e recusavam os valores
dos seus pais. Estes movimentos acabaram por influenciar a
moda e a música e contribuir para a alteração da opinião
pública.
Além disso, cresce também a contestação face à situação das
minorias: a segregação racial de negros, índios e imigrantes
sul-americanos nos EUA conduziu à organização de
numerosas manifestações pacíficas de reivindicação pela
igualdade de direitos cívicos. Martin Luther King teve um
papel preponderante.

Martin Luther King (1929-1968)


19/27

AS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS DE VANGUARDA

No fim da 2.ª Guerra Mundial, os valores e conceções que as pessoas tinham sobre o ser humano alteraram-se
significativamente. As grandes perdas humanas, os crimes e atrocidades cometidas ao longo do conflito, inspiraram-se,
consequentemente, as produções artísticas. A Escola de Nova Iorque começou a veicular as transformações mais
importantes, tendo, a partir daí, surgido as expressões artísticas da vanguarda, entre elas:
[clicar nas imagens
para ampliar]

EXPRESSIONISMO ABSTRATO (1945-1960) POP ART (1958-1965) ARTE CONCEPTUAL (ANOS 60 E 70)
20/27

A DESAGREGAÇÃO DO ESTADO NOVO

Ao longo das décadas de 1960 e 1970, Portugal continuava a ser um país bastante atrasado comparativamente
aos restantes da Europa. A maioria da população continuava a dedicar-se à agricultura e vivia em condições
difíceis.

Problemas de ontem e de hoje

O interior vai morrer!


O Portugal de sucesso das autoestradas, do satélite Po Sat,
dos fundos estruturais da CE passou em excesso de
velocidade pelo país rural. Não param nas aldeias do interior.
(…)
“Dentro de uma ou duas décadas, iremos olhar para dezenas
Responde à questão: ou centenas de aldeias-fantasma, habitadas, na melhor das
hipóteses, em agosto ou setembro, por ocupantes nostálgicos
1. Segundo Manuel Carvalho, qual a situação do interior e desejosos de encontrar uma saída para um património que
de Portugal? se degradou. (…)
2. Compara a situação do interior de Portugal nos finais
Manuel Carvalho, Público, 10 de abril de 1994
dos anos dos finais do Estado Novo e na atualidade, de
acordo com a informação da notícia.
20/27

A INTENSA EMIGRAÇÃO DOS ANOS 1960

Inevitavelmente o fenómeno da emigração assistido ao longo da década de 1960 revelou as condições de vida a que
muitos portugueses estavam sujeitos no seu país natal. Muitas pessoas emigravam clandestinamente, “a salto”, do
interior do país, procurando uma vida melhor, justificando o já constatado despovoamento das aldeias do interior.

Emigrantes portugueses partem para França


20/27 A INTENSA EMIGRAÇÃO DOS ANOS 1960
Anos França RFA Brasil EUA Responde à questão:
1959 4838 6 16 400 4 569
1. Justifica os valores assistidos da emigração portuguesa entre
1960 6434 54 12 451 5 679 1959 e 1972.
1961 10 492 277 16 073 3 370
1962 16 798 1 393 13 555 2 425
1963 29 843 2 118 11 281 2 922
1964 51 668 4 771 4 929 1 601
1965 60 688 12 197 3 051 1 852
1966 63 611 11 250 2 607 13 357
1967 59 597 4 070 3 271 11 516
1968 58 741 8 435 3 512 10 841
1969 110 614 15 406 2 537 13 111
1970 135 667 22 915 1 669 9 726
1971 110 820 24 273 1 200 8 839
1972 68 692 24 946 1 158 7 574
Total 788 503 132 111 93 694 97 382
Os destinos da emigração portuguesa (1959-1972)
21/27

O MARCELISMO: A RECUSA DA DEMOCRATIZAÇÃO

No ano 1968, Salazar adoeceu e foi substituído por Marcello Caetano. A política do novo
Presidente do Conselho foi definida com o lema “renovação na continuidade”.
Inicialmente, pareceu mostrar uma maior abertura políticas às novas ideias que defendiam
uma democratização e modernização do regime:
• concedeu alguma liberdade de expressão aos jornais;
• abrandou a atuação da PIDE (a partir de então Direção-Geral de Segurança – DGS) e da
censura;
• permitiu o regresso de alguns exilados políticos e autorizou a entrada na União Nacional
de alguns políticos liberais.

esta abertura política


ficou conhecida por

Primavera marcelista
Marcello Caetano (1906-1980)
21/27 O MARCELISMO: A RECUSA DA DEMOCRATIZAÇÃO

A política de Marcello Caetano mostrou-se extremamente cautelosa… (…)


Ministros nomeados por Salazar foram conservados no Governo. Tropas portuguesas continuaram a seguir para
África para lutar contra os rebeldes. Não foram permitidos partidos políticos. Não se concedeu qualquer
amnistia.
Recusou-se a liberdade de associação. A política estrangeira não sofreu alterações. Nada do sistema corporativo
foi modificado. Não apareceu nova lei de imprensa.

Oliveira Marques, História de Portugal, Lisboa, Palas Editores, 1984

Responde às questões:

1. Comprova, com frases do texto, que Caetano


pretendia uma continuidade da política
salazarista.
2. Qual era a postura de Caetano face à guerra
colonial?
21/27 O MARCELISMO: A RECUSA DA DEMOCRATIZAÇÃO

Embora a democratização do regime não se tenha verificado, do ponto de


vista económico e social, o Governo de Marcello Caetano procurou atrair o
investimento estrangeiro, facilitando a entrada de capitais, e promoveu a
industrialização do país contratando técnicos estrangeiros e apoiando a
construção de grandes obras públicas. O projeto de Sines constituiu o maior
empreendimento do Governo de Caetano, com a construção de uma
refinaria que criou três mil postos de trabalho.

Ao nível social, concedeu o abono de família. Também foi durante a sua


governação que os trabalhadores passaram a receber o 13.º mês.

No campo do ensino, Caetano procurou dar resposta às necessidades:


permitiu a fundação de novas universidades, criou apoios sociais para os
estudantes universitários que não tivessem meios para frequentar o ensino
superior e aumentou a escolaridade obrigatória para oito anos.

Vista aérea do porto de Sines


22/27

A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA
PORTUGUESA
Em 1973, a oposição ao governo marcelista acentuou-se por
não dar resposta aos desafios e problemas do país. É neste
contexto que surgiu o Movimento das Forças Armadas
(MFA), conhecido, também, pelo Movimento dos Capitães.
Posto isto, com o objetivo de derrubar o Estado Novo, o
MFA preparou uma operação para pôr termo ao regime
ditatorial que, sob o comando do major Otelo Saraiva de
Carvalho, decorreu na madrugada de 25 de abril de 1974,
com o apoio de várias unidades militares do país.
Caetano rendeu-se ao general António de Spínola e partiu,
com outros membros do governo, para a ilha da Madeira e,
dias depois, para o exílio no Brasil.
22/27 A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA PORTUGUESA

Proclamação do MFA
Considerando que, ao fim de 13 anos de luta no Ultramar, o sistema político vigente não conseguiu
definir uma política ultramarina que conduza à paz (…); considerando a necessidade de sanear as
instituições, eliminando do nosso sistema de vida todas as ilegitimidades que o abuso do poder tem
vindo a legalizar;
Considerando finalmente que o desejo das Forças Armadas é a defesa do País, como tal se entendendo
também a liberdade cívica dos seus cidadãos;
O Movimento das Forças Armadas, que acaba de cumprir com êxito a mais importante das missões
cívicas dos últimos anos da nossa História, proclama à Nação a sua intenção de levar a cabo (…) um
programa de salvação do País e de restituição ao povo português das liberdades cívicas de que vem
sendo privado.

Movimento das Forças Armadas (proclamação feita no dia 25 de abril de 1974, às 11 horas da manhã)

Responde às questões:
1. Segundo o MFA, quais foram os motivos para a eclosão da revolução de abril?
2. Copia uma frase do documento que mostre o caráter vitorioso desta operação militar.
22/27

OS DIFERENTES PROJETOS POLÍTICOS EM


CONFRONTO
Após a revolução ter saído vitoriosa, e de forma a assegurar o poder e governação do país, o MFA nomeou a
Junta de Salvação Nacional, presidida pelo general Spínola e que, de imediato, tomou uma série de medidas
com vista ao desmantelamento das estruturas do Estado Novo:

• Destituição dos dirigentes políticos e extinção da


PIDE/DGS, Legião Portuguesa e Censura

• Libertação dos presos políticos e o regresso os


exilados

• Autorização de formação de partidos e sindicatos

• Início do processo de descolonização

• Preparação de eleições livres com o intuito de se


aprovar uma nova Constituição
22/27 OS DIFERENTES PROJETOS POLÍTICOS EM CONFRONTO

Junta de Salvação Nacional


22/27 OS DIFERENTES PROJETOS POLÍTICOS EM CONFRONTO

Cartaz de desmobilização da
manifestação de apoio ao General
Spínola

Responde às questões:
Cartaz de apelo à manifestação do
1. O que defendem os apoiantes
apoiodoao
General Spínola?
General Spínola
2. Quem é a maioria silenciosa?
22/27 OS DIFERENTES PROJETOS POLÍTICOS EM CONFRONTO

Em resumo:

Todavia, o processo revolucionário não se fez sem contradições e instabilidade. Com efeito,
defrontaram-se muitas forças e diversas perspetivas da sociedade. De um lado, o general
Spínola e os seus apoiantes defendiam uma política moderada e um projeto federalista para as
colónias; do outro, o MFA e os seus adeptos defendem um projeto político mais à esquerda,
radicalizando o processo revolucionário e boicotando qualquer apoio ao general Spínola, que
acaba por se demitir a 30 de setembro de 1974.
22/27 OS DIFERENTES PROJETOS POLÍTICOS EM CONFRONTO

Durante o governo do coronel Vasco Gonçalves, procedeu-se, em 1975, à


nacionalização dos bancos, companhias de seguros, grandes unidades
industriais e assistiu-se à Reforma Agrária.

Responde à questão:

1. Em que ideologia Vasco Gonçalves terá ido buscar


inspiração para a sua ação política?
Reforma agrária
22/27

O PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO

Tal como já constataste, uma das razões que


impulsionou o 25 de Abril foi a questão
colonial. Embora o percurso da democratização
portuguesa não tenha sido fácil, os políticos
portugueses esforçaram-se no sentido de
encontrar uma solução para a resolução pacífica
do problema colonial. Posto isto, o processo de
descolonização foi iniciado em julho de 1974,
com a negociação dos termos de entrega das
colónias aos movimentos de libertação.

Proclamação da independência de Angola, por Agostinho Neto, 1975


22/27 O PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO

O contexto difícil em que se vivia, onde imperavam os conflitos sangrentos entre os novos Estados independentes,
resultou num clima de insegurança. Consequentemente, regressaram a Portugal mais de 800 mil indivíduos, ficando
conhecidos como os “retornados”. O “Comissariado para os Desalojados” revelou-se de extrema importância, na medida
em que estabeleceu programas de apoio e assistência para os retornados.

Responde à questão:

1. De acordo com as fontes, quais eram as condições O regressos dos portugueses das colónias foi
em que os retornados regressavam do Ultramar? feito de forma célere e em condições difíceis
23/27

A ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE DEMOCRÁTICA

Após o 25 de Abril, houve a necessidade


Constituição da República Portuguesa (1976)
de se elaborar uma nova Constituição, a
lei fundamental do país. Art.º 13.º, 1: Todos os cidadãos têm a mesma
dignidade social e são iguais perante a lei.
Art.º 37.º, 1: Todos têm o direito de se exprimir
e divulgar livremente o seu pensamento pela
palavra, pela imagem ou qualquer outro meio;
bem como o direito de informar, de se
informar e serem informados, sem
impedimentos e descriminações.
Art.º 41.º, 1: A liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável.
Responde às questões: Art.º 45.º, 1: Os cidadãos têm direito de se reunir, pacificamente e sem armas.
Art.º 49.º, 1: Têm direito de sufrágio todos os cidadãos maiores de dezoito anos (…)
1. Que ideais, expressos nesta Constituição, Art.º 53.º: É garantida aos trabalhadores a segurança no emprego, sendo proibidos os
despedimentos sem justa causa ou por motivos políticos ou ideológicos.
permitem-nos apelidá-la de democrática?
Fundamenta a tua resposta, transcrevendo
algumas passagens do texto.
Constituição da República Portuguesa, 1976 (2.ª revisão, 1989)
2. Quais as principais diferenças entre esta
Constituição e a de 1933?
23/27 A ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE DEMOCRÁTICA

Presidente da República
Em resumo:
Na nova Constituição estavam, • Representa a República Portuguesa e garante a independência nacional.
ainda, previstos os órgãos de • Eleito por mandatos de cinco anos.
• Poder de dissolver a Assembleia, nomear o Primeiro-Ministro e demitir o governo.
soberania e os respetivos
poderes.

Assembleia da
Tribunais Órgãos de soberania República
• Administram a justiça.
Constituição (1976) • Elabora e fiscaliza o
cumprimento das leis.

Governo

• Governa.
• Constituído pelo Primeiro-Ministro, ministros e secretários de Estado.
24/27

OS PROBLEMAS ECONÓMICOS E SOCIAIS

Nos últimos anos do Estado Novo, uma grave crise económica assolou Portugal. Após o 25 de Abril, a situação do país
agravou-se derivado a um conjunto de fatores:

• Crise petrolífera mundial; conduzi


ndo a:
• Instabilidade política e agitação social;
• Atraso económico de Portugal
Crise económica relativamente aos países da Europa Forte
dependência
portuguesa •
Ocidental; externa
Agricultura e indústria pouco
(pós-25 de abril) Baixo poder Inflação
competitivas nos mercados
de compra galopante
internacionais;
• Independência das colónias e
consequente perda dos mercados Desemprego

coloniais.
25/27

AS CONSEQUÊNCIAS DAS “CRISES PETROLÍFERAS” NOS PAÍSES CAPITALISTAS E NOS


PAÍSES COMUNISTAS
Nos inícios da década de 1970, previa-se o fim dos “Trinta Gloriosos”. Os choques petrolíferos de 1973 e 1979, a
inflação, a estagnação do crescimento económico e o desemprego resultaram numa grave crise económica que
não tinha fim próximo.
Perante a conjuntura desfavorável, países como os EUA e a Grã-Bretanha descreditaram o modelo keynesiano e
empenharam-se em reunir esforços para dar resposta à crise económica que se vivia então.

Ronald Reagan e
Margaret Thatcher
25/27 AS CONSEQUÊNCIAS DAS “CRISES PETROLÍFERAS” NOS PAÍSES CAPITALISTAS E NOS
PAÍSES COMUNISTAS

O setor público foi reduzido para metade e cerca de 800 mil assalariados O Governo deixará de subsidiar os indivíduos cujas necessidades não
passaram para o setor privado […]. A cruzada antissindical do Governo viu o estejam devidamente confirmadas. […] Além da redução nas despesas,
número de desempregados duplicar, atingindo a cifra de 3 milhões […]. O será importante diminuir os impostos. […] E isso só poderá ser feito com
recuo generalizado do Estado traduziu-se num abaixamento da qualidade da um programa fiscal que encoraje os trabalhadores e os industriais a
educação e da formação e por uma degradação das infraestruturas. Uma aumentarem a produtividade. É por isso que propomos uma redução de
grande maioria de britânicos enriqueceu durante esses 11 anos. Mas 10% nos impostos.
sobretudo os mais ricos, enquanto os mais pobres, a “underclass”,
absolutamente nada. Ronald Reagan, Discurso de 20 de fevereiro de 1981

S. Gherardi, “Le «Thatcherisme», modele économique des années 1980”, in Le Monde, Responde à questão:
24 de novembro de 1990
1. Quais as principais medidas tomadas pelos dois estadistas?
Refere as semelhanças evidenciadas em ambos os casos.
25/27

O NEOLIBERALISMO

Introduzidas as primeiras medidas neoliberais, há uma substituição dos ideais do Estado Providência
pelos do Estado Neoliberal.

Estado Providência Estado Neoliberal

• Grande intervenção económica e social • Diminui a intervenção económica e social do Estado

• Valorização da iniciativa privada, livre concorrência


• Sociedade do bem-estar
e competitividade.

motivando facilitando

• Os empresários, na medida em que • A contratação e despedimento


existe uma redução de impostos. de funcionários.
26/27

UNIDADE E DIVERSIDADE DO MUNDO COMUNISTA

Finda a 2.ª Guerra Mundial, a URSS estendeu a sua influência aos países
da Europa de Leste que havia libertado no final daquele conflito.
Formaram-se, assim, as democracias populares. Estes regimes puseram
em prática o modelo soviético, adotando as políticas relativas à
coletivização da agricultura, à nacionalização dos meios de produção e
da banca e à existência de um partido único. Porém, alguns dos países
afastaram-se do modelo soviético, entre eles, Cuba, Jugoslávia e China.

Mao Tsé-Tung (1893-1976)


26/27 UNIDADE E DIVERSIDADE DO MUNDO COMUNISTA

Sendo a Revolução Cultural uma revolução, ela embate inevitavelmente


numa resistência. (…) A burguesia, mesmo derrotada, tenta corromper as
massas por meio dos antigos costumes das classes exploradoras. (…) Nós
temos de esmagar aqueles que detêm postos de direção mas que
enveredaram pela via capitalista (…) temos de reformar a educação, a
arte, a literatura (…). É necessário termos confiança nas massas e
respeitar o seu espírito de iniciativa (…). O pensamento de Mao Tsé-Tung
deve ser considerado como o guia para a ação na Revolução Cultural.

Comunicado do Comité do Partido Comunista Chinês, agosto de 1966

Responde às questões:

1. Contra que valores luta esta revolução?


2. Quais os principais objetivos da Revolução Cultural?
3. Que setores da cultura são necessários reformar?
4. Comprova, com uma frase do texto, como Mao Tsé-Tung foi o
ideólogo desta revolução.
26/27 UNIDADE E DIVERSIDADE DO MUNDO COMUNISTA

• Em 1949, é instituída a República Popular da China, presidida por Mao Tsé-Tung;

• Até 1957, o regime político chinês orienta-se pelos ideais soviéticos.

em 1957, a política

Revolução segue um rumo distinto

cultural
Grande Salto em Frente ─ Maoísmo
• Com o apoio dos guardas-
-vermelhos, Mao pretendeu
transformar as mentalidades, • “Comunismo puro” que perspetivava o atingir o ideal de
recusando os valores ocidentais e devido
a
suced o seu frac vida comunitária;
burgueses. eu-se asso,
uma • Organização de comunas de milhares de famílias
camponesas que partilhavam a exploração dos campos e o
trabalho industrial.
27/27

A CONTESTAÇÃO A
MOSCOVO
Após a morte de Estaline, em 1953, subiu
ao poder Kruchtchev. Desde então, houve
uma mudança política, verificando-se uma
certa abertura do regime. É durante o seu
mandato que se assiste a alguns casos onde
a presença soviética foi contestada, como
na Hungria, em 1956, e na Checoslováquia,
em 1968, com a apelidada “Primavera de
Praga”. A repressão soviética foi severa.

A Primavera de Praga, 1968


27/27

OS PROBLEMAS DO “BLOCO SOVIÉTICO”

POLÍTICAS
• Durante o mandato de Brejnev
ECONÓMICAS (1964-1982), houve um regresso à
• Início da década de 1980, a
adoção de métodos repressivos e
economia era totalmente
autoritários, que aniquilavam SOCIAIS
controlada pelo Estado; • As condições sociais da grande
qualquer tentativa de oposição.
• A produção agrícola não maioria da população eram
respondia às necessidades das precárias, com um nível de vida
populações, bem como o pouco elevado e poucas
fornecimento de luz e água. condições de acesso ao ensino
• A própria indústria não produzia
os bens de consumo suficientes,
As dificuldades do •
e à saúde.
Por outro lado, apenas uma
sobrevalorizando-se a produção
de armamento e corrida ao
bloco soviético elite ligada ao Partido
Comunista vivia em condições
espaço. privilegiadas.

Crise do modelo leninista


27/27

O COLAPSO DO MUNDO SOCIALISTA

Presta atenção ao texto.

Perestroika significa ultrapassar o processo de estagnação […] acelerar


o progresso social e económico […]. É o desenvolvimento completo da
democracia […], o encorajamento da iniciativa […], é também mais
ordem e disciplina, mais transparência [glasnost], a crítica e a
autocrítica em todos os domínios da nossa sociedade […] Perestroika
significa o desenvolvimento prioritário do domínio social […], melhores
condições de vida e de trabalho, a melhores lazeres, a uma melhor
educação e a melhores cuidados médicos. […]

M. Gorbatchev, Perestroika, Um novo olhar sobre o nosso país e o mundo,


Flammarion, 1987

Responde às questões:

1. Em poucas palavras, define “perestroika” e


“glasnost”.
2. O que pretendia o presidente Gorbatchev com
esta nova visão política da URSS?
27/27 O COLAPSO DO MUNDO SOCIALISTA

Gorbatchev assumiu o poder, em 1985, e levou a cabo um conjunto de reformas. Tal como já constataste, para
além da perestroika (restruturação), defendeu uma política de transparência (glasnost), prevendo uma
democratização do regime soviético. No entanto, a par da abertura política de Gorbatchev, assistia-se ao renascer
dos nacionalismos nos países da Europa de Leste que ansiavam a independência.

Sonho. Na noite de 9 de novembro de 1989, os alemães de um e outro


lados de Berlim dançaram sobre o muro que durante 28 anos dividiu a
cidade e simbolizou a separação entre os blocos leste e oeste. O muro
tinha caído: «A obra de Honecker não resistiu à sua queda» (…). Os
alemães da RDA abriram as portas ao sonho: o fim do muro e a
unificação, pensaram muitos deles, significaria a abertura ao mundo. (…)

Responde às questões: Expresso, 20 anos

1. Situa no tempo e no espaço o acontecimento.


2. Qual foi a primeira consequência da queda do
Muro de Berlim para os países RDA e RFA?
3. Em que sentido o muro “simbolizou a separação
entre os blocos leste e oeste”?
27/27 O COLAPSO DO MUNDO SOCIALISTA

1989 – Queda do muro de Berlim

1990 – Unificação da Alemanha

1991 – Fim do Pacto de Varsóvia

demite-se, sendo
Desagregação da URSS; substituído por
11 das antigas repúblicas soviéticas
formam a CEI
M. Gorbatchev Boris Yelstin

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