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PARA SABER...
Álvaro de Campos
ÁLVARO DE CAMPOS
PARA SABER...
Um futuro saudosista?
Compreensão • Interpretação
1. O sujeito poético inicia o poema com uma atitude de recusa e
negação.
1.1 Identifique os aspetos do mundo que o eu recusa e
explique porque o faz.
2. Identifique o tom usado pelo eu poético e interprete a escolha
desse tom.
3. Divida o poema em partes lógicas e resuma numa frase o que é
dito em cada uma delas.
4. Considere o verso «Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-
lo.» (v. 14).
4.1 Explicite a importância da referência à loucura na defesa da
perspetiva do sujeito poético.
5. Interprete a interrogação «Queriam-me casado, fútil, quotidiano e
tributável?» (v. 17).
6. Interprete o significado do título do poema à luz do que é dito na
penúltima estrofe do poema.
7. Explicite o sentido da última estrofe, relacionando-a com a
globalidade do poema.
Gramática
1. Identifique a função sintática dos seguintes constituintes
transcritos do poema: Ficha 6
a) «que não quero nada» (v. 2)
b) «Das ciências» (v. 9)
c) «na» (em guardem-na, v. 12)
d) «Se eu fosse outra pessoa» (v. 19)
e) «azul» (v. 28)
f) «Ó mágoa revisitada» (v. 32)
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem
pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Compreensão • Interpretação
1. Tendo em conta os versos 1 e 2, aponte o tipo de imagem que os
conhecidos do sujeito poético procuram transmitir.
2. Indique o motivo por que, na descrição do eu,
a) é repetida a expressão «tantas vezes».
b) são utilizados os advérbios «irrespondivelmente» (v. 4) e
«indesculpavelmente» (v. 5).
3. Identifique o recurso estilístico presente no verso «Que tenho
enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas» (v. 8) e
explicite o seu valor expressivo. Ficha 20
4. Aponte a razão por que, nos versos 12 e 13, é feita referência às
criadas de hotel e aos moços de fretes.
5. Explicite o significado dos versos: «Quem me dera ouvir de
alguém a voz humana / Que confessasse não um pecado, mas uma
infâmia; / Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!» (vv.
22 a 24).
6. Relacione o título com o conteúdo do texto.