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Um cenário (corrida de cavalos) que deveria ostentar a exuberância e o colorido, mostra uma
imagem de uma sociedade bastante atrasada e sem princípios.
Pessoa neste poema aborda a questão de um período da infância onde é completamente inconsciente
(“vivi sem saber”), as crianças vivem a felicidade, porque a desconhecem estar a viver.
A oposição pensar/viver acompanha sempre Fernando pessoa nas suas análises, o sujeito poético tem
consciência que será impossível regressar àquela época da sua vida, porque no presente sabe que é
adulto e não pode ignorar a sua vida, tudo o que lhe resta é a lembrança, porque nunca mais vai voltar
ao estado de inconsciência da sua vida de infância
Pessoa está preso numa mentira que lhe foi imposta, sendo que o que lhe resta é o “livro” que lê, o
livro de memória de uma infância perdida, ao ler este livro vem ao sujeito poético um sorriso que já não
lhe pertence, ou seja, um sorriso do passado, que ele continua a poder recordar, a memória da infância
tanto conforta o sujeito poético como também o sufoca.
O Pessoa adulto escreve que, agora que vê a sua dor passada (infância), deseja-a mesmo assim, em vez
Da sua dor presente (adulto), pessoa vendo-se na idade adulto, diz que prefere ser criança, o que não é
possível uma vez que ninguém pode voltar atrás no tempo.
Mesmo com a impossibilidade de poder voltar atrás e reviver a sua infância, por um lado pessoa está
perdido na vida adulta, por outro lado recorda a sua infância dolorosa, que embora feliz o colocou de
certo modo na situação atual.
O sujeito poético sente-se vazio na idade adulta, mas sente-se mais preenchido com a promessa de
poder lembrar-se de certeza