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Questões ENEM – LITERATURA – MODERNISMO

01. (Enem 2019) D. Resulta das mais fortes lembranças da juventude do poeta
HELOÍSA: Faz versos? e de seu envolvimento com a literatura grega.
PINOTE: Sendo preciso... Quadrinhas... Acrósticos... E. Remete a um tempo da vida de Manuel Bandeira marcado
Sonetos... Reclames. por desigualdades sociais e econômicas.
HELOÍSA: Futuristas?
PINOTE: Não senhora! Eu já fui futurista. Cheguei a acreditar 03. (Enem PPL 2016) Descobrimento
na independência... Mas foi uma tragédia! Abancado à escrivaninha em São Paulo
Começaram a me tratar de maluco. A me olhar de esguelha. A Na minha casa da rua Lopes Chaves
não me receber mais. As crianças choravam em casa. De sopetão senti um friúme por dentro.
Tenho três filhos. No jornal também não pagavam, devido à Fiquei trêmulo, muito comovido
crise. Precisei viver de bicos. Ah! Reneguei tudo. Com o livro palerma olhando pra mim.
Arranjei aquele instrumento (Mostra a faca) e fiquei Não vê que me lembrei que lá no norte, meu
passadista. Deus! Muito
ANDRADE, O. O rei da vela. São Paulo: Globo, 2003. longe de mim,
Na escuridão ativa da noite que caiu,
O fragmento da peça teatral de Oswald de Andrade Um homem pálido, magro de cabelos escorrendo nos olhos
ironiza a reação da sociedade brasileira dos anos 1930 Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
diante de determinada vanguarda europeia. Nessa visão, Faz pouco se deitou, está dormindo.
atribui-se ao público leitor uma postura Esse homem é brasileiro que nem eu...
(ANDRADE, M, Poesias completas. São Paulo: Edusp, 1987)
A. Preconceituosa, ao evitar formas poéticas simplificadas.
B. Conservadora, ao optar por modelos consagrados. O poema Descobrimento, de Mário de Andrade, marca a
C. Preciosista, ao preferir modelos literários eruditos. postura nacionalista manifestada pelos escritores
D. Nacionalista, ao negar modelos estrangeiros. modernistas. Recuperando o fato histórico do
“descobrimento”, a construção poética problematiza a
02. (Enem PPL 2019) Biografia de Pasárgada representação nacional a fim de:
Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe de grego
A. Resgatar o passado indígena brasileiro.
do D. Pedro II a Ciropédia fiquei encantado com o nome dessa
B. Criticar a colonização portuguesa no Brasil.
cidadezinha fundada por Ciro, o Antigo, nas montanhas do sul
C. Defender a diversidade social e cultural brasileira.
da Pérsia, para lá passar os verões. A minha imaginação de
D. Promover a integração das diferentes regiões do país.
adolescente começou a trabalhar, e vi Pasárgada e vivi durante
E. Valorizar a Região Norte, pouco conhecida pelos
alguns anos em Pasárgada.
brasileiros.
Mais de vinte anos depois, num momento de profundo
desânimo, saltou-me do subconsciente este grito de evasão: 04. (Enem PPL 2015) O peru de Natal
“Vou-me embora pra Pasárgada!” Imediatamente senti que era O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai
a célula de um poema. Peguei do lápis e do papel, mas o acontecida cinco meses antes, foi de consequências decisivas
poema não veio. Não pensei mais nisso. Uns cinco anos mais para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente
tarde, o mesmo grito de evasão nas mesmas circunstâncias. felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente
Desta vez, o poema saiu quase ao correr da pena. Se há honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves
belezas em “Vou-me embora pra Pasárgada!”, elas não dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à
passam de acidentes. Não construí o poema, ele construiu-se natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer
em mim, nos recessos do subconsciente, utilizando as lirismo, duma exemplaridade incapaz, acolchoado no
reminiscências da infância — as histórias que Rosa, minha medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida,
ama-seca mulata, me contava, o sonho jamais realizado de aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma
uma bicicleta etc. estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu
pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-sangue
BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. São Paulo: Global, 2012.
dos desmancha-prazeres.
O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito (ANDRADE, M. In: MORICONI, I. Os cem melhores contos brasileiros do
da criação de um de seus poemas mais conhecidos. século. São Paulo: Objetiva, 2000)
De acordo com esse depoimento, o fazer poético em “Vou-
me embora pra Pasárgada!” No fragmento do conto de Mário de Andrade, o tom
confessional do narrador em primeira pessoa revela uma
A. Acontece de maneira progressiva, natural e pouco concepção das relações humanas marcada por:
intencional. A. Distanciamento de estados de espírito acentuado pelo
B. Decorre de uma inspiração fulminante, num momento de papel das gerações.
extrema emoção. B. Relevância dos festejos religiosos em família na sociedade
C. Ratifica as informações do senso comum de que Pasárgada moderna.
é a representação de um lugar utópico. C. Preocupação econômica em uma sociedade urbana em
crise.
D. Consumo de bens materiais por parte de jovens, adultos e E. Pesar e reação de luto diante da morte de um familiar
idosos. querido.

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