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Apoios
Salazar logrou convencer grande parte do país da justeza da sua política, o apoio de
quantos haviam hostilizado a 1ª república e desacreditado da sua ação:
A hierarquia religiosa e os devotos católicos, grandes proprietários agrários, alta
burguesia ligada ao comércio colonial e externo, militares, os monárquicos, os
integralistas e os simpatizantes do ideário fascista;
Entre estes destacou-se o Movimento Nacional-Sindicalista, dinamizado pelos
seus camisas azuis. Após censurar Salazar e o seu extremo conservadorismo e a
ausência de ação violenta, o movimento acabaria ilegalizado.
Conservadorismo e tradição
Salazar tinha uma personalidade extremamente conservadora esta sua faceta
reviu-se no sistema político que liderou, o seu ideário assenta em valores morais:
Deus, Pátria, Família, Respeito, Obediência, Autoridade, Paz Social, Hierarquia
e Austeridade;
Existem vários exemplos deste pendor conservador:
Repudiou a sociedade urbana e industrial, protegia a religião católica, remeteu a
mulher a um papel passivo;
Nacionalismo
Defesa de um nacionalismo exacerbado, entendia que o “Bem da nação” devia ser o
desígnio supremo: “Tudo pela nação, nada contra a nação”, e a exaltação do passado
histórico de Portugal e dos seus heróis.
Autoritarismo e dirigismo
Para garantir um Estado forte e autoritário, era necessário valorizar o poder
executivo, para isso a constituição de 1933 reconheceu ao presidente o 1ºlugar no
Estado, simultaneamente atribuía várias tarefas ao presidente do Conselho como:
legislar através de decretos-lei, superintender a ação governativa e propor a
nomeação e exoneração dos ministros.
Culto ao chefe
Salazar encarna a figura de chefe providencial, interprete supremo do interesse
nacional e guia da nação, ou seja, era ele que mandava em tudo.
Corporativismo
Este surge como modelo de organização económica, social e política, concebia a
Nação representada pelas famílias e por organismos onde os indivíduos se
agrupavam pelas funções que desempenhavam. O bem comum era o objetivo.
Estes organismos eram denominados corporações, incluindo as instituições, as
universidades, agremiações técnicas, cientificas literárias, desportivas, artísticas e as
casas do povo, dos pescadores e os grémios e os sindicatos nacionais.
Juntamente com as famílias as corporações concorriam para a eleição dos
municípios, enviavam os seus delegados à Câmara Corporativa.
As corporações acabaram por se transformar num meio de controlar a economia e as
relações laborais.
O enquadramento das massas
O conjunto de instituições e processos conseguia enquadrar as massas e conseguir a
adesão ou cedência destas às ideias defendidas pelo regime, como:
Secretariado de Propaganda Nacional, União Nacional, Legião Portuguesa,
Mocidade Portuguesa, Controlo do Ensino, Obra das Mães para a Educação
Nacional;
Secretariado de Propaganda Nacional (SPN)
Desempenhou um papel fundamental na divulgação do ideário do regime e na
padronização das artes e da cultura, no diploma criador da SPN a imprensa e a
radiodifusão eram meios indispensáveis à sua ação.
União Nacional
Único partido do regime, de apoio ao governo do Estado Novo, fundado pelo governo
da Ditadura Militar destinado a procurar e conseguir apoio da opinião pública ao
regime, com o tempo assumiu características e funções partidárias. Inaugurada a
Assembleia Nacional os deputados eleitos nas eleições legislativas pertenciam a uma
única lista, a União Nacional.
Legião portuguesa
Organização miliciana existente até 25/04/74. Aprovada pelo Conselho dos Ministros e
destinava-se a defender o património espiritual da Nação, o Estado Corporativo e a
conter a ameaça vermelha/bolchevista.
Mocidade portuguesa
Abrangia toda a juventude e tinha por fim estimular o desenvolvimento integral da sua
capacidade física, a formação de carácter e a devoção à pátria , no sentimento da ordem,
no gosto pela disciplina e no culto do dever militar.
Obra das Mães para a Educação Nacional
Para a formação das futuras mulheres e mães, propunha-se a estimular a ação educativa
da família, assegurar a cooperação entre esta e a escola e preparar melhor as gerações
femininas para os seus futuros deveres maternais, domésticos e sociais e promover
habilitação das mães para a educação familiar.
Condicionamento Industrial
A indústria não era uma prioridade então foram colocados uma série de
constrangimentos através de uma politica de condicionamento industrial,
traduzindo-se num controlo por parte do Estado.
Qualquer iniciativa empresarial teria de ser autorizada pelo Estado.
O condicionamento industrial foi uma política conjuntural anticrise destinada a
garantir o controlo da indústria, regular a atividade produtiva, a concorrência
evitando a superprodução, desemprego, queda dos preços.
Política Laboral
Publicação do Estatuto do Trabalho Nacional, estabelecia todas as profissões, um
modelo corporativo, patrões, trabalhadores, sindicatos nacionais que se agrupavam
em corporações económicas. Negociavam contratos de trabalho e fixariam salários e
cotas de produção. Ao estado competia garantir o salário justo, proibindo o lock-out
e a greve. Os sindicatos revoltaram-se e fizeram greves e sabotagens.
Política Colonial
As colónias desempenhavam dupla função, eram um elemento fulcral da política de
nacionalismo e o tema recorrente da propaganda nacionalista.
O Ato colonial consagrou a política colonial do regime, reforçando a tutela da
metrópole sobre as colónias, fornecendo as colonias matérias-primas à metrópole e
servir de mercado de escoamento às suas produções industriais.
Projeto cultural do regime
O Estado Novo concebeu um projeto totalizante que fez de artistas e escritores
instrumentos privilegiados da inculcação e da propaganda do seu ideário. Chamando
a esse projeto “política de espírito” pretendia elevar a mente dos portugueses
alimentar a alma destes, Almada Negreiros ajuda a por em prática, ou seja, uma
política de Estado em favor da cultura.Tinha como objectivo a criação de uma arte
nacionalista, o aprimoramento dos padrões estéticos da sociedade elevando o padrão
cultural do povo e proporcionando aos artistas, um ambiente que seja fácil de criar.
A degradação do ambiente internacional
- a irradiação do fascismo no mundo
As ditaduras fascistas disseminaram-se pela Europa alimentadas pelos efeitos da
Grande Depressão e pela descrença na capacidade de a democracia parlamentar
solucionar os problemas.
Itália, Portugal, Alemanha, Bulgária, Estónia, Lituânia e Grécia, Brasil,
Argentina, Chile, Oriente;
A Mundialização do conflito
A guerra dividiu-se em grandes fases nas quais se pode distinguir:
1ª fase: de movimentação dos exércitos alemães ocupando diversos países desde a
Polónia ao Canal da Mancha e atacando a Inglaterra depois da ocupação da maior parte
da França. O Japão entra em conflito com os EUA ocupando também vários
arquipélagos da Ásia e Pacífico como as Filipinas e a Indonésia. Dá-se também a
agressão à URSS pelas tropas alemãs.
2ª fase: a partir de 1942 com a estagnação dos avanços da Alemanha na URSS e a
contra ofensiva americana no Pacífico contra o Japão depois da Batalha de Midway. Os
Britânicos vencem os alemães no Norte de África e os aliados desembarcam na Itália.
Em 1944 é o desembarque no sul de França e na Normandia. Finalmente os russos
ocupam Berlim e a zona oriental da Alemanha impondo a derrota aos nazis.
Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
Quando a 2ª Guerra termina, o equilíbrio das forças a nível mundial altera-se.
Alemanha e Japão derrotados e a França e Reino Unido viram-se dependentes do
auxílio externo;
Vão emergir duas superpotências, a URSS e os EUA;
As Conferências de Paz
Conferência de Ialta: reuniu-se Roosevelt, Estaline e Churchill com o objectivo de
estabelecer regras que devem sustentar a nova ordem internacional do pós-guerra.
Definiu-se a fronteira entre a Polónia e a URSS;
Dividiu-se a Alemanha em 4 zonas de ocupação, cada uma tutelada pelos
comandos militares das três potências conferencistas, EUA, URSS e Grã-
Bretanha e ainda a França;
Decidiu-se a reunião, a conferência de aprovação da Carta das Nações
Unidas;
Conferência de Potsdam: Objetivo de consolidar a paz, conferência tensa onde
renasciam as desconfianças face às pretensões expansionistas de Estaline.
Perda da soberania da Alemanha e divisão do país em 4 áreas de
ocupação;
Administração conjunta da cidade de Berlim, dividida em 4 setores de
ocupação;
Desmilitarização e desnazificação da Alemanha e julgamento dos
criminosos de guerra por um tribunal penal internacional;
Órgãos de funcionamento
Conselho de Segurança: Segurança Internacional;
Assembleia Geral: tem direito ao voto e discutem todo o tipo de questões;
Secretariado-Geral: coordenar o funcionamento da ONU;
Conselho Economico e Social: promove a cooperação económica, social e cultural
internacional;
Tribunal Internacional da Justiça: justiça internacional;
Conferência de Bretton-Woods
Representaste de 44 países reuniram-se para a Conferência Monetária e Financeira das
Nações Unidas.
Este acordo teve como objectivos principais:
Cooperação internacional através de instituições monetárias;
Facilitar a expansão do comércio internacional;
Para isto criou-se 3 bases fundamentais: convertibilidade de todas as moedas que
participam no SMI; paridade das moedas; Equilíbrio das balanças de pagamentos;
Este sistema durou até aos anos 60, onde surgiu a 1ªcrise devido à instabilidade do colar
norte-americano, apercebendo-se que o dólar já não podia servir como padrão comum.
Em 1970, a crise económica e política dos EUA levou ao colapso definitivo deste
sistema.
Conceitos
Totalitarismo: sistema político no qual o poder se encontra numa só pessoa ou no
partido único, cabendo ao Estado o controlo da vida social e individual.
Fascismo: sistema político instaurado por Mussolini na Itália, profundamente ditatorial,
totalitário, repressivo, o fascismo suprimiu liberdades individuais e colectivas, defendeu
a supremacia do Estado, o culto do chefe, o nacionalismo, o corporativismo…etc
Corporativismo: forma de organização socioeconómica que defende a constituição de
corpos profissionais de trabalhadores, patrões, serviços de modo a promover a paz.
Estado Novo: regime político ditatorial, autoritário, autocrata e corporativista de Estado
que vigorou em Portugal.
Cortina de Ferro: divisão da Europa em duas partes, a Europa Oriental e a Europa
Ocidental como áreas de influência político económica distinto, na pós-Segunda Guerra
Mundial, conhecido como Guerra Fria.