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Roseli de Souza Andrade RF7589662

Atividade 3
POVOS INDIGENAS E SUAS REPRESENTAÇOES EM FILMES E
PUBLICIDADE: AGUÇANDO OLHARES
A população indígena faz parte da identidade brasileira. A
população indígena compõe uma das expressões mais importantes
do espaço geográfico e cultural brasileiro. Muitos de nossos hábitos,
manias, e expressões estão relacionados com eles. Dessa forma
podemos dizer que as culturas e falas dos povos originários estão
presente em todos os brasileiros. Quando falamos sobre povos
indígenas, estamos falando sobre os povos nativos da nossa terra,
que habitavam o território nacional antes do processo de
colonização europeia iniciar. Com a chegada dos colonizadores, no
século XVI, esses povos nativos tiveram os seus recursos
explorados e foram utilizados como mão de obra escrava em um
processo civilizatório violento. Os colonizadores viam os indígenas
como povos primitivos e exóticos, que deveriam ser educados aos
moldes da vida europeia. Assim houve uma imposição cultural e
uma dominação sobre esse grupo étnico-racial, que sofreu com a
escravidão e a exploração por quase todo o período colonial (1500-
1822) do país. O fim da escravidão indígena no país ocorreu com o
estabelecimento do Diretório dos índios, que entrou em vigor em
1757(diferente dos negros, que tiveram sua libertação formal
decretada apenas em 1888).
A lei determinava a liberdade dos indígenas em todo o território
dominado por Portugal. Porém, continha contrapartidas,
estabelecendo medidas específicas que visavam forçar a integração
dos indígenas na vida da colônia, a partir do modelo de vida
europeu.
Anos mais tarde, já no período imperial (1822- 1889) do Brasil, mais
precisamente em 1845 foi estabelecido o Regulamento das
missões. A legislação previa ações e medidas para a fundação de
aldeias indígenas e missões com o objetivo de “catequizar e
civilizar” esses povos.
Os novos modelos de lidar com indígenas visam, de maneira geral,
forçar a sua inserção na sociedade colonial brasileira, por meio da
negação de seus costumes e cultura, da ocupação das suas terras
e da transformação dos seus povos em trabalhadores que
pudessem servir ao império.
Nesse sentido, os indígenas não possuíam seus direitos
fundamentais reconhecidos e eram vistos como ignorantes e
ingênuos pelos europeus. E, por isso, precisavam ser catequizados
e educados.
Em 1910, após a Proclamação da República em 1889, foi instituído
no país o serviço de Proteção ao índio. Tratava-se de um órgão
público que marcou o início da responsabilização do Estado
brasileiro com a questão indígena.
Possuía como objetivo proteger a população indígena do país, por
meio de políticas que ficaram conhecidas como políticas
indigenistas. Mais tarde, com a elaboração da Constituição de
1934, novos direitos indígenas foram previstos. Foi a primeira
Constituição a reconhecer aos indígenas o respeito à posse das
terras permanentemente ocupadas por eles.
Assegurando que essas terras não poderiam ser alienadas, ou seja,
transferidas, vendidas ou cedidas de qualquer forma. A Constituição
de 1967 estabeleceu que as terras ocupadas por indígenas
integravam o patrimônio da União. Sendo que apenas os indígenas
que ocupavam a terra poderiam fazer uso dela, seja para habitar,
plantar, colher etc.
Foi também nesse período que o Serviço de Proteção ao Índio foi
substituído pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), 1967. A
FUNAI continua até hoje como o principal órgão indigenista
responsável pela proteção dos povos indígenas e na promoção dos
seus direitos em todo o território nacional. Em 1973 foi elaborado e
aprovado o Estatuto do Índio. Tal política de integração
representava o maior avanço nos direitos indígenas até então, mas
era conflitante com total respeito às particularidades e
peculiaridades inerentes a essa população. Esse respeito veio com
a promulgação da Constituição Federal de 1988, que trouxe uma
série de inovações ao tratamento das questões indígenas no país.
Com isso fica garantido aos indígenas o seu direito de manter e
preservar a sua própria cultua, costumes, língua crença e tradições.
Outra inovação jurídica possibilitada pela Constituição foi o
reconhecimento dos direitos indígenas sobre as suas terras como
direitos originários, ou seja, certifica o fato histórico de que o
pertencimento das terras aos povos indígenas é anterior à criação
do próprio Estado brasileiro, assumindo-os como os primeiros
ocupantes do Brasil.
Mesmo com todas as conquistas jurídicas e legais alcançadas, a
realidade dos povos indígenas no Brasil ainda é de vulnerabilidade,
desigualdade, violência, descaso com a saúde dos indígenas e
principalmente das crianças. É preciso que medidas e ações,
principalmente por meio de políticas públicas, sejam realizadas para
que as suas garantias fundamentais sejam asseguradas. Não é
difícil encontrar em filmes, propagandas, reportagens alguns
exemplos em que indígenas aparecem como empecilhos ao
progresso e ao desenvolvimento econômico, como beneficiários
preguiçosos de programas e usuários de grandes extensões de
terras ociosas. Ora é cobrado por ser arcaico dentro da exigência
do mundo moderno, ora é cobrado por não carregar o modo de vida
de seus ancestrais. Diogo Monteiro (2014) em estudo sobre a
imagem do indígena na Iconografia Didática, ao abordar os
contextos sobre a produção da imagem do indígena no Brasil,
afirma que no Brasil “ora se exalta [o indígena] como metáfora da
liberdade natural, ora os denigre como de retrocesso a ser
suplantado pelos projetos civilizatórios de construção da
nacionalidade” (Monteiro, 2014 p. 37). Entre os cronistas, viajantes
e missionários religiosos dos séculos Xll a XVll, a imagem do índio
esteve associado a valorização do exótico, da ingenuidade e
amabilidade através do entendimento dos ameríndios enquanto
“ovelhas perdidas”. Mas concomitante a isso, havia a constante
reafirmação de sua condição selvagem e barbara de povos sem rei,
lei ou fé (Monteiro, 2014, p. 38 a 40).
Quando se fala em indígenas sempre parece algo longe de nós,
que não nos pertence, que está lá longe na mata, sendo
estereotipado e sofrendo preconceitos.
O fato de alguns grupos indígenas não usarem cocares, flechas,
não andarem sem roupas, usarem novas tecnologias ou morarem
fora das aldeias e terem passado por um processo de
descaracterização cultural não quer dizer que não são mais
indígenas. Indígena é indígena em qualquer lugar inclusive nas
cidades, eles não precisam de outras pessoas para os definirem.
Hoje buscam falar que estão vivos, que tem poder de voz,
conhecimento e são capazes de decidir sobre sua própria existência
no mundo sem precisar de outras pessoas. Os povos originários
não são todos iguais não fala tudo tupi. Existem mais de 300 etnias,
que falam mais de 300 idiomas. É importante saber que os
indígenas são diferentes no Sul, no Nordeste, no Norte, no Sudeste
e no Centro-Oeste. Essa diversidade é importante para a formação
do Brasil e entendimento do país enquanto território nacional. A
ativista Katu Mirim liderou a campanha #ÍndioNãoÉFantasia no
carnaval de 2018 contra o uso de penas, pinturas corporais e
cocares que remetem a povos indígenas.
O artista plástico Denilson Baniwa que milita por causas indígenas
publicou um poema como uma forma de provocação para falar
sobre o dia 19 de abril, uma data instituída pelo governo que se
tornou uma ‘homenagem’ aos indígenas, o que não é verdade.” O
dia 19 foi instituído com sentimento de resistência e de luta por
direitos indígenas no mundo” diz Denilson.
Pai Nosso que estás nos céus Neste dia 19 de abril Nos livre das professoras e professores que
pintam seus alunos com canetinhas hidrocor Nos livre das escolas que colocam cocares de
papel nas crianças Pai Nosso, que estás nos céus Não deixe as professoras ensinarem para as
crianças que o Dia do Índio é uma homenagem aos povos originários Mantenha longe de Nós
aqueles que repetem as palavras: Índio, Oca, Tribo, Selvagem, Pureza e Exótico Afaste de Nós
os bu-bu-bu feito com a mão na boca Senhor, perdoe aqueles que por desconhecimento
nos fazem uma imagem estereotipada Mas livre-os do desconhecimento e do preconceito que
os fazem acreditar que ainda somos os indígenas de 1500 Amém! (Poema de Denílson Baniwa)

Campanha da página Visibilidade


Indígena sobre o Dia do Índio

Considerações: FILME” TAINÁ UMA AVENTURA NA


AMAZÔNIA’’
Tainá é uma indiazinha órfã de oito anos que vive com o avô, o
velho e sábio indígena Tigê, em um belo lugar do Rio Negro, na
Amazônia.Com seu avô Tainá aprende as lendas e as histórias de
seu povo, convivendo intimamente com a floresta e seus animais.
Assim consegue salvar o pequeno macaquinho de cair nas garras
de Shoba, um traficante de animais que com sua quadrilha recebeu
a encomenda de capturar uma macaca com filhote para serem
utilizados em pesquisas no exterior. Após a morte de seu avô Tainá
segue na luta em defesa da floresta.

É de conhecimento a muito tempo que para os indígenas a terra,


especificamente as florestas são fundamentais para a sua
sobrevivência e de sua cultura, a terra é um espaço sagrado, local
de conexão com os Deuses e com os antepassados que lá estão
sepultados.
“Se queremos ter chuva para abastecer os reservatórios que
provem energia e água potável para consumidores, indústria e o
agronegócio, precisamos preservar a floresta amazônica. E as
imagens de satélite não deixam dúvidas: quem melhor faz isso são
os indígenas” explica Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas.
É por meio da educação que se transmite valores, hábitos,
conhecimentos e experiências que possibilitem uma transformação
na sociedade e na relação homem natureza. Os indígenas sabem
fazer isso como ninguém.
Em relação ao filme Tainá uma aventura na Amazonia o filme
possibilita muitas reflexões e discussões sobre o indígena
estereotipado, o sentimento de respeito entre os indivíduos
independente de sua cultura, a importância da preservação da
natureza por meio de um ambiente real tratado no filme a floresta
amazônica, enfim nós educadores temos um papel fundamental em
fomentar as discussões de forma positiva acerca dos inúmeros
assuntos ligados as questões indígenas.

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