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Ana Catarina (n.º 1), Heloisa Santos (n.º 13), Júlia Moretti (n.º 17)
Tabelas
Tabela 1 - Processos do controlo da imigração relativos a cidadãos de
nacionalidade brasileira, 2015 – 2019. ........................................................... 5
Tabela 2 - Taxa de variação da população brasileira com estatuto legal de
residente, 2019 – 2021. ................................................................................... 6
Gráficos
Gráfico 1 - População brasileira com estatuto legal de residente, 1970 – 2021
......................................................................................................................... 6
Gráfico 2 - Frequência de respostas relativamente a experiência de
preconceito em Portugal. ................................................................................. 8
Gráfico 3 - Número de queixas por “nacionalidade brasileira”, 2017–2021 .... 9
Gráfico 4 - Frequência de respostas relativas ao nível de instrução e à sua
prática em Portugal. ....................................................................................... 11
Gráfico 5 - Frequência de respostas relativas à maior dificuldade de
integração. ..................................................................................................... 12
Gráfico 6 - Frequência de respostas relativas à opinião destes imigrantes
sobre Portugal................................................................................................ 13
Gráfico 7 - Frequência de respostas relativas ao tipo de preconceito sofrido.
....................................................................................................................... 15
Figuras
Figura 1 - Infográfico dos distritos com maior população brasileira no país. ... 7
Figura 2 - Guias da Embratur de 1977 e 1978 (A) e propaganda da Embratur
de 1983 (B); Revista B de Brasil, inverno de 2001 (C) e capa da revista Focus,
agosto de 2010 (D). ....................................................................................... 14
Índice
Índice de Ilustrações ........................................................................................ 1
Introdução ........................................................................................................ 3
a. A Xenofobia ........................................................................................ 7
c. O Racismo ........................................................................................ 15
Conclusão ...................................................................................................... 17
Bibliografia ..................................................................................................... 18
Webgrafia ...................................................................................................... 19
Anexo............................................................................................................. 21
Introdução
Relativamente à disciplina de Sociologia do 12.º ano do ensino secundário,
este trabalho foi realizado mediante o tema principal “Migrações” e o subtema
escolhido “Os Imigrantes Brasileiros em Portugal”. Esta temática foi
considerada pertinente dada a sua problemática na atualidade.
3
1. História da Imigração Brasileira em Portugal
Devido a estes fatores, a vinda para o país é algo frequente e até mesmo
encorajado e futuramente facilitado pelo governo português. Vemos isto com
a aprovação em 2022 no Conselho de Ministros de um acordo de mobilidade
para acelerar o processo de entrada daqueles que pertencem à CPLP, a
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
4
grupos socioeconómicos, incluindo indivíduos não qualificados que
“preencheram segmentos menos privilegiados de um mercado de trabalho em
expansão” (FERNANDES, D., 2021). Com esta segunda onda, ocorreu-se a
chamada “proletarização da imigração brasileira em Portugal” (FERNANDES,
D., 2021)
Com o início dos anos 2000, surge a terceira onda com vários perfis,
incluindo mais indivíduos qualificados e estudantes, porém este fluxo de
migrantes é quase interrompido com a crise mundial de 2008, levando a maior
taxa de desemprego e regresso de inúmeros brasileiros para sua terra natal.
Ano
2015 2016 2017 2018 2019
Notificação para 1.264 1.871 2.072 1.645 2.666
abandono voluntário
5
Consoante o PORDATA, a Base de Dados de Portugal Contemporâneo,
houve um significativo decréscimo da taxa de variação relativa dos valores da
população brasileira em 2020 comparado ao ano anterior, de
aproximadamente 44% para 22%, como observamos na tabela 2.
Nacionalidade
Anos
Brasil
2019 44,4
2020 21,8
2021 11,3
Fonte: PORDATA.
250.000 35%
30%
200.000
25%
150.000 20%
100.000 15%
10%
50.000
5%
0 0%
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010
2015
2020
Fonte: PORDATA.
6
Segundo o relatório do SEF, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, de
2021, há ainda uma predominância do género feminino ao invés do masculino,
representando 54,7% da população brasileira, e também da classe etária dos
35 aos 44 anos.
Fonte: SEF.
A. A XENOFOBIA
7
desagradáveis e xenofóbicas com estes imigrantes não aconteçam na
atualidade em diversos contextos.
Não
Prefiro não
responder
82%
8
constatamos no gráfico 3. Dentre as principais justificativas para a
discriminação, 26,7% são pelo fato de a pessoa ser brasileira. Esses contextos
são bem diversos, sendo os principais entre vizinhança (11,9%), no comércio
e no ambiente de trabalho (ambos com 10,1%) e na educação (8,3%).
700 30%
600 25%
500
20%
400
15%
300
10%
200
100 5%
0 0%
2017 2018 2019 2020 2021
Total
Queixas por "nacionalidade brasileira"
Percentagem para o total de queixas
Fonte: CICDR.
9
de que os Estados devem ser habitados exclusivamente por pessoas nativas
e que as pessoas estrangeiras são ameaças (MUDDE, 2007).
10
quando, daqueles que possuem formação superior, metade não exerce a sua
profissão.
Tenho e exerço
Não tenho
0 5 10 15 20 25 30 35 40
11
Gráfico 5 - Frequência de respostas relativas à maior dificuldade de
integração.
Burocracia Habitação/Residência
Trabalho Diferenças linguísticas
Não tive/Prefiro não responder Preconceito
12
Gráfico 6 - Frequência de respostas relativas à opinião destes imigrantes
sobre Portugal.
9%
31%
Sim
Não
Prefiro não responder
60%
B. A EXOTIZAÇÃO DA MULHER
13
Observamos que esta questão se inicia desde o imperialismo, vendo-as
como um “corpo colonial” hipersexualizado, e reforçada pelas propagandas
realizadas pelo próprio governo brasileiro nas décadas de 70 a 90 (imagem A
e B), pelas telenovelas brasileiras e pelas médias portuguesas (imagem C e
D), colocando as mulheres de ex-colónias como sensuais, exóticas e
disponíveis sexualmente ao contrário das europeias vistas como mães,
esposas e castas.
14
Entretanto, a visão do “corpo colonial disponível” atualmente é um dos
motivos de resistência pelas mulheres brasileiras que residem no país, onde,
por exemplo, no grupo online “Brasileiras não se calam”, relatam o preconceito
sofrido em Portugal como nítido e descarado. Vemos que no país, o grupo
destas imigrantes que trabalham como domésticas são extremamente
vulneráveis, e acabam tornando-se alvo de assédios sexuais de patrões ou
rejeitadas pelas patroas portuguesas (GOMES, 2013).
C. O RACISMO
Xenofobia
Sexismo
Prefiro não
responder
59%
15
negra, é fortemente repreendido pela população e visto como politicamente
incorreto. Um exemplo disto, foi o episódio de racismo sofrido pelos filhos dos
atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso na Costa de Caparica, onde uma
mulher os insultou com frases como “voltem para África”, “voltem para o Brasil”
e também “Portugal não é lugar para vocês”. O caso teve uma forte
repercussão na média e a mulher foi detida imediatamente pela GNR, sendo
prestado queixa de discriminação racial.
16
Conclusão
17
Bibliografia
Correia, C., & Neves, S. (2011). Ser brasileira em Portugal: uma abordagem às
representações, preconceitos e estereótipos sociais. Migração: múltiplos olhares. São Carlos:
Pedro & João Editores/Editora da UNIR-EDUFRO, 157-185.
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Portugal: uma história breve. Revista Latinoamericana de Población, 15(29), 34-63
França, T., & Oliveira, S. P. D. (2021). Mulheres brasileiras imigrantes como estraga-prazeres:
revelando racismo no “amigável” Portugal. cadernos pagu.
França, T., & Padilla, B. (2018). Imigração brasileira para Portugal: Entre o surgimento e a
construção midiática de uma nova vaga. Imigração brasileira para Portugal: entre o surgimento
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Góis, P., Marques, J. C., Padilla, B., & Peixoto, J. (2009). Segunda ou terceira vaga? As
características da imigração brasileira recente em Portugal.
Mudde, C. (2007). Populist Radical Right Parties in Europe. Cambridge: University Press.
Rosário, E., Santos, T., & Lima, S. (2011). Discursos do racismo em Portugal: Essencialismo
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18
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migrações.
Webgrafia
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novembro de 2022, em: https://www.cicdr.pt/documents/57891/574449/20220809+-
+Relatório+Anual+CICDR+2021_.pdf/a7777160-f69a-48dd-8156-80d6bfcc93d0
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Acedido em 9 de novembro de 2022, em: https://sefstat.sef.pt/forms/Porto.aspx
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bruno-gagliasso-vitimas-de-racismo-em-portugal-15061325.html
Mantovani, F. (2014). “No passado, Brasil já teve material oficial de turismo com apelo sexual”.
G1 Globo, 27 de fevereiro de 2014. Acedido em 25 de janeiro de 2023, em:
https://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2014/02/no-passado-brasil-ja-teve-material-
oficial-de-turismo-com-apelo-sexual.html
19
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Jornal Público, 27 de junho de 2020. Acedido em 25 de janeiro de 2023, em:
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manifesta-racismo-1921713
“Governo aprova medidas para facilitar mobilidade entre países da CPLP”. Governo da
República Portuguesa, 15 de junho de 2022. Acedido em 29 de janeiro de 2023, em:
https://www.portugal.gov.pt/pt/gc23/comunicacao/noticia?i=governo-aprova-medidas-para-
facilitar-mobilidade-entre-paises-da-cplp
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Anexo
Inquérito realizado no Google Forms
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