2. IFSP 2013
5. UFSM 2007
O culto exagerado da forma, o rebuscamento, a riqueza de
Leia o trecho a seguir.
pormenores, o conflito entre o profano e o sagrado são
características Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos.
Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, porque
a. do Renascimento.
um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e
b. da Ilustração.
vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra
c. do Realismo.
vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza,
d. do Barroco.
antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas,
e. do Simbolismo.
tanto mais facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos
livre de vontades endurecidas, que ainda são piores que as
3. CFTMG 2006 pedras.
O Barroco, estilo dominante no século XVII, relaciona-se à (Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio Vieira.) (UFSM -
(ao) 2007)
a. ideal do liberalismo e da democracia no Ocidente. Pelo trecho reproduzido, pode-se concluir que o Sermão da
b. evolucionismo, com sua doutrina de seleção natural. Sexagésima trata da
c. Contra-Reforma, na tentativa de retomar a tradição cristã.
a. problemática da pregação religiosa, considerando as
d. reaproximação do autor com a natureza serena e
figuras dos pregadores e dos fiéis.
bucólica.
b. necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra
os holandeses.
4. UNESP 2010 c. perseguição sofrida pelo pregador em função de apoio
A cada canto um grande conselheiro, que emprestava a índios e negros.
Que nos quer governar cabana, e vinha, d. exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de
Não sabem governar sua cozinha, criar a Campanha das Índias Ocidentais.
E podem governar o mundo inteiro. e. condenação aos governantes locais que desobedeciam os
(...) princípios do mercantilismo seiscentista.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
6. UFRGS 2004
E eis aqui a Cidade da Bahia.
Assinale a alternativa que preenche adequadamente as
(Gregório de Matos. 'Descreve o que era realmente naquelle
lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem.
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Padre Antônio Vieira é um dos principais autores do ........... O dia, em que por Deus foi redimido;
movimento em que o homem é conduzido peIa ........... e que Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
tem, entre suas características, o ........... com seus jogos de
Pois mandado pela alta Majestade
palavras, de imagens e de construção, e o ........... o uso de
Nos remiu de tão triste cativeiro,
siIogismo, processo racional de demonstrar uma asserção.
Nos livrou de tão vil calamidade.
a. Gongorismo - exaltação vital - Cultismo - preciosismo
Quem pode ser senão um verdadeiro Deus,
b. Conceptismo - fé - preciosismo - Gongorismo
que veio estirpar desta cidade
c. Barroco - depressão vital - Conceptismo - Cultismo
O Faraó do povo brasileiro.
d. Conceptismo - depressão vital - Gongorismo - preciosismo
e. Barroco - fé - Cultismo - Conceptismo DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São
Paulo: Globo, 2006.
(Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira) "(...) o pão é comer de todos os dias, que sempre e
continuamente se come: isto é o que padecem os pequenos.
¹empeçado: com obstáculo, com empecilho.
São o pão cotidiano dos grandes; e assim como o pão se
A repetição da expressão “um estilo tão” e o uso da come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidas os
expressão “xadrez de palavras” compõem respectivamente miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que
as figuras de linguagem: os não carreguem, em que os não multem, em que os não
defraudem, em que os não comam, traguem e devorem (...)"
a. anáfora e metáfora
b. polissíndeto e metonímia No trecho, observa-se que Vieira
c. pleonasmo e anacoluto I. constrói a argumentação por meio da analogia, o que
d. metáfora e prosopopeia constitui um traço característico da prosa vieiriana.
e. antonomásia e catacrese II. finaliza com uma gradação crescente a fim de dar ênfase
à voracidade da exploração sofrida pelos pequenos.
III. afirma, ao estabelecer uma comparação entre os
8. ENEM 2014
humildes e o pão, alimento de consumo diário, que a
Quando Deus redimiu da tirania
exploração dos pequenos é aceitável porque cotidiana.
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido, Está(ão) correta(s)
Páscoa ficou da redenção o dia.
a. apenas I.
Páscoa de flores, dia de alegria b. apenas I e II.
Àquele Povo foi tão afligido c. apenas III.
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d. apenas II e III.
e. I, II e III.
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e. Gregório de Matos se ateve ao uso da língua culta da português, mas combina-os com a paixão das imagens
Metrópole, ao contrário de Vieira, que utilizou termos pré-românticas.
indígenas, africanos e populares. c. Dos poetas arcádicos eminentes, foi sem dúvida o mais
liberal, o que mais claramente manifestou as ideias da
ilustração francesa.
13. CESGRANRIO 2011
d. Teve grande capacidade em fixar num lampejo os vícios,
Formas sinuosas, flores, folhagens, desenho delicado
os ridículos, os desmandos do poder local, valendo-se para
facilmente reconhecido em objetos, móveis, esculturas,
isso do engenho artificioso que caracterizava o estilo da
pinturas e edifícios. Esse estilo, que, se estendendo a todas
época.
as formas de arte, procurou promover a unidade de todo o
e. Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Minas do
fazer artístico do início do século XX é denominado estilo
chamado ciclo do ouro é prova de que seu talento não se
a. Art Nouveau restringia ao lirismo amoroso.
b. Gótico
c. Rococó
16. PUC-SP 1997
d. Barroco
AOS AFETOS, E LÁGRIMAS DERRAMADAS NA
e. Neoclássico
AUSÊNCIA DA DAMA A QUEM QUERIA BEM
a. do Brasil do século XIX - Gregório de Matos Tu, que em um rosto corres desatado;
b. da sociedade mineira do século XVIII - Cláudio Manuel da
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Costa
c. da Bahia do século XVII - Gregório de Matos Quando cristal em chamas derretido.
d. do ciclo da cana-de-açúcar - Antônio Vieira
e. da exploração do ouro em Minas - Cláudio Manuel da
Costa. Se és fogo como passas bradamente,
a. No seu esforço de criação da comédia brasileira, realiza Pois para temperar a tirania,
um trabalho de crítica que encontra seguidores no
Romantismo e mesmo no restante do século XIX. Como quis que aqui fosse a neve ardente,
b. Sua obra é uma síntese singular entre o passado e o Permitiu parecesse a chama fria.
presente: ainda tem os torneios verbais do quinhentismo
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b. cultismo, caracterizado pela exploração da sonoridade
das palavras.
c. cultismo, caracterizado pelo conflito entre fé e razão.
Considere atentamente as seguintes afirmações sobre o d. conceptismo, caracterizado pelo vocabulário preciosista e
poema de Gregório de Matos: pela exploração de aliterações.
e. conceptismo, caracterizado pela exploração das relações
I - O par fogo e água, que figura amor e contentação, passa
lógicas, da argumentação.
por variações contrastantes até evoluir para o oxímoro.
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d. privilegia o cenário urbano para denunciar as II. Este é um soneto oitocentista, que cumpre os padrões da
arbitrariedades da Inquisição e o racismo dos portugueses forma fixa, quais sejam, rimas ricas, interpoladas nas
instalados na colônia. quadras ("A-B-A-B") e alternadas nos tercetos ("A-B-B-A").
e. privilegia os cenários palacianos em que ocorrem intrigas
III. O tema do eterno combate entre elementos mundanos e
e conspirações envolvendo nobres burocratas, monges e
forças sagradas é indicado ali, por "ignorância do mundo" e
prostitutas.
"qualquer dos bens", por um lado, e por "constância",
"alegria" e "firmeza", de outro.
20. FATEC 1999
"Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
A respeito de tais afirmações, deve-se dizer que:
Depois da Lua se segue a noite escura,
a. somente I está correta.
Em tristes sombras morre a formosura,
b. somente II está correta.
Em contínuas tristezas a alegria. c. somente III está correta.
d. somente I e III estão corretas.
e. odas estão corretas.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? 21. UFV 1999
Leia o soneto a seguir, de autoria de Gregório de Mattos:
Como a beleza assim se transfigura?
(Gregório de Matos)
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
I. Há nele um jogo simétrico de contrastes, expresso por Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
pares antagônicos como Sol/Lua, dia/noite, luz/sombra,
Cobrai-a, e não queiras, Pastor divino,
tristeza/alegria, etc., que compõe a figura da antítese.
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Perder na vossa ovelha a vossa glória. eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o que
calam que com o que disserem; porque a confiança com que
(Cf. DIMAS, Antônio. "Seleção de textos, notas, estudos
isto se diz é sinal que lhes não toca, e que se não podem
biográficos, histórico e crítico." 2a ed. São Paulo: Nova
ofender; e a cautela com que se cala é argumento de que se
Cultural, 1988. p. 141s)
ofenderão, porque lhes pode tocar. [...]
(Essencial, 2011.)
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natureza que de arte (...) Não fez Deus o céu em xadrez de
estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de
23. UPE 2015
palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar
Sobre a fundamentação do Barroco no Brasil, assinale a
negro (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas.
alternativa CORRETA.
As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de
ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.
a. Tem como marco introdutório a publicação da epopeia, (Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira)
referenciada como a maior obra do gênero épico da Língua
¹empeçado: com obstáculo, com empecilho.
Portuguesa cuja autoria é atribuída a Luís Vaz de Camões,
publicada em 1640, ano em que Portugal e A expressão que traduz a ideia de rebuscamento no estilo é:
consequentemente o Brasil voltam a se tornar autônomos
a. “púlpitos”
em relação à dominação espanhola.
b. “semear”
b. A poesia barroca de Gregório de Matos e os sermões do
c. “céu”
Padre Antônio Vieira são, do ponto de vista estético,
d. “xadrez de palavras”
distintos, pois o poeta tece críticas ferrenhas à sociedade
e. “estrelas”
baiana de seu tempo, ao passo que os sermões do religioso
se eximem de qualquer relação com os problemas a ele
contemporâneos. 25. ESPM 2014
c. Tanto a poesia satírica de Gregório de Matos quanto os Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um
sermões do Padre Vieira revelam o envolvimento de ambos estilo tão empeçado¹, um estilo tão dificultoso, um estilo tão
os autores com acontecimentos da época. Daí o poeta ser afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a
apelidado de “o boca do inferno”, e o Padre jesuíta ter sido natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser
condenado ao silêncio por dez anos pela Igreja à qual muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar
pertencia. ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de
d. Um texto barroco bem caracterizado é aquele que reflete natureza que de arte (...) Não fez Deus o céu em xadrez de
os anseios de um homem equilibrado, dominado pela razão, estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de
além de ter como riqueza a metáfora e a metonímia, as palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar
quais tornam a linguagem concisa e clara. Tal ocorrência é negro (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas.
facilmente identificada tanto na poesia conceptista de As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de
Gregório como nos sermões cultistas do Padre Vieira. ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.
e. O Barroco produzido no Brasil se restringiu a duas
(Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira)
personalidades importantes, Gregório de Matos e Padre
Vieira. Por essa razão, Bento Teixeira, autor de ¹empeçado: com obstáculo, com empecilho.
Prosopopeia, não é reconhecido como poeta lírico, apesar
de ter criado sonetos de reconhecido valor estético sobre o
amor erótico, o que lhe rendeu a prisão pela Santa Assinale a incorreta sobre o texto de Padre Vieira:
Inquisição em Olinda.
a. vale-se do estilo conceptista do Barroco, voltando-se para
a argumentação e raciocínio lógicos.
24. ESPM 2014 b. ataca duramente os pregadores cultistas, devido ao estilo
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um pomposo, de difícil acesso, e aos exageros da
estilo tão empeçado¹, um estilo tão dificultoso, um estilo tão ornamentação.
afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a c. critica o sermão que está preocupado com a suntuosidade
natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser linguística e estilística.
muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar d. defende a pregação que tenha naturalidade, clareza e
ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de distinção.
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e. mostra que, seguindo o exemplo de Cristo, pregar e
semear afetam o estilo, porque ambas são práticas da ( ) Expressionismo.
natureza. ( ) Escultura contemporânea.
( ) Academicismo.
( ) Modernismo.
26. PUC-CAMPINAS 2016
( ) Barroco.
Personagem frequente dos carros alegóricos, d. Pedro
surgia, nos anos 1880, ora como Pedro Banana ou como
Pedro Caju, numa alusão à sua falta de participação nos
A alternativa que apresenta a sequência correta é:
últimos anos do Império. Mas é só com a queda da
monarquia que se passa a eleger um rei do Carnaval. Com a. 2, 4, 5, 1, 3.
efeito, o rei Momo é uma invenção recente, datada de 1933. b. 5, 1, 4, 3, 2.
No século XIX ele não era rei, mas um deus grego: c. 2, 5, 1, 3, 4.
zombeteiro, pândego e amante da galhofa. Nos anos 30 vira d. 5, 2, 3, 4, 1.
Rei Momo e logo depois cidadão. Novos tempos, novos e. 2, 3, 4, 1, 5.
termos.
(SCHWARCZ, Lilian Mortiz. As barbas do Imperador: Dom Pedro II , um 28. UFV 2011
monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 281) Leia a passagem abaixo, extraída do “Sermão do Bom
Ladrão ou da Audácia”, do Padre Antônio Vieira:
estrela. 119.)
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enquanto que na poesia do Arcadismo há predominância de Vos tenho a perdoar mais empenhado.
figuras de linguagem, como antítese e paradoxo, e de versos (Gregório de Matos)
da ordem indireta.
b. A poesia lírico-amorosa do Padre Antônio Vieira é
GABARITO: 1) e, 2) d, 3) c, 4) a, 5) a, 6) e, 7) a, 8) c, 9) b,
fortemente marcada pelo dualismo amoroso, carne/espírito,
10) c, 11) d, 12) a, 13) a, 14) c, 15) d, 16) a, 17) e, 18) a, 19)
que leva a um sentimento de culpa no plano espiritual.
c, 20) a, 21) b, 22) a, 23) c, 24) d, 25) e, 26) a, 27) d, 28) c,
c. As poesias de Gregório de Matos possuem uma
29) e, 30) e,
linguagem simples, direta e extremamente lírica.
d. No Arcadismo brasileiro, há o abandono da linguagem
pastoril, com valorização da vida urbana e crítica direta aos
políticos do Brasil colônia.
e. Gregório de Matos, também conhecido como Boca do
Inferno por suas poesias satíricas, é autor do Barroco.
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31. ACAFE 2014 (5) Influenciados pelo pensamento evolucionista de Charles
Darwin no Brasil e pelo positivismo de Augusto Comte, o
Sobre o contexto histórico e social das escolas literárias
movimento ficou bastante conhecido por explorar temas
brasileiras, correlacione as colunas seguir.
como a homossexualidade, o incesto, o desequilíbrio e a
loucura. Os escritores passaram a retratar em seus
personagens traços de natureza animal, desde impulsos
sexuais a comportamentos desregrados e instintivos. A
(1) Proclamada a independência, em 1822, cresce no Brasil agressividade, a violência e o erotismo eram considerados
o sentimento de nacionalismo, buscase o passado histórico, parte da personalidade humana, já que o indivíduo era visto
exalta-se a natureza da pátria. De 1823 a 1831, o Brasil como fruto do meio em que vivia.
viveu um período difícil com o autoritarismo de D. Pedro I: a
dissolução da Assembleia Constituinte; a Constituição
outorgada; a luta pelo trono português contra seu irmão D.
Miguel; e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período
( ) Arcadismo
regencial e a maioridade prematura de Pedro II.
( ) Romantismo
(2) O crescimento de algumas cidades de Minas Gerais, cuja
base econômica era a exploração do ouro, favorecia tanto a
divulgação de ideias políticas quanto o florescimento de uma
( ) Naturalismo
literatura cujos modelos os jovens brasileiros foram buscar
em Coimbra, já que a colônia não lhes oferecia cursos
superiores. E, ao retornarem de Portugal, traziam consigo as
ideias iluministas. ( ) Modernismo
b. 4 - 5 - 1 - 3 - 2
c. 3 - 4 - 2 - 5 - 1
(4) A industrialização brasileira, que vinha crescendo desde
o começo do século, foi impulsionada com a Primeira Guerra d. 2 - 1 - 5 - 4 - 3
Mundial e estimulou a urbanização das cidades,
principalmente de São Paulo. A capital paulista, com a
32. UPF 2014
expansão da cafeicultura começou a experimentar um
enorme crescimento econômico. O período foi marcado A literatura _______________ representa frequentemente o
também pela chegada em massa de imigrantes, indivíduo que, impelido por forte emoção e pelo senso de
principalmente italianos, muitos dos quais haviam vivido a liberdade, entra em choque com o mundo real que o cerca.
experiência da luta de classes em seus países e divulgaram
A narrativa _______________ representa de modo objetivo
no país ideias anarquistas e socialistas.
e minucioso personagens, comportamentos e relações
sociais, com a finalidade moral de desvelar os vícios e a
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mediocridade que os caracterizam. c. perseguição sofrida pelo pregador em função do apoio
que emprestava a índios e negros.
A poesia _______________ busca, pelas associações
imagísticas, pela sonoridade e pelo ritmo, sugerir um mundo d. exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de
superior, que transcenda o mundo apreendido pelos órgãos criar a Campanha das Índias Ocidentais.
dos sentidos. e. condenação aos governantes locais que desobedeciam os
A poesia _______________, por meio de um estilo princípios do mercantilismo seiscentista.
exuberante, feito frequentemente de antíteses e paradoxos,
exprime uma visão de mundo contraditória, dividida entre os 34. UPF 2014
valores espirituais cristãos, próprios da Idade Média, e os
valores racionais e sensoriais, próprios do Renascimento. Sobre autores da literatura brasileira e suas obras, é
incorreto afirmar que:
b. realista – barroca – simbolista – romântica. b. Castro Alves apresenta o amor como sinônimo de
sensualismo, fazendo poesia dedicada a uma mulher muito
c. realista – romântica – barroca – simbolista. próxima.
d. romântica – realista – simbolista – barroca. c. A obra de ficção de José de Alencar, em conjunto,
e. romântica – simbolista – realista – barroca. constitui o panorama histórico do Brasil: do mundo selvagem
à miscigenação, e daí ao aspecto social do país no campo e
na cidade.
33. UFMS 2007
d. Aluísio Azevedo, na obra O cortiço, ressalta, mais do que
Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos. dramas individuais, a influência exercida pelo meio sobre o
Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, porque homem.
um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e
vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra e. A obra ficcional de Mário de Andrade revela um escritor
vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza, preocupado com técnicas narrativas vanguardistas e com a
antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas, incorporação de expressões brasileiras.
tanto mais facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos
livre de vontades endurecidas, que ainda são piores que as 35. MACKENZIE 2012
pedras.
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
(Sermão da Sexagésima, de Padre Antônio Vieira)
Da vossa alta piedade me despido,
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Pelo trecho reproduzido, conclui-se que o “Sermão da
(Gregório de Matos, “A Jesus Cristo Nosso Senhor”)
Sexagésima” trata da
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É traço relevante na caracterização do estilo de época a que
pertence o texto:
É traço relevante na caracterização do estilo de época a que
pertence o texto: a. a progressão temática que constrói forças de tensão entre
pecado e salvação.
a. a progressão temática que constrói forças de tensão entre
pecado e salvação. b. a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo
onírico do poeta.
b. a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo
onírico do poeta. c. os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema
rítmico, que refletem o desequilíbrio emocional do eu lírico.
c. os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema
rímico, que refletem o desequilíbrio emocional do eu lírico. d. a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o
conhecimento verdadeiro e redentor.
d. a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o
conhecimento verdadeiro e redentor. e. a força argumentativa de uma poesia com marcas
exclusivas de ideais antropocêntricos.
e. a força argumentativa de uma poesia com marcas
exclusivas de ideais antropocêntricos
38. UNAMA 2009
a. Estão repletos de exemplos do equilíbrio e da De que pode servir calar quem cala,
simplicidade, típicos do homem barroco
Nunca se há de falar o que se sente?
b. São peças exemplares de retórica, com a finalidade de
Sempre se há de sentir o que se fala!
despertar a consciência moral dos fiéis
c. São bastante abstratos, pois se dirigiam a uma plateia (Aos vícios- Gregório de Matos Guerra)
Vos tenho a perdoar mais empenhado. IV. O pronome se, em posição enclítica, nas quatro
ocorrências, caracteriza desvio da norma padrão, próprio da
(Gregório de Matos, “A Jesus Cristo Nosso
poesia satírica de Gregório de Matos.
Senhor”)
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Estão corretas as afirmativas: e. os Profetas, de Aleijadinho.
Gregório de Matos
3. presumida: convencida
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
Todas as alternativas trazem aspectos temático-expressivos
relevantes no texto, EXCETO: (MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São
Paulo: FTD, 1998. p. 141.)
a. discurso em estilo elevado, com foco no sentido da vida.
b. inversões sintáticas.
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e. as figuras do desconsolado poeta, da triste Bahia e do ao prazer.
sagaz Brichote são imagens poéticas utilizadas para
expressar a existência de um triângulo amoroso.
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conhecimento.
d. Quando Davi saiu a campo com o gigante, ofereceu-lhe 46. PUC-CAMPINAS 2015
Saul as suas armas, mas ele não as quis aceitar. Com as
(...) a insistência em descrever a natureza, arrolar os seus
armas alheias ninguém pode vencer, ainda que seja Davi. As
bens e historiar a vida ainda breve da Colônia indica um
armas de Saul só servem a Saul, e as de Davi a Davi, e mais
primeiro passo da consciência do colono, enquanto homem
aproveita um cajado e uma funda própria, que a espada e a
que já não vive na Metrópole e, por isso, deve enfrentar
lança alheia.
coordenadas naturais diferentes, que o obrigam a aceitar e,
nos casos melhores, repensar diferentes estilos de vida. Se
44. UNICANTO 2015 por um lado sua atitude em face do índio, por exemplo,
prende-se aos comuns padrões culturais de português e
Considerando a arte barroca, observa-se que:
católico-medieval, seu contato com os nativos leva-o a uma
a. Nas obras barrocas as cenas representadas envolvem-se observação curiosa, da qual pode nascer uma nova
num acentuado contraste de claro-escuro, o que intensifica a avaliação.
expressão de sentimento.
(Adaptado de: BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São
b. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o Paulo: Cultrix, 1982. 3. ed., 3a tiragem, p. 20)
sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência.
d. Considerada por diversos críticos uma arte requintada, As iniciativas de descrever a natureza, arrolar os seus bens
aristocrática e convencional, o Barroco acabou tornando-se, e historiar a vida ainda breve da Colônia estão
com o passar do tempo, superficial. documentadas no gênero que se conhece como
e. epistolografia romântica.
45. UNIFESP 2009
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: 47. ACAFE 2015
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa: Assinale a alternativa correta sobre as diferentes fases e
O Velhaco maior sempre tem capa. escolas da literatura brasileira.
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o registro intenso da vida nordestina colhida por dentro, a. o eu lírico repudia a presença de colonizadores
através dos processos mentais de homens e mulheres que portugueses em nossa terra.
representam a gama étnica e social da região".
b. a fauna e a flora tropicais são descritas de maneira
d. O Realismo brasileiro caracteriza-se, na literatura e nas minuciosa e idealizada.
artes em geral, pela frequência das antíteses e paradoxos,
c. o poeta enriqueceu devido à exportação de produtos
fugacidade do tempo e incerteza da vida, tendo como um
brasileiros para a metrópole.
dos seus representantes o escritor Gregório de Matos –
apelidado de “A Boca do Inferno”. Poeta lírico, satírico, d. a exuberância e a diversidade da natureza tropical são
reflexivo, filosófico, sacro, obsceno, oscilou entre o sagrado exaltadas pelo poeta.
e o profano. e. a natureza farta e bela é o cenário onde ocorrem os
encontros amorosos do eu lírico.
48. UPF 2012
Olavo Bilac e Cruz e Sousa estão situados, respectivamente, 50. UPE 2011
nos seguintes períodos literários: Ao Braço do Mesmo Menino Jesus Quando Appareceo
a. Parnasianismo e Simbolismo
b. Simbolismo e Parnasianismo
O todo sem a parte não é todo,
c. Parnasianismo e Pré-Modernismo
A parte sem o todo não é parte,
d. Barroco e Simbolismo
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
e. Simbolismo e Pré-Modernismo
Não se diga, que é parte, sendo todo.
Leia um trecho do poema Ilha da Maré, do escritor brasileiro Em todo o Sacramento está Deus todo,
Manuel Botelho de Oliveira. E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E, tratando das próprias, os coqueiros, E feito em partes todo em toda a parte,
galhardos e frondosos
criam cocos gostosos; Em qualquer parte sempre fica o todo
e andou tão liberal a natureza
que lhes deu por grandeza,
não só para bebida, mas sustento, O braço de Jesus não seja parte,
o néctar doce, o cândido alimento.
Pois que feito Jesus em partes todo,
De várias cores são os cajus belos,
uns são vermelhos, outros amarelos, Assiste cada parte em sua parte
e como vários são nas várias cores,
Não se sabendo parte deste todo,
também se mostram vários nos sabores;
e criam a castanha, Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
que é melhor que a de França, Itália, Espanha.
Nos disse as partes todas deste todo.
COHN, Sergio. Poesia.br. Rio de Janeiro: Azougue, 2012.
MATOS, Gregório de. Poemas Escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1990. p. 307.
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Sobre o poema de Gregório de Matos, analise as afirmativas 3) Roy Lichtenstein
a seguir:
4) Monet
5) Diego Velásquez
I. Há figuras de linguagem que estão diretamente atreladas à
estética literária cuja principal característica é a presença do
sentimento bucólico, ou seja, sentimento relativo ao culto à ( ) Pós-impressionismo
natureza.
( ) Impressionista
II. No primeiro e no segundo verso, se analisarmos as
( ) Barroco espanhol
palavras “parte” e “todo”, podemos dizer que estamos diante
de um jogo de palavras cujo objetivo é propor situações ( ) Surrealismo
reflexivas.
( ) Arte Pop
III. Há demonstração, por meio da terceira e da quarta
estrofe, que a temática central discutida no texto tem relação
direta com a fase satírica presente na obra de Gregório de A sequência correta é:
Matos.
a. 5, 1, 4, 3, 2.
IV. O eu lírico, na segunda estrofe, reflete sobre a temática
b. 2, 5, 1, 3, 4.
religiosa, fazendo ver que Deus, ainda que fragmentado em
muitas partes, está em todas as partes, o tempo todo. c. 5, 2, 3, 4, 1.
Texto XIV
Estão CORRETAS Canto Primeiro
a. I, II e III. As armas e os barões assinalados
b. I, II e IV. Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
c. I, II e V.
Passaram ainda além da Taprobana,
d. II, IV e V. Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
e. III, IV e V.
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram; [...]
51. UNESPAR 2011 (CAMÕES, L. V de. Os Lusíadas . São Paulo: Cultrix, 1993, p. 22.)
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Razão de Estado: e esta Senhora saiu tão presumida, que
tratou de casar [...] com um mancebo robusto, e de más A seqüência CORRETA de respostas, de cima para baixo, é
manhas, que havia por nome Amor Próprio [...] de ambos
nasceu uma filha, a que chamaram Dona Política [...]
a. F F F F
Criou-se nas Cortes de grandes Príncipes, embrulhou-os a
todos: teve por aios o Maquiavel, Pelágio, Calvino, Lutero, e b. F V F F
outros Doutores dessa qualidade, com cuja doutrina se fez
c. V F F F
tão viciosa, que dela nasceram todas as seitas e heresias,
que hoje abrasam o mundo. E eis aqui, quem é a Senhora d. V F V V
Dona Política. e. V V V V
(Arte de Furtar . 2. ed. Introdução de Carlos Burlamáqui Kopke. São Paulo:
Melhoramentos, 1951. Cap LX, pp. 262-264. Autor anônimo).
53. UNICANTO 2015
Texto XVI
Considerando as características gerais da arte barroca,
DIABO – Oh, que caravela esta!
verifica-se que:
Põe bandeiras, que é festa.
Verga alta! Âncora a pique! a. Tudo na arte barroca invocava a teatralidade e o
– Ó precioso D. Henrique, movimento.
cá vindes vós? Que coisa é esta?
b. Composição em diagonal e contraste de claro e
Vem o Fidalgo e, chegando ao barco infernal, diz:
escuro não constituíram características da pintura barroca.
FIDALGO – Esta barca onde vai ora, assim tão abastecida?
DIABO – Vai para a ilha perdida e há de partir nesta hora. c. O barroco tinha um caráter extremamente racional.
FIDALGO – Para lá vai a senhora?
d. Na pintura, temas religiosos eram transmitidos através da
DIABO – Senhor, a vosso serviço
emoção.
(VICENTE, Gil. “Auto da barca do inferno”. In: Farsa de Inês Pereira / Auto da
e. Na escultura ocorre um equilíbrio entre a razão e a
barca d o in f e r n o / A u t o d a alm a . São Paulo: Martin Claret, 2001.)
emoção.
Os trechos acima são fragmentos de importantes textos da
Literatura Portuguesa. Com base neles e também nas obras
citadas, julgue as proposições abaixo, utilizando (V) para as 54. UNIPAM 2012
que forem verdadeiras e (F) para as que forem falsas. Numere a 2ª coluna, composta de fragmentos de textos
poéticos, com a 1ª, composta de diferentes modos como a
I – Em Os Lusíadas, obra do Classicismo português, o vida pode ser abordada por escritores de épocas distintas.
poeta Luís de Camões, tematizando a viagem de Vasco da (1) Vida como momento de consciência de efemeridades.
Gama, enredada com a mitologia greco-latina, canta os
feitos e glórias portugueses. (2) Vida como momento de distanciamentos amorosos.
II – A epopéia Os Lusíadas , como texto oriundo do século (3) Vida como momento de reflexões metafísicas.
das luzes, representa o pensamento acerca da liberdade do
europeu de conquistar os povos incultos e não cristãos. (4) Vida como momento de refúgios sem destinos.
III – No fragmento do texto Arte de furtar , de 1652, portanto
do período barroco, o autor define a política como uma
atividade ligada ao Estado, por meio da personificação de ( ) Que pode uma criatura senão,
idéias retiradas do mundo político. entre criaturas, amar?
IV – Na passagem do Auto da barca do inferno , texto amar e esquecer,
representativo do Humanismo português, os personagens amar e malamar,
Diabo e Fidalgo são exemplos de alegorias, recurso utilizado amar, desamar, amar?
por Gil Vicente em seu Auto. sempre, e até de olhos vidrados, amar? [....]
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c. 1 – 4 – 2 – 3
Este o nosso destino: amor sem conta,
d. 2 – 3 – 4 – 1
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa, 55. ENEM PPL 2009
paciente, de mais e mais amor. [...]
Lisongeia outra vez impaciente a retenção de sua
(Carlos Drummond de Andrade) mesma desgraça...
Gregório de Matos
( ) Nise? Nise? onde estás? Aonde espera
Achar te uma alma, que por ti suspira,
Se quanto a vista se dilata, e gira,
Discreta e formosíssima Maria,
Tanto mais de encontrar te desespera! [...]
Enquanto estamos vendo claramente
Na vossa ardente vista o sol ardente,
Nem ao menos o eco me responde! E na rosada face a Aurora fria:
Ah como é certa a minha desventura!
Enquanto pois produz, enquanto cria
Nise? Nise? onde estás? aonde? aonde?
Essa esfera gentil, mina excelente
(Cláudio Manuel da Costa) No cabelo o metal mais reluzente,
E na boca a mais fina pedraria:
( ) Discreta e formosíssima Maria,
Gozai, gozai da flor da formosura,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Antes que o frio da madura idade
Em tuas faces a rosada Aurora,
Tronco deixe despido, o que é verdura.
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia: [...]
Que passado o Zenith da mocidade,
Sem a noite encontrar da sepultura,
Oh não aguardes, que a madura idade
É cada dia ocaso de beldade.
Te converta em flor, essa beleza
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. CUNHA, H. P. Convivência maneirista e barroca na obra de Gregório de
(Gregório de Matos) Matos. In: Origens da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro:Tempo Brasileiro,
1979.p. 90.
( ) Eu durmo e vivo ao sol como um cigano, O Barroco é um movimento complexo, considerado como a
Fumando meu cigarro vaporoso; arte dos contrastes. O poema de Gregório de Matos, que
Nas noites de verão namoro estrelas; revela características do Barroco brasileiro, é uma espécie
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso! [...] de livre-tradução de um poema de Luís de Góngora,
importante poeta espanhol do século XVII.
Tenho por palácio as longas ruas; Fruto de sua época, o poema de Gregório de Matos destaca
Passeio a gosto e durmo sem temores;
a. a regular alternância temática entre versos pares e
Quando bebo, sou rei como um poeta,
ímpares.
E o vinho faz sonhar com os amores.
b. o contraste entre a beleza física da mulher e a
(Álvares de Azevedo)
religiosidade do poeta.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA c. o pesar pela transitoriedade da juventude e a certeza da
morte ou da velhice.
a. 4 – 1 – 3 – 2
b. 3 – 2 – 1 – 4
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d. o uso de antíteses para distinguir o que é terreno e o que de igrejas, em prédios públicos e civis.
é espiritual na mulher.
Analise as proposições e marque a alternativa correta.
e. a concepção de amor que se transforma em tormento da
a. Nas cidades brasileiras fundadas em meados do século
alma e do corpo do eu lírico.
XVI, o desenvolvimento não foi diretamente impulsionado
pelos ciclos econômicos. No entanto, o Barroco foi um estilo
56. UNICENTRO 2016 predominante na arquitetura e, entre as características
Desenganos da vida humana, metaforicamente aplicadas às edificações religiosas, incluía-se o uso de
vitrais.
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
b. Nas regiões fortalecidas, pelo ouro ou pela agricultura de
Rosa, que da manhã lisonjeada,
cana-de-açúcar, as igrejas foram ornadas por pinturas,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
esculturas e relevos de madeira, com detalhes em ouro. A
Airosa rompe, arrasta presumida.
arquitetura compunha-se por peças ricamente decoradas.
É planta, que de abril favorecida
c. A arquitetura das igrejas era proposta a partir do uso do
Por mares de soberba desatada,
concreto armado. As formas sinuosas, espaços amplos e
Florida galeota empavesada,
inovações contribuíram para romper a prática da construção
Sulca ufana, navega destemida.
tradicional no Brasil.
É nau enfim, que em breve ligeireza,
d. Destaca-se a construção da Igreja de São Francisco. O
Com presunção de Fênix generosa,
projeto previu uma planta simétrica e, entre outros fatores,
Galhardias apresta, alentos preza:
optou pela manutenção da tradicional e conservadora
Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa arquitetura sacra.
De que importa, se aguarda sem defesa e. A arquitetura pública foi objeto de planejamento
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? detalhado. As edificações com grandes vãos obtidos pelo
uso de estruturas em concreto armado eram integradas aos
MATOS, Gregório. Disponível em:
jardins e contavam com painéis e esculturas, além de outros
http://poesiascolecionadas.blogspot.com.br/. Acesso em: 21 set. 2016.
elementos decorativos.
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segundo comprovam os versos do poema I, em que realiza a
A ti tocou-te a máquina mercante, crítica à situação econômica da Bahia, dirigida, na época,
Que em tua larga barra tem entrado, por Antônio Luís da Câmara Coutinho.
A mim foi-me trocando, e tem trocado
III. Em Triste Bahia, poema I, musicado por Caetano Veloso,
Tanto negócio, e tanto negociante.
Gregório de Matos identifica-se com a cidade, ao relacionar
a situação de decadência em que se encontram tanto ele
Deste em dar tanto açúcar excelente quanto a cidade onde vive. O poema abandona o tom de
Pelas drogas inúteis, que abelhuda zombaria, atenuando a sátira contundente para tornar-se um
Simples aceitas do sagaz Brichote. quase lamento.
b. I, II e IV.
Quem partes concordou tão dissonantes?
Quem sustentou tão vários sentimentos? c. IV e V.
Pois para a glória excedem de tormentos, d. I, III e IV.
Para martírio ao bem são semelhantes.
e. I, IV e V.
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É CORRETO afirmar que, nessa passagem, o Padre Vieira e. da utilização de materiais disponíveis no Brasil e da
está: interpretação idealizada e linear dos objetos representados.
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61. FGV-SP 2009 Todas as afirmativas abaixo, feitas a respeito do poema,
estão corretas, EXCETO:
Comparando o Simbolismo com outros estilos de época, um
crítico afirmou:
a. A presença de elementos da Natureza indica a existência
do bucolismo e do locus amoenus, graças à repugnância do
I – Ambos os movimentos exprimem o desgosto pelas
poeta pelo ambiente urbano.
soluções racionalistas.
II – É comum a ambas as correntes a tentação do b. A antítese, característica fundamental do estilo barroco,
esteticismo e do formalismo. pode ser observada no texto através do par neve x fogo.
d. Realismo e o Modernismo.
63. UNICANTO 2015
e. Romantismo e o Parnasianismo.
A respeito da pintura barroca, verifica-se que:
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O remédio será seguir o imundo Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas, Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Que as bestas andam juntas mais Com sua língua ao nobre o vil decepa:
ornadas, O Velhaco maior sempre tem capa.
Do que anda só o engenho mais (Gregório de Matos)
profundo.
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V. A poesia de Gregório de Matos não se confunde com a 68. UEG 2005
prosa de Padre Vieira no âmbito da linguagem apresentada
Analise o poema a seguir e assinale, abaixo, a alternativa
na maneira como ambos se dispõem a trazer para o leitor as
CORRETA.
problemáticas da época dos quais tais autores fazem parte.
XLV
Está CORRETO o que se afirma em
a. I, II e III.
Que no poema ao menos
b. I, III e V. Viscosidade e luz
De nós dois, criaturas,
c. II, III e IV.
Recriem seu momento.
d. II, IV e V.
e. III, IV e V.
Que da desordem
De dois encantamentos
67. MACKENZIE 2012 do visgo, do vidro
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, De palavras duras
Na estrofe, o poeta:
b. invoca Deus para manifestar, com muito respeito e a. o poema é um espaço propício para dirimir os conflitos
humildade, a intenção de não mais pecar. de convivência entre as pessoas.
c. estabelece um diálogo de igual para igual com a b. a poesia é um instrumento de fuga dos conflitos
divindade, sugerindo sua pretensão de livrar-se do castigo e amorosos.
da piedade de Deus. c. como em outros poemas, há a recorrência à temática da
d. confessa-se pecador e expressa a convicção de que será perda e da partida em linguagem barroca e surrealista.
abençoado com a graça divina. d. no espaço do poema, é possível coabitarem diferenças e
e. arrepende-se dos pecados cometidos, acreditando que, divergências de “dois encantamentos”.
assim, terá assegurada a salvação da alma. e. a metáfora constitui a figura predominante no poema.
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69. UFRGS 2014 Vos deu, como afirmais na sacra história,
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, e. Os autores, ao remeterem aos exemplos bíblicos de Jó e
da ovelha perdida, reforçam seus argumentos a favor do
Da vossa piedade me despido; perdão como garantia da glória divina.
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
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O remédio será seguir o imundo A arte barroca desenvolveu-se no século XVII, originando-se
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas, na Itália e expandindo-se rapidamente para outros países na
Que as bestas andam juntas mais ornadas, Europa. Segundo Santos (2002), chegou ao continente
Do que anda só o engenho mais profundo. americano sob influência dos espanhóis e portugueses.
Quais foram os artistas precursores deste movimento? Quais
eram seus temas? Selecione a alternativa correta.
Não é fácil viver entre os insanos,
a. Candido Portinari, Di Cavalcanti e Francisco Rebolo
Erra, quem presumir, que sabe tudo,
criaram um movimento artístico que defendia a realização de
Se o atalho não soube dos seus danos.
murais em espaços públicos com a função de comunicar os
valores religiosos e políticos para o povo.
O prudente varão há-de ser mudo, b. Tintoretto, Caravaggio e Andrea Pozzo foram
Que é melhor neste mundo, mar de enganos, considerados artistas expressivos e se destacaram por suas
Ser louco cos demais que ser sisudo. pinturas de temas religiosos e cotidianos.
a. De temática satírica, o soneto aborda o tema da e. Os artistas Miró, Michelangelo e Leonardo Da Vinci por
insanidade, buscando criticar a sociedade da época que não suas pinturas de temas sacros e abstratos.
sabia lidar com a loucura, o que antecipa um tema que será
abordado pelos poetas românticos.
72. FATEC 2012
b. O eu-lírico expressa um sentimento de culpa diante da
Em 2009, a Escola Estadual D. Pedro I, na aldeia Betânia,
sua impossibilidade de compreender o mundo, o que está
onde vivem cinco mil ticunas (estima-se que haja 32 mil
em total consonância com o veio religioso da obra de
ticunas vivendo no Alto Solimões, entre a Amazônia
Gregório de Matos.
brasileira, a colombiana e a peruana), ficou na rabeira do
c. De inspiração ■losó■ca, o poema trata dos desenganos Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio. O colégio,
do eu-lírico frente a um mundo que não o entende e que o frequentado por 600 jovens representantes da etnia,
torna um indivíduo solitário, muitas vezes obrigado a ostentou o último lugar.
acompanhar a loucura “dos demais”.
d. A temática religiosa aparece neste poema por meio da “Há dois ou três anos, todos os professores eram de fora da
referência a Jesus Cristo, dada já na primeira estrofe, em aldeia, A Organização Geral dos Professores Ticuna
que a metáfora da via-crucis é apresentada pelo eu-lírico Bilíngues foi formando professores indígenas, e o quadro
como retrato de seu próprio sofrimento. mudou. Nossa escola é muito boa. Tem um ponto de
e. De temática amorosa, o poema traz os lamentos do internet. Há dois anos, temos eletricidade. Nosso problema é
eu-lírico, que, incapaz de conquistar o amor da mulher a língua. Das regiões de Tefé a Tabatinga, predomina a
amada, usa o poema como fuga da realidade, procurando na etnia ticuna. Eu acho que justifica lutar por uma universidade
loucura, assim, uma redenção para a sua dor. ticuna”, diz Saturnino, um dos poucos fluentes em português
na aldeia Betânia.
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São índios. Mas não adoram o Sol, a Lua, as estrelas, os Gregório de Matos
animais, as árvores. Praticam, sim, com afinco, a religião
Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado,
batista, imposta por um missionário americano, o pastor
Da vossa alta clemência me despido;
Eduardo – provavelmente, Edward – que passou por ali, pelo
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Alto Solimões, a região mais isolada da Amazônia, no
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
amanhecer dos anos 60. São brasileiros, amazonenses,
porém não assistem à novela das oito nem ouvem sertanejo Se basta a vos irar tanto pecado,
universitário. Eles se ligam na TV colombiana e escutam A abrandar-vos sobeja um só gemido:
música importada do país vizinho, que ecoa estrondosa dos Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
casebres de madeira. O único sinal de que devem passear Vos tem para o perdão lisonjeado
de vez em quando pela Globo é o penteado do Neymar
Se uma ovelha perdida e já cobrada
enfeitando as cabeleiras escorridas e negras. Não falam
Glória tal e prazer tão repentino
português fluentemente. As crianças nem sequer entendem.
Vos deu, como afirmais na Sacra História:
A língua dos bate-papos animados é o ticuna. No entanto,
são obrigados a aprender matemática, química, física, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada;
história, geografia etc. na língua-pátria. Uma situação Cobrai-a ; e não queirais, Pastor divino,
insólita: na língua que não dominam, o português, os jovens Perder na vossa ovelha a vossa glória.
precisam ler e escrever – e prestar exames. E, na língua que
dominam, o ticuna, também encontram limitações na leitura
e na escrita, por tratar-se de uma língua de tradição oral. Sobre o texto de Gregório de Matos, analise as seguintes
Assim caminha a juventude ticuna: soterrada numa salada afirmativas.
de identidades.
I. Com um vocabulário rico e irreverente, o poema,
pertencente à lírica religiosa, apresenta regularidade formal,
em versos decassílabos - versos com dez sílabas poéticas -,
com rimas regulares, ou seja, rimas opostas ou interpoladas
A informação – “São índios. Mas não adoram o Sol, a Lua,
nos dois quartetos (ABBA/ABBA) e rimas mistas nos dois
as estrelas, os animais, as árvores.” – é uma negativa ao
tercetos (CDE/CDE).
estereótipo indígena presente nas obras do Indianismo,
primeira fase do período literário cuja preocupação era a II. No texto, percebe-se que o eu lírico sente medo da
valorização das raízes históricas brasileiras e, por punição divina e busca desesperadamente o perdão de
consequência, da soberania nacional. Deus, além de parecer arrependido na hora da morte.
Pode-se inferir que, com esse comportamento, há uma
alusão aos (des)mandos do clero, tema recorrente no
Assinale a alternativa que nomeia esse período. Classicismo da lírica de Camões.
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chances de se ser perdoado, ou seja, a impressão é que o b. Expressionismo, Cubismo, Surrealismo.
pecador entende que deve garantir a Deus o exercício de
c. Neoclassicismo, Impressionismo, Romantismo.
seu maior atributo divino – o perdão.
d. Pop-art, Dadaísmo, Futurismo.
V. Nas duas primeiras estrofes, é perceptível a presença do
Cultismo - jogo de palavras. Já nas duas últimas, é possível e. Construtivismo, Concretismo, Happening.
analisar que o poeta aborda a Parábola da ovelha perdida
com quem se identifica e, a exemplo dessa ovelha, acredita 75. UNAMA 2006
ser merecedor da salvação, o que confirma a presença do
Conceptismo - jogo de ideias. “Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um
homem feliz”. A frase do poeta russo Vladimir Maiakovski
Está CORRETO, apenas, o que se afirma em ecoa uma milenar tradição de profecias e presságios que
têm como objeto um paraíso chamado Brasil, seja ele o país
a. I.
descoberto há cinco séculos, seja um lugar imaginário.
b. II e III. Resumo da ópera: Jorge Mautner (Geléia Geral/Warner)
c. I e III. achou que a coisa dava samba, encomendou a canção. A
encomenda dá a emergência que leva à catarse. É ato de fé.
d. I, IV e V.
Gilberto Gil concordou e assim nasceu, no fim do ano
e. III, IV e V. passado, o samba de exaltação “Outros viram”, primeira
canção composta pelo baiano desde que virou ministro da
Cultura. A canção vai integrar o próximo disco que, em fase
74. UEL 2003
de mixagem, terá, além da voz de Gil, participações do Afro
No início do século XX muitos artistas percebiam a Reggae, de Caetano Veloso e de Preta Gil. Conheça alguns
necessidade de uma modernização estética no país. Sobre o trechos da canção “Outros viram”:
assunto, leia o texto a seguir.
(Fragmento do uma reportagem de Arnaldo Bloch para O Globo,
“Tal necessidade (...) seria manifestada por duas correntes publicada em 12/05/2006)
distintas, mas com pontos em comum. A primeira delas era
liderada por segmentos que viam na estética naturalista e na
temática local uma forma de se desvencilhar dos valores (...)
acadêmicos propugnados – e raramente alcançados – pela
“O que Walt Whitman viu
Academia Imperial. A segunda, dentro dessa mesma
necessidade, agruparia os artistas e intelectuais ligados ao Maiakovski viu
Modernismo que, não acreditando mais na possibilidade de
Outros viram também
construção de uma arte nacional baseada apenas na
estética naturalista, propunham na prática que a essa base Que a Humanidade vem
já existente fossem incluídos certos postulados retirados das
vanguardas históricas européias e do retorno à ordem.” Renascer no Brasil
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d. Na seguinte passagem do texto de Bloch: “e assim
nasceu, no fim do ano passado, o samba de exaltação”, a
(...)
expressão grifada sintetiza, na visão do jornalista, a
Rabindranath Tagore também profetizou presença do nacionalismo e do ufanismo românticos que se
manifestam, na canção de Gil, pela exaltação da natureza
Ousou dizer que aqui surgiria o ser do amor
pátria, pelo retorno à parte de um passado histórico e pela
Ser superior, da paixão, da emoção, da canção valorização da gente brasileira.
Sob este céu de anil A respeito da arte barroca, é possível inferir que:
a. O comentário de Bloch aponta para o fato de que a nova b. O ideal humanista, a preocupação com o rigor científico e
canção do compositor e ministro Gilberto Gil manifesta um a composição equilibrada, são as principais características
certo idealismo renascentista, ao lado do conflito gerado pela da Arte Barroca.
necessidade de viver a vida mundana ao mesmo tempo em
c. Os tons suaves e pastéis, o equilíbrio simétrico, a luz
que busca a pureza da fé, seguindo o modelo barroco do
diagonal e a composição bidimensional fazem parte do estilo
também baiano Gregório de Matos Guerra.
barroco.
b. Os versos de Gil : “Rabindranath Tagore também
d. Na representação barroca a figura humana, diversas
profetizou /Ousou dizer que aqui surgiria o ser do amor/Ser
vezes, aparece levemente geometrizada, revelando uma
superior, da paixão, da emoção, da canção.” expressam um
preocupação naturalista.
relacionamento muito semelhante à vassalagem amorosa,
uma das características temáticas das cantigas medievais e. Do ponto de vista pictórico, as obras barrocas apresentam
que fazem parte da poesia trovadoresca. uma iluminação basicamente simétrica em relação a
perspectiva linear utilizada.
c. A leitura do texto de Bloch, complementada pelos versos
da nova canção de Gil, nos leva a concluir que, nessa, a
linguagem usada, para exprimir problemas humanos, é 77. Espcex (Aman) 2013
produto de um intenso trabalho de elaboração formal, a partir
Leia a estrofe que se segue:
de elementos das mais diversas origens: regionalismos,
termos científicos, em estilo único – características Visões, salmos e cânticos serenos
modernistas semelhantes às presentes na obra de Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Guimarães Rosa. Dormências de volúpicos venenos
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Sutis e suaves, mórbidos, radiantes... detalhada e suave, criaram preciosos registros da natureza.
a. a valorização da forma como expressão do belo e a busca QUEIXA-SE O POETA EM QUE O MUNDO VAY ERRADO,
pela palavra mais rara – Parnasianismo. E QUERENDO EMENDÂLO O TEM POR EMPREZA
DIFFICULTOSA.
b. a linguagem rebuscada, jogos de palavras e jogos de
imagens, característica do cultismo – corrente do Barroco.
e. a lírica amorosa marcada pela sensualidade explícita que O remédio será seguir o imundo
substitui as virgens inacessíveis por mulheres reais, lascivas Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
e sedutoras – Naturalismo. Que as bestas andam juntas mais ornadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.
78. UNESPAR 2011
c. O pintor Caravaggio, o escultor Bernini e o arquiteto A respeito do poema, considere as a■rmativas a seguir.
Borromini. A ênfase era na emoção e não na racionalidade,
no dinâmico e não no estático. I. O eu-lírico se identi■ca com os intelectuais parnasianos,
d. Os artistas italianos Michelangelo e Andrea Del Verrochio, cujo engenho lhe inspira admiração, em oposição aos
por suas esculturas expressivas em mármore, cujos temas insanos de quem se distancia, associados a “bestas”, numa
eram valores morais do ser humano. referência indireta à liberdade artística do movimento
romântico.
e. Os artistas Turner e Constable foram destaques pelo uso
II. O caminho a que se refere o eu-lírico ao longo do poema
das cores na pintura de paisagem, com uma técnica
é uma metáfora da vida do próprio poeta, que se vale de
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dados concretos e fatos autobiográ■cos a ■m de conferir delas podemos dizer que os movimentos literários a que
maior verossimilhança à comparação entre vida e caminho. pertencem I, II e III são respectivamente:
III. O soneto de Gregório de Matos demonstra nítida
a. barroco - arcadismo - romantismo.
inspiração petrarquiana, de modo que o equilíbrio formal do
poema é alcançado pelo uso de versos decassílabos e de b. barroco - romantismo - parnasianismo.
rimas interpoladas nos quartetos e intercaladas nos tercetos.
c. romantismo - parnasianismo - simbolismo.
IV. Característica da lírica de Camões, o desconcerto do
mundo aparece no soneto de Gregório de Matos na voz do d. romantismo - simbolismo - modernismo.
eu-lírico que reconhece a insu■ciência do intelecto diante da e. parnasianismo - simbolismo - modernismo.
complexidade do universo.
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E seu raro valor executado
Pois teu amor, pelo meu Em corpos Luteranos vigurosos.
Tais prodígios consumou, Vereis seu Estandarte derribado
Que eu, nas brasas onde estou, Aos Católicos pés victoriosos,
Morro de amor pelo teu. Vereis em fim o garbo e alto brio
Do famoso Albuquerque vosso Tio.
(Auto de São Lourenço, de José de Anchieta)
V
Mas em quanto Talia no se atreve,
Texto 2 No Mar do valor vosso, abrir entrada,
Aspirai com favor a Barca leve
PROSOPOPEIA De minha Musa inculta e mal limada.
Invocar vossa graça mais se deve
I Que toda a dos antigos celebrada,
Cantem Poetas o Poder Romano, Porque ela me fará que participe
Sobmetendo Nações ao jugo duro; Doutro licor milhor que o de Aganipe.
O Mantuano pinte o Rei Troiano,
Descendo à confusão do Reino escuro; (Bento Teixeira)
Que eu canto um Albuquerque soberano,
Da Fé, da cara Pátria firme muro,
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira, Sobre tais produções e seus autores, analise as proposições
Pode estancar a Lácia e Grega lira. a seguir.
a. I, II e IV.
IV
Vereis um sinil ânimo arriscado b. II, III e V.
A trances e conflictos temerosos,
c. I, III e IV.
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d. IV e V. b. I e III.
d. II e V.
82. UNB 2013 e. III, IV e V.
Portugal, no século XVI, dispunha de uma produção literária
de primeira grandeza, tendo como destaque o clássico Luís
83. UFAM 2009
Vaz de Camões, o qual viria a influenciar a poesia épica
brasileira tanto do início do Barroco como do Arcadismo. Leia as afirmativas abaixo, feitas a respeito do poema épico
Prosopopeia, de Bento Teixeira:
I. Não há relação formal entre a estrutura de Os Lusíadas, II. Um dos propósitos do poema é fazer a louvação de Jorge
de Camões, e a Prosopopeia, de Bento Teixeira. Daí se de Albuquerque Coelho, donatário da capitania de
deduzir que o poema brasileiro supera as qualidades Pernambuco.
estéticas do poema português. III. Publicado em 1601, é por muitos historiadores
considerado o início do estilo barroco no Brasil.
II. O Uraguai, de Basílio da Gama, apresenta uma sequência IV. A parte em que fala das frutas da terra, intitulada “Ilha de
própria da epopeia clássica, o que confirma a dependência Maré”, é considerada como o primeiro documento nativista
temática que mantém com Os Lusíadas. de nossa literatura.
Estão corretas:
c. I, III e IV
d. apenas I e III
IV. Lindoia e Moema são, respectivamente, personagens
femininas dos poemas narrativos O Uraguai e Caramuru, e. apenas II e IV
poemas épicos árcades, que retomam acontecimentos da
época da colonização portuguesa no Brasil.
84. UFPR 2016
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E não larga a tarefa um ponto no ano, Você que leu (in totum) o Sermão de Santo Antônio, agora,
observe o trecho que se segue e opine:
Depois que o mar rodeia, o sol abrasa.
E quando o mar vomita, o mundo arrasa. A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que
vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas
circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos
Muda-se o tempo, e suas temperanças. outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora
pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os
Até o céu se muda, a terra, os mares,
grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas
E tudo está sujeito a mil mudanças. como os grandes comem os pequenos, não bastam cem
pequenos, nem mil, para um só grande
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Chorareis, ó pastores, o que eu choro. II. Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa são
poetas árcades, embora o primeiro tenha se iniciado como
Cláudio Manuel da Costa
barroco, daí os trechos dos dois poemas de sua autoria
TEXTO 7 revelarem traços desse momento da Literatura. De outro
modo, Cláudio Manuel da Costa, no poema de número seis,
[...]
se apresenta pré-romântico, razão pela qual sua produção
Enquanto pasta alegre o manso gado,
se encontra dividida em dois momentos literários.
minha bela Marília, nos sentemos
à sombra deste cedro levantado. III. A referência a Critilo, autor textual do oitavo poema,
Um pouco meditemos sendo espanhol, é um dado falso que tem por finalidade
na regular beleza, ocultar a nacionalidade do autor mineiro e, ao mesmo tempo,
que em tudo quanto vive nos descobre corroborar a camuflagem da autoria, em decorrência do tom
a sábia Natureza. satírico e agressivo da epístola em versos. Contudo, o
[...] desejo de ocultação não foi alcançado, porque Tomás
Antônio Gonzaga foi preso e deportado, por ter sido atribuída
Tomás Antônio Gonzaga
a ele a autoria das referidas Cartas.
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quão merecido foi o meu pecado.” velho se chama Tuahir. É magro, parece ter perdido toda a
substância. O jovem se chama Muidinga. Caminha à frente
(Gregório de Matos)
desde que saíra do campo de refugiados. Se nota nele um
leve coxear, uma perna demorando mais que o passo.
Vestígio da doença que, ainda há pouco, o arrastara quase
Através dessa manifestação lírica do barroco, o autor
até à morte. Quem o recolhera fora o velho Tuahir, quando
a. constrói imagens paradoxais que expressam o todos outros o haviam abandonado. O menino estava já sem
desequilíbrio provocado pelas relações conflituosas entre estado, os ranhos lhe saíam não do nariz mas de toda a
Deus e os homens. cabeça. O velho teve que lhe ensinar todos os inícios: andar,
falar, pensar. Muidinga se meninou outra vez. Esta segunda
b. registra a incapacidade humana de acreditar no perdão
infância, porém, fora apressada pelos ditados da
divino.
sobrevivência. Quando iniciaram a viagem já ele se
c. revela o estado de nulidade das criaturas humanas diante acostumava de cantar, dando vaga a distraídas brincriações.
do poder divino. No convívio com a solidão, porém, o canto acabou por
migrar de si. Os dois caminheiros condiziam com a estrada,
d. expressa a capacidade humana de subverter os desígnios
murchos e desesperançados”
de Deus.
(COUTO, M. Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.
e. remete-se aos motivos religiosos medievais para compor
09).
a ideia de pecado e de divindade.
A linguagem, a estrutura e o conteúdo sugerem que se trata
de um fragmento de um romance
88. FEI 2016
a. romântico.
Leia os primeiros parágrafos do livro Terra sonâmbula, do
escritor moçambicano Mia Couto: b. contemporâneo.
c. barroco.
“Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada. Pelos
caminhos só as hienas se arrastavam, focinhando entre d. clássico.
cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tristezas
e. naturalista.
nunca vistas, em cores que se pegavam à boca. Eram
cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza,
esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui, o 89. UFJF 2013
céu se tornara impossível. E os viventes se acostumaram ao
Ao conde de Ericeyra D. Luiz de Menezes pedindo louvores
chão, em resignada aprendizagem da morte.
ao poeta não lhe achando elle prestimo algum.
A estrada que agora se abre a nossos olhos não se
entrecruza com outra nenhuma. Está mais deitada que os
séculos, suportando sozinha toda a distância. Pelas bermas Um soneto começo em vosso gabo;
apodrecem carros incendiados, restos de pilhagens. Na
Contemos esta regra por primeira,
savana em volta, apenas os embondeiros contemplam o
mundo a desflorir. Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Um velho e um miúdo vão seguindo pela estrada. Andam Já este quartetinho está no cabo.
bambolentos como se caminhar fosse seu único serviço
desde que nasceram. Vão para lá de nenhuma parte, dando
o vindo por não ido, à espera do adiante. Fogem da guerra, Na quinta torce agora a porca o rabo:
dessa guerra que contaminara toda a sua terra. Vão na
A sexta vá também desta maneira,
ilusão de, mais além, haver um refúgio tranquilo. Avançam
descalços, suas vestes têm a mesma cor do caminho. O na sétima entro já com grã canseira,
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E saio dos quartetos muito brabo. II - De maneira geral, o termo “Barroco” significa absurdo ou
grostesco, tendo, assim, inicialmente, uma conotação
pejorativa.
Agora nos tercetos que direi?
III - O pintor francês Nicolas Poussin foi um dos
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais, representantes significativos da arte desse período.
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei. IV - Nos Países Baixos, muitos artistas abandonaram a
prática da pintura por encomenda. Esses artistas, somente
após o término de suas obras, saíam em busca de
Nesta vida um soneto já ditei, compradores para as mesmas.
Se desta agora escapo, nunca mais; V - Os arquitetos italianos, nesse período, combatiam o uso
de ornamentos e formas renascentistas, pois as
Louvado seja Deus, que o acabei
consideravam ultrapassadas.
MATOS, Gregório de. Obra poética / Edição James Amado. Rio de Janeiro:
Record, 1999. p. 129-130.
Sobre a arte do século XVII na Europa Ocidental, são
corretas as afirmações:
Em algumas edições, a didascália (longo título em que se
a. I, II e III.
apresenta o contexto de produção do poema) deste soneto
gregoriano apresenta a seguinte variação: “A certa b. II, III e IV.
personagem desvanecida”. A modificação deste elemento c. III, IV e V.
paratextual afeta qual aspecto da leitura poética satírica, em
d. I, II e V.
relação à primeira versão?
e. I, IV e V.
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