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Resumo Teste 4 História

1.
Os organismos de enquadramento de massas do Estado Novo eram uma
série de instituições e processos com o intuito de enquadrar as massas na
ideologia do Estado Novo e obter a sua adesão ao projeto do regime.
O Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), criado em 1933 e liderado
por António Ferro, tinha um papel ativo neste enquadramento, através da
divulgação do ideário do regime e na padronização da cultura e artes.
Já a União Nacional era o partido único do Estado Novo, criado em 1930 e
chefiado por Salazar. O seu objetivo era congregar ‘’todos os portugueses
de boa vontade’’ e apoiar atividades políticas do Governo.
Quanto às organizações milicianas, existiam duas: a Legião Portuguesa,
criada no contexto da guerra civil espanhola que opôs republicanos e
socialistas, e tinha o papel de defender o património espiritual da Nação, o
estado corporativo e conter a ameaça bolchevista.
Já a Mocidade Portuguesa era uma juventude de inscrição obrigatória, que
se destinava a ideologizar os jovens, incutindo-lhes os valores nacionalistas
e patrióticos do Estado Novo. Além destas organizações, o ensino também
era altamente regulado, com ‘’livros únicos’’ que veiculavam os valores do
Estado Novo e o despedimento de professores com ideais opostos ao do
regime.

2.
O aparelho repressivo do Estado Novo era constituído essencialmente pela
censura prévia e pela polícia política. A censura prévia consistia na revisão
de todos os materiais publicados, desde jornais e livros a músicas e séries,
com o objetivo de eliminar todos os conteúdos que fossem contra os
ideais do regime. Já a polícia política, a PVDE ou PIDE a partir de 1945,
prendia, torturava e matava os opositores do regime, que muitas vezes
eram presos sem razão aparente.
3.
O Estado Novo era um regime altamente intervencionista, ou seja,
controlava altamente a economia do país, através de taxas, impostos,
cotas, etc, e autárcico, isto é, procurava um fomento da produção nacional
para dinamizar uma economia autossustentável. O programa económico
do Estado Novo tinha 6 grandes prioridades: a estabilidade financeira, a
defesa da ruralidade, o programa das obras públicas, o condicionamento
industrial, o corporativismo e a política colonial.
A estabilidade financeira era a principal prioridade de Salazar, visto a crise
financeira deixada pela Primeira República. Assim, promoveu-se um
aumento das receitas e uma diminuição de despesas, através, por
exemplo, do aumento das taxas alfandegárias, assim como uma política de
austeridade, ou seja, de aumento e criação de impostos, como o imposto
de salvação pública.
A defesa da ruralidade foi também fundamental, já que, segundo Salazar, o
mundo rural preservava o melhor do povo português. Assim, promoveu-se
uma série de medidas para fomentar a agricultura e satisfazer os
interesses dos agricultores: as campanhas de produção, nomeadamente a
Campanha do Trigo, para estimular a produção agrícola, através da compra
das produções aos agricultores e a proteção dos mesmos; uma política de
florestação para criar terras verdes e a construção de barragens para
irrigar os solos; e o incentivo à fixação de população no interior.
O programa das obras públicas teve como objetivos criar emprego e
modernizar o país, tendo em vista o desenvolvimento económico.
Destacam-se a construção de estradas, pontes, ferrovias e barragens,
entre outros.
O condicionamento industrial foi uma consequência direta da defesa da
ruralidade, visto que a prioridade estava no rural e não na indústria. Além
disso, esta também foi uma política anticrise, visto que procurava evitar a
superprodução e, consequentemente, as quedas de preços. Assim,
verificou-se um grande controlo da indústria nacional, que precisava da
autorização do regime para se instalar, reabrir, efetuar ampliações e
comprar máquinas.
O corporativismo era essencialmente uma medida anti-socialista, que
procurava acabar com a chamada ‘’luta de classes’’ e defender os
interesses nacionais (nacionalismo económico). Assim, assistiu-se a uma
corporativização do trabalho, com a criação dos Sindicatos Nacionais, para
os trabalhadores, e dos Grémios, para os patrões, que juntos negociavam
os contratos coletivos de trabalho, estabeleciam normas e cotas de
produção e fixavam preços e salários. Competia ainda ao Estado arbitrar
eventuais conflitos.
A política colonial teve por base o Ato Colonial de 1930, que estabeleceu a
subordinação das colónias aos interesses da metrópole, com a justificação
de que o passado histórico nacional tornava as colónias verdadeiras
províncias ultramarinas. Assim, as colónias passaram a ser um importante
alicerce da economia portuguesa, oferecendo mercados abastecedores de
matérias-primas e consumidores dos produtos da metrópole.

4.
A Política do Espírito, pode entender-se como um conjunto de ações a
partir do campo cultural que visavam a reeducação dos portugueses sob
princípios consonantes com a ideologia oficial do Estado Novo. Para tal era
necessário realizar um vasto programa, cuja base essencial era a
divulgação da obra e ideário do Estado Novo. A partir do SPN monta-se
uma máquina de propaganda capaz de recorrer eficazmente a novos
meios de comunicação, tais como o cartaz, a rádio ou o cinema. Além
disso, também era pretendido, através da censura prévia, evitar os
excessos intelectuais que pusessem em causa a coesão nacional.

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