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HISTÓRIA DA ENFERMAGEM: CONHEÇA A ORIGEM E EVOLUÇÃO

Você conhece a história da Enfermagem? Sua origem e como foi a sua evolução ao longo
dos séculos? Estamos tratando de um acontecimento que tem como protagonistas duas mulheres de
biografias repletas de lutas e conquistas, contrariando a realidade da época.
Mas é apenas o começo de uma bela história de uma das mais importantes carreiras na
área da saúde, a história da Enfermagem.

História da Enfermagem

A história da Enfermagem, apesar de ter seus primeiros indícios lá nos primórdios da


civilização, só foi ganhar destaque, de verdade, durante o século XIX.
E é exatamente essa viagem no tempo que vamos começar a contar a partir de agora.

Como e quando surgiu a Enfermagem?

A Enfermagem surgiu antes mesmo de Cristo – ainda que à época não tivesse esse nome
técnico.
Sua origem aponta para o trabalho de homens e mulheres abnegados que cuidavam do
bem-estar dos enfermos, tentando garantir a eles uma situação digna, de saúde básica e de
sobrevivência.
É claro que, com o passar do tempo, a profissão começou a ganhar corpo.
Entre os séculos V e VIII d.C, por exemplo, alguns princípios da Enfermagem eram aplicados
pelos detentores da fé. No caso, os sacerdotes.
Mais tarde, por volta do século XVI, a atividade era vista, na Europa, como uma profissão
que já começava a se institucionalizar, principalmente a partir da Revolução Industrial.
No entanto, foi somente no século XIX, na Era Moderna, que ela, de fato, ganhou
notoriedade com as figuras de duas mulheres incríveis, das quais falaremos mais adiante.

Fundamentos históricos da Enfermagem

No Brasil, a história da Enfermagem pode ser dividida em três períodos:


A organização da Enfermagem: do período colonial ao final do século XIX;
O desenvolvimento da Enfermagem: do final do século XIX até a Segunda Guerra Mundial;
Enfermagem Moderna: do final da Segunda Guerra Mundial até os dias atuais.
Vamos, agora, falar sobre cada uma dessas três fases.
Organização da Enfermagem

Essa primeira fase remete a uma Enfermagem mais instintiva e cultural, onde os pajés,
feiticeiros e outros líderes religiosos eram responsáveis por fazer rituais místicos com a intenção de
curar enfermidades.
Além disso, as mulheres é que deviam cuidar de crianças e idosos, pois tinham como
obrigação prezar pelo bem-estar da casa.
Com o processo de colonização, os europeus acabaram trazendo para cá diversas doenças
que, logo, se tornaram epidemias.
O curandeirismo era o que havia de mais próximo às práticas da Enfermagem até a chegada
dos padres jesuítas, que começavam a prestar assistência aos doentes nas Casas de Misericórdia.

Desenvolvimento da Enfermagem

O segundo ciclo é marcado pelo êxodo rural.


Com muitas pessoas migrando do campo para cidade, houve um crescimento urbano
descontrolado que, por sua vez, aumentou o número de doenças contagiosas e acelerou as suas
propagações.
Urgia a necessidade de mais atenção à saúde pública.
Então, o governo começou a assumir o controle dessa pasta, passando a criar órgãos
específicos responsáveis para dar assistência médica à população.
A profissão de enfermeiro começa a ganhar força com a atuação, especialmente, em
hospitais militares.
O trabalho consistia em dar suporte durante as grandes guerras do período, muito em
função da criação da Cruz Vermelha Brasileira.
Foi nesse período também que as primeiras escolas de Enfermagem foram inauguradas. E a
atenção médica, por sua vez, desvinculada um pouco da religião.

Enfermagem Moderna

Passado o período de Guerras, se inicia o desenvolvimento da educação em Enfermagem


no Brasil.
Mais escolas são abertas, especialização criadas, conselhos, associações e sindicatos de
classe organizados, entre outras medidas.
A própria profissão de enfermeiro é regulamentada no último ciclo.
Além disso, mudanças importantes na saúde, de um modo geral, também foram
implementadas.
Dentre elas: a criação do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) e do Sistema Único de Saúde (SUS).

Evolução da Enfermagem

Quando falamos de história da Enfermagem é impossível não citar o nome de duas


mulheres: Florence Nightingale e Ana Neri.
A primeira foi um marco para a Enfermagem mundial.
Já a segunda foi a precursora da área aqui no Brasil.
Pronto para conhecer um pouco mais da biografia dessas duas mulheres incríveis?

Florence Nightingale
Nasceu em 1820, em Florença, e é considerada, por todos, como a mãe da Enfermagem
moderna no mundo.
Não é para menos.
Afinal de contas, Florence realizou façanhas marcantes, especialmente por ser mulher em
uma realidade bem diferente da atual.
Nascida em uma família rica e cheia de posses, a jovem Nightingale, que viveu boa parte de
sua vida em Londres, se rebelou à ordem vigente, de que as mulheres deveriam se tornar esposas
submissas, responsáveis pelas tarefas doméstica e cuidados dos filhos.
Decidiu, então, se dedicar à caridade.
Em uma viagem ao Egito para conhecer hospitais, Florence sentiu despertar em si uma
vocação para ser enfermeira.
Paixão essa pela profissão de cuidar dos outros que só aumentou depois dela visitar, em
1846, o Hospital de Kaiserswerth, local fundado e administrado por freiras alemãs.
Na ocasião, a futura enfermeira se impressionou positivamente com o tratamento dado aos
pacientes e com o rigor religioso que as freiras guiavam seus atendimentos.
De volta à Inglaterra, Florence foi indicada para trabalhar em um hospital de caridade da
região, mas foi durante a Guerra da Crimeia que a enfermeira deu a sua principal contribuição.
A Dama da Lâmpada
Atendendo feridos das batalhas no Campo de Scutari, Florence Nightingale e uma equipe
de 38 enfermeiras voluntárias treinadas por ela conseguiram baixar o índice de mortalidade de 40%
para menos de 5%.
Florence e suas colegas são consideradas heroínas de guerra e a enfermeira líder recebe o
apelido carinhoso de “Dama da Lâmpada”.
Isso porque ela percorria todas as alas com um pequeno objeto de chamas em suas mãos
para melhor atender aos feridos.
Não é à toa, portanto, que a lâmpada acabou virando o símbolo do curso de Enfermagem.

A primeira escola de Enfermagem de Londres

Embora responsável pelo atendimento durante a guerra, a colaboração de Florence para a


Enfermagem não se encerra aí.
Depois de contrair febre tifóide no período das batalhas e ficar com algumas sequelas, a
enfermeira teve que se abdicar da aplicação prática de seus conhecimentos.
Mas não encerrou a sua missão. Ela passou a se dedicar ao ensino da arte de cuidar do
próximo aos demais.
Foi então que, em 1860, fundou a Escola de Enfermagem do Hospital Saint Thomas, em
Londres.
Lá, era promovido um curso com duração de um ano, coordenado por uma enfermeira e
com aulas teóricas e práticas ministradas por médicos.

O reconhecimento da Rainha Vitória

Todo o esforço e a dedicação de Florence Nightingale foram reconhecidos pela Rainha


Vitória que, em 1883, concedeu à enfermeira a Cruz Vermelha Real.
Anos depois, em 1907, a imperatriz também conferiu a ela a Ordem do Mérito.
Florence Nightingale se tornou, então, a primeira mulher a receber tamanha honraria.
Até hoje o Dia Internacional da Enfermagem é comemorado em 12 de maio, aniversário de
Florence.

A vida de escritora

Se não bastasse tudo isso, a enfermeira também escreveu muitos livros sobre o seu ofício.
Um deles, “Notes on nursing” (notas sobre Enfermagem), teve grande destaque.
Na obra, a autora demonstra graficamente a importância de se investir em procedimentos
sanitários em hospitais de guerra.
Ela apresenta dados estatísticos de quantas vidas foram salvas com a adoção dessas
medidas no Campo de Scutari.

Ana Neri

A representatividade que Florence Nightingale tem para a Enfermagem internacional, Ana


Neri, guardada as devidas proporções, tem aqui no Brasil.
Nascida na cidade de Cachoeira, interior da Bahia, em 1810, Ana Neri tem uma história
semelhante com a de Florence.
A afinidade, no entanto, não é a mesma no quesito financeiro.
Afinal, a enfermeira brasileira teve uma origem humilde.
O que aproxima as duas é, na verdade, a relação com grandes guerras.

Guerra do Paraguai

Ana Neri também se voluntariou para defender as cores da bandeira de seu país, só que na
Guerra do Paraguai.
O pedido de oferecer seus serviços como enfermeira ao exército do Brasil foi também uma
maneira de ficar mais próxima de seus filhos, que serviam à pátria.
Então, depois de passar por um pequeno período de treinamento no Rio Grande do Sul, aos
51 anos, a enfermeira integrou o Décimo Batalhão de Voluntários.
À época, começou a tratar pacientes em hospitais militares nas cidades de Salto, Corrientes
e Assunção.

Reconhecimento e homenagens

Com muito êxito em seu trabalho, Ana Neri voltou da Guerra e começou a receber
homenagens por seus serviços prestados.
Alguns reconhecimentos foram feitos em vida e outros, após o seu falecimento.
Em 1870, Ana recebeu duas medalhas: a de prata Geral de Campanha e a Humanitária de
Primeira Classe.
Além disso, o Imperador Dom Pedro II conferiu pensão vitalícia por decreto, para que ela
pudesse criar seus filhos, que haviam ficado órfãos de pai após a Guerra.
Ana Neri faleceu em 1880, mas as condecorações por seu pioneirismo continuaram
acontecendo.
Em 1923, a primeira escola de alto padrão em Enfermagem do Brasil foi batizada com o
nome da enfermeira.
Em 2009, por meio da Lei nº 12.105, de 2 de dezembro, Ana Neri foi a primeira brasileira a
integrar o Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria.
Esta obra fica arquivada no Panteão da Liberdade e da Democracia, na capital federal.

História da Enfermagem contemporânea

As contribuições dessas duas mulheres para Enfermagem mundial, dentro de suas


realidades, são inestimáveis.
Elas ajudaram a impulsionar ainda mais o desenvolvimento dessa área da saúde.
Graças também ao avanço de novas tecnologias e da criação áreas específicas dentro da
Enfermagem (obstetrícia, saúde da mulher, do idoso, do recém-nascido, cuidados mentais e
psiquiátricos) pode-se aprimorar a assistência aos pacientes, entendendo e respeitando às suas
necessidades.
Aos poucos, começaram a ser criadas instituições que regulam a profissão e ajudam na
padronização de alguns procedimentos, diagnósticos e linguagens próprias.
Nesse sentido, destacam-se os seguintes órgãos:
North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)
International Council of Nurses (ICN)
American Nurses Association (ANA)
Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem (CIPE).

História da Enfermagem no Brasil

Já em território nacional, a Enfermagem possui uma série de datas importantes, dentre as


quais têm mais relevância:
(1553) Abertura da primeira Casa de Misericórdia no Brasil
(1814) Nascimento de Ana Neri, primeira enfermeira do Brasil
(1852) Irmãs de Caridade assumem a gestão da Santa Casa do Rio de Janeiro
(1908) Fundação da Cruz Vermelha Brasileira
(1923) Primeira Escola de Enfermagem do Brasil
(1926) Surgimento da Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas no Brasil, atual
Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn)
(1938) 12 de maio é instituído como o Dia do Enfermeiro
(1973) Criado o Conselho Nacional de Enfermagem e os respectivos conselhos regionais
(1974) Criação da Conferência Nacional de Saúde, realizada a cada 4 anos
(1979) Criação do Centro de Estudo e Pesquisa em Enfermagem (Cepen)
(1986) Regulamentada a profissão de enfermeiro e técnico em Enfermagem no País
(1990) Regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS)
(1994) Lançamento do Programa Saúde da Família.
Para se ter uma ideia da representatividade da classe, hoje, no Brasil, segundo o Conselho
Federal de Enfermagem (Cofen), existem mais de 2,2 milhões de profissionais, entre enfermeiros,
técnicos em Enfermagem, auxiliares de Enfermagem e enfermeiros obstetras registrados no País.

Como aprender mais sobre Enfermagem?

A história da Enfermagem é rica e repleta de pequenas conquistas ao longo do tempo.


Mas se você quiser aprender um pouco mais sobre essa área da saúde, talvez, seja melhor
fazer o curso de graduação.
E, quem sabe depois, se especializar em alguma função de sua preferência.
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duração de cinco anos, e mais outras 12 especializações, todas com carga de 420 horas.

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