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Você conhece a história da Enfermagem? Sua origem e como foi a sua evolução ao longo
dos séculos? Estamos tratando de um acontecimento que tem como protagonistas duas mulheres de
biografias repletas de lutas e conquistas, contrariando a realidade da época.
Mas é apenas o começo de uma bela história de uma das mais importantes carreiras na
área da saúde, a história da Enfermagem.
História da Enfermagem
A Enfermagem surgiu antes mesmo de Cristo – ainda que à época não tivesse esse nome
técnico.
Sua origem aponta para o trabalho de homens e mulheres abnegados que cuidavam do
bem-estar dos enfermos, tentando garantir a eles uma situação digna, de saúde básica e de
sobrevivência.
É claro que, com o passar do tempo, a profissão começou a ganhar corpo.
Entre os séculos V e VIII d.C, por exemplo, alguns princípios da Enfermagem eram aplicados
pelos detentores da fé. No caso, os sacerdotes.
Mais tarde, por volta do século XVI, a atividade era vista, na Europa, como uma profissão
que já começava a se institucionalizar, principalmente a partir da Revolução Industrial.
No entanto, foi somente no século XIX, na Era Moderna, que ela, de fato, ganhou
notoriedade com as figuras de duas mulheres incríveis, das quais falaremos mais adiante.
Essa primeira fase remete a uma Enfermagem mais instintiva e cultural, onde os pajés,
feiticeiros e outros líderes religiosos eram responsáveis por fazer rituais místicos com a intenção de
curar enfermidades.
Além disso, as mulheres é que deviam cuidar de crianças e idosos, pois tinham como
obrigação prezar pelo bem-estar da casa.
Com o processo de colonização, os europeus acabaram trazendo para cá diversas doenças
que, logo, se tornaram epidemias.
O curandeirismo era o que havia de mais próximo às práticas da Enfermagem até a chegada
dos padres jesuítas, que começavam a prestar assistência aos doentes nas Casas de Misericórdia.
Desenvolvimento da Enfermagem
Enfermagem Moderna
Evolução da Enfermagem
Florence Nightingale
Nasceu em 1820, em Florença, e é considerada, por todos, como a mãe da Enfermagem
moderna no mundo.
Não é para menos.
Afinal de contas, Florence realizou façanhas marcantes, especialmente por ser mulher em
uma realidade bem diferente da atual.
Nascida em uma família rica e cheia de posses, a jovem Nightingale, que viveu boa parte de
sua vida em Londres, se rebelou à ordem vigente, de que as mulheres deveriam se tornar esposas
submissas, responsáveis pelas tarefas doméstica e cuidados dos filhos.
Decidiu, então, se dedicar à caridade.
Em uma viagem ao Egito para conhecer hospitais, Florence sentiu despertar em si uma
vocação para ser enfermeira.
Paixão essa pela profissão de cuidar dos outros que só aumentou depois dela visitar, em
1846, o Hospital de Kaiserswerth, local fundado e administrado por freiras alemãs.
Na ocasião, a futura enfermeira se impressionou positivamente com o tratamento dado aos
pacientes e com o rigor religioso que as freiras guiavam seus atendimentos.
De volta à Inglaterra, Florence foi indicada para trabalhar em um hospital de caridade da
região, mas foi durante a Guerra da Crimeia que a enfermeira deu a sua principal contribuição.
A Dama da Lâmpada
Atendendo feridos das batalhas no Campo de Scutari, Florence Nightingale e uma equipe
de 38 enfermeiras voluntárias treinadas por ela conseguiram baixar o índice de mortalidade de 40%
para menos de 5%.
Florence e suas colegas são consideradas heroínas de guerra e a enfermeira líder recebe o
apelido carinhoso de “Dama da Lâmpada”.
Isso porque ela percorria todas as alas com um pequeno objeto de chamas em suas mãos
para melhor atender aos feridos.
Não é à toa, portanto, que a lâmpada acabou virando o símbolo do curso de Enfermagem.
A vida de escritora
Se não bastasse tudo isso, a enfermeira também escreveu muitos livros sobre o seu ofício.
Um deles, “Notes on nursing” (notas sobre Enfermagem), teve grande destaque.
Na obra, a autora demonstra graficamente a importância de se investir em procedimentos
sanitários em hospitais de guerra.
Ela apresenta dados estatísticos de quantas vidas foram salvas com a adoção dessas
medidas no Campo de Scutari.
Ana Neri
Guerra do Paraguai
Ana Neri também se voluntariou para defender as cores da bandeira de seu país, só que na
Guerra do Paraguai.
O pedido de oferecer seus serviços como enfermeira ao exército do Brasil foi também uma
maneira de ficar mais próxima de seus filhos, que serviam à pátria.
Então, depois de passar por um pequeno período de treinamento no Rio Grande do Sul, aos
51 anos, a enfermeira integrou o Décimo Batalhão de Voluntários.
À época, começou a tratar pacientes em hospitais militares nas cidades de Salto, Corrientes
e Assunção.
Reconhecimento e homenagens
Com muito êxito em seu trabalho, Ana Neri voltou da Guerra e começou a receber
homenagens por seus serviços prestados.
Alguns reconhecimentos foram feitos em vida e outros, após o seu falecimento.
Em 1870, Ana recebeu duas medalhas: a de prata Geral de Campanha e a Humanitária de
Primeira Classe.
Além disso, o Imperador Dom Pedro II conferiu pensão vitalícia por decreto, para que ela
pudesse criar seus filhos, que haviam ficado órfãos de pai após a Guerra.
Ana Neri faleceu em 1880, mas as condecorações por seu pioneirismo continuaram
acontecendo.
Em 1923, a primeira escola de alto padrão em Enfermagem do Brasil foi batizada com o
nome da enfermeira.
Em 2009, por meio da Lei nº 12.105, de 2 de dezembro, Ana Neri foi a primeira brasileira a
integrar o Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria.
Esta obra fica arquivada no Panteão da Liberdade e da Democracia, na capital federal.