Resumos de história- Estado novo- Frederico Pascoal Nº6 12ºC

Da crise da república à ditadura militar

Golpe militar de 28 de maio de 1926- liderado pelo General Gomes da Costa

Teve o apoio de vários setores da sociedade tais como:
 Monárquico
 Católicos
 Republicanos
 Tradicionalistas

Problemas enfrentados pela ditadura militar

 Falta de eficácia dos governos na questão financeira
 Agravamento do défice

Subida de Salazar ao Poder

Da ditadura militar ao Estado Novo
 Em abril de 1928, António de Oliveira Salazar assumiu a pasta das finanças
 Salazar foi nomeado Presidente do concelho, em 1932
 Salazar impôs condições para assumir o cargo que equivalia a uma “ditadura
financeira”.
 Salazar visava controlar os orçamentos dos ministérios e vetar qualquer aumento
de despesa.
 Restabeleceu a ordem financeira e foi considerado o “Salvador da Pátria”

Apoios recebidos por Salazar:

 Hierarquia religiosa e católicos
 Monárquicos integralistas
 Alta burguesia Forças conservadoras
 Média e pequena Burguesia

A construção do Estado Novo

Os alicerces do Estado Novo

Salazar, entre 1930 e 1933, lançou os alicerces da nova ordem política
 Ato colonial (1930)
 Constituição para os territórios além-mar, promulgado em 1930 e integrado na
constituição de 1933, consagrou a noção de império colonial português, no qual se
integravam a metrópole e as colonias, a ação de Portugal nas colonias era de missão
civilizadora com vista a educar e a cristianizar os povos autóctones.
 Organização da união nacional (1930)
 Estatuto do trabalho nacional (1933)
 Constituição (1933)
 Consagrou a criação de um estado unitário e corporativo
 Secretário de propaganda Nacional (1936)
 Desenvolveu a propaganda que servia para exaltar a imagem de Salazar, para exaltar
as obras do regime e para valorizar a tradição cultural Portuguesa
 Valores ideológicos do Estado Novo

Princípios ideológico do Estado novo

 Anti partidarismo
 Antiparlamentarismo
 Antiliberalismo
 Autoritarismo
 Antidemocrático e repressivo
 Colonialismo
 Nacionalismo
 Corporativismo

Definição princípios ideológicos

1. Antiliberal, Antiparlamentar e Antidemocrático
 Recusava a soberania popular
 Impedia a realização de eleições livres
 Os direitos individuais não eram respeitados

O exercício do poder político assente na UNIÃO NACIONAL

Congrega as forças da Direita:

 Antimarxistas
 Conservadoras
 Defensoras dos valores tradicionais

2. Autoritário
Supremacia do poder executivo (Governo) sobre o poder legislativo (assembleia nacional)

Poder pessoal e o culto do chefe

Salazar
 Figura do chefe providencial
 Intérprete supremo do interesse nacional

Apelo ao Estado Forte na propaganda

 A constituição de 1933 consagrou o regime do Estado Novo, os seus princípios e
estrutura organizativa.
3. Conservador e tradicionalista
 Exaltou as tradições nacionais
 Rejeitou as vanguardas culturais
 Promoveu a defesa de tudo o que fosse genuinamente Português
 Valorizava o mundo rural
 Apoiava-se na hierarquia e na religião católica
 A base da nação era a família com papeis rigidamente atribuídos à mulher e ao homem
 Valores fundamentais como: Deus, Pátria, autoridade e família não podiam ser
discutidos

4. Nacionalista

O povo português era considerado um povo de heróis

Exaltação do passado histórico grandioso

Mitificação da história de Portugal para fazer a apologia da Nação

O Estado repressivo
5.repressivo

Reprime a oposição através:

 Da censura
 Da polícia política (PVDE- PIDE- DGS)
 Do uso de tortura nos interrogatórios
 Da Proibição dos sindicatos livres e da corporativização dos trabalhadores
 Da criação de prisões (Caxias e Peniche)
 De campos de concentração
(Tarrafal e S.Nicolau, em Cabo verde;
Machava, em Moçambique)

Os meios de doutrinação e enquadramento das massas

Controlou a cultura e o ensino:

 Fundação para a alegria no trabalho (FNAT)
 Ensino através do livro único
 Secretariado de propaganda nacional (SPN)
 Partido Único (União Nacional)
 Organizações paramilitares de enquadramento das massas
(mocidade portuguesa; Legião Portuguesa)
 Organizações femininas de enquadramento
(Mocidade Portuguesa Feminina; Obra das mães para a Educação Nacional)
 Juramento dos funcionários públicos
  Sindicatos nacionais

O controlo das finanças públicas

Economia submetida às necessidades políticas

Prioridade à estabilidade financeira através:
 Melhor administração dos dinheiros públicos
 Diminuição de despesas
 Aumento das receitas Rigor orçamental

Criação de novos impostos

 Imposto complementar sobre o rendimento
 Imposto profissional
 Imposto de salvação pública sobre funcionários públicos

A defesa de um Portugal Rural e conservador

Defesa da ruralidade
Exaltou a importância da agricultura
 Lançou campanhas de produção
 Adotou uma política económica fortemente protecionista e autárcica
 Estimulou a produção agrícola
 Assegurou a autossuficiência ou Autarcia alimentar
 Promoveu um plano de florestação e aproveitou os recursos hidráulicos
Valorizou o mundo rural
 Fez do campo o bastião dos valores tradicionais

Estrutura corporativa do Estado Novo

Corporativismo
Objetivos:
 Impor a supremacia do Estado
 Garantir a colaboração entre as classes para anular a luta de classes, conciliando
interesses divergentes
 Defender o “interesse nacional” e o “Bem comum” para promover a unidade
nacional.
 Garantir a ordem, a disciplina e a autoridade social e económica.

Enquadrou os indivíduos em organizações

 Corporações: económicas, morais, assistência, culturais
 Federações e uniões
 Grémios
 Sindicatos nacionais
 Casas do povo
 Casa dos pescadores
Representantes dos vários organismos corporativos formam

Câmara corporativa
 Órgão consultivo que representava os “interesses sociais”, as autarquias e as famílias

As obras públicas e o condicionamento industrial

Obras públicas- ligadas ao engenheiro Duarte Pacheco

Programa que tinha como objetivos:
 Modernizar o pais
 Impulsionar o desenvolvimento económico
 Reduzir o desemprego
Infraestruturas
 Construção de estradas
 Construção de pontes
 Melhoramentos na rede ferroviária
 Criação do metropolitano
 Melhoramento dos portos
 Construção de barragens e de centrais hidroelétricas
 Construção de aeroportos
Meios de comunicação
 Telefone
 Telégrafo
Equipamentos públicos
 Construção de hospitais, escolas, tribunais, prisões, estádios, quarteis, bairros para os
trabalhadores

Condicionamento industrial
Objetivos:
 Promover a intervenção do estado na economia
 Impor regras para evitar a superprodução
 Defender o nacionalismo económico
 Regular a atividade produtiva e a concorrência
 Atenuar o desemprego

O condicionamento industrial foi uma política centralista e dirigista

Política de condicionamento industrial era transitória, mas marcou a política económica do
Estado Novo durante os anos 30 e 40
 Impediu a concorrência
 Aumentou a burocracia
 Protegeu as empresas (interesses monopolistas)
 Favoreceu a concentração industrial
 Limitou a concentração industrial
 Limitou a modernização
A política colonial
Missão histórica civilizadora dos portugueses nos territórios ultramarinos

Salazar exaltou o passado histórico nacional como fundamento e legitimação do império

Colonial Português

Ato Colonial (1933)

Era uma espécie de constituição para as colónias.

Estabelece a subordinação das colonias aos interesses da metrópole

As colonias eram:
 Mercados abastecedores de matérias-primas.
 Consumidores dos produtos da metrópole

Princípios defendidos pela política colonial do Estado Novo

 Proclama a vocação colonial de Portugal.
 Promove a missão civilizadora dos Portugueses
 Incute no povo português a mística colonial
 Promove congressos, conferências e exposições que servem de propaganda:
I exposição colonial Portuguesa (Porto,1934)
Exposição do mundo Português (Lisboa,1940)

Projeto cultural do regime

 Criação do secretariado de propaganda nacional (SPN)
 Subordinação ideológica
 Apoio e controlo das artes, dos espetáculos e de todas as formas de expressão

Instituição de prémios literários e artísticos

Concessão de patrocínios
Realização de exposições, festivais, concursos, etc…

Subordinação ideológica da cultura

“Politica do espírito”
 Elevar a mente dos portugueses
 Valorizar o espírito nacional e a cultura popular
 Restringiu a livre produção cultural
 Foi uma solução de compromisso porque procurou conciliar a tradição e a vanguarda
  Procurou criar um “estilo português”
 Padronizou a cultura
 Restringiu a livre produção cultural
 Foi uma solução de compromisso porque procurou conciliar a tradição e a vanguarda

Definição siglas Estado Novo

SPN(Secretário de propaganda Nacional (1936))
PVDE(Polícia de Vigilância e Defesa do Estado)
PIDE(Polícia Internacional e de Defesa do Estado)
DGS (Direção-Geral de Segurança)
FNAT(Fundação para a alegria no trabalho)
OMEN(Obra das mães para a Educação Nacional)

Ordem cronológica
Golpe Militar (28 de maio de 1926)
Salazar assume a pasta das finanças (abril de 1928)
Salazar nomeado presidente do concelho (entre 1932)
Constituição (1933)
Ato colonial(1933)
SPN (1936)

Pós 2ªguerra mundial

Pós-guerra e as conferencias de paz

O mundo nascido do pós guerra apresentou contornos políticos e económicos muito

diferentes daqueles que existiam em 1939, foram colocados vários desafios e problemas às
potências vencedoras, para a reconstrução do pós-guerra

A Europa depois da guerra tinha como necessidade recuperar o prestígio perdido, reconstruir-
se e relançar-se economicamente internacionalmente, era necessário julgar e punir as
atrocidades da guerra e acertar as indeminizações. Era necessário também reorganizar
politicamente, economicamente e socialmente os países vencidos e os estados que tinham
sido ocupados pelas forças do eixo, bem como redesenhar o traçado das fronteiras e o
estabelecimento de novos governos nos países libertados do domínio nazi. Constitui-se
também como preocupação a manutenção de uma paz douradora e por último o mundo
confrontou-se com a emergência de várias reivindicações de emancipação colonial.
O mundo pós guerra ficou marcado pela clivagem ideológica entre EUA e URSS

Definição de Áreas de influência

No desenrolar da guerra a manutenção da paz começou a ser preparada, sendo que as

conferências de Ialta e Potsdam foram as mais importantes

Conferência de Ialta (entre 4 e 11 de fevereiro de 1945)

Na conferência de Ialta participaram os líderes dos “três grandes”, Roosevelt, pelos EUA ,
Churchill, pela Grã-Bretanha, Estaline, pela URSS, da conferência de Ialta saíram as seguintes
deliberações:
 A decisão da realização da conferência para a criação da organização das nações
unidas;
 O acordo quanto ao desmembramento da Alemanha, com a sua divisão em quatro
zonas de ocupação;
 O estabelecimento do montante de recuperações de guerra a pagar pela Alemanha;
 A definição das fronteiras da polónia e reorganização de um governo provisório com
uma base política alargada e democrática
 O acordo para que os povos da Europa libertada pudessem escolher, em eleições livres
e pluralistas, os seus governantes;
 A realização de julgamentos dos crimes de guerra

Conferência de Potsdam (entre 17 de julho e 2 de agosto de 1945)

Na conferencia de Potsdam participaram os líderes dos “três grandes”, Harry Truman, pelos
EUA, Churchill, pela Grã-Bretanha, Estaline, Pela URSS, da conferência de Potsdam saíram as
seguintes decisões:
 Separação da Alemanha e da Áustria;
 Criação de um tribunal, em Nuremberga, para julgamento dos crimes de guerra
cometidos pelos Nazis;
 Divisão da Alemanha, em quatro Zonas de ocupação (americana, inglesa, soviética e
francesa);
 Desnazificação, democratização, descartelização e desmilitarização da Alemanha
 Definição das fronteiras da Polónia
 Definição do montante das indeminizações de guerra
 Elaboração da declaração de Potsdam, que definiu os termos da rendição do japão.

Durante as conferencias de Potsdam e de Ialta revelou-se um clima de Tensão principalmente

ente URSS e Grã-Bretanha devido à clara intenção que Estaline tinha de estender a sua
influência sobre o Leste Europeu, com base na legitimidade de ter libertado este grupo de
países do domínio Nazi. A sua esfera de influência abrangia a zona oriental da Alemanha, a
polónia, a Checoslováquia, a Hungria, a Roménia e a Bulgária, consideradas satélites da URSS.

ONU
Em abril de 1945, na conferência de São Francisco, nos EUA, foi fundada a organização das
Nações Unidas (ONU), sucessora da liga das Nações, com sede em Nova Iorque, foi idealizada
ainda no decurso da segunda guerra mundial, nas conferências de Teerão (1943) e Ialta (1945).
Esta organização tinha como objetivos alcançar a paz, garantir a segurança, e promover a
cooperação entre as nações. A carta das nações unidas foi assinada por 51 Estados
fundadores, estabeleceu a estrutura, os princípios e as competências desta organização. A
carta das nações unidas, assinada por 51 membros Estados fundadores, estabeleceu a
estrutura, os princípios e as competências desta organização.

Órgãos administrativos da ONU

 Concelho de segurança- responsável pela manutenção da paz, determina sanções aos

estados que violam a carta das nações unidas, incluindo ações militares com vista a
garantir a segurança coletiva. É composto por cinco membros permanentes (EUA, Grã-
bretanha, França, URSS e china) e por dez eleitos, pela assembleia geral, por um
 período de dois anos. Os membros permanentes dispõem do direito de veto, o que
constitui um entrave à aprovação de resoluções, caso não haja unanimidade.
 A assembleia-geral- Composta por todos os Estados-membros (atualmente 193
países), todos com direito de voto e de participação. Funciona como um fórum de
discussão das questões internacionais, onde os países mais pequenos podem
expressar a sua opinião sobre os assuntos internacionais. As suas deliberações são
recomendações pelo que não têm caracter vinculativo.
 Secretariado-Geral- liderado pelo secretário-geral, designado pela assembleia geral,
sob a recomendação do concelho de segurança. Assume um papel de mediador nos
assuntos internacionais
 Concelho económico e social-promove o desenvolvimento económico, social,
educacional e cultural. Atua através de várias agências especializadas (como, por
exemplo, a organização das nações unidas para a educação, ciência e cultura- Unesco).
 Tribunal internacional de Justiça- sediado em Haia, tem como função emitir pareceres
e resolver litígios jurídicos entre Estado- membros e condenar atentados contra os
direitos humanos.

Apesar da ONU desempenhar papel mediador nos conflitos internacionais desde a sua fundação
não conseguiu manter, de forma permanente, a paz e a segurança num mundo onde os conflitos
locais e regionais continuaram a eclodir.
A ONU através dos diversos organismos que integram a organização tem um papel relevante na
Procura do apaziguamento das tensões internacionais, na promoção do bem-estar dos povos e dos
Mais desfavorecidos, no desenvolvimento dos cuidados de saúde, do casino e da assistência aos
Refugiados. Esta preocupação com as questões humanitárias foi reforçada com a aprovação a 10
De dezembro de 1948, da declaração universal dos direitos humanos.

Novas regras da economia internacional

No sentido de tentar evitar erros do passado e evitar uma crise económica igual à do primeiro pós-
guerra por falta de uma intervenção eficaz na recuperação económica, um conjunto de
economistas e políticos reuniram-se em julho de 1944 em Bretton Woods sob a coordenação do
economista John Maynard Keynes. Esta reunião teve como objetivo repensar o funcionamento da
economia internacional: preparar economicamente o pós-guerra, garantir a estabilização da
moeda, evitar perigos da deflação e desenvolver o comércio internacional
Na conferência de Bretton Woods, os Estados participantes adotaram medidas para uma nova
ordem económica, baseada na cooperação económica:
 Criação de um novo sistema monetário internacional (SMI)
 Definição de regras para a estabilidade das taxas de cambio das suas moedas e de
convertibilidade das moedas face ao ouro ou ao dólar (moeda que se tornou referência
nas trocas internacionais
 Foram criadas duas instituições fundamentais:
 O fundo monetário internacional (FMI)- Para auxiliar os países com dificuldades no
equilíbrio da balança de pagamentos
 Banco internacional para a reconstrução e o desenvolvimento- para financiar a
reconstrução do pós guerra e posteriormente projetos de desenvolvimento económico

Na conferência de Bretton woods surgiu também o acordo geral de tarifas e comércio (GATT),
que é um organismo promotor do comércio livre, através da redução de tarifas alfandegárias e
da introdução de regras, na prática de comércio entre os estados signatários do GATT

Vaga de descolonizações
O final da segunda guerra mundial criou um contexto favorável que fez despertar um novo olhar
sobre as colónias. A luta pela liberdade, face á opressão e à tirania, reafirmou a possibilidade de os
povos disporem de si próprios, libertando-se dos colonizadores.
Em 1941 com a assinatura da carta do atlântico, afirmara-se o direito à autodeterminação dos
povos e à liberdade de escolha, o que constituiu um fator de esperança para os povos colonizados.
A descolonização recebeu o apoio, por um lado, da URSS que via na luta pela libertação dos
Explorados do capitalismo e por outro lado dos EUA que assumindo o seu passado histórico de Ex-
Colónia, apoiavam a descolonização como um direito dos povos colonizados.
A ONU, por seu turno, fez da emancipação colonial uma prioridade, consagrada quer na carta das
nações unidas, quer na declaração universal dos direitos humanos, nas quais proclamava o direito
dos povos à autodeterminação. A descolonização iniciou-se no medio oriente e na Ásia, o processo
de descolonização foi diferente de caso para caso.

Guerra fria
Doutrina de Truman e de Jdanov

A geopolítica do pós-guerra ficou marcada pelo antagonismo entre os dois grandes vencedores da
Segunda guerra mundial (EUA e URSS), em menos de dois anos, os antigos aliados passaram de um
clima de confiança para um clima de desconfiança e posteriormente a um clima de rutura em 1947.

Harry Truman num discurso a 12 de março de 1947, perante o congresso, apresentou a visão
política americana de um mundo dividido em “dois campos opostos” com base na ideia de que
“quase todas as nações têm de escolher entre dois modos de vida alternativos”- um assente na
“vontade da maioria” (o bloco ocidental); o outro “baseado na vontade de uma minoria imposta à
Força sobre a maioria”(bloco leste). A doutrina Truman confirmava a fratura ideológica entre os
EUA e a URSS, e conferia aos americanos o papel de liderança na política de contenção do
expansionismo soviético

Bloco ocidental capitalista:

 Plano Marshall: auxílio económico aos países da Europa ocidental (1967)
 Criação da OECE (organização para a cooperação económica Europeia)
 Capitalismo economia de mercado
 Propriedade privada
 Livre iniciativa

Andrei Jdanov, delegado da URSS, na reunião de setembro de 1947 dos líderes comunistas
Europeus, realizada na polónia, promoveu a criação do Kominform (secretariado de informação
comunista). Numa reação clara à doutrina de Truman, apresentou os princípios da política oficial da
URSS face ao bloco ocidental. A Doutrina Jdanov acusava os EUA de pretenderem exercer o
Imperialismo no mundo, e defendia que era à URSS e aos países seus aliados, “as novas
democracias” de leste, que competia resistir ao expansionismo dos americanos e dos “seus aliados
capitalistas”. A URSS apresentava a sua divisão do mundo em dois campos apostos: o das forças
“imperialistas e antidemocráticas”, liderado pelos EUA, e o do campo “anti-imperialista e
Democrático”, dirigido pela URSS
Bloco de leste comunista:
 Plano Molotov: auxílio económico aos países da Europa Oriental
 Criação do Comecon (concelho de assistência económica mútua-1949)
 Comunismo- economia de direção central
 Coletivização dos meios de produção
 Dirigismo Estatal

Plano Marshall
O auxílio económico por parte dos Estados Unidos à Europa era visto como um meio de contenção
do avanço do comunismo. Nesse sentido, a 5 de julho de 1947, o secretário de Estado americano,
George Marshall, apresentou uma estratégia de apoio à Europa, o chamado plano de recuperação
Europeia, conhecido como plano Marshall, que tinha por objetivo reconstruir, em moldes
Capitalistas, as economias europeias devastadas. Este plano consistia na ajuda material e
Financeira, que devia ser estendida aos países afetados pela Guerra e segundo declarava não
excluía nenhum povo ou país, pelo que incluía os países da Europa de Leste. A ajuda económica e
financeira americana foi apreendida através da organização para a cooperação económica Europeia
(OCECE), composta pelos EUA e pelos 16 países Europeus que aderiram ao plano Marshall.

Plano Molotov
A URSS respondeu com o Plano Molotov, destinado a planear o auxílio económico à reconstrução
dos países da Europa oriental, politicamente alinhados com a União soviética. O COMECON
(conselho de assistência económica mútua), criado em 1949, pôs em prática esse plano, com o
objetivo de fortalecer a cooperação e as relações económicas entre a URSS e os países da Europa
de Leste, segundo o modelo económico soviético. A cooperação económica era feita de modo
bilateral: a URSS fornecia matérias primas e combustíveis e os outros países, que integravam o
COMECON, forneciam os produtos, previamente definidos por moscovo, a um preço
Preestabelecido.

O clima de tensão e de afrontamento entre o bloco ocidental e o bloco de leste ficou conhecido
como Guerra fria. Foi um período durante o qual ao longo de mais de 40 anos as duas potências
rivais nunca se confrontaram de forma direta, conscientes de que a destruição seria total e não
haveria lugar para vencedores, sobretudo a partir do momento em que as superpotências possuíam
armas atómicas.

Guerra Fria
Durante a Guerra Fria cada bloco levou a cabo campanhas ideológicas e de propaganda, com vista a
Exaltar a sua superioridade e a apresentar uma visão extremada do adversário, para instigar o ódio
e o medo do opositor.
Este clima de desconfiança e o receio de ameaças mútuas fizeram com que os serviços secretos e
de espionagem, se mostrassem particularmente ativos, com a criação da CIA e da KGB. Usaram-se
métodos que instigaram à perseguição e denúncia de cidadãos considerados simpatizantes do
bloco contrário. Vivia-se num clima de equilíbrio pelo terror.
O antagonismo entre os dois blocos abrangia também o campo militar, concretizado na frequente
exibição e desfile das forças militares defensivas e na formação de alianças militares defensivas:
 Organização do tratado do atlântico Norte ou OTAN (liderada pelos EUA)
 Pacto de Varsóvia (liderado pela URSS)
Ficando assim consolidado um mundo bipolar, de um lado o bloco ocidental, liderado pelos EUA, e
do outro o bloco de leste, liderado pela URSS. Em termos ideológicos opunham-se a democracia
liberal ao comunismo, em termos económicos, o capitalismo à economia planificada e, em termos
sociais, a sociedade de classes opunha-se à sociedade sem classes.

As Fases da Guerra fria

A guerra fria desenvolveu-se ao longo de várias fases:

 A primeira fase (Guerra Fria) iniciou-se, em 1947, com a oposição ideológica entre as
doutrinas de Truman e de Jdanov, acentuada entre 1948 e 1953, numa Europa marcada
pelo expansionismo soviético e pela chamada “questão alemã”. Na Ásia, eclodiram guerras
regionais (indochina e coreia), que tiveram o envolvimento da URSS e dos EUA, no apoio a
cada um dos lados em confronto.
 A segunda fase, entre 1953 e 1962 marcada por uma certa acalmia, foi designada de
“coexistência pacifica”, imposta pela necessidade de controlar o perigo de uma Guerra
nuclear. Este período foi atravessado por várias crises militares e políticas, em diversas
áreas geográficas, que provocaram um ambiente de grave tensão (crise de cuba, 2.ªcrise de
Berlim), obrigando a cedências mútuas
 A terceira fase, entre 1963 e 1975, designada por détente, consistiu no apaziguamento ou
desanuviamento das relações entre Washington e Moscovo, durante as lideranças de
Brejnev, na URSS, de Kennedy, de Johnson e de Nixon, nos EUA. A aproximação entre as
duas superpotências tinha em vista o controlo do armamento, e culminou, no início dos
anos 70, com acordos de desarmamento. Nesta fase, apesar do apaziguamento eclodiram
conflitos regionais, marcados pela presença direta e indireta das duas superpotências , em
vários conflitos. Foi o caso da guerra do Vietname, ou do apoio ou envio de conselheiros
militares, durante as décadas de 60 e 70, para a américa central (Nicarágua, Guatemala,
Salvador), numa lógica marcada pela rivalidade e pelo afrontamento da Guerra fria.
 Na quarta fase (Guerra fresca), a partir de 1975, a URSS aproveitou os falhanços dos EUA,
sobretudo na Guerra do Vietname, para reforçar posições em África (ex-colónias
Portuguesas), e na Ásia com a invasão do Afeganistão, em 1979. Relançou-se a corrida aos
armamentos, à qual o presidente Reagan reagiu, a partir de 1981, com o programa de
defesa estratégica conhecido como “Guerra das Estrelas”

Episódios da Guerra Fria

A guerra fria foi marcada por vários episódios, acompanhando a expansão da influência das duas
superpotências no mundo bipolar, na Europa, na Ásia, em África e na América, dos quais se
destacaram
na Europa:
 A “questão alemã” e de Berlim
Na Ásia:
• A guerra da indochina
• A guerra do Vietname e da Coreia
Na América:
 • A questão de cuba

A questão de Berlim ocupou um lugar central ao longo da Guerra Fria, tornou-se num dos seus
símbolos, devido ao clima de tensão e de confronto ideológico entre os dois blocos que ali se gerou

O Bloqueio de Berlim pelos soviéticos, em 1948, é considerado o primeiro episódio da guerra fria.
Na origem deste episódio, estava a questão da divisão da Alemanha e da cidade de Berlim em
quatro setores de ocupação, na sequência das decisões de Ialta e de Potsdam, desde logo se
revelou a dificuldade na administração conjunta da Alemanha, o que fez descer uma cortina de
ferro sobre a Europa. Os três estados ocidentais decidiram avançar para a criação de um estado
Alemão, convocaram eleições para a assembleia constituinte e defenderam a criação de uma nova
moeda, o marco alemão. O objetivo dos americanos era a rápida reanimação da economia alemã.
A reação da URSS a estas decisões não se fez esperar. Entre o final de junho de 1948 e maio de
1949, os soviéticos fecharam os acessos terrestres à zona de Berlim ocidental (situada na área da
Alemanha controlada pelos soviéticos), com o corte das ligações rodoviárias e ferroviárias. A URSS
procurava mostrar ao bloco ocidental que podia controlar o abastecimento de Berlim.

Os americanos e os Ingleses, para garantir o abastecimento de bens essenciais à zona ocidental de

Berlim, estabeleceram uma ponte aérea. A 12 de maio de 1949, o bloqueio foi levantado a mando
de Estaline. Apesar do fim do bloqueio a cisão a Alemanha e de Berlim era inevitável. Formaram-se
dois Estados: a ocidente, a 4 de maio de 1949, a República federal alemã (RFA), com capital em
Bona, na órbita do bloco ocidental capitalista, e, como tal , aliada na contenção do comunismo. A
oriente, a 7 de outubro, foi criada a República democrática alemã (RDA), aliada da URSS e integrada
no bloco oriental comunista, Berlim ficou dividida em dois setores: Berlim ocidental (RDA) e Berlim
oriental (RDA).

Siglas guerra fria

OECE (A Organização para a Cooperação Econômica Europeia)
COMECON (conselho de assistência económica mútua)
RDA (República democrática alemã)
RFA (República federal alemã)
OTAN ou NATO (Organização do tratado do atlântico Norte)
ONU (Organização das nações Unidas)

Ordem cronológica Guerra fria

Bretton Woods (julho de 1944)
Conferência de Ialta (entre 4 e 11 de fevereiro de 1945)
ONU(abril de 1945)
Conferência de Potsdam (entre 17 de julho e 2 de agosto de 1945)
Plano Marshall (5 de julho de 1947)
Bloqueio de Berlim (1948)
declaração universal dos direitos humanos(10 De dezembro de 1948)
Plano Molotov (1949)
República federal alemã (RFA) (4 de maio de 1949)
República democrática alemã (RDA) (7 de outubro de 1949)