Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS - Machado de Assis
1) Uma das temáticas das obras machadianas, era a abordagem das relações motivas pelo
interesse financeiro. No trecho em destaque, Marcela, que era uma prostituta, amou Brás Cubas
enquanto houve o recebimento de recursos financeiros. Além disso, Machado desmascara a
hipocrisia dos personagens, dentro de uma sociedade mascarada pelo valores morais de sua
época.
A propósito de Dom Casmurro, de Machado de Assis, é correto afirmar:
a) A narrativa de Bento Santiago é comparável a uma acusação: aproveitando sua formação
jurídica, o narrador pretende configurar a culpa de Capitu.
b) O artifício narrativo usado é a forma de diário, de modo que o leitor receba as informações do
narrador à medida que elas acontecem, mantendo-se assim a tensão.
c) Elegendo a temática do adultério, o autor resgata o romantismo de seus primeiros romances,
com personagens idealizadas entregues à paixão amorosa.
d) O espaço geográfico e social representado é situado em uma província do Império, buscando
demonstrar que as mazelas sociais não são prerrogativa da Corte.
e) Bentinho desejava a morte de Escobar (até tentou envenená-lo uma vez), a ponto de se sentir
culpado quando o ex amigo morreu afogado.
2) Essa é a abertura do famoso romance de Machado de Assis. Dentro desse contexto, já dá para
se ver o tipo de narrativa que será explorada. Assinale a alternativa correta a esse respeito.
a) A narrativa decorre de forma cronologicamente correta, de acordo com a passagem do tempo:
infância, juventude, maturidade e velhice.
b) A linearidade das ações apresenta cenas de suspense, dado o comportamento inusitado dos
personagens.
c) Não há como prever o final da narrativa, já que seu enredo é, propositadamente, complicado.
d) A ação terá, como cenário, os diversos centros cosmopolitas do mundo.
e) O autor usa o recurso do flashback devido a sua intenção de iniciar o romance pelo “fim”.
4) (PUC RS/2017) Leia a passagem a seguir, retirada de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de
Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
3
E a imaginação dela, como as cegonhas que um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o Ilisso
às ribas africanas, sem embargo das ruínas e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também
voou por sobre os destroços presentes até às ribas de uma África juvenil… Deixá-la ir; lá iremos
mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer
tranquilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a
chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma navalha que um
amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi
muito menos triste do que podia parecer. De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida
estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu
descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma ideia
grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade.
Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.”
Com base na obra de Machado de Assis, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) Tanto Dom Casmurro quanto Memórias Póstumas de Brás Cubas têm em comum o fato de
serem livros narrados em primeira pessoa. Além disso, ambos os personagens pertencem à elite
carioca do século XIX.
( ) O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas encerra-se com um capítulo todo feito de
negativas, no qual o narrador enumera uma série de faltas de que sofreu em vida, entre elas o fato
de não ter tido filhos e, assim, não ter transmitido a ninguém a herança de nossa miséria.
( ) Há um consenso entre os críticos quanto a Dom Casmurro ser um romance baseado nas
memórias sinceras de um homem traído.
( ) Machado atuou em diversas áreas das Letras brasileiras. O autor escreveu romances, contos,
crítica literária; porém, deixou de lado o teatro e a poesia.
5) (Fac. Direito de Franca SP/2016) As mulheres na obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de
Machado de Assis, não aparecem sob a forma idealizada, castas e ingênuas, mas muitas vezes,
ambiciosas, sedutoras, adúlteras e até mesmo torpes. Sarcasticamente são caracterizadas pelo
narrador, com representações florais, que, em alguns casos, mais ofendem que exaltam. Assim,
identifique, abaixo, as correspondências que não se comprovam.
a) Eugênia, a flor da moita, cujo apelido se deve ao fato de ser filha espúria, concebida em situação
clandestina, a partir de um beijo furtivo entre D. Eusébia e Dr. Vilaça.
b) Venância, o lírio do vale, era filha do Cotrim e sobrinha de Brás Cubas, e o designativo de seu
nome remete à flor das damas de seu tempo.
c) Eulália, Nhã-Loló, a flor do pântano, assim referida pelo ambiente social em que vivia, de família
pobre e de costumes e afinidades sociais duvidosos, cujo pai era viciado em brigas de galo.
d) Marcela, a flor das graças, pela beleza e sedução com que envolveu o narrador e pela paixão
verdadeiramente sempre devotada a ele.
4
6) Prova: IF/ES - IFES - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - Área:
Português/Inglês - 2022
A) Machado de Assis.
B) Álvares de Azevedo.
C) Graciliano Ramos
D) José de Alencar
E) Lima Barreto
O trecho a seguir foi extraído do romance O Triste Fim de Policarpo Quaresma, escrito por Lima
Barreto. Leia-o atentamente para responder às próximas questões.
“Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro.
Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de
ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o
fez pensar foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos,
para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de
causa. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo
5
brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o
fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com o seu gado, não era o café de São
Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura
da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves - era tudo isso
junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro”. (Trecho com adaptações).
O trecho a seguir foi extraído do romance O Triste Fim de Policarpo Quaresma, escrito por Lima
Barreto. Leia-o atentamente para responder às próximas questões.
“Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro.
Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de
ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o
fez pensar foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos,
para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de
causa. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo
brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o
fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com o seu gado, não era o café de São
Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura
da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves - era tudo isso
junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro”. (Trecho com adaptações).
Na expressão “aí pelos vinte anos”, que aparece logo no início do trecho, o termo “aí” indica uma
noção de:
A) Imprecisão.
B) Precocidade.
C) Pontualidade.
D) Anterioridade.
O trecho a seguir foi extraído do romance O Triste Fim de Policarpo Quaresma, escrito por Lima
Barreto. Leia-o atentamente para responder às próximas questões.
“Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro.
Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de
ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o
fez pensar foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos,
para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de
causa. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo
brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o
fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com o seu gado, não era o café de São
Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura
6
da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves - era tudo isso
junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro”. (Trecho com adaptações).
Gabarito
1) A.
Bentinho se formou em Direito depois de sair do seminário e a narração é feita pelo próprio
Bentinho, em primeira pessoa. O fato de só ser apresentado ao leitor um único ponto de vista o
persuade a acreditar no adultério de Capitu.
2) E.
Nas obras machadianas é comum encontrarmos enredos não-lineares, cheios de idas e vindas.
Pelo trecho do enunciado, vemos que o narrador opta iniciar pelo fim, após ter morrido, isto é, ele é
um defunto (morto) escrevendo.
3) D.
Ao diferenciar “autor defunto” de “defunto autor” o narrador altera a sequência das palavras e
proporciona novo significado: no primeiro caso, o autor já morreu, no segundo, é um falecido que
conta a história da sua própria vida.
4) B.
Não há consenso entre os críticos quanto a sinceridade da narração em Dom Casmurro, já que o
narrador é o próprio personagem, supostamente, traído. Só temos uma visão da história.
Machado não deixou de lado teatro e poesia, ao contrário, teve destaque nessas áreas de
produção também.
5) E.
A correspondência que não se comprova é a que se refere à Marcela, já que a relação dela com o
protagonista foi não verdadeira e nem de devoção, ela permanece com ele enquanto ele lhe é útil,
isto é, enquanto lhe oferece dinheiro.