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31. UFPR 2016 complexidade humana e psicológica.

O trecho a seguir integra o romance A última quimera, de


Ana Miranda:
5. A dimensão temporal-espacial do romance recria,
ficcionalmente, a cidade do Rio de Janeiro, no final do século
XIX, descrevendo o ambiente material da cidade, os fatos de
Meus sofrimentos sempre foram menores diante dos de
sua história no período e também a atmosfera intelectual da
Augusto, sempre competimos de certa maneira sobre quem
Belle Époque.
sofria mais grandiosamente, como um jogo de xadrez em
que as peças não fossem cavalos, bispos, torres, reis,
rainhas mas a angústia, a dor física, a dor mental, o vazio
Assinale a alternativa correta.
existencial, a depressão, as forças subterrâneas, a
morbidez, a neurose, o pesadelo, a convulsão de espírito, a a. Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
negação, o não ser, a mágoa, a miséria humana, o uivo
b. Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
noturno, as carnações abstêmias, os lúbricos arroubos, a
fome incoercível, a paixão pelas mulheres impossíveis, a c. Somente as afirmativas 3 e 5 são verdadeiras.
morte; e nesse momento ele parece zombar de mim, como
d. Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
se dissesse: “Vê, como são tolos seus sofrimentos? Você
perdeu um amigo e eu perdi a vida”. (p. 192) e. Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras.

32. UFAM 2009


Com base nesse trecho específico e na totalidade da obra,
considere as seguintes afirmativas: Leia o texto abaixo, intitulado “Debaixo do Tamarindo”, e, em
seguida, responda ao que sobre ele se indaga:

No tempo de meu Pai, sob estes galhos,


1. O romance cita documentos para confirmar os fatos
históricos narrados, além de expor informações biográficas Como uma vela fúnebre de cera,
precisas sobre dois poetas brasileiros, que ficaram Chorei bilhões de vezes com a canseira
conhecidos pelo rigor científico e pelo estilo descritivo.
De inexorabilíssimos trabalhos!

2. O estilo poético de Augusto dos Anjos, um dos


personagens centrais da obra, está exemplificado em vários Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,
trechos do romance. São exemplos disso a enumeração de Guarda, como uma caixa derradeira,
vocábulos de teor melancólico e pessimista e o uso de
imagens que recriam uma atmosfera mórbida. O passado da Flora Brasileira

E a paleontologia dos Carvalhos!

3. O narrador do romance adota uma perspectiva


distanciada em relação à história e aos personagens reais
Quando pararem todos os relógios
que recria, contribuindo para reforçar o seu caráter
documental e o efeito de veracidade que pretende. De minha vida, e a voz dos necrológios

Gritar nos noticiários que eu morri,

4. A construção dos personagens Olavo Bilac e Augusto dos


Anjos combina dados biográficos dos dois poetas com cenas
Voltando à pátria da homogeneidade,
domésticas e particulares, que conferem a eles uma inegável

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Abraçada com a própria Eternidade d. do romantismo de Gonçalves de Magalhães e de poetas
da geração de 45.
A minha sombra há de ficar aqui!
e. do parnasianismo de Olavo Bilac e do saudosismo de
Casimiro de Abreu.
O soneto acima, pelo uso de palavras longas e pouco usuais
(“inexorabilíssimos”, “homogeneidade”) e pelo assunto
desenvolvido, é facilmente identificável como sendo de: 34. UEPB 2014

a. Graça Aranha Considere o fragmento de Clara dos Anjos para responder à


questão.
b. Olavo Bilac
A educação que recebera, de mimos e vigilâncias, era
c. Alberto de Oliveira
errônea. Ela devia ter aprendido da boca dos seus pais que
d. Raimundo Correia a sua honestidade de moça e de mulher tinha todos por
inimigo, mas isto ao vivo, com exemplos, claramente... O
e. Augusto dos Anjos
bonde vinha cheio. Olhou todos aqueles homens e
mulheres... Não haveria um talvez, entre toda aquela gente
33. PUC-CAMPINAS 2015 de ambos os sexos, que não fosse indiferente à sua
O termo vanguarda designava originalmente a posição dos desgraça... Ora, uma mulatinha, filha de um carteiro! O que
guerreiros que iam à frente, nas batalhas. Mais tarde, já no era preciso, tanto a ela como as suas iguais, era educar o
campo da arte, passou a identificar a posição de criadores caráter, revestir-se de vontade, como possuía essa varonil
que, preocupados com uma completa inovação estética, D. Margarida, para se defender de Cassis e semelhantes, e
buscavam adiantar-se ao seu tempo e propunham, quando bater-se contra todos os que se opusessem, por este ou
não impunham, novos paradigmas para a linguagem aquele modo, contra a elevação dela, social e moralmente.
artística. No Brasil do século XX há que se destacar o papel Nada a fazia inferior às outras, senão o conceito geral e a
de vanguarda cultural e artística do movimento modernista covardia com que elas o admitiam...
de 22, por sua vez inspirado por vanguardas europeias, e a Chegaram em casa; Joaquim ainda não tinha vindo. D.
radical atuação vanguardista dos poetas concretos, cujos Margarida relatou a entrevista, por entre o choro e os
manifestos datam da década de 50 − década em que a soluços da filha e da mãe.
economia e a política nacional também buscaram Num dado momento, Clara ergueu-se da cadeira em que se
modernizar-se. sentara e abraçou muito fortemente a mãe, dizendo, com um
grande acento de desespero:
(Alcebíades Valongo, inédito) – Mamãe! Mamãe!
– Que é minha filha?
– Nós não somos nada nesta vida.

A denominação vanguarda, tal como definida no texto,


Assinale a alternativa correta:
aplica-se a movimentos artísticos tão distintos quanto
separados no tempo histórico. É o que se pode comprovar a. Clara dos Anjos é ambientado em uma cidade imaginária,
examinando as obras representativas na qual a estrutura agrária do Brasil colonial e de suas
relações sociais tradicionais não permitia casamentos entre
a. da poesia condoreira e da lírica simbolista.
brancos e negros.
b. da Antropofagia de Oswald de Andrade e da poesia
b. Em Clara dos Anjos e em suas principais obras, a
concreta de Augusto de Campos.
linguagem de Lima Barreto é o português parnasiano, no
c. da sátira de Gregório de Matos e da lírica intimista de qual o trabalho retórico com a linguagem tinha prioridade
Álvares de Azevedo. sobre sua comunicabilidade.

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c. O romance Clara dos Anjos é narrado em terceira pessoa a. Simbolismo, através de versos que reproduzem a
por um narrador que emite opiniões e juízos de valor sobre atmosfera crepuscular e obscura, como em “A sombra
as personagens e as cenas que narra. imensa, a noite infinita enche o vale.../ E lá do fundo vem a
voz/ Humilde e lamentosa/ Dos pássaros da treva.” (v. 1-4).
d. Os personagens de Clara dos Anjos são pobres que, à
força de viverem em uma sociedade de privilégios, b. Realismo, pois, ainda que em versos, o eu poético
sucumbem, sem exceção, à corrupção e à miséria. assume postura crítica e niilista diante da estrutura social,
metaforizada através da paisagem noturna: “Em nós,/ — Em
e. Clara dos Anjos é um romance de resignação, que nos
noss’alma criminosa,/ O pavor se insinua...” (v. 4-6).
ensina a nos conformarmos com o lugar que nos é
previamente reservado em nossa sociedade, sem lutar por c. Arcadismo, diante da valorização de elementos da
condições humanas mais dignas nem por cidadania plena. natureza e da preferência por imagens bucólicas, como em
“Um carneiro bale/ Ouvem-se pios funerais.” (v. 7-8).

35. UEFS 2015 d. Romantismo, por meio de versos que reproduzem a


idealização dos sentimentos e evasão através da morte,
Paisagem noturna
representados por “Os vigias da noite silenciosa,/ Malham
nos aguaçais.” (v. 13-14).
A sombra imensa, a noite infinita enche o vale ...
e. Parnasianismo, na medida em que apresenta uma
E lá do fundo vem a voz
preocupação formal, através de métricas regulares, seleção
Humilde e lamentosa
vocabular e temática voltada para a reflexão sobre um
Dos pássaros da treva. Em nós,
elemento da natureza, como em “Pouco a pouco, porém, a
5 — Em noss’alma criminosa,
muralha de treva/ Vai perdendo a espessura, e em breve se
O pavor se insinua ...
adelgaça/ Como um diáfano crepe, atrás do qual se eleva/ A
Um carneiro bale.
sombria massa/ Das serranias.” (v. 15-19).
Ouvem-se pios funerais.
Um como grande e doloroso arquejo
10 Corta a amplidão que a amplidão continua . . . 36. UFRGS 2014
E cadentes, metálicos, pontuais, Leia o poema abaixo.
Os tanoeiros do brejo,
Os vigias da noite silenciosa,
Malham nos aguaçais.
15 Pouco a pouco, porém, a muralha de treva
Vai perdendo a espessura, e em breve se adelgaça Que lembrança darei ao país que me deu
Como um diáfano crepe, atrás do qual se eleva
tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
A sombria massa
Das serranias. [...] Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
BANDEIRA, Manuel. Paisagem noturna. minha incerta medalha, e a meu nome se ri.
Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuelbandeira01.html >.
Acesso em: 9 nov.2014.
E mereço esperar mais do que os outros, eu?
Embora Manuel Bandeira seja o autor da primeira geração
modernista, propondo uma poética libertadora e Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
transgressora,
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
muitas vezes, retoma perfis poéticos de outras tradições
literárias, como ocorre em relação ao a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.

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Não deixarei de mim nenhum canto radioso, b. Apenas III.

uma voz matinal palpitando na bruma c. Apenas I e II.

e que arranque de alguém seu mais secreto espinho. d. Apenas I e III.

e. I, II e III.

De tudo quanto foi meu passo caprichoso


37. ENEM CANCELADO 2009
na vida, restará, pois o resto se esfuma,
TEXTO I
uma pedra que havia em meio do caminho.
O Morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.

Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:


Considere as seguintes afirmações sobre o poema.
Na bruta ardência orgânica da sede,

Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.


I - No primeiro quarteto, o poeta pergunta pelo legado que
“Vou mandar levantar outra parede...”
deixará para o país a que deve tudo o que lhe é caro; no
segundo quarteto, há uma invocação um tanto irônica do Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
mundo, não se trata mais apenas do país: há uma ampliação
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
da referência que atravessaria os limites geográficos para
lidar com o mundo/realidade. Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego

II - A forma soneto e a referência a Orfeu, o mitológico poeta A tocá-lo. Minh’alma se concentra.


grego capaz de encantar a todos com o som da sua lira,
revelam que o modernismo de Drummond agora se associa Que ventre produziu tão feio parto?!
com o parnasianismo, o que permite ao poeta reivindicar A Consciência Humana é este morcego!
uma posição fixa na tradição, em contraste com Orfeu,
perplexo entre o talvez e o se. Por mais que a gente faça, à noite, ele entra

Imperceptivelmente em nosso quarto!


ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.
III- No último terceto, o poeta alega que, da sua trajetória um
tanto instável, restará uma pedra que havia em meio do
caminho, o que equivale a uma paráfrase, agora em registro
formal e sério, dos versos do célebre poema do início de sua TEXTO II
carreira modernista: No meio do caminho tinha uma pedra/ O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta
tinha uma pedra no meio do caminho (...). doentio, com o gosto do macabro e do horroroso, dificulta
que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o
comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa
impessoalidade científica.
Quais estão corretas? CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro:
Cátedra, 1988 (adaptado).

a. Apenas II.

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Quanto às suas características, pode-se afirmar que, nesses
Em consonância com os comentários do texto II acerca da versos, destaca-se
poética de Augusto dos Anjos, o poema O morcego
a. a valorização da forma como expressão do belo e a busca
apresenta-se, enquanto percepção do mundo, como forma
pela palavra mais rara – Parnasianismo.
estética capaz de
b. a linguagem rebuscada, jogos de palavras e jogos de
a. reencantar a vida pelo mistério com que os fatos banais
imagens, característica do cultismo – corrente do Barroco.
são revestidos na poesia.
c. a incidência de sons consonantais (aliterações)
b. expressar o caráter doentio da sociedade moderna por
explorando o caráter melódico da linguagem – Simbolismo.
meio do gosto pelo macabro.
d. o pessimismo da segunda geração romântica, marcada
c. representar realisticamente as dificuldades do cotidiano
por vocábulos que aludem a uma existência mais depressiva
sem associá-lo a reflexões de cunho existencial.
– Romantismo.
d. abordar dilemas humanos universais a partir de um ponto
e. a lírica amorosa marcada pela sensualidade explícita que
de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano.
substitui as virgens inacessíveis por mulheres reais, lascivas
e. conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elementos e sedutoras – Naturalismo.
das histórias de horror e suspense na estrutura lírica da
poesia.
40. FUVEST 1993

I. "Porque não merecia o que lograva,


38. PUC-RS 2016
Deixei, como ignorante, o bem que tinha,
Sobre Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar: Vim sem considerar aonde vinha,
Deixei sem atender o que deixava."
a. É autor de versos cujos temas, retirados do quotidiano,
expressam a dolorosa situação do homem, que, mesmo
entre tantos outros, continua sozinho no mundo. II."Se a flauta mal cadente
Entoa agora o verso harmonioso,
b. Pertence a uma geração de representativos poetas
Sabei, me comunica este saudoso
brasileiros como Manoel Bandeira, Mário de Andrade e
Influxo a dor veemente;
Raimundo Corrêa.
Não o gênio suave,
c. É considerado um poeta simbolista porque tematiza as Que ouviste já no acento agudo e grave."
relações entre o mundo real e a fantasia do homem
contemporâneo.
III."Da delirante embriaguez de bardo
d. Publicou também as obras Vou me embora pra Sonhos em que afoguei o ardor da vida,
Pasárgada e A verdadeira arte de viajar. Ardente orvalho de febris pranteios,
e. Foi autor de uma poética extensa e escreveu um único Que lucro à alma descrida?"
romance, intitulado Mar morto.

Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem, de


39. Espcex (Aman) 2013
um amor almejado e passado ou perdido. Avaliando
Leia a estrofe que se segue: atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma
delas podemos dizer que os movimentos literários a que
Visões, salmos e cânticos serenos
pertencem I, II e III são respectivamente:
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos a. barroco - arcadismo - romantismo.
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...
b. barroco - romantismo - parnasianismo.

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c. romantismo - parnasianismo - simbolismo. a poesia. Da língua boa passou-se para a língua certa.

d. romantismo - simbolismo - modernismo.

e. parnasianismo - simbolismo - modernismo.


1
superfetações : A palavra significa, literalmente, fecundação de um segundo

41. FATEC 2011 óvulo, no curso de uma gestação. Mário de Andrade a emprega em sentido
figurado.
O parnasianismo, entre nós, foi especialmente uma reação
de cultura. É mesmo isso que o torna simpático... As
academias de arte, algumas delas, até ridículas À vista do texto e das teses correntes sobre os estilos
superfetações1 em nosso meio, como a de Belas Artes da de época em nossa literatura, é correto afirmar que, nesse
Missão Lebreton, mesmo criadas muito anteriormente, só texto, Mário de Andrade
nesse período começam a produzir verdadeiros frutos
nativos, na pintura, na música. Se dava então um progresso
cultural verdadeiramente fatal, escolas que tradicionalizavam
a. recusa-se a ver aspectos culturais positivos na arte
seu tipo, maior difusão de leitura, maior difusão da imprensa.
parnasiana, que considera culteranista, tal qual a escola
Essa difusão de cultura atingiu também a poesia. Excetuado
mineira (o arcadismo), na qual ele reconhece simplicidade
um Gonçalves Dias, a nossa poesia romântica é
no tratamento da linguagem.
fundamentalmente um lirismo inculto. Todo o nosso
romantismo se caracteriza bem brasileira mente por essa b. reconhece, na simplicidade da linguagem romântica, a
poesia analfabeta, canto de passarinho, ou melhor, canto de aproximação entre língua escrita e língua falada, o esforço
cantador; em sensível oposição à poética culteranista para afirmação de uma língua nacional na poesia, tal qual
anterior. Mesmo da escola mineira, que, se não se poderá ocorreu na linguagem modernista.
dizer culteranista, era bastante cultivada, principalmente com c. manifesta sua aprovação ao projeto parnasiano de afirmar
Cláudio Manuel e Dirceu. É possível reconhecer que os uma língua certa, em lugar de uma língua boa, visto que esta
nossos românticos liam muito os poetas e poetastros última servia apenas para expressar o atraso intelectual do
estrangeiros do tempo. Isso lhes deu apenas uma chuvarada país.
de citações para epígrafe de seus poemas; por dentro, estes
d. contesta a importância que nossa cultura letrada dá a
poemas perseveraram edenicamente analfabetos.
Gonçalves Dias, o qual ele entende ser uma exceção no
quadro de uma poesia que já se afirmava como nacionalista.
A necessidade nova de cultura, se em grande parte produziu
e. adere às teses estilísticas do parnasianismo, as quais
apenas, em nossos parnasianos, maior leitura e
caracteriza como culto à forma, em especial pela
consequente enriquecimento de temática em sua poesia,
contribuição daquelas para afirmar uma autêntica língua
teve uma consequência que me parece fundamental. Levou
brasileira.
poetas e prosadores em geral a um.... culteranismo novo, o
bem falar conforme às regras das gramáticas lusas. Com
isso foi abandonada aquela franca tendência pra escrever 42. UNESP 2016
apenas pondo em estilo gráfico a linguagem falada, com que
A questão aborda um poema do português Eugênio de
os românticos estavam caminhando vertiginosamente para a
Castro (1869-1944).
fixação estilística de uma língua nacional. Os parnasianos, e
foi talvez o seu maior crime, deformaram a língua nascente,
“em prol do estilo”. [...]
MÃOS

Essa foi a grande transformação. Uma necessidade de maior Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
extensão de cultivo intelectual para o poeta, atingiu também o vosso gesto é como um balouçar de palma;

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o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso Tenho próprio casal e nele assisto
[gesto canta! Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
rolas à volta da negra torre da minh’alma. E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,


Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes, Graças à minha Estrela!"
Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma,
O vosso gesto é como um balouçar de palma,
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... A presente estrofe reflete a temática predominante no
período:

Mãos afiladas, mãos de insigne formosura, a. romântico.


Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim,
b. parnasiano.
Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim,
Duas velas à flor duma baía escura. c. arcádico.

d. simbolista.
Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas, e. modernista.
Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos,
Divinas mãos que me heis coroado de espinhos,
Mas que depois me haveis coroado de rosas! 44. UFAM 2009

Leia os versos abaixo:

Afilhadas do luar, mãos de rainha,


Mãos que sois um perpétuo amanhecer,
Alegrai, como dois netinhos, o viver Quando Ismália enlouqueceu,
Da minha alma, velha avó entrevadinha. Pôs-se na torre a sonhar...
(Obras poéticas, 1968.)
Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.


A musicalidade, as reiterações, as aliterações e a profusão
de imagens e metáforas são algumas características formais
do poema, que apontam para sua filiação ao movimento No sonho em que se perdeu,
a. romântico.

b. modernista.
Banhou-se toda em luar...
c. parnasiano.
Queria subir ao céu,
d. simbolista.
Queria descer ao mar...
e. neoclássico.

43. UFPR E, no desvario seu,

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Na torre pôs-se a cantar...


Que vive de guardar alheio gado; Estava perto do céu,
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado. Estava longe do mar...

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c. O prosaico é completamente descartado por ambos os
poetas, posto que concebem a poesia como expressão
As estrofes reproduzidas constituem o início de um dos mais
somente do sublime e do elevado.
famosos poemas da literatura de nosso País:
d. A temática amorosa é um índice recorrente na obra
“Ismália”. Seu autor é:
poética dos dois autores, oscilando entre o desejo e a posse,
o júbilo e a danação, num retrato do movimento contraditório
a. Augusto dos Anjos do sentimento amoroso.

b. Olavo Bilac e. A preocupação formal, nem de longe, sugere a obsessão


parnasiana com o preciosismo vocabular e com a eleição do
c. Cruz e Sousa
soneto como composição poética predileta.
d. Alberto de Oliveira

e. Alphonsus de Guimaraens 47. UFU 2006

Leia o trecho seguinte, de "Triste fim de Policarpo


45. UFRR 2016 Quaresma", que reproduz um diálogo de Ricardo Coração
dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
Assinale a afirmação INCORRETA acerca do movimento
literário parnasiano. "- Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O
Bilac - conhecem? - quis fazer-me uma modinha, eu não
a. Enquanto a poesia romântica dava maior valor à
aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac. A questão
inspiração do que ao acabamento formal, o Parnasianismo
não está em escrever uns versos certos que digam coisas
atribuiu grande valor à estética do texto.
bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão
b. Foi o livro Poesias, de Olavo Bilac, publicado em 1882, pede e deseja. (...)
que marcou o início do Parnasianismo brasileiro.
- (...) vou cantar a Promessa, conhecem?
c. Em virtude da preocupação com a forma do poema - que
se refletia na precisão das palavras, na riqueza das rimas e - Não - disseram os dois irmãos.
no respeito pelas regras de composição poética - o trabalho - Oh! Anda por aí como as "Pombas" do Raimundo."
do poeta parnasiano comumente é comparado ao de um
ourives ou escultor. Lima Barreto. "Triste fim de Policarpo Quaresma".

d. O movimento parnasiano tem suas raízes na França, com


a publicação, em 1866, da antologia poética O Parnaso
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
Contemporâneo.
a. Olavo Bilac e Raimundo Correia deram vazão à
e. Quanto à mulher, a poesia parnasiana a vê sob o prisma
sensibilidade pessoal, evitando como compromisso único o
da sensualidade e do erotismo, privilegiando a descrição de
esmero técnico e produziram uma poesia lírica amorosa e
seus aspectos físicos.
sensual (Olavo Bilac), marcada por uma certa inquietação
filosófica (Raimundo Correia).
46. UEG 2003
b. Bilac (Olavo Bilac), Raimundo (Raimundo Correia) e
Sobre a poesia de Carlos Drummond de Andrade e Álvares Alberto de Oliveira formaram a "tríade parnasiana" da
de Azevedo, marque a alternativa INCORRETA: literatura brasileira, escrevendo uma poesia de grande
qualidade técnica, que concebia a atividade poética como a
a. A valorização da poesia, como expressão e projeção da
habilidade no manejo do verso.
subjetividade, é um fator relevante em ambos os poetas.
c. O Parnasianismo, pela supervalorização da linguagem
b. Nenhum dos poetas foi adepto de uma poesia apoiada
preciosa, pela busca da palavra exata, do emprego da rima
num catolicismo militante e carola.

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rica e da métrica perfeita, foi um estilo literário de curta
duração que se restringiu à elite literária do Rio de Janeiro.
Essa foi a grande transformação. Uma necessidade de maior
d. Assim como Ricardo, que deseja "a palavra que o violão extensão de cultivo intelectual para o poeta, atingiu também
pede", Lima Barreto acreditava que a linguagem literária a poesia. Da língua boa passou-se para a língua certa.
clássica, formal, não era adequada para o tipo de literatura
que produzia: marcada pela visão crítica, pela objetividade
1
da denúncia, pela simplicidade comunicativa. superfetações : A palavra significa, literalmente, fecundação de um segundo
óvulo, no curso de uma gestação. Mário de Andrade a emprega em sentido
figurado.
48. FATEC 2011

O parnasianismo, entre nós, foi especialmente uma reação


de cultura. É mesmo isso que o torna simpático... As A construção, empregada por Mário de Andrade, que mais
academias de arte, algumas delas, até ridículas se desvia da norma culta do português escrito, para
superfetações1 em nosso meio, como a de Belas Artes da expressar tendência da língua coloquial falada, é:
Missão Lebreton, mesmo criadas muito anteriormente, só a. Se dava então um progresso cultural verdadeiramente
nesse período começam a produzir verdadeiros frutos fatal.
nativos, na pintura, na música. Se dava então um progresso
cultural verdadeiramente fatal, escolas que tradicionalizavam b. É mesmo isso que o torna simpático...
seu tipo, maior difusão de leitura, maior difusão da imprensa. c. ...o bem falar conforme às regras das gramáticas lusas.
Essa difusão de cultura atingiu também a poesia. Excetuado
d. Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para
um Gonçalves Dias, a nossa poesia romântica é
epígrafe de seus poemas.
fundamentalmente um lirismo inculto. Todo o nosso
romantismo se caracteriza bem brasileira mente por essa e. Todo o nosso romantismo se caracteriza bem
poesia analfabeta, canto de passarinho, ou melhor, canto de brasileiramente por essa poesia analfabeta.
cantador; em sensível oposição à poética culteranista
anterior. Mesmo da escola mineira, que, se não se poderá
49. IME 2016
dizer culteranista, era bastante cultivada, principalmente com
Cláudio Manuel e Dirceu. É possível reconhecer que os PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
nossos românticos liam muito os poetas e poetastros
estrangeiros do tempo. Isso lhes deu apenas uma chuvarada Eu, filho do carbono e do amoníaco,
de citações para epígrafe de seus poemas; por dentro, estes Monstro de escuridão e rutilância,
poemas perseveraram edenicamente analfabetos. Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
A necessidade nova de cultura, se em grande parte produziu Este ambiente me causa repugnância...
apenas, em nossos parnasianos, maior leitura e Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
consequente enriquecimento de temática em sua poesia, Que se escapa da boca de um cardíaco.
teve uma consequência que me parece fundamental. Levou Já o verme — este operário das ruínas —
poetas e prosadores em geral a um.... culteranismo novo, o Que o sangue podre das carnificinas
bem falar conforme às regras das gramáticas lusas. Com Come, e à vida em geral declara guerra,
isso foi abandonada aquela franca tendência pra escrever Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
apenas pondo em estilo gráfico a linguagem falada, com que E há de deixar-me apenas os cabelos,
os românticos estavam caminhando vertiginosamente para a Na frialdade inorgânica da terra!
fixação estilística de uma língua nacional. Os parnasianos, e ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
foi talvez o seu maior crime, deformaram a língua nascente,
“em prol do estilo”. [...]

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Quanto ao poema de Augusto dos Anjos, é coerente afirmar
que

a. revela um “eu” conformado com seu destino ao traduzir


um olhar depressivo sobre o homem reduzido às leis
fisiológicas.

b. vai ao encontro do movimento parnasiano e da tendência


geral de se pensar a poesia como a arte de dizer o sublime,
o inefável.

c. reduz as possibilidades de polissemia exigidas pela arte


literária ao trazer palavras consideradas “antipoéticas” como
“carbono”, “verme” e “epigênese”.

d. resiste às classificações literárias de cunho didático por


suas características formais e temáticas.

e. despreza completamente o cientificismo em voga no início


do século XX.

GABARITO: 31) e, 32) e, 33) b, 34) c, 35) a, 36) d, 37) d, 38)


a, 39) c, 40) a, 41) b, 42) d, 43) c, 44) e, 45) b, 46) c, 47) c,
48) a, 49) d,

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1. UFTM 2011 Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Considere as informações.
Sem lembrar os andaimes do edifício:
É na convergência de ideais antirromânticos, como a
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
objetividade no trato dos temas e o culto da forma, que se
Arte pura, inimiga do artifício,
situa a poética [desse movimento literário].
E a força e a graça na simplicidade.
(...)
Seus traços de relevo: o gosto da descrição nítida (a mimese Nos versos, apresenta-se uma concepção de arte baseada
pela mimese), concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo __________ , própria dos poetas _________ .
e rima e, no fundo, o ideal da impessoalidade que
Na frase, os espaços devem ser preenchidos por
partilhavam com os [escritores] do tempo.
a. na expressão dos sentimentos ... românticos.
(Alfredo Bosi. História concisa da Literatura Brasileira.)
b. na sugestão de sons e imagens ... parnasianos.
O texto alude aos poetas
c. na contestação dos valores sociais ... simbolistas.
a. ultrarromânticos, que romperam com a poesia indianista e
ufanista. a exemplo de Alvares de Azevedo. d. no extremo rigor formal ... parnasianos.

b. realistas, que trataram. em sua obra poética, de temas e. na expressão dos conflitos humanos ... simbolistas.
ligados ao cotidiano, tal como fez Machado de Assis.

c. parnasianos, que, afastando-se dos ideais românticos, 4. UNB 2012


buscavam a linguagem isenta de subjetivismo. a exemplo de
Vaso grego
Olavo Bilac.
Esta, de áureos relevos, trabalhada
d. simbolistas, que romperam com o pessimismo romântico
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
e propuseram uma poética espiritualizada. como fez Cruz e
Já de aos deuses servir como cansada,
Souza.
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
e. modernistas. que. negando os preceitos da poesia
Era o poeta de Teos que a suspendia
romântica. buscavam uma poética nacional, a exemplo de
Então e, ora repleta ora esvazada,
Mário de Andrade.
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
2. FGV 2005
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Assinale a alternativa correta a respeito do Parnasianismo: Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
a. A inspiração é mais importante que a técnica.

b. Culto da forma: rigor quanto às regras de versificação, ao lgnota voz, quai se da antiga lira
ritmo, as rimas ricas ou raras. Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
c. O nome do movimento vem de um poema de Raimundo
Correia. Alberto de Oliveira. Poesias completas. In: Crítica. Marco
Aurélio de Mello Reis. Rio de Janeiro: EDUERJ, 197. p.144.
d. Sua poesia é marcada pelo sentimentalismo.
A partir da leitura do soneto Vaso grego, assinale a opção
e. No Brasil, o Parnasianismo conviveu com o Barroco.
correta a respeito do tratamento estético conferido aos mitos
antigos pela poética parnasiana.
3. UNIFESP 2006
a. recorrência a temas mitológicos atraía o leitor comum e
Leia os versos de Olavo Bilac e responda amenizava os efeitos de distanciamento impostos a ele pelo

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rebuscamento da linguagem parnasiana. a. buscar uma linguagem capaz de sugerir a realidade,
fazendo, para tanto, uso de símbolos, imagens, metáforas,
b. Os mitos antigos são atualizados na poesia parnasiana e
sinestesias, além de recursos sonoros e cromáticos, tudo
recebem um significado poético novo, que promove a ruptura
com a finalidade de exprimir o mundo interior, intuitivo,
efetiva com o passado e a tradição mítica.
antilógico e antirracional.
c. O tratamento estético dos mitos gregos na poesia
b. cultivar o desprezo pela vida urbana, ressaltando o gosto
parnasiana aproxima o antigo mundo mitológico dos
pela paisagem campestre; elevar o Ideal de uma vida
problemas imediatos e concretos da vida social brasileira.
simples, integrada a natureza; conter nos poemas elementos
d. A presença de elementos da arte e da mitologia gregas no da cultura greco-latina; apresentar equilíbrio espiritual,
soneto apresentado está de acordo com uma máxima do racionalismo.
Parnasianismo: a arte pela arte.
c. apresentar interesse por temas religiosos, refletindo o
conflito espiritual, a morbidez como forma de acentuar o
5. UNIFESP 2006 sentido trágico da vida, além do emprego constante de
figuras de linguagem e de termos requintados.
Leia os versos de Olavo Bilac e responda
d. possuir subjetivismo, egocentrismo e sentimentalismo,
Não se mostre na fábrica o suplício
ampliando a experiência da sondagem Interior e preparando
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
o terreno para investigação psicológica.
Sem lembrar os andaimes do edifício:
e. pretender ser universal, utilizando-se de uma linguagem
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a
Arte pura, inimiga do artifício,
perfeição formal.
E a força e a graça na simplicidade.

Os versos denunciam
7. UFG 2008
a. vocabulário simples e pouca preocupação com as Leia o soneto a seguir.
qualidades técnicas do poema. já que as sugestões sonoras
não estão neles presentes. XXXI

b. emoção expressa racionalmente, embora seja bastante Longe de ti, se escuto, porventura,
evidente o caráter subjetivo na construção das imagens. Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher munnura,
c. a busca da perfeição na expressão, visando ao
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...
universalismo, como exemplificam os termos Beleza e
Tal aquele, que, misero, a tortura
Verdade. grafados com maiúsculas.
Sofre de amargo exílio, e tristemente
d. o afastamento da realidade social, decorrente de uma A linguagem natal, maviosa e pura,
visão idealizada do mundo, descrito por metáforas pouco Ouve falada por estranha gente...
objetivas. Porque teu nome é para mim o nome
e. a forma de expressão pouco idealizada. resultante de uma De uma pátria distante e idola trada,
concepção de mundo marcada pela complexidade que, nos Cuja saudade ardente me consome:
versos. se manifesta em vocabulário seleto. E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.
6. Espcex (Aman) 2014
(BILAC. Olavo. 'Melhores poemas'. Seleção de Marisa
Quanto à poesia parnasiana, é correto afirmar que se Lajolo. São Paulo: Global, 2003. p. 54. (Coleção Melhores
caracteriza por poemas).

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Olavo Bilac, mais conhecido como poeta parnasiano, Fios de prata... Rugas. O desgosto
expressa traços românticos em sua obra. No soneto Enche-a de sombras, como a sufocá-la.
apresentado observa-se o seguinte traço romântico: Numa noite que aí vem... E no seu rosto

a. objetividade do eu lírico. Uma lágrima trémula resvala,


Trémula, a cintilar, - como, ao so¡ posto,
b. predominância de descrição.
Uma primeira estrela em céu de opala.
c. utilização de universo mitológico.
Olavo Bilac. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2004
d. erudição do vocabulário.
A respeito do poema, pode-se dizer que:
e. idealização do tema amoroso.
a. "dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a uma mulher.

8. UFRGS 2006 b. "A dolorosa angústia vespertina" (verso 2, primeira


estrofe) refere-se a uma mulher.
Com relação ao Parnasianismo, são feitas as seguintes
afirmações. c. "dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a "tarde".

I - Pode ser considerado um movimento anti-romântico pelo d. "dentro dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a
fato de retomar muitos aspectos do racionalismo clássico. "janela".
II - Apresenta características que contrastam com o e. "céu de opala" (verso 3, quarta estrofe) refere-se a um céu
esteticismo e o culto da forma. sombrio.
III - Definiu-se, no Brasil, com o livro "Poesias", de Olavo
Bilac, publicado em 1888.
10. ESPM 2006
Quais estão corretas?
O texto que segue é do periodo parnasiano no Brasil. Após
a. Apenas I. Iê-Io, marque a opção com afirmação COERENTE:

b. Apenas II. Nas fendas e desvãos, em lar humilde ou nobre,


c. Apenas I e III. Fora da luz, se esconde a tímida barata.
Se sai do esconderijo e humano olhar descobre,
d. Apenas II e III. Prestes foge, e o pavor mais a acelera e achata.
e. I, Il e III.
Raro espalma num voo as asas cor de cobre.
A farejar com a tromba, em tudo põe a pata.
9. FGV 2007 Ladra voraz, não poupa o negro pão do pobre,
Tisna as cartas de amor, mancha o cristal e a prata.
Leia o poema a seguir e responda às questões a ele
pertinentes. Múmia escamosa, o odor que exala causa nojo.
Cauta, vive a espreitar do fundo do seu fojo
Vê-se no espelho; e vê, pela janela,
A lesma que rasteja e o pássaro que voa.
A dolorosa angústia vespertina:
Pálido morre o sol... Mas, ai! Mas raia uma hora azul também em sua vida:
Termina Outra tarde mais triste, dentro dela; De branco, um dia acorda! E é bela, assim vestida,
Como a noiva que o amor ao pé do altar coroa...
Outra queda mais funda lhe revela
(Gustavo Teixeira)
O aço feroz, e o horror de outra ruína;
Rouba-Ihe a idade, pérfrda e assassina, VOCABULÁRIO:
Mais do que a vida, o orgulho de ser bela! tisnar: enegrecer com carvão; queimar; macular.
cauta: cautelosa; prevenida.
fojo: caverna ou cova onde se acoitam feras.

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a. Trata-se de um soneto (estrofes organizadas em dois c. a poesia deve sustentar-se enquanto forma bem lapidada,
quartetos e dois tercetos) de versos decassílabos. cuja matéria-prima é um vocabulário raro, numa sintaxe
elaborada.
b. Para os padrões parnasianos, o poema usa vários
'enjambements', ou seja, encadeamento dos versos. d. devem ser rejeitados os valores do antigo classicismo, em
nome da busca de formas renovadas de expressão.
c. Olavo Bilac. ícone do movimento literário, fez várias
poesias sobre o assunto em questão (a natureza identificada e. os versos devem fluir segundo o ritmo irregular das
com o eu-Iírico). impressões, para melhor atender ao ímpeto da inspiração.

d. O aspecto vil da temática do poema será intensamente


explorado na obra de Augusto dos Anjos. 13. UEMS 2006
e. O tom equilibrado com que se trata o tema do texto Observe com atenção os poemas abaixo:
diverge dos principios clássicos explorados pelos
parnasianos.

Profissão de fé
11. UEL 1995

Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente


as lacunas do texto inicial. Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor.
Com que ele, em ouro o alto-relevo
Esses poetas dedicavam-se, muitas vezes, a escrever sobre Faz de uma flor.
um "vaso grego", uma "taça de coral", uma "brilhante copa". Imito-o e, pois, nem de Carrara
Ao mesmo tempo em que admiravam os "áureos relevos", o A pedra firo:
"fino lavor" e o som "canoro e doce" desses objetos, viam-se O alvo cristal, a pedra rara,
a si mesmos como artesãos do verso, verdadeiros "ourives" O ônix prefiro.
da língua. Essa tendência preciosista teve em ............. e
BILAC, Olavo
............. dois dos principais representantes, dentro do estilo
........... .
Abaixo os puristas
a. Castro Alves e Gonçalves Dias - romântico

b. Olavo Bilac e Alberto de Oliveira - parnasiano Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
c. Gonçalves Dias e Olavo Bilac - romântico Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
d. Alberto de Oliveira e Castro Alves - parnasiano
Estou farto do lirismo namorador
e. Gonçalves Dias e Alberto de Oliveira - parnasiano Político
Raquítico
Sifilítico
12. UEL 1998
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de
Olavo Bilac e Alberto de Oliveira representam um estilo de si mesmo.
época de acordo com o qual
BANDEIRA, Manuel.
a. o valor estético deve resultar da linguagem subjetiva e
espontânea que brota diretamente das emoções.

b. a forma literária não pode afastar-se das tradições e das Com base na leitura dos dois poemas e nos
crenças populares, sem as quais não se enraíza seus conhecimentos sobre literatura brasileira, é
culturalmente.

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correto classificá-los como: d. A mulher era a principal personagem da literatura
nacionalista romântica.
a. Romântico e parnasiano
e. As personagens do Romantismo são pragmáticas e
b. Parnasiano e modernista
atuantes.
c. Modernista e realista

d. Romântico e modernista 16. PUC-PR 2001


e. Simbolista e realista A história da poesia brasileira no século XX pode ser dividida
em cinco momentos:

14. UFAM 2010

Coloque V para afirmativas verdadeiras e F para as falsas. I- A coexistência do Parnasianismo e do Simbolismo.


Assinale a sequência correta.
II- O Modernismo, iniciado oficialmente com a Semana de
Pode-se descrever o Parnasianismo como um movimento Arte Moderna.
( ) cujo conteúdo é mais importante que a forma de seus III- A Geração de 45.
textos.
( ) que trabalha com temas greco-latinos e prefere formas IV- O Concretismo.
fixas, como o soneto. V- A poesia contemporânea.
( ) que legou obras de cunho social, preocupado com a
situação do país em seu tempo.
( ) cujo descritivismo dos poemas se iguala ao Romantismo,
Numere as características abaixo de acordo com essa
ambos preocupados com o ambiente político de seus
divisão e assinale a alternativa que contém a sequência
respectivos momentos históricos.
encontrada:
( ) em que a mulher é apresentada como a musa inspiradora,
situada em meio à natureza brasileira.

a. F – V – F – V – F ( ) Incorporação do espaço gráfico.

b. V – V – F – F – V ( ) Ruptura com o formalismo da estética anterior.

c. F – V – F – F – F ( ) O culto da forma, seja na técnica de composição, seja


d. F – F – F – V – V na expressividade sonora.

e. V – F – F – F – V ( ) Misticismo e retomada da tradição formal.

( ) Metapoética e experimentalismo.
15. UNEMAT 2008 a. II, III, IV, I e V.
O Romantismo foi uma escola literária em que uma das b. IV, V, II, I e III.
propostas era valorizar a cultura nacional. Considerando
este comentário, assinale a alternativa CORRETA. c. II, III, V, I e IV.

d. IV, II, I, III e V.


a. As vanguardas européias foram rejeitadas pelos
românticos. e. V, IV, II, I e III.

b. O parnasianismo foi uma das tendências do Romantismo.

c. A idealização da natureza e dos povos indígenas foi uma 17. UPE 2011
marca da literatura romântica. Língua Portuguesa

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poemas, Cruz e Sousa também tece homenagens à língua
portuguesa e à maneira europeia de ver a vida.
Última flor do Lácio, inculta e bela,
e. O eu lírico, em vários versos do poema, adjetiva o idioma
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
português com palavras que deixam transparecer a
Ouro nativo, que na ganga impura despreocupação da estética parnasiana em relação à
métrica poética.
A bruta mina entre os cascalhos vela...

18. UFAL 2000


Amo-te assim, desconhecida e obscura, As afirmações seguintes referem-se ao Parnasianismo no
Tuba de alto clangor, lira singela, Brasil:

Que tens o trom e o silvo da procela

E o arrolo da saudade e da ternura! I. Para bem definir como entendia o trabalho de um poeta,
Olavo Bilac comparou-o ao de um joalheiro, ou seja:
escrever poesia assemelha-se à perfeita lapidação de uma
matéria preciosa.
Amo o teu viço agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceano largo!


II. Pelas convicções que lhe são próprias, esse movimento
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
se distancia da espontaneidade e do sentimentalismo que
muitos românticos valorizavam.

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"

E em que Camões chorou, no exílio amargo, III. Por se identificarem com os ideais da antiguidade
clássica, é comum que os poetas mais representativos
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
desse estilo aludam aos mitos daquela época.
BILAC, Olavo. Antologia Poética. São Paulo, 1990. 12.

Está correto o que se afirma em


Considerando o texto, assinale a alternativa CORRETA.
a. II, apenas.
a. O soneto, nas suas quatro estrofes, traduz um sentimento
b. I e II, apenas
subjetivo e uma métrica despreocupada com a forma comum
aos textos de Olavo Bilac e de outros autores parnasianos, c. I e III, apenas
como Alberto de Oliveira. d. II e III, apenas.
b. “Última flor do Lácio” é uma expressão que demonstra o e. I, II e III
quanto a poesia de Bilac, claramente de natureza
parnasiana, cuidadosamente metrificada, apresenta a
mesma atenção no trato com o vocabulário erudito. 19. UPE 2012

c. O eu lírico, em todas as estrofes, por meio de versos Língua portuguesa


pouco metrificados e linguagem desatenta à sintaxe lusitana,
Última flor do Lácio, inculta e bela,
faz uma ode à língua portuguesa, enfocando o amor à pátria.
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
d. No poema de Olavo Bilac, a língua portuguesa é Ouro nativo, que na ganga impura
homenageada. Da mesma maneira, em quase todos os seus A bruta mina entre os cascalhos vela...

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Amo-te assim, desconhecida e obscura, b. Simbolismo e Parnasianismo
Tuba de alto clangor, lira singela,
c. Parnasianismo e Pré-Modernismo
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura! d. Barroco e Simbolismo

Amo o teu viço agreste e o teu aroma e. Simbolismo e Pré-Modernismo


De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma, 21. UNIFESP 2013
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" Essa poesia não logrou estabelecer-se em Portugal. De
E em que Camões chorou, no exílio amargo, origem francesa, suas primeiras manifestações datam de
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! 1866, quando um editor parisiense publica uma coletânea de
poemas; em 1871 e 1876, saem outras duas coletâneas. Os
(Olavo Bilac, http://www.releituras.com)
poetas desse movimento literário pregam o princípio da Arte
Considerando o Texto “Língua Portuguesa”, bem como os pela Arte, isto é, defendem uma arte que não sirva a nada e
conteúdos a ele relacionados, assinale a alternativa a ninguém, uma arte inútil, uma arte voltada para si própria.
CORRETA. A Arte procuraria a Beleza e a Verdade que existiriam nos
seres concretos, e não no sentimento do artista. Por isso, o
a. O poema de Olavo Bilac tem uma estrutura condizente
belo se confundiria com a forma que o reveste, e não com
com a chamada “estética parnasiana”, que, embasada em
algo que existiria dentro dele. Daí vem que esses poetas
textos em versos, adota os mesmos princípios nos quais
sejam formalistas e preguem o cuidado da forma artística
estão fundamentadas as poesias românticas de Castro
como exigência preliminar. Para consegui-lo, defendem uma
Alves.
atitude de impassibilidade diante das coisas: não se
b. A declaração de amor que Bilac faz à língua portuguesa emocionar jamais; antes, impessoalizar-se tanto quanto
na terceira estrofe do poema em análise aponta que, embora possível pela descrição dos objetos, via de regra inertes ou
o eu-lírico expresse seu amor, ao mesmo tempo demonstra obedientes aos movimentos próprios da Natureza (o fluxo e
reconhecer e entender a fragilidade da língua. refluxo das ondas do mar, o voo dos pássaros, etc.).
c. Há, como se percebe, na última estrofe do poema em Esteticistas, anseiam uma arte universalista.
análise, traços de intertextualidade, o que, talvez - ou de Em Portugal, tentou-se introduzir esse movimento;
maneira categórica - ponha Bilac para fora do seleto grupo certamente, impregnou alguns poetas, exerceu influência,
dos parnasianos brasileiros. mas não passou de prurido, que pouco alterou o ritmo
d. A expressão “Última flor do Lácio, inculta e bela” escrita literário do tempo. Na verdade, o modo fortuito como alguns
por Bilac traz à tona uma das características do se deixaram contaminar da nova moda poética revelava
parnasianismo: o uso de vocabulário comum e prosaico, apenas veleidade francófila, em decorrência de razões de
simples e ordinário. gosto pessoal ou de grupos restritos: faltou-lhes intuito
comum.
e. O poema de Bilac possui, de um ponto de vista formal,
quatro estrofes, dois quartetos e dois tercetos. Essa MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa, 1999 (adaptado).
estrutura aponta características bem delineadas da chamada
As informações apresentadas no texto referem-se à literatura
estética parnasiana.
a. simbolista, cuja busca pelo Belo implicou a liberdade na
expressão dos sentimentos. O texto deixa claro que essa
20. UPF 2012
literatura alcançou notável aceitação entre os poetas da
Olavo Bilac e Cruz e Sousa estão situados, respectivamente, época.
nos seguintes períodos literários:
b. simbolista, cuja preocupação com a expressão do
a. Parnasianismo e Simbolismo sentimento filia-se à tradição poética do Renascimento. O
texto deixa claro que essa literatura teve um

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desenvolvimento tímido na cena literária portuguesa. 23. UPE 2014

c. parnasiana, cuja preocupação com a objetividade a opõe TEXTO 1


ao subjetivismo romântico. O texto deixa claro que essa
literatura não se impôs na cena literária portuguesa.
Ao coração que sofre
d. parnasiana, cuja liberdade de expressão e cujo
compromisso social permitem fundamentar a Arte pela Arte.
O texto deixa claro que essa literatura teve pouco espaço na
cena literária portuguesa. Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
e. realista, cuja influência da tradição clássica é fundamental Não basta o afeto simples e sagrado
para se chegar à perfeição. O texto deixa claro que essa Com que das desventuras me protejo.
literatura teve uma disseminação irregular na cena literária
portuguesa.
Não me basta saber que sou amado,
22. UNIFESP 2006 Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Não se mostre na fábrica o suplício
Ter na boca a doçura de teu beijo.
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade, E as justas ambições que me consomem


Arte pura, inimiga do artifício, Não me envergonham: pois maior baixeza
É a força e a graça na simplicidade. Não há que a terra pelo céu trocar;

Olavo Bilac

E mais eleva o coração de um homem


Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Os versos de Olavo Bilac pertencem ao período conhecido
Ficar na terra e humanamente amar.
como Parnasianismo e denunciam
Olavo Bilac. Disponível em: http://pensador.uol.com.br. Acesso em: 06 out.
a. vocabulário simples e pouca preocupação com as 2014
qualidades técnicas do poema, já que as sugestões sonoras
não estão neles presentes.
TEXTO 2
b. emoção expressa racionalmente, embora seja bastante
evidente o caráter subjetivo na construção das imagens.

c. a busca da perfeição na expressão, visando ao Soneto


universalismo, como exemplificam os termos Beleza e
Verdade, grafados com maiúsculas.

d. o afastamento da realidade social, decorrente de uma Pálida à luz da lâmpada sombria,


visão idealizada do mundo, descrito por metáforas pouco Sobre o leito de flores reclinada,
objetivas. Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
e. a forma de expressão pouco idealizada, resultante de uma
concepção de mundo marcada pela complexidade que, nos
versos, se manifesta em vocabulário seleto.
Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!

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Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Cárcere das almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Era a mais bela! Seio palpitando...
Do calabouço olhando imensidades,
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Mares, estrelas, tardes, natureza
Formas nuas no leito resvalando...

Tudo se veste de uma igual grandeza


Não te rias de mim, meu anjo lindo! Quando a alma entre grilhões as liberdades
Por ti − as noites eu velei chorando, Sonha e, sonhando, as imortalidades
Por ti − nos sonhos morrerei sorrindo! Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Álvares de Azevedo. Disponível em: http://pensador.uol.com.br. Acesso em:
06 out. 2014. Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Os Textos 1 e 2 têm por temática o amor, visto, entretanto,
sob pontos de vista diferentes, em razão principalmente de
seus autores pertencerem a movimentos literários e Nesses silêncios solitários, graves,
contextos históricos distintos. Com base na leitura dos textos que chaveiro do Céu possui as chaves
e no seu conhecimento sobre a produção literária dos para abrir■vos as portas do Mistério?!
autores, assinale as relações adequadas. (Cruz e Souza)

I. Texto 1 – Visão carnal do amor: Parnasianismo. Texto 7


II. Texto 2 – Visão irreal e casta da mulher:
Ultrarromantismo.
III. Texto 1 – Visão racional do amor: Ultrarromantismo. A um poeta
IV. Texto 1 – Visão antropocentrista da vida: Parnasianismo. Longe do estéril turbilhão das ruas,
V. Texto 2 – Realização amorosa improvável: Beneditino, escreve! No aconchego
Ultrarromantismo. Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e sofre, e lima, e sua!

As relações CORRETAMENTE estabelecidas são, apenas


Mas que na forma se disfarce o emprego
a. I, II, III e IV. Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
b. I, II, IV e V.
Rica mas sóbria, como um templo grego.
c. I, II e III.

d. I, III e V. Não se mostre na fábrica o suplício


e. II, IV e V. Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício.

24. UPE 2013


Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Texto 6
Arte pura inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

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(Olavo Bilac) Em fevereiro de 1897, o poeta Olavo Bilac substitui o já
renomado romancista Machado de Assis na função de
cronista do periódico fluminense Gazeta de Notícias. A
Após a leitura, assinale V para as afirmativas Verdadeiras e crônica, que no século XIX cumpre a função de registrar as
F para as Falsas. questões mais prementes do dia, fossem políticas, culturais
ou literárias, é o gênero ao qual se dedicará o poeta
conhecido como um dos mestres do verso parnasiano.
( ) São dois sonetos pertencentes ao mesmo movimento
literário. Suas temáticas expressam sentimentos idênticos;
no primeiro, o constrangimento do eu poético por ter sido A respeito da crônica “A prostituição infantil”, é correto
preso injustamente e, no segundo, a equiparação do poeta a afirmar que Olavo Bilac
um monge beneditino.
a. assume uma postura neutra com relação à prostituição e
( ) São poemas líricos que possuem forma fixa, exploração do trabalho infantil que grassavam nas ruas do
preocupação tanto do Parnasianismo como do Simbolismo, Rio de Janeiro de fins do século XIX.
pois ambos os movimentos se caracterizam pela busca da
b. narra seu encontro noturno com uma criança que vendia
forma perfeita, isto é, da Arte pela Arte.
flores, demonstra sua indignação com a prostituição e
( ) O primeiro poema revela um certo misticismo, exploração do trabalho infantil, pondo sua verve literária a
próprio da poesia simbolista, enquanto o segundo trata do serviço de uma causa social.
próprio fazer poético, constituindo■se, portanto, como c. considera que a prostituição e o trabalho infantil não são
um meta■ poema, tema característico da poesia um problema social no Rio de Janeiro de sua época.
parnasiana.
d. afirma que todos têm “mais o que fazer”, de forma que
( ) Em A um poeta, Olavo Bilac discursa, em linguagem não interessa a ele e aos leitores o destino das meninas que
sóbria e erudita, sobre o trabalho do poeta, enquanto se prostituem e vendem flores aos passantes.
em Cárcere das almas, Cruz e Souza metaforicamente
e. elogia a polícia por ter dado fim à prostituição e ao
concebe o corpo como uma prisão, daí a morte significar
trabalho infantil nas ruas do Rio de Janeiro.
libertação.

( ) Os dois poemas recorrem, em suas temáticas, a


26. FGV-SP 2009
aspectos ligados à vida religiosa: o primeiro, ao tomar o
corpo na acepção de cárcere e o segundo quando Comparando o Simbolismo com outros estilos de época, um
metaforicamente relaciona a necessidade de isolamento crítico afirmou:
exigida pelo labor poético à vida dos monges no claustro.

I – Ambos os movimentos exprimem o desgosto pelas


soluções racionalistas.
Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA.
II – É comum a ambas as correntes a tentação do
a. V, V, V, F, F esteticismo e do formalismo.

b. F, V, F, V, F

c. V, V, F, V, V Por meio das palavras “ambos” (I) e “ambas” (II), o crítico faz
d. F, F, F, V, V uma aproximação entre o Simbolismo e, respectivamente, o:

e. F, F, V, V, V

a. Barroco e o Neoclassicismo.
25. UFPA 2013 b. Naturalismo e o Expressionismo.

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c. Classicismo e o Impressionismo. e. O verso "E a Palavra pesada abafa a Ideia leve" contém
uma antítese, que representa a contradição entre forma e
d. Realismo e o Modernismo.
conteúdo exposta pelo poeta.
e. Romantismo e o Parnasianismo.

28. UFF 2004


27. UFU 1999
A PÁTRIA
Inania Verba

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!


...........................................................................................
Criança! não verás nenhum país como este!
O pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve...
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
E a Palavra pesada abafa a Ideia leve,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,

Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!


Quem o molde achará para a expressão de tudo?
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Ai! Quem há de dizer as ânsias infinitas
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Do sonho? E o céu que foge à mão que se levanta?
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
........................................................................................."

(Olavo Bilac, POESIAS)


Boa terra! jamais negou a quem trabalha

O pão que mata a fome, o teto que agasalha...


Indique a alternativa que NÃO ESTÁ de acordo com o
poema.

a. O poeta parnasiano privilegiou a forma, a maneira mais Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
perfeita que encontrou para efetivar sua arte, mesmo que, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
para isso, ele tivesse que sacrificar suas emoções. Nesse
sentido, os versos de Olavo Bilac são uma crítica ao
Parnasianismo. Criança! não verás país nenhum como este:
b. O poeta fala da luta entre ideias e palavras e entre forma
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
e conteúdo, quando estes fracassam ao traduzirem nossos
sentimentos. As estrofes citadas são um derramamento da (Olavo Bilac)
alma sobre essa luta, contrariando os preceitos parnasianos
de contenção lírica.
As estéticas literárias, embora costumem ser datadas nos
c. O tema básico das estrofes é o amor irrealizado, que
livros didáticos com início e término pós-determinados, não
causa sofrimentos ao poeta.
se deixam aprisionar pela rigidez cronológica.
d. Os versos são alexandrinos, muito apreciados pelos
parnasianos.

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Assinale o comentário adequado em relação à expressão
estética do poema "A Pátria" de Olavo Bilac (1865-1918).
Poema 2
a. O poema transcende a estética parnasiana ao tratar a
A Morte
temática da exaltação da terra, segundo a estética
romântica.
Oh! a jornada negra! A alma se despedaça...
b. O poema exemplifica os preceitos da estética parnasiana
Tremem as mãos... O olhar, molhado e ansioso, espia,
e valoriza a forma na expressão comedida do sentimento
E vê fugir, fugir a ribanceira fria
nacional.
Por onde a procissão dos dias mortos passa.
c. O poema se antecipa ao discurso crítico da identidade
nacional - tema central da estética modernista.
No céu gelado expira o derradeiro dia,
d. O poema se insere nas fronteiras rígidas da estética Na última região que o teu olhar devassa!
parnasiana, dando ênfase à permanência do ideário estético, E só, trevoso e largo, o mar estardalhaça
no eixo temporal das escolas literárias. No indizível horror de uma noite vazia...
e. O poema reflete os valores essenciais e perenes da
realidade, distanciando-se de um compromisso com a
Pobre! por que, a sofrer, a leste e a oeste, ao norte
afirmação da nacionalidade.
E ao sul, desperdiçaste a força de tua alma?
Tinhas tão perto o Bem, tendo tão perto a Morte!
29. UPE 2016

Enquadram-se os três sonetos em distintos Movimentos Paz à tua ambição! paz à tua loucura!
Literários. Leia-os e analise-os. A conquista melhor é a conquista da Calma:
- Conquistaste o país do Sono e da Ventura!
(Olavo Bilac)
Poema 1

Já da morte o palor me cobre o rosto,


Poema 3
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece, A Morte
E devora meu ser mortal desgosto!

Oh! que doce tristeza e que ternura


Do leito embalde no macio encosto No olhar ansioso, aflito dos que morrem…
Tento o sono reter!… já esmorece De que âncoras profundas se socorrem
O corpo exausto que o repouso esquece… Os que penetram nessa noite escura!
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

Da vida aos frios véus da sepultura


O adeus, o teu adeus, minha saudade, Vagos momentos trêmulos decorrem…
Fazem que insano do viver me prive E dos olhos as lágrimas escorrem
E tenha os olhos meus na escuridade. Como faróis da humana Desventura.

Dá-me a esperança com que o ser mantive! Descem então aos golfos congelados
Volve ao amante os olhos por piedade, Os que na terra vagam suspirando,
Olhos por quem viveu quem já não vive! Com os velhos corações tantalizados.
(Álvares de Azevedo, Lira dos 20 anos)

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Minhas mãos ainda estão molhadas
Tudo negro e sinistro vai rolando do azul das ondas entreabertas
Báratro a baixo, aos ecos soluçados e a cor que escorre dos meus dedos
Do vendaval da Morte ondeando, uivando… colore as areias desertas.
(Cruz e Sousa) O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
A leitura dos poemas comprova que o tema da morte tanto
meu sonho, dentro de um navio...
quanto o tema do amor estão presentes em textos de todos
os movimentos literários e em produção de diferentes Chorarei quanto for preciso,
poetas. Nos três poemas, o tema da morte é ponto para fazer com que o mar cresça,
fundamental. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA. e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
a. Álvares de Azevedo, em diversos poemas, ao falar da
morte, tema pelo qual tem certa obsessão, usa Depois, tudo estará perfeito;
constantemente a palavra palor, cujo sentido cromático se praia lisa, águas ordenadas,
refere à palidez mórbida da morte, característica da poesia meus olhos secos como pedras
desse autor. e as minhas duas mãos quebradas

b. Olavo Bilac toma a morte muito poucas vezes como tema, Cecília Meireles, poeta da segunda fase do Modernismo
ainda que, ao fazê-lo, cria um eu lírico despojado de tom Brasileiro, faz parte da chamada "Poesia de 30". Sobre esta
confessional, próprio do Romantismo, mantendo assim autora e seu estilo, é CORRETO afirmar que ela
imparcialidade e impessoalidade.
a. seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produzindo
c. O poema 3 apresenta elementos cromáticos e uma poesia de consciência histórica.
sinestésicos, tais como doce tristeza e noite escura.
b. não seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro,
Contudo, embora seu tema seja a morte, o autor não utiliza
produzindo uma obra de traços parnasianos.
esse vocábulo, substituindo-o por metáforas, o que é próprio
daqueles que fazem parte do parnaso. c. seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produzindo
uma poesia panfletária e musical.
d. Há, no poema 2, determinados elementos que revelam, à
semelhança do 3, preocupação com os aspectos formais, d. não seguiu rigidamente nenhuma corrente do Modernismo
aproximando-os do Classicismo e do Arcadismo. Brasileiro, produzindo uma poesia lírica, mística e musical.

e. Existe uma ordem sequencial dos poemas que permite ao e. não seguiu rigidamente nenhuma corrente do Modernismo
leitor relacioná-los ao Simbolismo, Romantismo e Brasileiro, produzindo uma poesia histórica, engajada e
Parnasianismo. Dessa forma, pode-se afirmar que o poema musical.
1 é simbolista, pois apresenta um discurso de cunho
confessional, peculiar a esse Movimento Literário.
GABARITO: 1) c, 2) b, 3) d, 4) d, 5) c, 6) e, 7) e, 8) c, 9) a,
10) d, 11) b, 12) c, 13) b, 14) c, 15) c, 16) d, 17) b, 18) e, 19)
30. ITA 2003 e, 20) a, 21) c, 22) c, 23) b, 24) e, 25) b, 26) e, 27) c, 28) a,
29) a, 30) d,
Canção

Pus o meu sonho num navio


e o navio em cima do mar;
— depois, abri o mar com as mãos
para o meu sonho naufragar

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