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Apesar da clareza do constituinte, o atual presidente da República, desde sua posse não
demarcou uma única terra indígena ou reserva ecológica, sendo o primeiro governo nos últimos 35 anos a
não defender interesses indígenas. Mas esse fato não é uma surpresa, porque está de acordo com suas
promessas foi o que prometeu durante a campanha e essa é a sua posição na política há décadas.
Essa decisão prejudica diretamente o povo brasileiro, porque incentiva a invasão de terras e
dificultando o combate ao desmatamento. Tudo isso milita em desfavor do desenvolvimento sustentável,
marca da sociedade pós-moderna.
Do lado dos brasileiros, percebe-se que a maior parte da população respeita os indígenas e
reconhece sua importância histórica, entretanto para garantir a cidadania desses brasileiros, homenagens e
reconhecimento não são suficientes, é preciso difundir sua história e implementar políticas em seu favor.
Na atualidade em que a tecnologia da informação tem sido utilizada para aproximar as
pessoas e promover produtos e conhecimentos alguns influenciadores digitais têm utilizado as redes
sociais para divulgar a cultura indígena, contribuindo para que seus valores e modo de vida não sejam
esquecidos.
1
IBGE (2010).
2
FUNAI – Fundação Nacional do Índio
3
CFRB, 1988.
São exemplos:
Outro exemplo que merece ser citado é o Projeto coletivo Tibira, responsável pelo
perfil Indígenas LGBTQs, que busca falar sobre questões da homofobia na realidade indígena. O grande
plus dessa iniciativa é propiciar dignidade aos indígenas e ao mesmo tempo preencher uma lacuna de
representatividade dessa classe.
O nome do coletivo remete a Tibira, primeira vítima de homofobia no Brasil , um indígena
Tupinambá, que foi assassinado em 1614. Executado a tiro de canhão.
É extremamente importante a união de toda a sociedade, no intuito de lutar pelos Direitos
dos indígenas. Além de legislação reparadora, a proteção ainda faz-se necessária ante as várias investidas
contra a cultura desse povo, suas terras e seus costumes.
Escravidão no Brasil
A escravidão no Brasil teve início nos anos de 1530, quando os portugueses lançaram
bases para a colonização. Esse processo inicialmente deu-se com a escravização dos povos indígenas, na
busca por mão de obra para as recém-instaladas fazendas (SCHWARTZ, 2018).
Por volta do século XVIII, essa prática, perversa e cruel, voltou-se para os africanos, sendo
propiciada pelo intenso tráfico de pessoas. Hoje, mais de 130 anos após a Lei Áurea, as consequências da
escravidão ainda são sentidas (SILVA, 2022).
Pesquisas oficiais comprovam que os que recebem menos, os que possuem menor
escolaridade e os excluídos em geral, em sua maioria, são descendentes diretos dos antigos escravos. A
violência e a discriminação às referidas fomentam os resquícios dessa prática odiosa no século XXI.
O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, o que aconteceu por meio da
Lei Áurea, que foi aprovada no Senado e assinada pela regente do Brasil, a princesa Isabel.
O fim da escravidão no país, no entanto, não foi um ato de benevolência da monarquia, mas o resultado
da pressão e da população brasileira.
O movimento abolicionista ganhou força na sociedade na década de 1870, com o fim
da guerra, mas as questões abolicionistas já eram discutidas desde a independência. À medida que essa
questão se fortalecia, variadas associações em defesa da causa iam surgindo no país.
Formas Contemporâneas de Escravidão
Formas Contemporâneas de Escravidão é um conceito aberto que significa o gênero do
qual fazem parte oito espécies: a) escravidão; b) tráfico de escravos; c) trabalho forçado; d) servidão por
dívida; e) servidão rural; f) matrimônio forçado; g) exploração infantil; h) tráfico de seres humanos.
Segue-se a explicação de cada uma delas.
Em que pese cada uma dessas espécies tenha conceito próprio, é importante destacar que o
Código Penal Brasileiro tipificou todas essas situações como um só crime: redução a condição análoga à
de escravo.
O trabalho escravo, infelizmente, é uma realidade para as pessoas no Brasil e no mundo.
Dados coletados pela Organização Internacional do Trabalho - OIT indicam que há pelo menos 20,9
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/escravidao-nos-dias-de-hoje.htm#sdendnote1sym
PORFíRIO, Francisco. "Trabalho escravo contemporâneo"; Brasil
Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/escravidao-nos-
dias-de-hoje.htm. Acesso em 30 de março de 2022.
Conheça a OIT
Fundada em 1919 para promover a justiça social, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) é
a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual representantes de
governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de 187 Estados-
membros participam em situação de igualdade das diversas instâncias da Organização.
Existe um ciclo do trabalho escravo que inclui: a em que muitas pessoas se encontram, o
aliciamento dessas pessoas com promessas de mudança e o trabalho que elimina como condições de
desligamento do trabalhador e o patrão. Esse ciclo somente encerrado com a denúncia
a verificação pode ser.
Assim sendo, é extremamente importante a atuação de órgãos como o Ministério Público
do Trabalho, a Polícia Federal como polícias civis, bem como a atuação de ONGs o trabalho escravo e a
favor dos Direitos Humanos. Também há uma importante atuação de organismos internacionais, como
ONU e OIT, para a erradicação das práticas de escravização no mundo.
Em 1995 o Brasil assumiu oficialmente a existência de trabalho forçado em seu território
perante a OIT. Desde então, o governo e o estado se comprometeram a erradicar essa prática.
Graças à ação dos órgãos públicos de fiscalização e pertencentes aos três poderes e à ação das ONGs,
o governo brasileiro mapeou e combateu essa prática que prejudica os direitos humanos da população
brasileira.
Segundo levantamento do Ministério do Trabalho e Comissão Pastoral da Terra, divulgado
pela ONG “Escravo, Nem! ”, mais de 52.000 trabalhadores estiveram na escravidão entre 1995 e 2016.
Destes, 92% eram homens; 22% trabalhavam no canavial, na pecuária, 18% em várias culturas, 7%
na mineração de carvão, 5% no desmatamento, 3% no reflorestamento, no extrativismo vegetal, 1% na
mineração; e, nas áreas urbanas, 5% estavam na área civil e 1% na indústria têxtil. Ainda restam quatro
pontos percentuais para não declarados. Dessas pessoas, 32% eram analfabetas e 39 tinham concluído, no
máximo, a primeira fase da escola.
Maranhão lidera o ranking de origem de trabalhadores em regime de servidão, seguido por
Bahia, Pará, Minas Gerais. Muitos trabalhadores ainda acabam na escravidão no Brasil. No trabalho
doméstico, na agricultura, mineração, construção ou indústria têxtil, ainda existe pessoas que
sofrem violações de seus direitos.
Para amenizar essa realidade é de extrema importância o trabalho das ONGs, o empenho
dos órgãos públicos e de toda a sociedade, sob pena de se manter vivos os espectros da escravidão
colonial.
SCHWARTZ, Stuart B. Escravidão indígena e o início da escravidão africana. In.: SCHWARCZ, Lilia
Moritz e GOMES, Flávio (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das Letras,
2018.
ALENCASTRO, Felipe. África, números do tráfico atlântico. In.: SCHWARCZ, Lilia Moritz e GOMES,
Flávio (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 60
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015, p. 93.
GRINBERG, Keila. Castigos físicos e legislação. In.: SCHWARCZ, Lilia Moritz e GOMES, Flávio
(orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 145.
SILVA, Daniel Neves. "Escravidão no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/escravidao-no-brasil.htm. Acesso em 29 de março de 2022.
PORFíRIO, Francisco. "Trabalho escravo contemporâneo"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/escravidao-nos-dias-de-hoje.htm. Acesso em 29 de março de
2022.
https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-escravo/lang--pt/index.htm
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